Agência USP de Notícias: 15 anos!


Em abril de 1995, dois repórteres e um editor iniciaram as atividades da Agência USP de Notícias. A missão: buscar nos laboratórios os resultados de pesquisas e estudos e levar a notícia a algumas redações de jornais, revistas, rádios e TVs, uma vez por semana, via fax modem.

Em 15 anos muita coisa mudou! Mas a missão dos atuais profissionais continua a mesma. Ao invés dos 70 receptores iniciais, hoje são mais de 2.500 os que recebem, todo final de tarde, os boletins diários via email. Há ainda os que acessam nossas notícias via Twitter ou recebem pelo RSS. Além disso, há o convênio com a Agência Estado, que retransmite os conteúdos da Agência a seus assinantes diariamente, desde 1995, graças ao acordo estabelecido entre a USP e o grupo de comunicação

A seguir você acompanha, numa linha do tempo, os principais acontecimentos que marcaram a trajetória da Agência USP de Notícias.


1995

+ Um milagre sem a ajuda de santos

O primeiro editor da Agência, Melchíades Cunha Júnior, narra os esforços do período inicial de trabalho.


Fac simile do boletim nº 01Éramos um exército Brancaleone. Dispúnhamos de dois velhos computadores (286), uma impressora imensa e preguiçosa , uma linha telefônica, um aparelho de fax e um desafio monumental pela frente. Nenhum dos três brancaleones (esse o total da armada; os outros dois atendem pelos nomes de Antonio Carlos Quinto e Ivanir Ferreira) tinha a menor experiência com informática. Partimos para as aulas no CCE e, surpresa!, a coisa não era tão complicada assim. Só que as máquinas não ajudavam.

"Exército Brancaleone" descrito por Cunha JúniorMas fomos em frente. E uma batalha ainda mais complicada nos aguardava: como despertar a Universidade para a criação de uma agência de notícias? Como fazer chegar a nós as informações relevantes, que permaneciam ignoradas do próprio público interno, que dizer então do externo?
Vista agora à distância, a entrada em operação da Agência USP de Notícias foi um milagre. E sem a ajuda de santos. Em 18 de abril de 1995, saía o primeiro Boletim de Notícias (de periodicidade semanal), com as seções “Destaque’, “Cursos”, “Seminários e Palestras”, “Defesa de Teses” e “Agenda Cultural”.

A USP já dispunha de um veículo adequado para fazê-la presente no mundo avançado da comunicação. Seus boletins, desde então, passaram a chegar à área acadêmica e às redações de todo o País, graças ao convênio que assinamos com a Agência Estado, que os retransmitia a custo zero.

Video 1Ao final do primeiro boletim, dizia Nota do Editor: Sejam bem vindos à Agência USP de Notícias. A partir desta data, iniciamos a transmissão de nossos boletins com informações sobre o que de mais relevante acontece nos campi da Universidade de São Paulo. Algumas notas que figurarão em nossos boletins, especialmente na seção “Destaques”, poderão ser entendidas como pré-pautas para as redações. Em todas elas constarão o nome e o telefone da fonte originária, a fim de que ela possa fornecer maiores informações aos interessados.

Sua bela história continua. Mas foi assim, pobrezinha e desamparada, que ela começou.

Por Melchíades Cunha Júnior - primeiro editor responsável da Agência USP de Notícias - texto publicado no especial do Boletim Mil da Agência USP de Notícias.

Convênio com Agência Estado

Convênio com Agência Estado Em maio de 1995, a  USP e a Agência Estado, do grupo O Estado de S.Paulo, assinaram um convênio de cooperação. Com o acordo, a Agência Estado passou a restransmitir a seus assinantes (cerca de 200 na época) os boletins emitidos pela Agência USP de Notícias. O convênio foi firmado entre o Reitor Flávio Fava de Moraes e o diretor da Agência Estado, Rodrigo Mesquita.

Primeiro site na Internet

Em 1995, com a internet recém-chegada à USP, os profissionais da Agência se aventuraram a desenhar a primeira home page do novo veículo.

Simples, em relação ao de hoje, o endereço continha em sua página central a íntegra do boletim da semana. No lado esquerdo, uma divisão agrupava os links para os boletins anteriores. No ano de 2001, o site foi redesenhado.

Mais boletins

boletins da Agência USPA partir do boletim nº19/95, do dia 21 agosto, os boletins da Agência USP passaram a ser transmitidos às redações às segundas e quartas –feiras.


Acontecia na USP
Mídias
A matéria Robô desenvolvido no ICMC: 100% de autonomia foi veiculada na Rede Globo. No áudio, a pesquisadora Roseli Aparecida Francelim Romero, fala da repercussão de sua entrevista à Agência USP de Notícias.
Video 1

1997

+ Da “sala ao lado” para o trabalho na redação!

