12.01.2000. 

Jornal da Tarde
Mães exigem vaga nas escolas públicas
Material: escola impõe papelaria
PUC-SP divulga segunda chamada
Projeto do TBC e do SOS Criança atende a 30 jovens carentes
Procon proíbe adesivo emagrecedor
Febre amarela: laudo sai sexta
Gripe: idade para ganhar vacina vai cair para 60 anos

Estado de S. Paulo
Governo reduz idade mínima para vacina contra gripe
Na Europa, vírus é considerado o bug do milênio
Para Organização Mundial da Saúde, epidemia "não é incomum"
Este século registrou três pandemias
EUA reforçam ações contra a tuberculose
MEC distribuirá 60 milhões de livros
Escola é acusada de induzir à compra de material
Cientistas podem clonar espécie extinta de cabra
Vírus pode estar ligado à doença de Lou Gehrig
Iniciada a construção de novo observatório
Denunciada ameaça de extinção de primatas
Maciel garante verba para nau Capitânia
Pesquisa revela que exposição à violência aumenta entre jovens

Jornal do Brasil
Gripe se espalha pela Europa
Rússia impõe novo atraso à ISS
Nasa dobra missão para poupar dólar
 
Agora São Paulo
Prefeitura retira 28 escolas do orçamento
 

Folha de S. Paulo
Moralidade empresarial, mulher na Internet
TJ proíbe veiculação de reportagem em TV
Sonda reforça tese de mar em lua de Júpiter
Principal projeto tem novo atraso
Eclipse lunar pode ser visto no Brasil
Estudo avalia efeito da redução da dose de remédio anti-Aids
Prefeitura retira escolas do Orçamento
Emeis melhoram formação
Violência causa "fuga" de alunos em Ribeirão
Mães pedem mais vagas em escolas
Grupo da USP lista desrespeito a direitos humanos no país
USP começou estudo em 98

 



Jornal da Tarde

Mães exigem vaga nas escolas públicas

                Cerca de 120 mães que não conseguiram vagas para os filhos no ensino
                fundamental em escolas das redes estadual e municipal realizaram ontem
                pela manhã uma manifestação em frente ao Palácio Bandeirantes, na Zona
                Sul. Elas exigiam do governador Mário Covas uma revisão junto à comunidade
                para reabrir as vagas de turnos extintos em 13 escolas. “O governo não está
                garantindo o ensino fundamental como prometeu. Algumas escolas tinham até
                quatro turnos escolares, mas pelo menos um turno foi extinto em cada
                instituição, deixando várias crianças sem estudo”, afirmou o coordenador do
                Sindicato dos Professores, Carlos Giannazi.

                Os manifestantes fizeram uma procissão com velas e uma cruz de dez metros
                que simbolizava a crucificação da Constituição Estadual. A secretária da
                Educação, Rose Neubauer, afirmou, por meio da Assessoria de Imprensa, que
                a reorganização do sistema educacional não está em questão e pediu ao
                coordenador que apresentasse os nomes das crianças que estariam sem vaga
                para averiguação. Giannazi informou que se não houver resposta até o fim da
                semana será feito um dossiê a ser apresentado a Unesco, Unicef e Banco
                Mundial.

 

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Material: escola impõe papelaria

                O Procon do Rio notificou a Escola Ceduc, em Jacarepaguá, que estaria
                impondo aos alunos locais específicos para a compra de material escolar. De
                acordo com o coordenador-geral do órgão, Átila Nunes Neto, o
                estabelecimento cobrava taxa obrigatória pelo serviço e não fornecia a lista,
                impedindo os pais de escolher o local de compra.

 

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PUC-SP divulga segunda chamada

                A Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) divulga hoje a lista de aprovados
                em segunda chamada no Processo Seletivo Unificado. A relação de aprovados
                e de convocados para as vagas remanescentes estarão no câmpus e na
                Internet: www.pucsp.br. Os aprovados devem efetuar a matrícula hoje e
                amanhã.

 

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PARCERIA

                Arte reintegra crianças em situação de risco

Projeto do TBC e do SOS Criança atende a 30 jovens carentes

                O Projeto SOS-TBC, uma parceria entre o SOS Criança (órgão da Secretaria
                de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo) e o Núcleo
                Jovem de Teatro do Teatro Brasileiro de Comédia, tem como objetivo integrar
                crianças e adolescentes em situação de risco na sociedade por meio da
                música e do teatro.

                A idéia é retirá-los das ruas, onde convivem com a violência, as drogas e o
                roubo, e proporcionar condições de crescimento individual. As atividades
                estimulam o raciocínio, auxiliam na formação do caráter e dos lados
                emocional e afetivo, preparando-as para o convívio em sociedade. “A arte
                aguça o lado humano deles e pode fornecer as forças de que essas crianças
                necessitam para enfrentar as dificuldades da vida”, explica o coordenador do
                SOS Criança Paulo Vítor.

                O projeto atende cerca de 30 crianças, com idade entre 12 e 17 anos. A
                primeira fase do projeto começou em julho do ano passado, na sede do SOS
                Criança. Hoje, o projeto é realizado nas dependências do teatro do TBC, na
                Bela Vista, região central.

                As crianças são selecionadas por meio de um levantamento da Secretaria de
                Assistência Social e convidadas a participar. Todas as segundas e
                quartas-feiras, das 10h às 12h, elas são levadas de ônibus até o TBC. “As
                aulas resultarão num espetáculo a ser apresentado no fim do ano”, diz a atriz
                Fezu Duarte, coordenadora do Núcleo Jovem.

 

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Procon proíbe adesivo emagrecedor

                Depois de receber uma série de reclamações sobre a ineficácia do produto “Le
                Patch”, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) decidiu
                acionar os órgãos competentes para tentar impedir a comercialização e
                divulgação do artigo no País.

                O produto, que é vendido na forma de adesivos, promete ser o mais eficiente
                método de emagrecimento da atualidade. Além de ser ineficiente, ele também
                burla algumas regras de comercialização. “O ‘Le Patch’ é vendido sem ter
                registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, afirmou Lúcia Helena
                Magalhães, técnica da área de saúde do Procon.

                Outro problema é a dificuldade de entrar em contato - para pedir ressarcimento
                - com a empresa norte-americana que comercializa o produto. “O único
                contato da empresa, no Brasil, é a caixa-postal da distribuidora, mas nunca
                recebemos resposta” disse a técnica do Procon.

 

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Febre amarela: laudo sai sexta

                O Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), divulga sexta-feira o laudo da
                análise laboratorial das amostras coletadas no estudante Alisson Neres, de
                Brasília, que morreu terça-feira retrasada com suspeitas de infecção por febre
                amarela. A data do resultado dos exames laboratoriais foi anunciada ontem
                pela biomédica Ana Cecília Cruz. Segundo ela, ainda faltam, pelo menos, três
                testes para a conclusão definitiva do laudo.

 

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Gripe: idade para ganhar vacina vai cair para 60 anos

                Medida é, até o momento, a única providência que o governo
                anunciou para combater eventual epidemia de gripe no País, que já
                atinge a Europa e os Estados Unidos

                O governo vai reduzir de 65 para 60 anos a idade mínima para o idoso ter
                direito à vacina contra gripe gratuitamente nos postos de saúde, a partir de
                abril. A medida, anunciada ontem pelo coordenador do Centro Nacional de
                Epidemiologia (Cenepe), do Minsitério da Saúde, Jarbas Barbosa, é, até o
                momento, a única que o governo vai adotar para combater uma eventual
                epidemia de gripe no País, como já ocorre na Europa e nos Estados Unidos.

                As vacinas – elaboradas a partir do cultivo das três variações mais prevalentes
                do influenza, o principal responsável pela gripe – mudam a cada ano, em
                função da constante mutação do vírus. Além disso, até o ano passado, a
                vacina contra a gripe era a mesma para os dois hemisférios. “A do ano 2000
                será diferente”, disse a médica do Centro de Imunizações do Hospital das
                Clínicas, Marta Lopes.

                Remédios

                Na Inglaterra, o influenza é o responsável pela pior epidemia da última década.
                Na França, os casos já ultrapassam cinco mil. E na Itália, 250 mil mortes
                foram registradas. O governo chinês também iniciou uma massiva campanha
                de vacinação para combater o vírus. Nos EUA, as recém-lançadas drogas que
                prometem combater o influenza – a Tamiflu, uma pílula do laboratório Roche, e
                o Relenza, droga via nasal da Glaxo – já viraram campeãs de venda.
                Ironicamente, especialistas acreditam que as duas novidades podem ajudar a
                espalhar ainda mais o vírus, já que esses produtos desestimulariam as
                pessoas a utilizarem a já conhecida vacina. As maiores epidemias da história
                do influenza foram a gripe espanhola (1918), a asiática (1957) e a de Hong
                Kong (1968).

