São Paulo, 18
de setembro de 1998 n.322/98
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Conhecida como a "doença das manias", é muito mais freqüente do que se imagina e compromete as atividades normais das pessoas. O Instituto de Psiquiatria do HCFM/USP pesquisa tratamentos que podem auxiliar os portadores. |
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Jornadas
no Ceuma debate Religião na América Subdesenvolvida
Semana
de Arte e Cultura da USP
no
Museu de Zoologia, no Cinusp e em Piracicaba
Introdução
ao Estudo das Teorias e Práticas do Yoga na FFLCH
Pesquisadores do Projeto
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (PROTOC), do Instituto de Psiquiatria
do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, coordenados
pelo professor Eurípedes Constantino Miguel Filho, vêm realizando
estudos para atenuar os efeitos do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC),
popularmente conhecido como a "Doença das Manias", que pode compro-meter
as atividades de uma pessoa em casa, no trabalho ou na escola.
Por muitos anos, o TOC foi
consi-derado raro. Atualmente, porém, já se sabe que é
uma doença mental mais comum que a esquizofrenia, sendo a quarta
na classificação das doenças mais freqüentes,
ficando atrás da depressão, das fobias, das dependências
químicas e atingindo quase 3% da população mundial.
O TOC causa uma espécie
de aprisionamento por pensamentos ou ima-gens ruins e freqüentes (obsessão),
e provoca comportamentos repetitivos sem sentido (compulsão), como
rituais ou manias que aliviam a ansiedade gerada pela obsessão.
Mães que, constantemente, pensam que podem machucar seus bebês
ou deixá-los cair do colo são um exemplo típico. As
idéias, em geral, são associadas às pessoas próximas
e queridas. Esses pensamentos levam a convulsões como a preocupação
com a organização, limpeza, necessidade de simetria, lavar
sempre as mãos, tocar coisas ou pessoas várias vezes e realizar
tarefas ou atividades de forma repetida e balanceada.
Para a psiquiatra e pesquisadora
do Instituto de Psiquiatria do HCFM-USP, Maria Conceição
do Rosário Campos, muitos doentes deixam de procurar um médico
por desconhecer a doença e o tratamento, ou simplesmente por vergonha.
"São pessoas que, provavelmente, vêm se sentindo mal e se
sentido diferente há muito tempo. Pode parecer simples, mas é
muito intenso. As pessoas devem sempre procurar acompanhamento médico,
o que não significa precisar de tratamento. Conhecer a doença
já auxilia a muitos portadores".
De acordo com Conceição,
uma das características do paciente com TOC é não
perder o senso crítico. Sabe que o pensamento é infundado,
mas causa tanta ansiedade que é impossível desligar-se ou
deixar de fazer algo para aliviar o sofrimento.
É preciso diferenciar
pensamentos ruins esporádicos, comuns a qualquer pessoa, da obsessão.
Segundo a pesqui-sadora, esses pensamentos são eventuais e, mesmo
que causem mal estar, as pessoas conseguem desligar-se deles. "Uma pessoa
sai de casa e fica em dúvida se desligou ou não o gás
do fogão. Numa pessoa normal, verificar que ele está desligado
é o suficiente para desativar os circuitos internos do cérebro.
Para um portador da doença, o ato de olhar, tocar e cheirar não
basta para deixar de pensar no assunto. Portadores do TOC não apresentam
alteração em testes psicoló-gicos de memória
e não são esquecidos ou demenciados. Os exames existentes
não detectam nenhuma anormalidade".
Hoje, as pesquisas investigam
os familiares dos pacientes, já que a doença possui substratos
genéticos. Estudos mostraram que a freqüência de TOC
em gêmeos monozigóticos é maior que em gêmeos
dizigóticos. "Não podemos afirmar com certeza que um pai
vai passar para o filho, mas existem características genéticas".
