São Paulo, 02 de dezembro de 1998 n.353/98
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Pesquisa acelera a floração de orquídeas
Estudos realizados no Laboratório de Fisiologia Vegetal do IB comprovam que a floração "in vitro" da orquídea psygmanchis pusilla, originária da Amazônia, pode durar apenas quatro meses. Em seu ambiente natural, a planta leva até três anos para florescer.

Faculdade de Saúde Pública da USP e Fundacentro realizam, em Franca, oficina de debates sobre trabalho infantil

Cepeusp promove simpósio de Educação Física Adaptada
 

Pré-Escola Lugar de Vida, do Instituto de Psicologia, abre inscrições para seus cursos dia 1º
 


Destaques


Pesquisador desenvolve floração "in vitro" de orquídeas brasileiras
        Antes de iniciarem-se as pesquisas do professor Gilberto Kerbauy, as orquídeas psygmanchis pusilla demoravam três anos para florescer. Depois de seis anos de trabalho no Laboratório de Fisiologia Vegetal do Instituto de Biociências da USP, as flores destas orquídeas já podem desabrochar em apenas quatro meses.
        O princípio da pesquisa sobre floração de orquídeas foi ocasional, "como sempre", diz Gilberto, que desde o começo contou com a colaboração de Ana Paula Artimonte Vaz, sua aluna de pós-graduação. "Após viajar para a Amazônia, um amigo trouxe-nos sementes destas plantinhas e eu as coloquei no laboratório para germinar. Tempos depois percebi que algumas plantas além de germinarem, haviam florido, em condições incomuns", conta o professor.
        Estas orquídeas só florescem em regiões de clima estável, como seu local de origem, Belém do Pará, onde a média da temperatura no verão é de 30º C e no inverno, 25º C. Em São Paulo o florescimento seria impossível, mas no frasco do laboratório elas floresceram.
        A experiência mostrou a Gilberto e Ana Paula que era possível realizar floração "in vitro" de orquídeas. Os pesquisadores acompanharam, a partir de então, o processo de florescimento em frasco de laboratório de inúmeras orquídeas. "No começo tivemos algumas dificuldades, os botões de flores surgiam, mas não desabrochavam", lembra Ana Paula. Ao longo do tempo puderam observar e compreender melhor a fisiologia da planta. Com isto, desenvolveu-se a técnica de floração.
        Atualmente, esta técnica de floração "in vitro" da orquídea estudada pelo professor é bastante eficiente. "Para chegar a estes resultados, estudamos as condições ideais para o florescimento, levando em conta o comportamento hormonal da planta e as condições climáticas", afirma Gilberto. No frasco, as plantas florescem doze vezes mais rápido do que em seu ambiente natural. "O frasco é uma espécie de UTI, lá a orquídea tem tudo o que precisa", compara.
        Depois do florescimento a planta pode sair do frasco de laboratório. O mercado nacional de flores ainda não utiliza esta técnica, mas num congresso científico realizado em Brasília as orquídeas florescidas no Laboratório de Fisiologia Vegetal da USP foram distribuídas como brindes. "É um presente de alta tecnologia", comenta Gilberto, que foi procurado por professores estrangeiros surpresos por este tipo de souvenirs ainda não ser explorado por empresários.
        O professor ressalta que o Laboratório de Fisiologia Vegetal foi o primeiro laboratório de biotecnologia brasileiro. Criado em 1969, iniciou as pesquisas buscando a clonagem de orquídeas atingindo resultados significativos. Recentemente, conseguiu desenvolver a clonagem a partir da ponta da raiz. Segundo Gilberto, o trabalho do laboratório "é uma pesquisa básica e aplicada. Básica porque é um modelo incomum. Aplicada porque consegue passar isto para o mercado. Gera produtos, gera trabalho, gera empregos..."
        O professor mostra-se satisfeito por ter, após anos de trabalho, contribuído com o estudo de orquídeas brasileiras. "Para realizar pesquisas deste tipo, o importante é acreditar e trabalhar com insistência... Há, por exemplo, um estudo sobre placenta que desenvolvo há dez anos", conclui.
        Mais informações: ( (011) 818-7548, com o próprio professor.
Política de uso qualificado do campus pode ser ampliada