                Mesmo sem poder afirmar qual o vírus que vem causando tantas ocorrências
                no Hemisfério Norte, os médicos brasileiros também acreditam que essa
                possa ser a epidemia mais intensa dos últimos dez anos. “Provavelmente se
                trata de uma variante do tipo ASidnei, responsável pela maioria dos casos de
                gripe do ano passado”, disse o coordenador do Grupo de Vigilância da Gripe,
                Eduardo Forleo. “Mas ainda não temos condições de afirmar.”

                Segundo o infectologista David Uip, além do maior número de pessoas
                infectadas, o que mais está preocupando nos casos registardos até o
                momento é o alto índice de complicações decorrentes da gripe, como otites,
                sinusites e pneumonias. Segundo Uip, já estão sendo notificados muitos
                casos de gripe em São Paulo, fato que chama atenção por estar ocorrendo no
                verão. “Essa gripe pode estar sendo causada pelo mesmo vírus do Hemisfério
                Norte, trazido por turistas, mas ainda não podemos afirmar.”

                Epidemia

                No entanto, a possibilidade de uma epidemia semelhante a do Hemisfério
                Norte ocorrer no Brasil é descartada pelos médicos. O chefe da disciplina de
                infectologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo, Antônio Iazzetti,
                explica que mesmo que o vírus seja trazido por turistas e infecte algumas
                pessoas, as chances de uma disseminação são pequenas. “As epidemias de
                gripe ocorrem principalmente no inverno, quando as pessoas ficam mais
                tempo em ambientes fechados, com pouca circulação do ar.” O coordenador
                do Cenepe também descartou a hipótese de o Brasil ser atingido por uma
                grande epidemia. “Não há motivos para pânico”, tranqüilizou Barbosa.

                O Ministério da Saúde espera vacinar 14 milhões de idosos neste ano. Para
                isso, o governo federal está gastando R$ 30 milhões com a aquisição da
                vacina contra a gripe, fabricada no Brasil numa parceria do Instituto Butantã de
                São Paulo com o francês Pasteur. No ano passado, nove milhões de idosos
                receberam a vacina.

                Chico Araújo e Carolina Hanashiro (colaborou Vitor Hugo Munaier)

 

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Estado de S. Paulo

Governo reduz idade mínima para vacina contra gripe

        Objetivo é fazer frente a vírus que está assustando a Europa;
         pessoas com 60 anos receberão imunizante

      BRASÍLIA - O governo reduzirá de 65 para 60 anos a idade mínima
 para o idoso ter direito, em abril, à vacina gratuita contra gripe nos postos de
 saúde. A medida foi anunciada ontem pelo coordenador do Centro Nacional
 de Epidemiologia (Cenepe) do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Essa é,
 até o momento, a única iniciativa que o governo pretende adotar para
 combater uma eventual epidemia de gripe no País, como já ocorre na Europa
 e nos Estados Unidos.

      A doença já atingiu níveis epidêmicos na Inglaterra, que, segundo as
 autoridades sanitárias do país, amarga agora um índice de 300 doentes por
 100 mil habitantes, com a internação dos mais idosos em UTIs. Na Escócia, já
 são 800 casos por 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos, espalha-se tão
 rapidamente que, dos 49 Estados oficialmente afetados, já atingiu o status de
 epidemia em 35 deles.

      Previsão - O surto da doença no Hemisfério Norte deverá fazer com
 que a próxima temporada de gripe no Brasil, entre o outono e o inverno, seja
 mais intensa, diz Eduardo Forleo, coordenador do Grupo de Vigilância da
 Gripe - órgão ligado à Universidade Federal de São Paulo (Ufesp) que
 colabora com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele lembra que o
 vírus causador da doença dissemina-se rapidamente.

      "O ministério decidiu baixar a faixa de idade para beneficiar um número
 maior de idosos com a vacina", disse o coordenador do Cenepe, advertindo
 que o imunizante não impede o idoso de contrair gripe, mas reduz os sintomas.

      Meta - Segundo Barbosa, devem ser vacinados este ano 14 milhões de
 idosos. Para isso, o governo federal está gastando R$ 30 milhões com a
 aquisição da vacina contra a gripe, fabricada no Brasil numa parceria do
 Instituto Butantã (SP) com o francês Pasteur. O número idosos que receberam
 a vacina no ano passado foi de 9 milhões.

      Forleo explica que 97% dos casos registrados no Hemisfério Norte
 foram provocados pelo vírus A/Sydney - um dos tipos de influenza, causador
 da gripe -, e os 3% restantes, de uma variação dele. "O que não se sabe ainda
 é se os casos mais graves foram provocados pelo A/Sydney ou por sua
 variante", diz ele.

      O fato, segundo o especialista, é que o A/Sydney é um vírus
 "globalizado", capaz de percorrer grandes distâncias em um curto espaço de
 tempo. Foi isolado na Austrália em 1997 e, no mesmo ano, infectou cidadãos
 europeus e norte-americanos, lembra o médico. "Por isso, é fácil imaginar que
 ele estará presente no Brasil no inverno, período em que sua propagação
 ocorre mais facilmente."

      O coordenador do Cenepe, no entanto, não acredita que o Brasil possa
 ser atingido por uma epidemia de gripe nos moldes da que ocorre atualmente
 na Europa e nos Estados Unidos. Barbosa lembra ainda que a cepa do vírus
 da gripe, a mesma que está provocando a epidemia no Reino Unido e em
 outros países europeus, já circulou no Brasil, no ano passado. Por conta disso,
 segundo ele, a cepa foi incluída no imunizante da doença. "Não há motivos
 para pânico", tranqüilizou Barbosa.

      A Fundação Nacional de Saúde vem acompanhando atentamente a
 epidemia de gripe na Europa. Até ontem, no entanto, o órgão não tinha
 montado nenhum esquema especial de prevenção à doença. "A única
 prevenção é a vacinação e sua data de aplicação não vai mudar", disse Jarbas
 Barbosa.

      Forleo disse que ainda não é possível determinar se a gripe terá, no
 Brasil, o mesmo grau de gravidade que apresenta no Hemisfério Norte.
 "Precisamos ainda acompanhar o desenrolar dos estudos sobre os casos lá
 para sabermos como será aqui no Brasil."

      Imunização cruzada - Ele lembra que, em outubro, o subtipo H3N2 do
 vírus influenza, ao qual pertence o A/Sydney, foi mantido na vacina contra a
 gripe utilizada no Brasil. "Mesmo no caso da variante, é provável que ocorra
 uma imunização cruzada, atenuando-se um pouco os efeitos da doença", disse
 ele. Isso dependerá, porém, do grau de mutação genética da variante.

      No ano passado, o vírus foi detectado em São Paulo pelo Instituto
 Adolfo Lutz, em amostras coletadas de pacientes hospitalizados. De acordo
 com a médica Maria Akiko Schida, do instituto, foram isoladas, entre as
 1.214 amostras coletadas, 124 do grupo A do influenza, das quais 73% eram
 do vírus A/Sydney. "Apesar disso, não registramos nenhum caso grave entre
 as internações", acrescentou. (Chico Araújo, Eugênio Melloni e Luiz Roberto
 de Souza Queiroz)

 

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Na Europa, vírus é considerado o bug do milênio

      Milhões de pessoas estão hospitalizadas; na Itália, registram-se 250
      mil casos por semana

      LONDRES - Para milhões de pessoas em todo o mundo, o bug do
 milênio, na verdade, é a gripe. Na Europa, milhões já foram para a cama. O
 Reino Unido enfrenta a pior epidemia em uma década. A França estima que a
 doença poderá possa atingir 5 milhões de pessoas. Um hospital norueguês
 está recrutando enfermeiras da vizinha Dinamarca.

      Nos Estados Unidos, a aprovação recente de drogas contra a gripe
 torna-se best-seller instantâneo. Na China, autoridades iniciaram um programa
 massivo e bem-sucedido de vacinação para combater o vírus.

      Segundo Daniel Lavanchy, coordenador das doenças epidêmicas da
 Organização Mundial de Saúde (OMS), "as campanhas de imunização não
 atingiram seus objetivos em vários países. Os grupos-alvo não estão cobertos,
 com poucas exceções, como na França."

      As grandes epidemias de gripe, de 1918 (a chamada gripe espanhola),
 1957 e 1968 mataram milhares de pessoas. O Centro Americano para
 Controle e Prevenção de Doenças informou que a gripe habitualmente mata
 cerca de 20 mil pessoas por ano nos Estados Unidos. Especialistas temem que
 uma séria epidemia não esteja distante. Ironicamente, duas novas drogas
 aprovadas podem afastar as pessoas da vacina. Tamiflu, uma pílula da Roche,
 e o inalante Relenza, da Glaxo Wellcome, prometem reduzir os sintomas da
 gripe para um dia em média.

