São Paulo, 30 de julho de 1999 n.436/99
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Começa a Semana de Aleitamento Materno
A educação em aleitamento materno será o tema deste ano. Pesquisadora da Escola de Enfermagem alerta para a necessidade de mudança na linguagem utilizada nas atuais campanhas.

Medicina de Ribeirão Preto inaugura Centro de Medicina Legal
 

Leitura de Freud na Psicologia
 

Cinusp apresenta a mostra Antropologia Visual: África, Caribe, Brasil
 


Destaques


Universidades participarão de mais uma campanha de aleitamento materno
        "Educação em aleitamento materno" é o tema da Semana do Aleitamento Materno, que acontece entre os dias 2 e 6 de agosto, com a participação de universidades e unidades de atendimento à saúde das redes pública e particular. O evento mundial, idealizado pela Unicef e pela Waba (Aliança Internacional Pró-Aleitamento Materno), envolve os estados brasileiros e conta com o apoio do Ministério da Saúde. De acordo com a professora Isília Aparecida Silva, da Escola de Enfermagem da USP, todos que trabalham com aleitamento materno, seja ensinando, prestando assistência ou fazendo pesquisa, estarão envolvidos em várias atividades durante o evento. "Haverá um esforço em todos os segmentos da sociedade para que se faça uma campanha em prol do aleitamento materno", afirma.
        A necessidade de se realizar esse esforço, segundo Isília, se deve ao fato de que amamentar nunca foi uma prática muito constante na história "apesar de ser considerado natural, decorrente da maternidade". A idéia de fazer campanhas pelo aleitamento materno foi colocada em prática pela primeira vez com o surgimento de um modelo médico de assistência, no século XVIII, período em que os índices de mortalidade infantil tornaram-se altos devido, por exemplo, ao abandono e à má qualidade da alimentação das crianças. "Havia toda uma questão política, econômica e social por trás do interesse em poupar essas vidas, já que o objetivo principal era ter cidadãos adultos para servir à nação", conta. Nesse momento ficaram conhecidas as qualidades e virtudes do leite materno e do cuidado com a criança.
        As primeiras campanhas, idealizadas não só pela classe médica como também pela eclesiástica e política, buscaram promover o aleitamento com a idealização do papel materno. "A mãe passou a ser a doadora, a cuidadora, a que ama incondicionalmente, e uma das formas de amar a criança seria garantindo sua sobrevida através, por exemplo, da amamentação", afirma a professora.
        Já no século XX, a tecnologia industrial e as possibilidades de projeção profissional para as mulheres influenciaram os costumes e, consequentemente, a prática da amamentação. "A partir da década de 30, uma nova projeção da mulher na sociedade coincide com a industrialização do leite", explica Isília. O altos índices de desmame precoce levaram ao auge a mortalidade infantil na década de 70. Daí a necessidade de se realizar novamente campanhas pelo aleitamento materno.
        No Brasil, as primeiras campanhas foram feitas por organizações não-governamentais e, posteriormente, pelo governo, sendo oficializadas, a partir de 1981, com o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. Contudo, as campanhas realizadas desde então utilizam a mesma linguagem de dois séculos atrás, revelando-se inadequadas para a realidade feminina atual.
        "Existe toda uma trama social que estimula ou desestimula a mulher a amamentar, fatores internos da própria mulher que derrubam a tese de que amamentação seria uma coisa natural", diz Isília, ressaltando a importância da educação no aleitamento materno. As mulheres devem aprender a conciliar seus afazeres com a amamentação, atividade que não é de maneira nenhuma excludente; devem aprender a importância do leite materno, assim como o aspecto técnico do aleitamento (inclusive como posicionar a criança); e devem ser instruídas a respeito dos mitos que envolvem a amamentação, como o do leite fraco que, segundo Isília, não existe. Já os profissionais que prestam assistência às mulheres devem ser instruídos no sentido de não valorizar apenas o conhecimento biológico adquirido na formação, mas também as características sociais, culturais e psicológicos da mãe/nutriz.
        Mais informações: ( (0XX11) 3066-7602 e 3066-7606.

