São Paulo, 30 de junho de 1999 n.424/99
Arquivo
 
Relíquia dos 500 anos de Brasil 
Historiadora da FFLCH pesquisou a imagem de Nossa Senhora da Esperança, que acompanhou Pedro Alvares Cabral na viagem do descobrimento do Brasil. O fato demonstra a religiosidade e o desejo de proteção na aventura às novas terras. 
 
As doenças oculares causadas pelo inverno
Workshop de Engenharia de Sistemas na Poli

Destaques 
Imagem de Nossa Senhora é relíquia histórica do descobrimento do Brasil
        Uma imagem de Nossa Senhora da Esperança acompanhou a esquadra cabralina na viagem à Índia, em cujo contexto foi descoberto o Brasil. A imagem da Santa, que se encontra hoje na igreja de Sant’Iago, em Belmonte, Portugal, foi colocada no altar para as duas missas do descobrimento, celebrada pelo frei Henrique de Coimbra.
        "Fatos comprovam a veracidade da presença da imagem nas embarcações portuguesas", conta a pesquisadora Maria Regina da Cunha Rodrigues Simões de Paula, professora do curso de Pós-Graduação em Historia Social da USP. A imagem foi examinada por uma das maiores autoridades em estatuária sacra, o monge beneditino Dom Clemente Maria da Silva Nigra, que declarou ser a imagem quinhentista. Do ponto de vista historiográfico, existe o próprio testamento de Pedro Alvares Cabral e outros documentos ainda preservados com referências à imagem. Cabral revelou o desejo em manter um círio (vela) para iluminar sempre a imagem de Nossa Senhora da Esperança, de sua propriedade, carregada na viagem por ele capitaneada, em 9 de março de 1500 e volta em 23 de junho de 1501.
        No Brasil, os primeiros estudos sobre Nossa Senhora da Esperança foram feitos pela primeira vez, em 1958, por Maria Regina, ainda como aluna, quando recuperou o primeiro capítulo da História do Brasil. Segundo a pesquisadora tudo começou no encontro casual de uma foto-legenda encontrada no arquivo paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Ó, bairro da Freguesia do Ó, em São Paulo, com o esclarecimento que esta era também uma das invocações de Nossa Senhora da Esperança.
        O maestro Vila Lobos declarou-se inspirado na imagem ao escrever uma sinfonia para Brasília. O cardeal dom Carlos Carmelo Motta falou à imprensa o seu propósito de levar à conferência Nacional dos Bispos, CNBB, na reunião de Goiânia em 1958, o problema do retorno ao Brasil, da venerada e histórica imagem de Nossa Senhora da Esperança. Tal empenho não ocorreu. Para inauguração de Brasília, apesar das negociações diplomáticas, os portugueses, mais especificamente os belmontenses, chegaram a ficar armados diante da igreja, obstruindo a saída da disputada imagem de Nossa Senhora da Esperança. Dois anos depois, foi trazida à capital brasileira, uma cópia em mármore, que hoje se encontra na catedral de Brasília, sem os atributos da verdadeira.
        A imagem verdadeira é de pedra de Ançã (espécie de pedra sabão) policromada, nas cores blau, ouro e sinopla. É uma imagem barroca, quinhentista de 1,10 m, tendo como atributos no braço esquerdo o Menino Deus e no direito uma pomba, que desde o episódio da Arca de Noé passou a ser o símbolo teológico da Esperança. Na cabeça, uma coroa dos quatro arcos imperiais, da dinastia portuguesa dos grandes descobrimentos.
        Segundo Maria Regina, as comemorações dos 500 anos do Brasil é uma motivação para a retomada do assunto e sugere que se confie a um escultor especializado em arte sacra uma cópia fac-símile da peça autêntica.
        Mais informações: ( (011) 263-3251 com a pesquisadora Maria Regina Simões de Paula.