      A Glaxo pediu ontem que o governo inglês reconsidere a decisão de
 que os médicos não deveriam prescrever o Relenza mesmo no momento em
 que o país enfrenta a epidemia. Em carta ao National Institute of Clinical
 Excellence (Nice), Michael Rawlins, e ao secretário da Saúde, Alan Milburn,
 o maior laboratório do país argumentou que seu produto poderia aliviar a
 epidemia. O governo decidiu, em outubro, que o National Health Service
 (NHC) não reembolsaria o uso de Relenza durante a prevista estação de gripe
 de 1999/2000 e advertiu os médicos a não prescreverem a droga. O Nice
 disse que os benefícios do remédio são "modestos".

      A indústria farmacêutica do Reino Unido condena a decisão do governo
 de não oferecer o Relenza e afirma que se trata de uma falsa economia. "Esse
 é um remédio que oferece resultados efetivos contra a gripe e poderia muito
 bem liberar leitos hospitalares", disse o porta-voz da Associação da Indústria
 Farmacêutica, Richard Ley.

      Itália - A Itália registra 250 mil casos de gripe por semana, segundo o
 Instituto Superior de Saúde. Esta é a terceira semana consecutiva em que
 aumenta o número de vítimas da doença nos hospitais. Segundo a responsável
 pelo Departamento de Epidemiologia, Stefania Salmaso, mais de 2 milhões de
 italianos estão de cama, afetados pela febre, e o número deve aumentar nas
 próximas semanas. Dois idosos morreram ontem na região de Salerno, vítimas
 das complicações decorrentes da gripe.

      A maioria dos hospitais públicos está repleta e a ministra da Saúde,
 Rosy Bindi, solicitou aos médicos dos serviços de saúde pública que evitem
 entrar em férias.Na Suíça, o porta-voz do departamento federal de saúde,
 Georg Amstutz, disse que o número de casos de gripe pode ser classificado
 como epidêmico também naquele país.

      O principal hospital de Oslo, na Noruega, o Ullevaal, está contratando
 enfermeiras na Dinamarca e adiando os tratamentos que não são de
 emergência porque os leitos estão ocupados por doentes de gripe.

      Antonine Flahault, do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica
 da França, disse que "a epidemia lembra a de 1989, que atingiu 5 milhões de
 pessoas em 13 semanas".

      Muitos hospitais checos proibiram visitas, numa tentativa de evitar o
 contágio. A China, a mais populosa nação do mundo, colhe resultados
 positivos de sua ambiciosa campanha de vacinação. A porta-voz do Ministério
 da Saúde Pública informou que a campanha produziu "bons resultados".
 Muitas pessoas, especialmente os idosos, fizeram fila nos hospitais de Pequim
 para receber a vacina. (Reuters, France Presse)

 

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Para Organização Mundial da Saúde, epidemia "não é incomum"

       Segundo entidade, situação atual não difere da ocorrida no ano
       passado

      A Organização Mundial da Saúde considera que a atual epidemia de
 gripe que afeta a Europa ocidental e os Estados Unidos "não tem nada de
 incomum". Para a OMS, a incidência dessa enfermidade não tem "até o
 momento nada de diferente em relação à situação do ano passado ou do
 anterior".

      Segundo previsões da organização, a epidemia, que afeta vários milhões
 de pessoas, se estenderá até os países do leste da Europa. A OMS enfatiza
 que esse é um vírus inteligente. "O vírus está sempre à frente de nós e qualquer
 coisa que fizermos chegará apenas perto dele", disse o coordenador de
 doenças epidêmicas da entidade, Daniel Lavanchy.

      Existem três formas de vírus da doença: A, B e C. O mais perigoso é o
 A, mas o B também pode ser letal. Em um ano normal, a gripe mata entre 3
 mil e 4 mil pessoas.

      Vacinas - A única forma de proteger-se contra a enfermidade é a
 vacinação, e nos últimos anos a OMS tem tentado prever corretamente "os
 três principais tipos de gripe de cada temporada, para realizar vacinas
 efetivas". Até o momento, a gripe afeta 2 milhões de pessoas na Itália, um
 contingente semelhante na França e quase 200 mil na Áustria. (EFE, Reuters e
 The Guardian)

 

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Este século registrou três pandemias

      Casos passados alertam para que os perigos da doença não sejam
      subestimados

      SARAH BOSELEY

      The Guardian

      LONDRES - Uma coisa é certa sobre o vírus que causa todos os tipos
 de gripe: ele sempre volta. Houve três pandemias (grandes epidemias) de gripe
 documentadas no século 20: em 1918, 1957 e 1968. A próxima pode ocorrer
 a qualquer momento.

      Quando ocorrer, os conhecidos sintomas da doença - dores de cabeça,
 dores musculares, suor e cansaço - certamente afetarão milhões de pessoas.
 Uma gripe não deve ser subestimada, pois é muito mais do que um simples
 resfriado. Uma das doenças mais antigas da humanidade, a gripe foi descrita
 pela primeira vez por Hipócrates em 412 a.C. A primeira pandemia registrada
 ocorreu em 1580, mas é provável que houve muitas antes dessa. Desde então,
 houve 31 grandes epidemias.

      Mutações - O poder da gripe vem da habilidade do vírus de mudar
 rápida e facilmente. Por isso, não existe apenas uma forma de gripe, mas, sim,
 uma variedade. Um dos problemas com a epidemia que atinge a Grã-Bretanha
 é de que ela está atacando muito a população idosa, apesar dos especialistas
 da Organização Mundial de Saúde (OMS) terem previsto corretamente que o
 vírus a ser temido este ano seria a mutação chamada Sydney.

      Todos os anos, virologistas tentam adivinhar quais formas do vírus irão
 atacar. Três formas podem ser incorporadas às vacinas, que são então
 produzidas em grande escala. Este ano, eles acertaram na mosca - o Sydney é
 o vírus que ataca a Grã-Bretanha. Mas a vacina não funcionou em todo
 mundo, já que o sistema imunológico de pessoas idosas nem sempre responde
 à vacina como deveria.

 

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EUA reforçam ações contra a tuberculose

      Governo põe em prática uma das maiores triagens para detectar o
      mal entre imigrantes

      NICK CHILES

      The New York Times

      NOVA YORK - Em razão do aumento do índice de casos de
 tuberculose nas nações em desenvolvimento, e do elevado número de
 imigrantes dessas regiões, funcionários da saúde do governo americano
 iniciaram uma das maiores triagens para detectar a doença entre os que
 ultrapassam as fronteiras do país desde os tempos de Ellis Island, quando os
 primeiros imigrantes chegaram aos Estados Unidos.

      Eles planejam instalar máquinas de raio X de alta velocidade em cada 1
 dos 19 centros de retenção de imigrantes do país. E começaram o lançamento
 de programas e testes em lugares em que eles se concentram, como escolas e
 igrejas.

      Atualmente, as autoridades da saúde pública não precisam fazer
 diagnósticos cruciais em segundos, como o fizeram em Ellis Island, além de
 contar com antibióticos eficientes e tratamentos para a maioria das doenças.
 Mas, hoje, têm de combater novas enfermidades - como a aids - e uma
 variedade de antigos males resistentes aos medicamentos - como a
 tuberculose.

      Fronteiras - Talvez mais importante ainda seja o fato de as fronteiras
 serem menos segura e de os imigrantes dificilmente entrarem no país pelo
 mesmo lugar e ao mesmo tempo.

      Hoje, os imigrantes legais são examinados em suas casas para detectar
 a presença de doenças infecciosas e disfunções que possam prejudicar outras
 pessoas. Entre elas, além da aids e da tuberculose, estão a sífilis, gonorréia e
 problemas mentais, como a esquizofrenia. Aqueles com doenças transmissíveis
 são mantidos fora do país até que a infecção ceda.

      Mas as centenas de milhares de imigrantes ilegais que entram no país
 todos os anos não passam por nenhum exame médico. Os Estados Unidos
 não mais deportam imigrantes por razões médicas. Assim, se o Serviço de
 Imigração e Naturalização retiver imigrantes com graves doenças contagiosas,
 o Serviço de Saúde Pública deve mantê-los isolados e tratá-los.

 

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MEC distribuirá 60 milhões de livros

      CHICO ARAÚJO

      Especial para o Estado

      BRASÍLIA - O governo federal vai distribuir, até 10 de fevereiro, 60,1
 milhões de livros didáticos para os alunos do ensino fundamental, beneficiando
 179 mil escolas de todo o País. A Região Nordeste receberá o maior número
 de livros: 33,44 milhões (55,5% do total).