Medicina da USP de Ribeirão Preto inaugura Centro de Medicina Legal
        Acontece nesta sexta-feira (30), às 12h30, a inauguração do CEMEL, Centro de Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A obra é resultado de um convênio de cooperação técnico-científica entre a Universidade de São Paulo e a Secretaria de Segurança Pública. O terreno, próximo ao Hospital das Clínicas do Campus de Ribeirão Preto, foi doado pela USP e a FMRP assumiu a construção do prédio. Foram gastos, até o momento, cerca de 600 mil reais.
        A Polícia estará agora ocupando as novas instalações, montando o serviço do Setor de Tanatologia do Núcleo de Perícias Médico-Legais de Ribeirão Preto que, até então, vinha usando área inadequada na cidade. O prédio possui dois pavimentos. O inferior será destinado ao serviço de autópsias. Os laboratórios de toxicologia e genética forense ocuparão a parte superior. Além disso, uma sala especial foi construída anexa ao prédio para o exame de corpos em avançado estado de putrefação. Também faz parte do projeto a construção um segundo bloco destinado à Clínica Médico Legal e à administração.
        O projeto do CEMEL representa um modelo de IML (Instituto Médico Legal) inédito no Brasil. Une, num só serviço, atividades profissionais do setor ao ensino e pesquisa em Medicina Legal. Através dele, a FMRP contará com o ensino prático para oferecer a seus alunos, enquanto a Polícia, além das novas acomodações, será beneficiada pela proximidade com os novos conhecimentos facultados pela pesquisa científica.
        O evento contará com a presença do secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, e do reitor da USP, Jacques Marcovitch, entre outras autoridades.
        Mais informações:( (0XX16) 602.3058 e 602.3276, na Assessoria de Imprensa da FMRP


Cursos, Seminários e Palestras

Psicologia Ambiental
        Dando continuidade ao Ciclo de Seminários Inaugural do Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção (LAPSI) do Instituto de Psicologia da USP, A Metrópole: desafios da contemporaneidade, acontece, dia 4 de agosto, a conferência A Psicologia Ambiental na Perspectiva do Desenvolvimento Sustentável. O evento contará com a participação do professor Gabriel Moser, do Laboratório de Psicologia Ambiental da Faculdade René Descartes - Paris V.
    A conferência será no Instituto de Psicologia da USP, Bloco B, sala 20, das 12 às 14 horas. A entrada é livre.
       Mais informações: ( (0XX11) 818-4459 ou 818-5024, com Cecília.

Freud
        O Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas e Educacionais sobre a Infância do Instituto de Psicologia e da Faculdade de Educação da USP oferece, a partir de 10 de agosto, o curso Leitura de Freud - Módulo II. A duração é de quatro meses e as aulas serão às terças-feiras, das 13h30 às 15h30. A inscrição custa R$35,00 e o valor do curso é de R$300,00 (ou duas vezes de R$160,00).
        Mais informações: ( (0XX11) 818-4386 e 9225-8718, ou pelo fax 818-4475.


Agenda Cultural

Programação da TV USP
        Na semana de 2 a 8 de agosto, a TV USP apresenta os seguintes programas:
        Panorama USP, com três programas de dez minutos cada: Panorama, reportagem especial sobre o acervo do Museu de Anatomia Humana da USP com uma homenagem ao trabalho do professor Afonso Bovero em prol da universidade; Qual é o curso? é dirigido ao público pré-universitário e traz esta semana informações sobre o curso de Geografia; Em tese, apresentando uma tese de doutorado que analisou a influência do trabalho e do sindicato nos metalúrgicos do ABC paulista por sua comunicação e compreensão do mundo, através de notícias veiculadas na imprensa. Terça-feira (3), às 6h30, 11 horas e 15h30; quarta-feira (4), às 6h30, 11 horas, 15h30, 20 horas e 0h30; sábado (7), às 11 horas, 15h30 e 20 horas; e domingo (8), às 6h30, 20 horas e 0h30.
        Olhar da USP traz esta semana o jornalista Aloísio Biondi para analisar os bastidores da privatização no Brasil. Terça-feira (3), às 20 horas e 00h30; quarta-feira (8), às 11 horas; sábado (7), às 6h30 e 00h30; e domingo (8), às 11 horas e 15h30.
        Novos Olhares apresenta um debate promovido pelo Grupo de Estudos sobre práticas da Recepção e Produtos Mediáticos, da ECA-USP. Neste programa, a psicanalista e ex-deputada federal Marta Suplicy aborda questões relacionadas ao controle social da TV. Participação especial de Marcelo Tas, videomaker e apresentador da TV Cultura. Segunda (2) e quinta-feira (5), às 6h30, 11 horas, 15h30, 20 horas e 0h30; e quarta-feira (4), às 6h30, 15h30, 20 horas e 0h30.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-4101, com Marcos ou Adriano.