Atualmente, técnicas sofisti-cadas realizam o mapeamento genético
da família. Os estudos, porém, levam em conta, ainda, os
fatores ambientais e os substratos neurobiológicos e fenótipos
(como a doença vai se manifestar) que, segundo a pesquisadora, relacionam-se
e influenciam-se mutuamente. "Isso justifi-ca o trabalho feito no Brasil.
Apesar de poucos recursos tecnológicos, a carac-terização
clínica no País é melhor".
Na tentativa de estabelecer
subgrupos, esses especialistas do Instituto de Psiquiatria vêm pesquisando
o TOC como um transtorno heterogêneo e não como uma doença
isolada. Conceição acredita que essa é uma tendência
atual na pesquisa de doenças. O grupo trabalha também Transtornos
de Tiques (TT) e a Síndrome de Tourette (ST), caracterizada pela
presença de tiques motores e vocais.
Para a psiquiatra, o melhor
ca-minho para um portador de uma dessas doenças é procurar
a Associação de Portadores de Síndrome de Tourette,
Tiques e Transtorno Obsessivo-Compul-sivo (ASTOC), criada há 2 anos
e que já conta com 2 mil associados. Por falta de verba própria,
a Associação funciona, provisoriamente, na sala do PROTOC,
no Hospital das Clínicas. A ASTOC enca-minha pacientes para os centros
de tra-tamento, organiza encontros pedagógicos e orienta portadores
e seus familiares.
Mais informações:
(
(011) 280-9198 ou 3069-6972 no PROTOC, com a pesquisadora
Fundamentos da Física
Entre os dias 21 e 25 de
setembro, sempre às 9 horas, o Instituto de Estudos Avançados
(IEA) da USP promove o simpósio David Bohn – Fundamentos da Física.
O IEA fica na Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária.
Mais informações:
(
(011) 818-3919 ou 818-4442.
E-mail iea@edu.usp.br.
Home-page www.usp.br/iea
Exposição, Jornada Científica
e Música no Maria Antonia
Vai até o próximo
dia 22 a exposição da artista Marlene Crespo, com xilogravuras
e tapeçarias, no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma)
da USP.
No mesmo dia haverá
o Recital Noturno de Piano e Violino, com Clélia Kiszely
e Luis Felipe Coelho, promoção conjunta do Centro e do Departamento
de Música da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da
USP. No programa, Kreisler, De Falla e Sarasate.
Ainda na programação
a palestra Programa Propagador, de Jornada Científica, que
acontece no dia 20, às 9 horas, com o professor Milton Ferreira
de Souza, no Salão Nobre.
O Centro Universitário
fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque.
Mais informações:
(
(011) 255-5538.
Semana de Arte e Cultura no Museu de Zoologia
O Museu de Zoologia da USP
cede espaço, de 21 a 27 de setembro, sempre às 17 horas,
à 3ª Semana de Arte e Cultura da USP. Confira:
Museu e Educação,
palestra que será proferida dia 21 pela Dra. Maria Cristina Bruno
(do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP);
Coleções
Zoológicas, palestra que acontece no dia 22, com Dr. Carlos
Roberto F. Brandão (do próprio Museu de Zoologia);
Ação Cultural
de Unidades de Lazer e de Ensino Universitário no Bairro do Ipiranga:
Atualidade e Projetos, mesa-redonda, no dia 24, com representantes
do Museu de Zoologia, da Universidade Estadual Paulista, da Universidade
São Marcos e do SESC.
Mais informações:
(
(011)274-3455 e 274-3690.
Semana de Arte e Cultura também em Piracicaba
A 3a Semana
de Arte & Cultura contará com eventos também em Piracicaba,
entre os dias 21 e 25. As atividades integram, simultaneamente, a 8ª
Semana Cultural Esalq e os 97 anos de fundação da Escola
Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz".
Os eventos serão
no Teatro Municipal "Dr. Losso Netto", às 20h30, com entrada franca.