A jornalista Renata Bessi relata sua experiência como a primeira estagiária da Agência USP de Notícias.


Meu primeiro contato com a Agência USP de Notícias foi de forma indireta, quando ganhei uma bolsa para estudar a imagem da USP em veículos de comunicação impresso. A sala em que trabalhávamos ficava ao lado da redação da Agência e logo passei a conhecer os jornalistas.

Renata Bessi: a dificuldade de transformar a complexidade científica em um texto curto e jornalísticoMeu companheiro no projeto era o estudante Charles Murphy, que hoje é biólogo e professor da Universidade Federal em Santo André. Comparecíamos a nosso local de trabalho todas as tardes, mas meu interesse foi se voltando, de fato, para a sala ao lado. Me chamava a atenção a agilidade com que os jornalistas processavam as informações e escreviam suas matérias. A forma como Melchíades Cunha Júnior, primeiro editor da Agência, sentava-se em frente ao computador, com toda a sua calma e seus cigarros, para editar o material produzido. Me intrigava os momentos de edição dos boletins, que para mim pareciam muito mais um ritual do editor. Eles geravam uma espécie de nervosismo saudável entre os jornalistas. Assim eu sentia toda aquela atmosfera, com meus 18 anos.

Neste período acabou surgindo uma vaga de bolsista para a Agência. Foi a chance que tive de mudar de sala. E foi o que aconteceu! Passei a fazer parte daquele trabalho de formiga para desvendar pesquisas, pesquisadores e laboratórios da USP e torná-los visíveis à sociedade.

A partir daí, passei também a sofrer do tal nervosismo saudável vindo do ritual do editor. Me lembro da primeira matéria que fiz. Foi uma entrevista com o astrônomo e professor do IAG, Augusto Damineli, sobre a estrela Eta Carinae. Melchíades massacrou meu texto. Não posso negar que teve razão. Senti toda a dificuldade de transformar a complexidade científica em um texto curto e jornalístico. Ainda mais porque eu cursava Relações Públicas e não de Jornalismo. Portanto não tinha o contato, nem mesmo teórico, com as técnicas jornalísticas.

Para além da parte técnica, o que me instigava era divulgar pesquisas que abalavam estruturas cristalizadas e preconceituosas da sociedade. Uma delas, me lembro, foi de uma pesquisadora da FFLCH que fez um longo trabalho desvendando o mundo dos jovens que viviam na extinta Febem, desmontando visões pré-concebidas da sociedade e do próprio poder público. Esta é uma raíz que alimento e que permanece em meus trabalhos até hoje.

Por Renata Bessi - jornalista do Programa Urbano – redução da pobreza urbana e acesso a Políticas Públicas Habitacionais na cidade de São Paulo, um projeto apoiado pela União Européia e pela Cafod (agência da Igreja Católica da Inglaterra e dos País de Gales para o Desenvolvimento).

Da redação para o mercado de trabalho!

Boa parte dos estagiários que passaram pela redação da Agência acabou conseguindo seu lugar no mercado de trabalho. Clique aqui e confira.
Acontecia na USP
Mídias
A reportagem Pomada à base de lectina de jaca cicatriza queimaduras, publicada na Agência, também foi matéria na Rede Globo. No áudio, a professora Maria Cristina Roque Barreira, responsável pela pesquisa, narra a experiência do trabalho com a Agência USP de Notícias.
Video 1

1998

+ Cresce o interesse pelos boletins!

A jornalista Márcia Avanza, que dirigiu a Agência entre 1998 e 2000, fala sobre o interesse de jornalistas e pesquisadores nos boletins.


Aumento do número de assinantes e boletim impresso a veículos do interior Em 1998, a periodicidade passou para três boletins semanais e dois novos estagiários foram contratados. “Eles foram orientados a fazer contato com os principais veículos de comunicação do País, para sondar o interesse em receber nossas notícias. Isso aumentou o número de assinantes”, conta a jornalista Márcia Furtado Avanza. Também foi criado um boletim mensal, impresso, encaminhado aos jornais do interior.

Márcia conta ainda que chegou a atuar como uma espécie de relações-públicas, visitando unidades para levantar pautas e divulgar o trabalho da Agência USP de Notícias. “Uma dessas pautas foi o do superbúrger desenvolvido na Faculdade de Saúde Pública”, comenta. A matéria foi publicada em julho de 1998 e teve muita repercussão na mídia.

Acontecia na USP
Mídias
Confira no áudio o depoimento do professor Alexandre Adalardo de Oliveira (ICB) sobre a pesquisa de sua autoria publicada na Agência com o título Um alerta sobre a emissão de CO2 na Amazônia.