Antropologia visual
        O Cinusp "Paulo Emílio" promove, entre os dias 2 e 6 de agosto, a mostra e o seminário Antropologia Visual: África, Caribe, Brasil, em conjunto com o Instituto Goethe e o Laboratório de Imagem e Som em Antropologia do Departamento de Antropologia da USP. Com introdução de Joachim Wossidio, colaborador científico da Universidade de Münster que produziu filmes e publicou livros e ensaios sobre vários aspectos da pesquisa antropológica contemporânea, serão apresentados os seguintes filmes:
        Os mestres loucos, Mami Wata – O espírito da mulher branca e Homenagem ao Negro, na segunda-feira, dia 2, sob o tema "O olhar europeu – Uma história do filme etnográfico";
        Sarabanda, Havanna Girl Orchestra e Quien es el último?, na terça-feira, dia 3, sob o tema "Realidades de Segunda ordem – A realidade do filme";
        Livre como um leão e A viagem do leão, na quarta-feira, dia 4, sob o tema "Cabeças falantes e a voz de Deus";
        Brass unbound - Bewogen Koper e Lembranças futuras, na quinta-feira, dia 5. Sob o tema "O filme na etnologia";
        Fora e dentro da África, Em Cuba eles ainda estão dançando e Escanteio, na sexta-feira, dia 6, sob o tema "Porque o mundo não vira americano".
        O Cinusp "Paulo Emílio" fica na Rua do Anfiteatro, 181, Favo 4, na Cidade Universitária, e as sessões acontecem às 18h30. A entrada é franca.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-3540.

MAE aos sábados
        O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP está abrindo aos sábados, das 10 às 14 horas, para visitas à exposição de longa duração Formas de Humanidade. Há atividades especiais para crianças, que devem apresentar-se às 10 horas na recepção, e para adolescentes e adultos, que devem apresentar-se às 11h30 no mesmo local. A cada sábado é oferecido um roteiro da exposição, dividida em "Brasil Indígena: Origens e Expansão das Sociedades Indígenas e Manifestações Sócio-Culturais Indígenas", "África: Culturas e Sociedades" e "Mediterrâneo e Médio Oriente na Antiguidade".
        Grupos organizados devem reservar horários antecipadamente. O MAE fica na Av. Prof. Almeida Prado, 1466, na Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-4905, com Cida.


Teses e Dissertações

Escola de Enfermagem
Doutorado
        Enfermeiras de Cajamarca (Peru): condições de vida e trabalho. Margarita Cerna Barba de Chumbe. Dia 3/8, 8h30.
Mestrado
        A operacionalização do PAS de uma unidade básica de saúde do município de São Paulo, analisada sob o ponto de vista das necessidades de saúde. Norma Fumie Matsumoto. Dia 3/8, 14 horas.
        Mais informações: ( (011) 3066-7533.

Instituto de Psicologia
Doutorado
        Aluno com deficiência física em aulas regulares de educação física: prática viável ou não? Um estudo de caso. Kathya Augusta Thomé Lopes. Dia 3/8, 14 horas.
        Mais informações:( (011) 818-4183.

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Doutorado
        A redundância dos estímulos na tarefa de busca visual: implicações para os modelos de atenção seletiva. Renata Ferrarez Fernandes Lopes. Dia 3/8, 15 horas.
        Mais informações: ( (16) 602-3675.
 
 
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. 
Tel. 818-4411/818-4691 - Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689 - E-mail: agenusp@edu.usp.br
Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html
Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11552) mfrsouza@usp.br
Repórteres: Antonio Carlos Quinto acquinto@usp.br , Ivanir Ferreira ivanir@usp.br
Estagiários: Renata Bessi e Ciro Bonilha

 
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