      Para adquirir os livros e distribuí-los às escolas, o Ministério da
 Educação gastará R$ 254 milhões. A entrega do material será feita com a
 ajuda da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

      O MEC também enviou equipes às cinco regiões do País para
 acompanhar a distribuição do material às escolas. Além do livro didático, as
 equipes vão avaliar a distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os
 acervos do Programa Nacional de Biblioteca e os kits do Programa
 Alfabetização Solidária. Dos livros comprados pelo MEC, 26,5 milhões (44%
 do total) serão destinados aos alunos de 1ª série.

      Como não são reaproveitáveis, esses livros terão de ser repostos no
 próximo ano, informou o gerente de Produção e Distribuição do Programa
 Nacional de Distribuição do Livro Didático (PNDL), José Carlos Freitas. O
 MEC iniciou no ano passado um programa de reaproveitamento do material
 didático enviado às escolas de ensino fundamental, permitindo sua utilização
 por três anos consecutivos.

 

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Escola é acusada de induzir à compra de material

      No Rio, colégio não fornecia aos pais a lista de livros e cadernos e
      indicava local para aquisição

      FELIPE WERNECK

      RIO – O Procon do Rio notificou a escola Ceduc, em Jacarepaguá,
 zona oeste do Rio, que estaria impondo aos alunos locais específicos para a
 compra de material escolar. De acordo com o coordenador-geral do órgão,
 Átila Nunes Neto, o estabelecimento cobrava taxa obrigatória pelo serviço e
 não fornecia a lista, impedindo que os pais pudessem escolher o local de
 compra do material.

      O processo está em fase de análise no departamento jurídico do
 Procon, aguardando apresentação de defesa pela instituição. “A escola deve
 indicar a lista para que o aluno adquira o material onde quiser”, declarou o
 presidente da Confederação Nacional de Estabelecimentos de Ensino
 (Confenen), Roberto Dornas. “Obrigar a adquirir o material na escola é
 praticar a venda casada, o que não deve acontecer”, disse.

      Dornas defendeu a punição com multa, caso fique comprovado que o
 estabelecimento errou. A direção da Ceduc não foi localizada pelo Estado.

      De acordo com a Assessoria de Imprensa do Procon-RJ, desde o
 início do ano o órgão recebeu 20 reclamações envolvendo questões
 relacionados ao ensino no Rio. No ano passado, foram 761.

      “Essa prática de venda casada tornou-se um hábito em várias escolas
 do Rio”, afirmou o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da
 Assembléia Legislativa do Rio, deputado Átila Nunes (PMDB), sem
 apresentar provas. “Os pais têm o direito de pesquisar em papelarias,
 depósitos e lojas de departamento os preços mais baratos”, disse.

 

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Cientistas podem clonar espécie extinta de cabra

      MADRI - Ambientalistas da Espanha querem usar técnicas de
 clonagem para restabelecer uma espécie rara de cabra das montanhas, que se
 tornou extinta na semana passada, quando o último animal conhecido foi
 encontrado morto. Por prevenção, veterinários do governo regional de Aragon
 haviam capturado a cabra, de 13 anos, na última primavera, e retiraram
 amostras do tecido de sua orelha, no caso de precisarem cloná-la. As células
 estão preservadas, mas ainda não foi decidido se cientistas tentarão clonar o
 animal, cuja espécie, Capra pyrenaica pyrenaica, era conhecida como
 "bucardo", em espanhol. (Associated Press)

 

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Vírus pode estar ligado à doença de Lou Gehrig

      NOVA YORK - Cientistas identificaram um vírus no tecido da coluna
 vertebral de pessoas que morreram de esclerose lateral amiotrófica, também
 conhecida como doença de Lou Gehrig, levantando a possibilidade de que a
 doença mortal seja causada por uma infecção. Essa teoria existe há décadas,
 mas nunca foi provada. Se confirmada, o descobrimento do vírus poderia
 revolucionar o tratamento da doença, que ataca o sistema nervoso e
 gradualmente destrói a habilidade motora das pessoas. Não existe cura para a
 doença. O estudo, feito por pesquisadores de vários países, foi publicado este
 mês no jornal acadêmico Neurology. (NYT)

 

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Iniciada a construção de novo observatório

      MÉXICO - A Universidade de Sonora, Estado mexicano localizado
 próximo à fronteira com os Estados Unidos, anunciou ontem o início da
 construção do observatório astronômico Carl Sagan, que será o mais
 moderno da América Latina. A inauguração do observatório está prevista para
 maio de 2001 e o custo, de US$ 215 milhões, será pago pela universidade e
 pela iniciativa privada, disse o diretor de Astronomia da universidade, Antonio
 Sánchez. O observatório será construído no povoado Magdalena de Kino,
 240 quilômetros a noroeste de Hermosillo, capital de Sonora. (EFE)

 

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Denunciada ameaça de extinção de primatas

      WASHINGTON - O Conservation International, um grupo
 internacional de conservação ambiental, revelou anteontem que 25 espécies de
 primatas no mundo estão ameaçadas de extinção, incluindo 5 brasileiras. As
 espécies mais ameaçadas são o lêmure-dourado-do-bambu, em Madagáscar,
 o macaco-peludo-de-rabo-amarelo, nos trópicos dos Andes, o gorila da
 montanha, na África central, e o macaco-de-nariz-arrebitado de Tonkin, no
 Vietnã. No Brasil, estão ameaçados o mico-leão-dourado, mico-leão-negro,
 mico-leão-de cara-preta, o mono-carvoeiro e uma espécie de macaco-prego.
 (AP)

 

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Maciel garante verba para nau Capitânia

      BRASÍLIA - O vice-presidente Marco Maciel comprometeu-se ontem
 a liberar R$ 850 mil do Orçamento da União para a construção da réplica da
 nau Capitânia - embarcação na qual Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil
 em 1500 - e a montagem do museu em seu interior. O compromisso foi
 assumido ontem, segundo a Assessoria de Imprensa do Clube Naval, durante
 audiência em que Maciel recebeu o projeto da construção da embarcação,
 que deverá ficar pronta em março. Além de participar das comemorações dos
 500 anos no litoral da Bahia, a embarcação percorrerá várias cidades
 litorâneas até 2001.

 

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Pesquisa revela que exposição à violência aumenta entre jovens

        Estudo foi feito pelo Ministério da Justiça e Núcleo de Estudos
        contra a Violência

      SIMONE BIEHLER MATEOS

      Em apenas um ano, um em cada dez brasileiros teve de proteger-se de
 tiroteios, um em cada três testemunhou agressões físicas ou venda de drogas e
 um em cada cinco assistiu ao arrombamento de residências. Entre os jovens
 menores de 20 anos, a exposição à violência foi maior: em um ano, um em
 cada quatro deles teve conhecimento de algum jovem assassinado em seu
 bairro e 39% souberam de alguém assaltado no local nesse período. O
 contato desses jovens com a violência foi muito mais frequente e mais grave
 nas ruas do bairro do que na escola.

      Esses são alguns dos dados revelados pela pesquisa Atitudes, Normas
 Culturais e Valores em Relação à Violência, feita pelo Ministério da Justiça e
 pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo
 (USP). O trabalho foi feito a partir de entrevistas com 1.600 pessoas em dez
 capitais brasileiras.

      Segundo o estudo, 93% dos brasileiros avaliam que a violência vem
 crescendo, sendo que 17% consideram que o fenômeno tem forte impacto
 sobre sua própria família e 23%, sobre seu bairro. Só 10% avaliam que a
 polícia garante a segurança da população e 30% acreditam que conseguiria
 convencer um delegado a investigar um caso de que foi vítima.

      Apesar disso, 36% das pessoas consideraram boa ou muito boa a
 atuação da Polícia Federal e 27% avaliaram da mesma forma a Polícia Civil.
 O Exército foi a instituição mais bem-conceituada: 48% consideraram sua
 atuação boa ou muito boa. Já as prisões ficaram com a pior avaliação:
 somente 12% da amostra as considerou boa ou muito boa, seguidas da
 Justiça, com apenas 19%.

      Metade dos entrevistados acha justo usar a violência em defesa própria
 ou na de sua casa, enquanto 40% consideram o recurso justificável também na
 defesa da honra.

      Violência doméstica - A forma de violência aparentemente mais aceita
 foi a doméstica: metade dos entrevistados acredita que os pais têm o direito de
 corrigir os filhos como bem entenderem. A atitude coincide com o fato de
 73% dos entrevistados terem sofrido punições corporais quando criança.
 Embora 48% deles digam que as punições eram ocasionais, 52% eram
 punidos com vara ou cinto.