2000

Chegam os boletins diários

Com o passar dos anos, cresceu o interesse dos jornalistas e dos pesquisadores. Essa demanda fez a periodicidade se tornar diária a partir de julho de 2000. Com a internet como aliada, os boletins, antes enviados por fax-modem, passaram a ser enviados por email.
Acontecia na USP
Mídias
Reportagem veiculada na Rede Mulher mostra as vantagens do consumo da carne de avestruz. A matéria original foi publicada na Agência com o título Carne de avestruz apresenta teor reduzido de colesterol

2001

+ Um novo site da Agência

O jornalista e webdesigner Roger Pascoal descreve a nova identidade visual da mídia.


Roger PascoalCom nova concepção e desenho, em 2001 foi criado o novo site da Agência USP de Notícias. “Foi planejada uma nova identidade visual, o que incluiu a mudança da logomarca”, explica Roger Pascoal, jornalista e webdesigner que trabalhava na Agência e desenvolveu o projeto. “Além disso, o site foi criado de forma a facilitar e agilizar o trabalho dos repórteres, com a criação de gabaritos, ou templates. Cada um podia montar a página de sua matéria.” O processo de elaboração da nova página, incluindo planejamento, desenvolvimento, implementação e treinamento do pessoal levou cerca de seis meses.

Nas novas configurações, o site apresentava seções e novas possibilidades de consulta aos textos produzidos. “Também divulgava informações institucionais sobre a Agência, algo que não acontecia anteriormente”, acrescenta o jornalista. A partir da mudança, além de receber os textos em seus e-mails, os jornalistas e demais assinantes da Agência também podiam navegar pelo site e assim ter acesso à produção científica da Universidade.


Acontecia na USP
Mídias
Fernando Braga da Costa não esperava tamanha repercussão de sua pesquisa. Aqui ele conta como foi a procura após a publicação da matéria Invisibilidade pública transforma pessoas em objetos.

2002

+ A Agência chegou ao Boletim Mil

Um material impresso, que também ficou disponibilizado na internet, foi elaborado pela equipe da Agência para comemorar a data: 5 de julho de 2002.


material impresso foi distribuído a professores da UniversidadeEm 5 de julho de 2002, a Agência USP publicou seu milésimo boletim. Para celebrar a data foi criado um material impresso distribuído para os professores da USP: o Boletim Mil. A publicação traz depoimentos da então coordenadora de Comunicação Social da USP, a professora Cremilda Medina; do primeiro editor da Agência, Melchíades Cunha Júnior, e de profissionais formados que trabalharam como estagiários na Agência USP.

Há ainda um texto que apresenta o trabalho da Agência Estado; um outro aborda uma pesquisa da ECA sobre as iniciativas da USP na área da comunicação, incluindo a trajetória da Agência USP; e um terceiro artigo destaca o avanço da ciência e da tecnologia no Brasil e de sua divulgação.

Também houve espaço para que cientistas das áreas de Tecnologia, Ciências Biológicas, Saúde e Humanidades, que tiveram seus trabalhos divulgados pela Agência USP, relatassem sobre a repercussão obtida. Por fim, um texto apresenta os principais serviços da Agência, como o Clipping USP.

Acontecia na USP
Mídias
A engenheira Marta Castelo de Moura Carrara, autora de um estudo sobre biorremediação, passou a ser uma leitora da Agência, a partir da matéria Poli testa “biorremédio” para degradar plasticantes. Ouça!

2005

CD-Rom marcou o décimo aniversário

Video 1O CD-Rom Agência USP de Notícias 10 Anos resultou de uma produção cuidadosa, com a participação de toda a equipe da redação e colaboração de outras mídias da CCS, como a Rádio USP e TV USP.

O documento multimídia reuniu informações sobre a trajetória da Agência USP de Notícias, bem como depoimentos em áudio e vídeo de dirigentes e pesquisadores da universidade. Jornalistas que acessam os conteúdos da Agência também deixaram seus depoimentos sobre a importância do veículo em suas atividades profissionais. O CD-Rom também traz reproduções de matérias que foram veiculadas em alguns telejornais das principais emissoras de TV, mostrando o alcance da produção da Agência.
Acontecia na USP
Mídias
O Jornal Nacional levou ao ar a reportagem sobre um estudo feitos em ratos com lesão da medula óssea. A matéria foi veiculada na Agência com o título Ratos com lesão de medula recuperam capacidade motora. Veja o vídeo.

2009

Sem recesso!

Para melhor atender seus receptores, a Agência USP passou a enviar normalmente os boletins, mesmo durante o recesso acadêmico da Universidade.

Nos meses de janeiro e fevereiro, a periodicidade dos boletins era alterada em virtude do recesso acadêmico na USP: eram publicados dois boletins por semana, em janeiro, e três em fevereiro. O boletim só voltava a ser diário após o carnaval. Em janeiro de 2009 isso mudou: desde então, nos meses de janeiro e fevereiro, a periodicidade continua a ser diária.

