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A historiadora Andrea Paula
dos Santos, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da USP, procurou, nas Forças Armadas do Brasil, militares
que foram contrários à repressão e ao abuso de poder
do exército, situações agravadas no regime militar.
Com a pesquisa, que é tema de sua dissertação de mestrado,
Andrea quer documentar a existência de uma minoria esquerdista nas
Forças Armadas. "Hoje, esses militares não possuem peso no
exército, foram colocados na reserva mas exerceram influência
na Instituição até o Golpe Militar de 1964", explica.
Para Andrea, quando se fala
em militar logo se pensa em "direita", na repressão que uma geração
inteira sofreu em sua vida política, social e educacional, idéia
encontrada na maior parte da literatura. Mas, para mostrar o que não
está em nenhum livro de história, Andrea entrevistou 17 pessoas
que representam, no mínimo, três gerações de
militares que assumiram posições contrárias. "Os mais
antigos, com idade entre 85 e 90 anos, participaram do Movimento Tenentista
e do Levante Comunista. Os mais novos, com cerca de 60 anos, foram contra
o Golpe de 1964. E ainda há os que participaram da Segunda Guerra
Mundial", conta a pesquisadora.
"Essa esquerda dentro das
Forças Armadas era heterogênea. Apesar da formação
militar, alguns ficaram à esquerda pelo próprio contexto
social e político do País, outros por influências familiares",
diz Andrea. Alguns disseram ter lido as Teorias de Marx e admiravam os
movimentos comunistas internacionais. Participaram de Movimentos Comunistas,
enquanto outros integraram o Partido Socialista Brasileiro ou o Partido
Trabalhista Brasileiro, apoiado por Getúlio Vargas.
Em comum, possuem uma história
de perseguição. Foram expulsos do exército, presos,
discriminados e torturados. Perderam seus empregos e foram prejudicados
em suas carreiras, além de serem considerados bandidos pelos documentos
oficiais do exército. No Regime Militar, o simples fato de possuir
posições conflitantes ao sistema, mesmo que não fosse
de forma atuante, era passível de punição. "Ao ser
expulso, o militar ficava impossibilitado de exercer sua profissão
em qualquer outro lugar, além de ser considerado morto. A esposa,
então, recebia uma pensão como viúva", relata Andrea.
Mas a exclusão, segundo
a pesquisadora, não é o único ponto em comum dessas
pessoas. Defendiam, e ainda defendem, idéias como o nacionalismo,
o patriotismo, o desenvolvimento tecnológico/social do País
e melhor distribuição de renda. Lutaram e ainda possuem uma
atuação política em defesa de uma sociedade igualitária
e democrática. "Acreditam que um País tem que gerir seus
próprios recursos sem uma alta dívida externa e não
depender de empresas estrangeiras. Combatiam a influência imperialista
norte-americana, que ajudou no Golpe de 64 e contribuiu com a repressão
social, através de compra de armas e treinamentos de pessoal", diz
Andrea.
"Os entrevistados não
rejeitam a Instituição Militar, mas têm o sentimento
de defesa e preservação dessa Instituição.
Porém, reconhecem que foi feito mau uso de seu poder, acreditando
que as Forças Armadas ainda podem ajudar no desenvolvimento da Soberania
Nacional", acrescenta a historiadora.
Segundo os depoimentos,
alguns militares que eram da direita, hoje juntaram-se aos da esquerda
pois perceberam que as políticas do Regime Militar acarretaram a
desnacionalização do País. "Conversei com um senhor
que não quis gravar entrevista, porque atua politicamente com pessoas
que o prejudicou durante a ditadura. Outros contaram que encontraram torturadores
e carcereiros que hoje reconhecem que os ideais igualitários que
defendiam não eram nenhum absurdo", conclui.
Mais informações:
( (011) 689-8667 ou 818-3760/3701/3731, ramal
248, ou pelo e-mail andreaps@usp.br
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O Centro de Saúde
Escola "Geraldo de Paula Souza", da Faculdade de Saúde Pública
(FSP) da USP, além de um Diretor Administrativo, agora tem também
um Diretor Clínico, que terá a função de coordenar
e dirigir a atuação do Corpo Clínico do Centro de
Saúde, conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina.
Essa nova função
terá ainda como competência fazer cumprir as metas do regimento
interno da Instituição, dentre as quais se destacam: contribuir
para o bom desempenho dos profissionais de Saúde da Instituição,
assegurar melhor assistência médica aos pacientes da Unidade,
colaborar para o aperfeiçoamento dos médicos e do pessoal
técnico, estimular a pesquisa e o ensino médico, cooperar
com a administração da Instituição visando
a melhoria da assistência médica prestada e estabelecer rotinas
e esquemas para a melhoria dos serviços prestados.
Também por determinação
do Conselho Federal de Medicina, foi realizada a eleição
para Diretor do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza da
FSP. Dr. Mário Luiz de Camargo, médico oftalmologista, foi
o eleito para o cargo.
Ao longo de sua carreira,
o Dr. Mário Luiz já foi Médico Supervisor da Clínica
Oftalmológica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade
de Medicina da USP, Chefe do Serviço de Pronto Socorro de Oftalmologia
do HC, Senior Registrar do Addembrooke’s Hospital da Universidade de Cambridge
– Inglaterra, Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo. É autor de dezenas de artigos médicos especializados
em revistas científicas nacionais e estrangeiras, além de
colaborações em livros de Oftalmologia e Congressos médicos.
Novos cursos do Projeto Atual-Tec
O Projeto Atual-Tec (Atualização
Tecnológica), criado e organizado sob a responsabilidade da Coordenadoria
Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades
Especiais (CECAE) da USP, com o objetivo de promover a sensibilização
tecnológica nas micro, pequenas e médias empresas mediante
o aproveitamento do potencial tecnológico da USP, está oferecendo
os seguintes cursos em janeiro:
Qualidade no atendimento
ao público, de 26 a 29 deste mês, das 18h30 às
21h30;
Reciclagem do plástico,
também de 26 a 29, das 18h30 às 22h30.
O valor da inscrição
é de R$225,00, ou R$200,00 para pagamentos até dia 20 de
janeiro, para os dois programas. Os cursos são ministrados em unidades
localizadas dentro do campus da USP em São Paulo.
Mais informações:
( (011) 818-3903 e 818-4164.
Internet: pelo
sitehttp://cecae.usp.br/atualtec;
e-mail: atualtec@org.usp.br.
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Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244.
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