      Apesar disso, a psicóloga Nancy Cardia, coordenadora do trabalho,
 considera que o estudo desmente a tese de que há no Brasil uma cultura da
 violência. Nas conclusões, o estudo informa que "não se está desenvolvendo
 uma tolerância à violência". A justificativa é que os entrevistados só
 consideraram aceitável a violência como forma de prevenir ou retribuir a
 violência ou para coagir ou disciplinar. "As pessoas só ratificam a violência no
 limite da autodefesa", diz Nancy.

      O trabalho considerou positivo que 58% dos entrevistados já tivessem
 ouvido falar do Programa Nacional de Direitos Humanos, embora 47% não
 soubessem dizer do que se tratava e 9% achassem que fosse um programa
 para defender criminosos.

      Balanço nacional - O estudo foi divulgado conjuntamente com o 1º
 Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil, uma espécie de
 balanço dos primeiros dois anos (1997-1998) do Programa Nacional de
 Direitos Humanos, elaborado pelo Núcleo de Estudos da Violência em estreita
 colaboração com os governos estaduais. O trabalho abrange 22 Estados e o
 Distrito Federal. Goiás, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte não foram
 incluídos porque seus governos não forneceram informações. O relatório lista
 as violações dos direitos humanos que ocorrem em cada Estado e os avanços
 conseguidos.

      O secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Belisário Santos
 Júnior, destacou que transparecem em todo o relatório os problemas dos
 grupos de extermínio, da falta de controle da polícia, do mau funcionamento
 do sistema judicial e da impunidade. O relatório foi criticado pelo ex-ministro
 Bresser Pereira por não apresentar quadros estatísticos que permitissem
 comparar a situação nos vários Estados.

      Outra lacuna apontada foi a ausência de dados sobre o funcionamento
 do Judiciário e sobre a relação entre desemprego, distribuição de renda e o
 crescimento da violência. Essas ausências foram sentidas porque o relatório
 aponta a impunidade e a desigualdade social como duas das principais causas
 do aumento da violência.

 

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Jornal do Brasil

Gripe se espalha pela Europa

OMS lança alerta sobre virulência da cepa que acamou americanos

LONDRES - A gripe está se espalhando pela Europa Ocidental e deve chegar nos próximos
dias aos países do Leste, caracterizando-se como o verdadeiro "bug" (em inglês, micróbio) do
milênio. O número de pessoas acamadas só tende a aumentar e alguns países já consideram o
surto uma epidemia, pois há mais de 400 casos por 100.000 habitantes. A China, prevenida,
começou uma campanha de vacinação em massa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), sediada em Genebra, divulgou um alerta sobre a
cepa do vírus, batizado de influenza australiana ou h3n2. "Esse vírus é esperto e está sempre à
nossa frente", reconheceu Daniel Lavanchy, coordenador de epidemias da OMS.

Segundo Lavanchy, as campanhas de imunização não atingiram o objetivo em muitos países.
"A Europa e os Estados Unidos estão nas garras de uma epidemia", completou, ressaltando,
no entanto, que o número de óbitos está bem abaixo dos verificados durante as pandemias de
1918 ("gripe espanhola"), 1957 ("asiática") e 1968 ("Hong Kong").

Os números consolidados de uma epidemia, segundo fontes da OMS, só são conhecidos dois
anos após a eclosão da mesma. Nos Estados Unidos, entretanto, o Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta informou que a influenza mata anualmente 20.000
pessoas no país, a maioria idosos, os mais vulneráveis às consequências do vírus da gripe.

Casos de gripe foram registrados em 49 dos 50 estados e em 35 deles ganhou características
de epidemia. A influenza "entrou" no país pela costa oeste e caminhou em direção oriental na
época do Natal. Segundo o CDC, um surto típico de influenza dura entre um mês e meio e dois
meses.

Na Europa, acredita-se que 3 milhões de franceses estejam gripados, mas as autoridades
afirmam que a epidemia está sob controle e que os hospitais não foram obrigados a suspender
as cirurgias, como está acontecendo na Grã-Bretanha. Desde setembro, a França vem
adotando um programa de vacinação de idosos e anunciou que 85% de sua população com
mais de 65 anos foram imunizados.

Outro país com grande parte da população gripada é a Itália: as estimativas são de que 2
milhões de italianos vêm passando alguns dias de cama, derrubados pela variante Sidnei do
vírus h3n2. A cada semana, os novos casos registrados chegam a 250.000.

Porta-voz do Departamento de Saúde da Suíça informou que o número de casos de gripe já
caracteriza uma epidemia e se aproxima rapidamente das marcas recordes. Também na
Noruega, onde anualmente morrem 2.000 pessoas em decorrência da gripe, foi declarada a
epidemia. Na vizinha Suécia, a situação é semelhante: todos os hospitais estão superlotados
de pessoas gripadas e foi necessário "importar" enfermeiras da Dinamarca, onde a gripe está
sob controle.

Na Holanda, 20% da população de 15,7 milhões estão gripados e na Espanha o número de
casos neste inverno já supera em 30% os registrados no ano passado. As autoridades
espanholas divulgaram um alerta, advertindo que o pior está por acontecer, pois esperam que
a incidência máxima ocorra dentro de 15 dias.

A situação também é grave na Grã-Bretanha. O governo britânico não duvidou em classificar a
epidemia de gripe como "a pior dos últimos dez anos", escreveu Isabel Ferrer no jornal
espanhol El País. No domingo, as autoridades britânicas admitiram que temem a morte de
20.000 pessoas devido à gripe. Os hospitais estão apinhados de doentes com graves
problemas respiratórios. Por falta de leitos e de pessoal, todos os centros médicos do país
suspenderam as cirurgias e estão dando alta aos pacientes em melhores condições, não
gripados.

O Ministério da Saúde da Grã-Bretanha está considerando a possibilidade de vacinar antes do
próximo inverno todos os idosos. As campanhas anteriores atingiram apenas quatro em cada
dez idosos.

 

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Rússia impõe novo atraso à ISS

MOSCOU - O lançamento de um módulo de alojamento para a construção da Estação Espacial
Internacional (ISS, a sigla em inglês) foi adiado novamente, depois que engenheiros
detectaram falhas de fabricação no foguete Proton. Segundo a empresa fabricante, o módulo,
batizado de chamado Zvezda (Estrela, em russo), não poderá ser lançado até agosto,
atrasando ainda mais o projeto da estação, orçado em US$ 60 bilhões, e do qual participam 16
países, incluindo o Brasil.

O porta-voz da agência espacial russa, Serguei Gromov, assegurou que as peças defeituosas
serão substituídas, mas adiantou que o conserto vai demorar meses. "O foguete deve ficar
pronto no fim de junho. Depois disso, serão necessários 45 dias para preparar o módulo para
o lançamento", disse. A nova data deverá ser definida no próximo mês.

A Rússia, que encabeça a construção da estação, é acusada de ser a responsável pelos
constantes atrasos, que já duram 18 meses. Boa parte dos problemas deriva do fato de que a
nova geração dos foguetes Proton não vem correspondendo às expectativas.

Dois protótipos pegaram fogo logo após o lançamento, em 5 de julho e 27 de outubro do ano
passado. As autoridades russas afirmam que não vão lançar o Zvezda até pelo menos três
lançamentos dos Proton com sucesso.

 

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Nasa dobra missão para poupar dólar

WASHINGTON - A Nasa vai usar a mesma tripulação em duas missões sucessivas do ônibus
espacial este ano. Com isso a agência espacial americana pretende economizar dezenas de
milhões de dólares, já que não terá despesas com treinamento. Esta será a segunda vez em
toda a história da Nasa que a mesma tripulação desempenhará missões distintas no espaço. A
primeira foi em abril de 1998, quando problemas com abastecimento encurtaram a duração de
uma pesquisa sobre microgravidade. A tripulação, na época a bordo do shuttle Columbia,
retomou a missão três meses depois.

Desta vez, a tripulação vai reabastecer o módulo russo Zarya, lançado no fim de 1998, como
primeiro componente da Estação Espacial Internacional (ISS). Segundo a Nasa, o tempo de
serviço para o qual o Zarya foi projetado está chegando ao fim e ele já apresentou problemas.

Duas de suas seis baterias falharam e, apesar de funcionários na Nasa acreditarem que há
energia suficiente para que o módulo continue a funcionar, a agência acha que o Zarya poderá
ter complicações, se não for consertado logo. A tripulação que vai dar uma recauchutada no
Zarya será a mesma que irá para o espaço após o lançamento do Zvezda, quando este for
lançado em agosto, 25 meses depois da data inicialmente prevista.