        A Prefeitura da Cidade Universitária (PCO) e a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP vêm trabalhando juntas com a finalidade de ampliar o uso qualificado do campus da Cidade Universitária aos sábados e domingos. A intenção é oferecer mais opções culturais às visitas monitoradas, levando os visitantes até os museus.
        O programa USP Comunidade, encerrado há quatro anos atrás, deixava aberto os portões da Cidade Universitária para que a população pudesse utilizá-lo como área de lazer. "Era um uso sem nenhuma vinculação com a finalidade da Universidade, que é o ensino, a pesquisa, e a extensão à comunida-de", afirma Adilson Avansi de Abreu, pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária.
        Em 1994, após alguns incidentes, o programa USP Comunidade foi encerrado. A partir de então, a Cidade Universitária ficaria aberta ao público somente para atividades ligadas à função da universidade, sobretudo realizações culturais, com visitas monitoradas.
        Atualmente, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária estuda a ampliação da fluência da população ao campus nos finais de semanas. Para isso, constituiu um grupo de trabalho baseado nos museus. O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) propôs a abertura de seu acervo aos sábados e domingos, dentro da programação de visitas monitoradas. A idéia é treinar alunos bolsistas para acompanhar pessoas que visitem os museus. De acordo com Adilson Avansi de Abreu, é possível que esta abertura do MAE torne-se um piloto, estendendo-se posterior-mente aos outros museus do campus. "Nessa programação poderia se incluir as unidades que possuem acervos museológicos, como o Instituto de Geociências e o Instituto Oceanográfico, por exemplo".
        Mais informações: ( (011) 818-3469
 


Cursos, Seminários e Palestras

Trabalho infantil
        A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e a FUNDACENTRO realizam, na Câmara Municipal de Franca, dias 6 e 7 de dezembro, a Oficina de Trabalho A Dimensão do Comprometimento da Saúde no Campo do Trabalho Infantil: Alternativas e Soluções.
        A Oficina é resultado de uma pesquisa sobre a Influência da Terceirização da Indústria Calçadista de Franca - SP no desenvolvimento da criança trabalhadora, e visa contribuir para os programas de proteção à criança e ao adolescente e oferecer subsídios para a implantação de políticas públicas sobre o trabalho infanto-juvenil.
        Os temas a serem discutidos são: Efeitos do trabalho precoce no desenvolvimento e na saúde: percepção das crianças, pais e professores; O trabalho infanto-juvenil e o programa de geração de renda; Trabalho infanto-juvenil e a ameaça da rua: lazer e alternativas. Com os resultados dessa oficina será elaborado um Manual sobre o tema.
        Mais informações: ( (011) 3066-7766, com Ana Caricari.

Simpósio no Cepeusp
        De 10 a 13 de dezembro, no Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), acontece o VII Simpósio Paulista de Educação Física Adaptada.
        Em discussão, a atividade motora adaptada, como campo profissional e de pesquisa. Serão também divulgados trabalhos científicos e experiências profissionais relacionadas à área. O Simpósio será composto de conferências, mesas redondas, cursos, exposição de temas livres e de posters. Participarão convidados nacionais e internacionais.
        As inscrições devem ser feitas no Cepeusp. A taxa é de R$70,00. Quem preferir se inscrever por fax, deve pagar a taxa no Banespa (033), agência 0658, conta n. 43.05104-2.
        Mais informações: ( (011) 818-3361, das 9 às 16 horas, ou pelo e-mail cepeusp@edu.com.br. Fax: (011) 818-3362.

Congressos de Anatomia
        Acontecem, de 13 a 19 de dezembro, no Navio M S Funchal, o XII Congresso Panamericano de Anatomia e o XVIII Congresso Brasileiro de Anatomia.
        O navio seguirá do Porto de Santos à cidade de Fortaleza, no Ceará. Os eventos ocorrem a bordo.
        Mais informações: ( (011) 818-7258.