+ Novo site

O webdesigner George Campos fala sobre o projeto de desenvolvimento do novo site da Agência USP.


Com a modernização, a quantidade de acessos ao site da Agência USP  triplicou, diz George CamposUm site mais organizado, moderno e funcional para os visitantes entrou no ar em agosto de 2009. "Devido a quantidade de informações publicadas diariamente, o layout anterior já não atendia as necessidades para localização e organização do conteúdo publicado. Era difícil o internauta encontrar o que desejava", conta o webdesigner George Campos Azevedo, que trabalhou no projeto.

Foram criadas as editorias Ciências, Cultura, Educação, Especiais, Esporte e Lazer, Institucional, Meio ambiente, Saúde, Sociedade, Tecnologia e Vídeos. Outras duas novidades: o Twitter e o RSS. "Também foi criado um logotipo, que dá uma identidade visual e fortalece a imagem do veículo junto ao público.”

Campos conta que tudo foi pensado para “alguém que não tivesse nenhum conhecimento técnico. O pessoal pode gerenciar tudo sozinho”, garante. A publicação das notícias pode ser ao longo da semana, inclusive remotamente. Além disso, a quantidade de acessos ao site triplicou.

Acontecia na USP
Mídias
Assista a reportagem da Rede Mulher sobre as propriedades benéficas do amaranto na redução dos níveis de colesterol. A fonte da matéria foi um boletim da Agência USP que divulgava uma pesquisa sobre o tema.

2010

+ Uma experiência fascinante!

O jornalista Antonio Carlos Quinto, atual diretor da Agência USP de Notícias, fala do aumento da responsabilidade e da busca diária pelo novo


Quinto: desde o início, o sentimento de ser um privilegiadoSou, de fato, um privilegiado! Em abril de 1995, juntamente com a jornalista Ivanir Ferreira, eu integrava aquele “Exército Brancaleone” que, capitaneado pelo jornalista Melchíades Cunha Júnior, iniciou as atividades da Agência USP de Notícias. “Tempos felizes” em que tudo era novidade. Afinal, iniciávamos uma caminhada com a missão de reportar à sociedade resultados de estudos, pesquisas e demais atividades da Universidade.

Saía pelo campus em busca das novidades. Nos murais das unidades, os avisos de seminários, palestras, cursos, etc. me interessavam todos. Sempre fizeram parte de minhas anotações. Éramos todos ilustres desconhecidos por aqui, e nosso trabalho mais ainda.

Aos poucos, as coisas passaram a acontecer. Algumas de nossas matérias ganhavam espaço em uma ou outra publicação, principalmente em jornais do interior do estado. A “armada” do Melchíades foi crescendo e ganhando cada vez mais confiança com a contratação de estagiários da ECA.

Os “tempos continuaram felizes.” Nada mais fascinante do que descobrir a cada dia as novidades dos laboratórios e cumprir a função de transmitir ao público a “ciência como notícia”. O contato cotidiano com o cientista e seu mundo nos enriquece em todos os aspectos!

Passados 15 anos, ainda tenho o privilégio de estar por aqui e ter sido revigorado, de tempos em tempos, pela energia positiva dos que passaram pela redação da Agência: dos jornalistas aos estagiários, que emprestaram parte de sua energia nessa empreitada diária. Hoje, nosso material não é mais reproduzido apenas em alguns jornais do interior. Emissoras de rádio e televisão, revistas, jornais e sites de internet de todo o País reproduzem nossas notícias ou as utilizam como pré-pauta. Crescemos em importância e, consequentemente, em responsabilidade.

Passados esses 15 anos, tenho a plena a certeza de que os “tempos ainda são muito felizes e tudo ainda é novidade!”, e que a busca pelo que há de novo na Ciência deverá ser sempre incessante, incansável, diária.

Antonio Carlos Quinto – jornalista e diretor da Agência USP de Notícias desde 2001.

+ Ampliando o alcance de nossas notícias

A Agência USP de Notícias firmou uma parceria com a Elemídia, que veiculará nossos conteúdos em diversos ambientes


No início deste ano, a Agência USP de Notícias firmou um contrato de parceria com a Elemídia, empresa de mídia digital que veicula conteúdos publicitários e noticiosos em diversos ambientes. A parceria prevê que os boletins da Agência serão veiculados gratuitamente aos clientes da empresa que demonstrarem interesse nas informações.

A iniciativa da parceria partiu da própria Elemídia e, a partir de agora, os conteúdos dos boletins da Agência USP de Notícias poderão ser vistos em monitores gerenciados pela empresa em Shopping Centers, Hotéis, Edifícios Comerciais, etc. A expectativa é que, com a parceria, as informações dos boletins da Agência ampliem ainda mais seu alcance.

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