 

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Agora São Paulo

SEM DINHEIRO

Prefeitura retira 28 escolas do orçamento
 
                    A cidade perdeu 18.600 vagas para
                   crianças de 4 a 6 anos. As Emeis
                   (Escolas Municipais de Educação
                   Infantil) deveriam ter sido construídas
                   em 99.
 
                  O número de escolas representa cerca de 7% do total da cidade
                  (389).
                  Das 26 Emeis previstas para 2000, apenas três são projetos novos.
                  Treze (56,5%) estão encalhados na pauta orçamentária desde o início
                  da gestão do prefeito Celso Pitta.
                  O balanço dos investimentos em educação infantil no ano de 99
                  também aponta obras paradas.
                  Mais da metade das 59 Emeis citadas no SEO (Sistema de Execução
                  Orçamentária) no ano passado já havia sido planejada há pelo menos
                  dois anos e até dezembro não tinha conseguido verba. Dessas 59
                  unidades, só cinco foram entregues.
                  A Secretaria da Educação do município diz que muitas obras
                  atrasaram ou deixaram o orçamento pela inviabilidade da construção
                  nas regiões previstas, mas que a demanda está suprida.
                  No entanto, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e
                  do Adolescente registrou, só no bairro de Itaquera (zona leste), 30
                  casos de falta de vagas em Emeis no ano passado.
                  O mais recente estudo disponível sobre sobre a rede municipal de
                  ensino também aponta déficit de vagas. Segundo pesquisa da
                  Fundação Instituto de Administração da USP (Universidade de São
                  Paulo), no ano de 97, cerca de 200 mil crianças de 4 a 6 anos
                  estavam fora da escola. Dessas, 44,1% não frequentavam escolas
                  por falta de vagas nas Emeis.
                  A dona-de-casa Simone Santos ainda não conseguiu vaga para a filha
                  Monique, 5 anos, na Emei Zumbi dos Palmares no Jardim Guanhembu
                  (zona sul). Ela diz que a menina ocupa a 132ª posição na ordem de
                  chegada na lista de espera, pois as vagas já haviam sido preenchidas.
                  "Fiquei revoltada. É muita humilhação."
                  Nesse bairro, há previsão de duas novas escolas no orçamento de
                  2000. As obras, porém, não saíram do papel desde que apareceram
                  pela primeira vez no SEO, em 96.
                  O Orçamento de 2000 também excluiu creches.
                  Para este ano, foram retirados 14 projetos dos 46 citados no SEO do
                  ano passado e acrescentadas seis novas obras.
                  Das 37 unidades previstas, há 21 creches (84% do total) que não
                  receberam nenhuma verba. Vinte e cinco já haviam entrado na pauta
                  orçamentária de 97 e 98.
                   (FSP)

 

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Folha de S. Paulo
 
Moralidade empresarial, mulher na Internet

             Uma nova moralidade dá à empresa
             um novo perfil que é, em certa
             medida, feminino

            RENATO JANINE RIBEIRO

            Uma série de outdoors de um provedor da Internet chama a
            atenção. Mostram as possibilidades que ela abre: "a Internet do
            conhecimento", "da galera", "da diversão" etc. Em suma, do trabalho
            e do lazer em suas diversas formas. Mas o que é significativo são
            dois desses cartazes.
            Um deles choca: "a Internet do dinheiro", apresentando dois homens
            de 60 anos ou mais, gordos, rindo debochados, um deles com um
            charuto. Somam-se os sinais para indicar que acabam de ganhar
            dinheiro -e muitíssimo- em alguma transação de puro negócio. São
            rentistas, especuladores. É o único outdoor que não atrai, cujos
            personagens não são socialmente positivos e que, provavelmente,
            dada a idade e a posição social, não usam a Internet. Em todos os
            outros é solicitada uma identificação, ou pelo menos uma empatia,
            do espectador com o cartaz. Mas ela parece difícil no caso desse
            outdoor.
            Ora, o que surpreende é que há outro cartaz: "a Internet da
            empresa", que é o contrário quase exato daquele (estranho, não é?
            Empresa e dinheiro deveriam andar juntos). Aqui, uma mulher
            bonita, elegante, sóbria, de seus 35 anos, aparece pensando.
            O contraste não poderia ser maior. O dinheiro, como fim em si,
            suscitando um prazer desbragado e quase obsceno, fica ligado ao
            mundo masculino, à velhice, ao deboche, no limite da imoralidade.
            Ele é improdutivo. Passou a época em que seria fértil, fecundo. Não
            trabalha nem gera. Seu prazer é anti-social.
            Mas a empresa -continuo falando dos cartazes- curiosamente não
            está no mundo do dinheiro nem do capital. Seu mundo pertence a
            um certo tipo de trabalho: feminino. Enquanto os dois homens riem,
            celebrando seu sucesso financeiro, a empresária, séria, medita seu
            ingresso e deslanche no mundo da produção. Provavelmente
            produza mais serviços do que bens -e mesmo que sejam bens, que
            sua matéria seja física, essa produção estará cada vez mais
            conotada pelas qualidades dos serviços.
            Ela é feminina porque produz cuidados, e não coisas; serviços, e não
            mera mercadoria. Mas, de todo modo, a empresária do outdoor está
            investida da moralidade que atribuímos à produção, e não à
            especulação.
            Os sinais dessa propaganda são muito claros -e mais ainda se não
            tiverem sido deliberados. Porque se o publicitário não teve em sua
            consciência o que estou aqui analisando, será indício de que captou,
            intuitivamente, uma série de mudanças nas mentalidades brasileiras.
            Vejamos quais.
            A mulher não se confina mais no lar, porém ocupa a simbologia da
            empresa no que esta tem de inovador: articular-se com o mundo
            pelos bites e fibras óticas. Mais que isso: pensar. A nova empresa
            -ouvimos isso todos os dias- não pode mais ficar só repetindo os
            hábitos do passado. Precisa inventar, enfrentar o risco. Ou seja,
            precisa substituir os bons contatos no governo pelo exercício do
            pensamento.
            Assim, a mulher, outsider no mundo da empresa -mas fecunda-
            torna-se emblema de uma nova idéia de empresa. Esta não tem a
            ver com a especulação, que recebe socialmente o estigma de algo
            terminal, amoral. Uma nova moralidade confere à empresa um novo
            perfil que é, em certa medida, feminino. E também o mundo de
            idéias novas tem mais a ver com a mulher inovadora do que com o
            homem repetitivo, com a jovem maturidade do que com a infecunda
            senilidade, com a produção do que com a predação.
            Mas essa empresa de idéias -e ideais- tem pouco a ver com o
            dinheiro. Talvez tenha dificuldade em se capitalizar. Talvez não
            tenha êxito. Mas não deixa de ser significativo, num país que
            valoriza o dinheiro -mas não a especulação-, que a empresa esteja
            adquirindo traços femininos ao mesmo tempo que altamente
            tecnológicos e que isso proponha uma nova moral das relações
            sociais, rompendo com a do ganho pelo ganho.
            Esse novo ideal pode dar certo ou pode ser apenas uma fantasia.
            Mas quem frequenta um pouco o que se escreve e diz sobre
            relações humanas na empresa ou sobre novos modos de gestão
            pode ver nesse outdoor bem mais do que um simples tiro n'água.
            Um projeto de moralidade empresarial ali cintila.
 

            Renato Janine Ribeiro, 49, é professor titular de ética e filosofia política da
            USP (Universidade de São Paulo) e autor de "A Última Razão dos Reis"
            (Companhia das Letras), entre outras obras.
 
 

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MÍDIA

            Rede Globo havia recorrido de sentença
 
TJ proíbe veiculação de reportagem em TV

            free-lance para a Folha

            O presidente interino do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro
            Costa Leite, confirmou a sentença do Tribunal de Justiça de
            Alagoas que proibiu a Rede Globo de veicular reportagens que
            vinculem o promotor de Justiça do Estado Sérgio Eduardo Simões à
            prostituição em Alagoas.
            A emissora estaria preparando um Globo Repórter que poderia
            mostrar o suposto envolvimento do promotor com a prostituição.
            Ao negar o pedido de liminar da Rede Globo, Costa Leite não julgou
            o mérito da questão, baseou-se apenas nos ritos processuais. Em
            seu deferimento, o ministro afirmou que o STJ não pode examinar o
            pedido até que o Tribunal de Justiça de Alagoas dê uma sentença
            conclusiva sobre o caso.
            A emissora foi proibida pelo Tribunal de Justiça de Alagoas de
            veicular a reportagem e recorreu da sentença com um agravo de
            instrumento no próprio tribunal, que ainda não foi examinado.
            Na medida cautelar proposta ao STJ, a emissora alega que a
            demora fere o seu direito à livre informação.