Curso da Pré-Escola Lugar de Vida
        A Pré-Escola Terapêutica Lugar de Vida, instituição vinculada ao Instituto de Psicologia da USP, está com inscrições abertas de 1º a 10 de dezembro para o curso de especialização (Pós-Graduação Latu Sensu) Tratamento e Escolarização de Crianças com Distúrbios Globais do Desenvolvimento, destinado a psicólogos e pedagogos, que acontece de março de 1999 a dezembro de 2000, com aulas teóricas às segundas-feiras, das 14 às 16 horas.
        A seleção acontece de 2 a 5 de fevereiro do próximo ano. O valor da matrícula é de R$125,00, e a mensalidade é de R$250,00. O público alvo é de psicólogos e pedagogos.
        Mais informações: ( (011) 818-4386.


Agenda Cultural

Cultura afro-brasileira
        A Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e a Estação Ciência, ambas da USP, promovem, dias 11 e 12 de dezembro, a oficina cultural Cantos e danças Afro-Brasileiras do Sudeste.
        A oficina será composta de aulas expositivas com áudio, vídeo e fotografia, e aulas práticas, onde os participantes dançarão junto com os músicos-pesquisadores do Grupo Cachuera. O evento pretende mostrar ao público algumas danças de origem afro-brasileiras pouco conhecidas, mas que ainda são praticadas na região Sudeste do País.
        Mais informações: ( (011) 263-7022.


Defesa de Teses

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Doutorado
        Os Kanamari da Amazônia Ocidental história e etnografia. Maria do Rosário Gonçalves de Carvalho. Dia 09/12, 9 horas.
        Sociedade civil e participação cidadã no poder local. Elenaldo Celso Teixeira. Dia 10/12, 14 horas.
Mestrado
        Trajetórias do discurso utópico – uma leitura comparativa, entre Levantado do Chão, de José Saramago, e Yaka, de Pepeleta. Vima Lia de Rossi Martin. Dia 09/12, 14 horas.
        A presença de Mikhail Bakhtin em dissertações de mestrado e teses de doutorado, em letras, da USP e PUC-SP, no período de 1972 a 1996. Clara Ávila Ornellas. Dia 10/12, 14 horas.
        Construindo uma instituição: Escola Paulista de Medicina (1933-1956). Márcia Regina Barros da Silva. Dia 10/12, 14 horas.
        Mais informações: ( (011) 818-4626

Instituto de Biociências
Doutorado
        Estudo citogenético de tumores de retinoblastoma. Maria Josefina Cano Córdoba. Dia 10/12, 14 horas.
Mestrado
        Epistasia e heterose em Drosophila mercatorum. Martha Alessandra Beltrame de Oliveira Lima. Dia 9/12, 9 horas.
        Mais informações: ( (011) 818-7517

Instituto de Psicologia
Doutorado
        Controle do comportamento por relações entre estímulos em cebus apella. Romariz da Silva Barros. Dia 9/12, 14 horas.
        O procedimento de desenhos-estórias como modalidade de intervenção nas consultas terapêuticas infantis. Thames Waléria Borges. Dia 09/12, 9 horas.
        Mais informações: ( (011) 818-4183

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Doutorado
        Estudos da correlação entre os tipos de vascularização arterial e a irrigação do Nodus sinoatrialis em corações de caprinos da raça BHUJ Brasileira. João Batista da Costa. Dia 10/12, 14 horas.
Mestrado
        Avaliação computadorizada da área das valvas atrioventriculares e de suas cúspides em corações humanos normais. Rosangela Monteiro Bonfá. Dia 10/12, 8h30.
        Mais informações: ( (011) 818-7650.

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Mestrado
        Estudo de alguns aspectos do desenvolvimento neuropsicomotor e atividade exploratório da criança pré-termo normal. Fernanda Loopes Beriatti. Dia 7/12.
        Mais informações: (016) ( 602-3675.
 
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244. 
Tel. 818-4411/818-4691 - Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689
E-mail: agenusp@edu.usp.br
Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html
Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza (Mtb: 11.552)
Repórteres: Antonio Carlos Quinto, Ivanir Ferreira
Estagiários: Renata Bessi, Henry Koibuchi Sakane, Carolina Cavalcanti e Alvaro Magalhães
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