Frio provoca aumento de doenças oculares
        O inverno não promete só frio: é nessa época que se registra um significativo aumento nas doenças do segmento externo dos olhos. Isso ocorre porque a dispersão dos poluentes, dificultada pelo clima frio e seco, torna o meio ambiente poluído e prejudicial para as mucosas oculares. O ar seco favorece a evaporação e provoca o ressecamento das mucosas, que necessitam estar sempre bastante úmidas e lubrificadas. As estruturas mais atingidas pelas mudanças climáticas são as pálpebras, a borda dos cílios, a conjuntiva e a córnea, ou seja, toda a parte externa do olho.
        Segundo o professor Mario Luiz de Camargo, médico oftalmologista do Centro de Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, os sintomas são, em geral, "inespecíficos, isto é, não é possível determinar a causa somente a partir dos sintomas apresentados". Já os quadros clínicos variam de acordo com o local em que se dá a irritação. Se forem atingidos os cílios e as pálpebras, por exemplo, fala-se em blefarites. No caso de irritamento na conjuntiva, o caso é de conjuntivite, e, no caso da córnea, ceratites. As queixas mais comuns são de coceira, ardor, dores localizadas nos olhos, na cabeça ou na face, sensação de areia ou corpo estranho dentro dos olhos, fotofobia e perturbação visual. Os sinais objetivos mais encontrados são a vermelhidão ocular, inchaço das pálpebras, lacrimejamento e secreção.
        Apesar de se tratar de condições comuns o tratamento é complexo, já que os fatores causadores são múltiplos. O que se pode fazer, aconselha o medico, é prevenir, dedicando maior atenção aos olhos: protegê-los com óculos de sol de boa qualidade, limpá-los com compressas de soro fisiológico e evitar os ambientes mais poluídos.
        A mudança climática deve-se a um fenômeno conhecido como inversão térmica: as camadas mais altas da atmosfera se resfriam, e, como o ar frio é mais pesado, tende a descer, fazendo com que o ar quente, mais leve, suba. Inverte-se assim a circulação do ar, que geralmente é de baixo para cima, e não de cima para baixo. Com isso, a poluição é impedida de se dispersar, fato que é agravado pela ausência de chuvas no período - que não lava o ar. O meio ambiente, então, torna-se agressivo para as delicadas estruturas dos olhos.
        De um modo geral, os agentes ambientais responsáveis pela irritação ocular podem ser classificados em quatro tipos: mecânicos, como a poeira, o pó doméstico ou qualquer tipo de partícula sólida em suspensão no ar, vento ou ventiladores; químicos (gases, fumaças ou vapores tóxicos); físicos, como as mudanças bruscas registradas na temperatura, o excesso de frio ou calor, a diminuição da umidade relativa do ar, a exposição a aparelhos de ar condicionado e a radiação luminosa – tanto do sol quanto das lâmpadas, televisão ou microcomputadores, e ainda biológicos, entre eles bactérias, vírus ou mesmo ácaros microscópicos.
        Mais informações: ( (011) 852-9833.

Cursos, Seminários e Palestras 

Workshop na Poli
        Acontece dia 7 de julho na Escola Politécnica da USP (Poli) o Workshop de Engenharia de Sistemas, que abrange as áreas da Engenharia de Computação, Mecatrônica, Naval, Aeronáutica e Automobilismo.
        Mais informações: pelo site http://www.prd.usp.br

Livros, Revistas e Publicações 

Invertebrados terrestres
        É o livro que será lançado amanhã (1o de julho), no Museu de Zoologia da USP.
        Mais informações: pelo site http://www.biotasp.org.br/publi


Defesa de Teses 

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Doutorado
        Modelo experimental para o estudo da interação entre acupuntura e o fenômeno regenerativo induzido em caudas de girinos de Rana catesbeiana (Shaw, 1802). Maria Christina Gaviolle. Dia 2/7, 14 horas.
        Avaliação da intercorrência entre leucose enzoótica, tuberculose e leptospirose dos bovinos em rebanhos produtores de leite C do Estado de São Paulo. Lúcio Esmeraldo Honório de Melo. Dia 2/7, 14 horas.
Mestrado
        Avaliação da disponibilidade biológica do fósforo em fosfatos bicálcicos comerciais e fosfatos de rocha para suínos. Luiz Waldemar de Oliveira Souza. Dia 2/7, 14 horas.
        Mais informações: ( (011) 818-7667.

Escola de Enfermagem
Mestrado
        Projetos de formandos em enfermagem: representações do vir a ser profissional. Edvane Birello Lopes de Domenico. Dia 2/7, 9 horas.
        Mais informações: ( (011) 3066-7544.

Instituto de Química
Doutorado
        Determinação estrutural e simulação de espectros de RMN 13C de sesquiterpenos lactonizados utilizando métodos computacionais. Fátima Maria Motter Magri. Dia 30/6, 13h30.
        Mais informações: ( (011)818-3844.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Doutorado
        Professor de geografia pede passagem: alguns desafios no início da carreira. Maria do Socorro Diniz. Dia 1/7, 9 horas.
        A filantropia científica e a implantação da ciência profissional em São Paulo. A articulação entre a Fundação Rockfeller e a Universidade de São Paulo. Maria Gabriela da Silva Martins da Cunha Marinho. Dia 1/7, 14 horas.
        Da construção ao desmanche: análise do projeto de desenvolvimento paranaense. Francisco de Borja Baptista de Magalhães Filho. Dia 1/7, 14 horas.
        Mulheres, trens e trilhos. Beirando uma história do impossível. Sociedade brasileira nos anos 30-40. Lídia Maria Vianna Possas. Dia 2/7, 14 horas.
Mestrado
        Potencial analítico de sedimentos e solos aplicado a arqueologia. Sandra Nami Amenomori. Dia 2/7, 9 horas.
        Mais informações: ( (011)818-4626.
 
 
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