 

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CIÊNCIA
 
Sonda reforça tese de mar em lua de Júpiter

            MARCELO FERRONI
            Editor-assistente de Ciência

            Uma nova evidência obtida na semana passada pode comprovar
            definitivamente que Europa, uma das luas de Júpiter, contém um
            oceano líquido e salgado abaixo de sua crosta de gelo.
            A possibilidade de que Europa seja um satélite totalmente coberto
            por um oceano o transforma no principal candidato do Sistema Solar
            a abrigar formas de vida.
            Os novos dados foram coletados em 3 de janeiro pela sonda
            espacial Galileo, que deu um "rasante" no satélite, passando a 351
            km de sua superfície.
            Desta vez, foram medidas algumas variações no campo magnético
            do satélite, para determinar se existe ou não água líquida abaixo de
            sua crosta.
            Mais precisamente, um instrumento chamado magnetômetro
            estudou mudanças na posição do pólo magnético de Europa. Essas
            mudanças levaram à conclusão de que existe realmente um oceano
            submerso, que pode ter até 100 km de profundidade.

            Movimentos elétricos
            Quando uma bússola é observada, ela sempre aponta sua agulha
            para o pólo norte magnético do planeta. Na Terra, esse pólo, que se
            desloca um pouco todo o ano, está próximo ao Pólo Norte.
            Agora, se uma bússola fosse observada na superfície de Europa, a
            seta apontaria para uma região próxima ao equador. E o mais
            estranho é que o ponteiro iria variar muito ao longo de um ano. Isso
            porque os novos dados da Galileo indicam que o pólo magnético de
            Europa muda de posição a cada cinco horas e meia.
            Segundo Margaret Kivelson, da Universidade da Califórnia em Los
            Angeles, o grande deslocamento do norte magnético de Europa se
            deve à presença de água.
            Na Terra, cientistas acreditam que a existência do campo
            magnético e sua movimentação ocorrem devido às correntes
            elétricas geradas pelo deslocamento de metal fundido no centro do
            planeta. Em Europa, o principal causador das correntes elétricas
            pode ser o suposto oceano salgado.
            "Sou cautelosa por natureza, mas essa nova evidência certamente
            torna a idéia de um oceano muito mais persuasiva", disse a
            pesquisadora. Kivelson trabalha em conjunto com o Laboratório de
            Propulsão a Jato, da Nasa, que opera a sonda Galileo.
            "Correntes também poderiam fluir em gelo parcialmente derretido,
            mas isso faz pouco sentido, já que Europa é mais quente em seu
            interior e, assim, é mais provável que o gelo esteja totalmente
            derretido", completou Kivelson.

            Fissuras no gelo
            O indício é mais um a indicar a existência de água líquida. Em
            setembro de 1999, a revista "Science" publicou um estudo que
            mostrava a existência do oceano a partir de rachaduras na
            superfície do satélite.
            Segundo a pesquisa, as rachaduras no gelo ocorreriam devido a uma
            forte variação de marés em Europa.
            Em 2003, a Nasa planeja lançar a sonda espacial Europa Orbiter,
            para procurar dados que confirmem a teoria de que existe um
            oceano em Europa e identificar possíveis locais de pouso para
            missões futuras. A sonda deverá chegar a Júpiter em 2007

 

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Principal projeto tem novo atraso

            das agências internacionais

            Ao contrário da missão bem-sucedida da sonda Galileo, da Nasa, a
            montagem da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em
            inglês), o principal projeto da agência dos EUA e de outros países
            nesta década, passa por uma série de atrasos.
            O principal é o lançamento do módulo Zvezda, um alojamento de 13
            m de comprimento para três astronautas construído na Rússia, que
            foi adiado novamente.
            A causa do atraso seria um defeito em um dos foguetes
            propulsores, segundo Serguei Gromov, porta-voz da companhia
            Energia, que projetou o módulo.
            "Não será possível lançá-lo até agosto, pelo menos", disse Gromov.
            O lançamento do Zvezda estava originalmente previsto para julho de
            1999. Depois, passou para novembro e foi adiado novamente para
            este mês.

 

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Eclipse lunar pode ser visto no Brasil

            da Redação

            O primeiro eclipse lunar do ano 2000 e o último deste século poderá
            ser visto no Brasil.
            Durante o fenômeno, que deve ocorrer na madrugada do dia 21 de
            janeiro, a Lua passará pela sombra da Terra. Habitantes das
            Américas terão uma visão privilegiada do eclipse.
            O evento poderá ser acompanhado a olho nu, porém com binóculos
            será possível ver melhor as cores refletidas durante o eclipse lunar.

 

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Estudo avalia efeito da redução da dose de remédio anti-Aids

            da Reportagem Local

            A Casa da Aids, em São Paulo, está realizando um estudo para
            avaliar a redução do número de doses de medicamentos no
            tratamento anti-Aids. A intenção da pesquisa é reduzir o número de
            vezes que um paciente precisa tomar o remédio por dia e, com isso,
            melhorar a qualidade de vida.
            O estudo avaliou a droga nelfinavir. Na recomendação tradicional,
            doses de 750 mg são administradas três vezes ao dia.
            A pesquisa avaliou a administração de doses de 1.250 mg, duas
            vezes ao dia.
            Embora o estudo ainda esteja em andamento, dados
            norte-americanos indicaram que ambas as doses foram capazes de
            reduzir os níveis de HIV no sangue e aumentar o número de células
            de defesa no corpo. "É sempre bom ter uma experiência brasileira
            com a dosagem antes de começar a receitá-la", disse David Uip,
            coordenador do estudo.
            Hoje o coquetel é a única terapia existente para controlar a infecção
            pelo HIV. Por isso, centros de pesquisa e laboratórios
            farmacêuticos estão tentando facilitar a terapia para o paciente,
            reduzindo o número de doses diárias.
            O coquetel anti-HIV é composto por vários medicamentos. Um
            paciente portador do vírus da Aids pode chegar a consumir até 18
            pílulas em um dia. E não são todas no mesmo horário.
            Lembrar de tomar as pílulas é um passo importante para garantir
            um tratamento eficiente. Por isso, quanto menor o número de doses,
            melhor será a adesão do paciente ao tratamento.

 

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EDUCAÇÃO

            São Paulo desiste de construir 28 escolas de educação
            infantil e 14 creches previstas para o ano passado
 
Prefeitura retira escolas do Orçamento

            ADRIANA SOUZA SILVA
            da Reportagem Local

            A Prefeitura de São Paulo retirou do Orçamento deste ano 28
            Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) que deveriam ter
            sido construídas em 1999. O número representa 7% do total de
            Emeis da cidade (389). Essas escolas corresponderiam a 18.600
            vagas para crianças de 4 a 6 anos, considerando que cada Emei
            atenda a uma média de 600 alunos, de acordo com o Sindicato dos
            Profissionais de Educação do Ensino Municipal. Das 26 Emeis
            previstas para 2000, apenas três são projetos novos. Treze (56,5%)
            estão encalhados na pauta orçamentária desde o início da gestão do
            prefeito Celso Pitta, em 97. O balanço dos investimentos em
            educação infantil no ano de 99 também aponta obras paradas. Mais
            da metade das 59 Emeis citadas no SEO (Sistema de Execução
            Orçamentária) no ano passado já havia sido planejada há pelo
            menos dois anos e até dezembro último ainda não tinha conseguido
            verba. Dessas 59 unidades, apenas cinco foram entregues. A
            Secretaria da Educação do município diz que muitas obras
            atrasaram ou deixaram o orçamento pela inviabilidade da
            construção nas regiões previstas, mas que a demanda está suprida
            (veja reportagem ao lado). No entanto, o Conselho Municipal de
            Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente registrou, só no
            bairro de Itaquera (zona leste), 30 casos de falta de vagas em
            Emeis no ano passado. O mais recente estudo disponível sobre
            sobre a rede municipal de ensino também aponta déficit de vagas.
            Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração da USP
            (Universidade de São Paulo), no ano de 97 cerca de 200 mil
            crianças de 4 a 6 anos estavam fora da escola. Dessas, 44,1% não
            frequentavam escolas por falta de vagas nas Emeis.

            Creches
            O Orçamento de 2000 da prefeitura também excluiu creches.
            Para este ano, foram retirados 14 projetos dos 46 citados no SEO
            do ano passado e acrescentadas seis novas obras.
            Das 37 unidades previstas, há 21 creches (84% do total) que não
            receberam nenhuma verba até hoje. Vinte e cinco já haviam
            entrado na pauta orçamentária nos anos de 97 e 98.
            De acordo com o SEO, do total de creches previstas no ano
            passado apenas uma foi concluída, outras 41 não saíram do papel e
            quatro estariam em construção.
            A Secretaria Municipal da Família e Bem Estar Social, responsável
            pelas creches públicas, diz que os projetos foram excluídos por não
            apresentar condições para a abertura imediata de licitação (leia
            texto ao lado).