Todos os dias, às 12 horas, haverá o Almoço Musical,
no
restaurante dos professores da Esalq. Entre outros espetáculos,
o evento contará com dança do ventre, apresentação
da Banda Sinfônica da Unicamp e do Coral Luiz de Queiroz, e apresentação
da peça Lisístrata do grego Aristófanes. No
encerramento, o show Pingo de Fortaleza.
Mais informações:
(019) 429-4100, r. 4404.
Programação da TV USP
De 21 a 27 de setembro a
TV USP apresentará a seguinte programação:
Panorama USP, destacando
a exposição A Lição de Caravaggio, no
MASP. Apresenta também uma reportagem sobre o certificado ISO
9000 e a importância da qualidade total. Explica, ainda, o que
é SAPO - décima Semana de Arte organizada pelo Grêmio
da Poli e a reportagem sobre Odontologia Psicossomática,
tratamento que relaciona as emoções com os problemas bucais.
Mostra, finalmente, o som da banda Moleques de Rua, composta por
mais de 50 meninos e meninas do bairro de Vila Santa Catarina. Dia 21 (segunda-feira)
às 8 horas, 12h30, 17 horas e 21h30; dia 23 (quarta) às 9
horas, 13, 18 e 23h30; dia 25 (sexta) às 10 horas, 14h30, 19 horas
e 23h30; e dia 27 (domingo) às 11h30 e 20h30.
TV Centrinho, uma
das primeiras TVs Universitárias do País, com produção
centralizada no Hospital Centrinho da USP de Bauru. Neste programa, o tema
do "Bate-papo com Luiz Barco" é alcoolismo. "Ciência
na rua" explica o exame de paternidade e "Em dia com a saúde"
aborda a adoção de crianças. Dia 22 (terça-feira),
às 8h30, 13 horas, 17h30 e 22 horas; dia 24 (quinta), às
9h30, 14 horas, 18h30 e 23 horas; dia 26 (sábado), às 11,
15h30, 20 e 0h30; e dia 27 (domingo), às 16 e 1 hora.
A TV USP pode ser sintonizada
pelas operadoras NET, canal 15; TVA, canais 15 ou 73; e Multicanal, canal
15.
Mais informações:
(
(011) 818-4101; e-mail: tvusp@edu.usp.br
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Doutorado
Virando o jogo: estivadores
e carregadores no Rio de Janeiro da Primeira República. Maria
Cecília Velasco e Cruz. Dia 22/9, 14 horas.
Mestrado
Para um dicionário
terminológico da área da nefrologia. Nirvana Ferraz Santos
Sampaio. Dia 23/9, 14 horas.
Serafim da Silva Neto
(1917-1960) e a filologia brasileira. Um ensaio historiográfico
sobre o papel da liderança na articulação de um paradigma
em ciência da linguagem. Olga Ferreira Coelho. Dia 23/9, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 818-4626
Instituto de Biociências
Mestrado
Caracterização
de lagartos do grupo nanuzae do gênero tropidurus (iguania: tropiduridae)
através da análise de padrões de fragmentos de restrição
do DNA mitocondrial. José Carlos Passoni. Dia 22/9, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 818-7517
Instituto de Geociências
Doutorado
Revisão das espécies
do gênero lepidotes agassis, 1832 (actinopterygii, semionotiformes)
do mesozóico do Brasil, com comentários sobre as relações
filogenéticas da família semionotidae. Valéria
Gallo-da-Silva. Dia 23/9, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 818-4143
Instituto Astronômico e Geofísico
Mestrado
Dinâmica de Satélites
Fictícios Terrestres. Nelson Callegari Jr. Dia 21/9, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 577-8599, r. 226
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374,
conj. 244.
Tel. 818-4411/818-4691 Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689 E-mail: agenusp@edu.usp.br Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html Repórteres: Antonio Carlos Quinto, Ivanir Ferreira e Márcia Furtado Avanza Estagiários: Renata Bessi, Henry Koibuchi Sakane, Maria Carolina Maia e Alvaro Magalhães |
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