 

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Emeis melhoram formação

            ANTÔNIO GOIS
            da Reportagem Local

            A criança que passa pelas escolas de educação infantil tem um
            rendimento escolar melhor do que alunos matriculados no ensino
            fundamental sem terem experiência em sala de aula antes dos 7
            anos.
            "O estudante que passa por uma experiência de socialização antes
            dos sete anos é mais independente do que os demais", afirma o
            pesquisador da Fundação Carlos Chagas Moysés Kuhlmann Júnior.
            Para a conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE
            (Conselho Nacional de Educação) Regina de Assis, outra vantagem
            é que o aluno já aprende, desde cedo, a se expressar e se relacionar
            melhor com as demais crianças. "Essas qualidades vão ajudá-lo na
            escola, no convívio social e, quando crescer, no trabalho."
            A permanência nas classes de Educação Infantil é ainda mais
            recomendável para crianças carentes. "Em uma creche ou escola
            infantil, um filho de pais pobres pode desenvolver mais habilidades
            do que em casa", afirma.
            O presidente da Undime (União dos Dirigentes Municipais de
            Educação), Neroaldo Pontes de Azevedo, diz que a criação do
            Fundef (Fundo para o Desenvolvimento do Ensino Fundamental) é
            um dos principais responsáveis pela falta de investimentos públicos
            na educação infantil. "Muitas prefeituras passaram a priorizar o
            ensino fundamental visando essa contribuição."

 

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Violência causa "fuga" de alunos em Ribeirão

            ALESSANDRO BRAGHETO
            da Folha Ribeirão

            ANGELO SASTRE
            free-lance para a Folha Ribeirão

            O aumento da violência está provocando queda no índice das
            matrículas das escolas estaduais da periferia de Ribeirão Preto.
            A sobra nos cursos noturnos chega a 50%. Em contrapartida, os
            outros turnos registraram aumento na procura por vagas.
            Em cinco escolas da periferia ouvidas pela Folha, estão sobrando
            710 vagas, sendo que 600 são do período noturno.
            Para as escolas, os alunos estão trocando de período -da noite para
            a manhã ou tarde- ou se transferindo para outras unidades em locais
            mais seguros.
            "Infelizmente, a noite é dos bandidos. Temos de tomar cuidado",
            afirmou o vigia Adirlei Remundine, 22, que se transferiu da escola
            Amélia dos Santos Musa, nos Campos Elíseos, para uma outra no
            centro. De acordo com dados da Polícia Civil, os bairros periféricos
            foram responsáveis por 86,2% dos homicídios registrados durante o
            ano passado.
            A dirigente regional de ensino de Ribeirão, da Secretaria Estadual
            da Educação, Gertrudes Aparecida Ferreira, reconhece que está
            havendo uma redução na procura por vagas à noite.
            Entre as escolas consultadas pela Folha, a que apresentou maior
            redução de matrículas foi a Rafael Leme Franco. Segundo a
            direção, 50% dos alunos da noite não renovaram suas inscrições.
            Em abril do ano passado, dois alunos que assistiam a uma aula de
            educação física foram baleados, sendo que o estudante Jair Gallasso
            Filho, 17, morreu.
            De acordo com a diretora da escola, Célia Cocarelli, metade dos
            160 alunos do período noturno e 10% dos 700 alunos do diurno não
            haviam renovado as matrículas até anteontem.
            "Isso acaba prejudicando o planejamento das classes, já que a
            renovação das matrículas era para ter ocorrido até o final do ano
            passado, mas não creio que isso ocorreu por causa da violência",
            disse.
            Para o presidente do Conselho Municipal da Educação, Walter
            Colombini, o principal fator da evasão no período noturno é a falta
            de segurança. "Depois do que aconteceu no ano passado, os pais
            ficaram com medo e muitos mudaram seus filhos de escola."
            O presidente do Conselho Municipal da Segurança Escolar, José
            Roberto Ribeiro Arroyo, diz que o problema ocorre fora das
            escolas. Segundo ele, em 99, só um caso grave foi registrado nas
            escolas estaduais.

 

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Mães pedem mais vagas em escolas

            da Reportagem Local

            Setenta mães de alunos fizeram ontem um protesto em frente ao
            Palácio dos Bandeirantes. Elas pedem a abertura de vagas em
            escolas estaduais na região da Capela do Socorro, zona sul de São
            Paulo.
            Segundo as manifestantes, desde que a Secretaria de Estado da
            Educação passou a separar os alunos de séries distintas em prédios
            diferentes -a reorganização do ensino-, as escolas estaduais tiveram
            seu número de vagas reduzidas. Por isso, 600 crianças estariam
            sem escola na região.
            Elas tentaram entrar no palácio para entregar ao governador Mário
            Covas (PSDB) uma lista de 12 escolas que teriam salas ociosas.
            Como não conseguiram, saíram em "procissão" pelas ruas da região.
            A secretária de Estado da Educação de São Paulo, Rose Neubauer,
            informou que os nomes das crianças devem ser encaminhados à
            direção regional de ensino. "Vamos atender, em parceria com a
            prefeitura, a todos."
            Ela disse que foram abertas nas escolas daquela região, 18.870
            vagas e que, desde 95, elas funcionam em turnos de cinco horas.

 

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RELATÓRIO
 
Grupo da USP lista desrespeito a direitos humanos no país

            Violência policial é comum nos Estados

            ALESSANDRO SILVA
            da Reportagem Local

            A violência policial é a forma de desrespeitar direitos humanos mais
            comum nos Estados brasileiros, segundo relatório da USP
            (Universidade de São Paulo) que reúne os principais casos
            ocorridos no país na última década.
            Entre as 45 histórias citadas pelo ""Primeiro Relatório Nacional
            sobre os Direitos Humanos" como as de maior repercussão, 27
            envolvem policiais em casos de tortura de presos, assassinatos e
            ações de grupos de extermínio.
            Os abusos da polícia batem as disputas de terra, mais frequentes
            nos Estados da região Nordeste, as pendências políticas e os relatos
            de trabalho escravo.
            O documento, divulgado ontem em São Paulo, traz informações de
            22 Estados, mais o Distrito Federal, coletadas pelo Núcleo de
            Estudos da Violência (USP).
            ""Uma característica geral é o mau funcionamento das instituições
            policiais. O sistema criminal como um todo funciona mal", disse
            Paulo Sérgio Pinheiro, um dos coordenadores do estudo.
            O relatório elenca, entre os 27 casos, o massacre na Casa de
            Detenção do Carandiru, em São Paulo, como ficou conhecida a
            invasão da Polícia Militar para pôr fim a uma rebelião de presos e
            que resultou na morte de 111 detentos, e a Chacina de Vigário
            Geral, no Rio de Janeiro, cometida por policiais militares e civis em
            uma favela.
            O resultado disso, segundo Pinheiro, contribui para difundir o medo
            e a insegurança.

            Situação
            O primeiro relatório do gênero produzido no país não permite
            identificar o Estado com maior número de casos de desrespeito aos
            direitos humanos nem analisa as causas. Cita as situações graves e
            retrata quais providências foram tomadas pelos governos.
            Os Estados do Piauí, Maranhão, Goiás e Rio Grande do Norte não
            deram informações ao estudo.
            ""Mesmo contendo críticas e constatações das deficiências que
            ainda são muitas, o relatório mostra, por outro lado, que estão sendo
            atingidos avanços para desenvolver uma cultura de direitos humanos
            no país", afirmou José Gregori, secretário de Estado dos Direitos
            Humanos, ligado ao Ministério da Justiça.
            Em São Paulo, os pesquisadores destacam, por exemplo, o convênio
            entre a PM e a Cruz Vermelha para o treinamento de técnicas não
            letais de policiamento.
            ""O desafio desse relatório é divulgar as boas idéias para que elas
            sejam colocadas em prática", disse o secretário da Justiça e da
            Defesa da Cidadania de São Paulo, Belisário dos Santos Júnior.

 

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USP começou estudo em 98

            da Reportagem Local

            O ""Primeiro Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos"
            começou a ser elaborado em 98, a partir de contatos com os
            governos estaduais e com organizações não-governamentais.
            Os pesquisadores utilizaram ainda jornais, relatórios de conferências
            nacionais de direitos humanos e documentos da Comissão Pastoral
            da Terra e do Conselho Indigenista Missionário.
            Dividido por Estados, o documento analisa os conflitos e as medidas
            adotadas pelos governos. O estudo, além da violência policial, fala
            da superlotação das cadeias e das rebeliões em unidades de
            adolescentes infratores.

 

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