São Paulo, 16 de janeiro de 2000 n.673/01.

Pesquisa analisa o espaço dos pedestres na cidade
Estudo traça panorama da infra-estrutura destinada aos pedestres em São Paulo, onde calçadas estreitas, camelôs, caixas de correio e vegetações agressivas dificultam a locomoção. Segundo a pesquisa, oferecer facilidades ao pedestre significa melhorar o tráfego da cidade. 

Células do aparelho auditivo praticam autodefesa

Cursos de desenho e pintura no Ceuma

Cineantropometria no Cepeusp


Destaques

Pensar no pedestre é uma das soluções para o tráfego da cidade

        Ao se falar em melhoria do sistema de transportes logo vêm à cabeça rodovias, metrôs, ônibus, mas nunca se inclui os pedestres na categoria. Pensando nisso, o pesquisador Edison Vianna analisou os elementos de infra-estrutura oferecidos aos pedestres paulistanos em sua dissertação de mestrado intitulada Passeios, calçadas e infra-estruturas para o tráfego de pedestres em São Paulo, defendida em novembro na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. "Oferecer facilidades ao pedestre significa facilitar o transporte na cidade e poluir menos", justifica o pesquisador.
        Tendo como base o novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e sua experiência como analista de transporte e tráfego na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Vianna pôde perceber quais os maiores problemas enfrentados pelos que andam na cidade e algumas intervenções que poderiam ser feitas para solucioná-los. "Os desenhos de praças, avenidas, edifícios devem incluir a preocupação com os pedestres, entendendo as peculiaridades dos deficientes físicos, idosos e ciclistas".
        Em sua pesquisa, apoiando-se em dados da Companhia do Metropolitano colhidos em 1997, Vianna afirma que cerca de um terço das viagens da região metropolitana é feita a pé e que, de acordo com a CET, 56% dos acidentes fatais são casos de atropelamento. "Com o uso do cinto de segurança, o número de acidentes com motoristas diminui, mas como fazer para diminuir o número de mortes dos pedestres?", questiona.
        O pesquisador resolveu, então, traçar um panorama geral dos conceitos e das condições da infra-estrutura destinadas aos pedestres para que, dessa análise, surgissem novas propostas de melhoria e a atenção que o tema merece. "As calçadas em São Paulo são muito estreitas, o que dificulta a locomoção. Além disso, o espaço tem de ser disputado com camelôs, caixas de correios e vegetações agressivas, como as coroas de cristo", exemplifica.
        Da série de intervenções que sugere, Vianna considera a segurança, o conforto e a acessibilidade dos pedestres, além daquelas que não comprometem o visual da cidade e o meio ambiente. Por exemplo, nos calçadões ele propõe a utilização de um sistema de cilindro pneumático no lugar das cancelas que controlam a passagem dos veículos autorizados. Ou mesmo a utilização de calçadas verdes e canteiros de plantas entre as avenidas de grande circulação e os passeios. "Assim, os poluentes não seriam lançados diretamente nos pedestres, tornando a caminhada mais agradável". As faixas elevadas, como as que existem no Largo São Bento e na Praça do Relógio da Cidade Universitária, também são mencionadas como formas de dar preferência aos pedestres, pois os motoristas é que são forçados a subir na plataforma nivelada com a guia ao invés de o pedestre descer até o asfalto. Ele menciona também os problemas relacionados a faixas e calçadas. "O dimensionamento delas influenciam na ação do pedestre. Faixas estreitas, por exemplo, forçam os pedestres a atravessarem fora dela".
        Questões de segurança pública também foram levadas em conta. "A presença de obstáculos e a falta de segurança vão impedir que o pedestre chegue em determinados locais, tirando-o da rua para colocá-lo dentro de um carro". Segundo ele, a dificuldade de manter seguro os calçadões seria solucionada através do monitoramento por câmeras, num sistema semelhante ao feito na cidade de Londres. Quanto à segurança das passarelas, uma alternativa, de acordo com Vianna, é a utilização de materiais transparentes e uma iluminação adequada. No caso das passagens subterrâneas e galerias, assaltos e atentados poderiam ser evitados com a implantação do comércio local nas travessas.
        Ele tem consciência de que intervenções como essas exigem um montante considerável de verbas, mas que elas devem ser levadas em consideração quando os projetos viários e de transporte público são pensados. "Hoje em dia é possível fazer melhorias significativas com pouco recursos. O projeto da Sé, por exemplo, custou R$ 18 mil, mas atende 20 mil pessoas nas horas de maior movimento". Vianna defende a idéia, citando as intervenções feitas na região da catedral, que incluiu o alargamento de faixas de pedestres e a instalação de novos semáforos.
        Segundo o pesquisador, as ferramentas jurídicas já existem, mas a aplicação de políticas públicas de apoio ao pedestre depende também da participação da sociedade, porque muitas medidas são pouco populares, como a retirada de ambulantes e bancas de jornal, elevação de guias rebaixadas clandestinas, autuação de proprietários com passeios em péssimas condições, remoção de plantas e vasos em locais inadequados, retirada de vegetação irregular, e outras mais. Sem esquecer que a aplicação de intervenções requer campanhas maciças de educação das pessoas e ações intensivas de fiscalização. "O cidadão precisa fazer sua parte: não sujar a rua e preservar sua calçada", afirma. "E o motorista não pode usar o carro como uma arma, respeitando o pedestre e contribuindo na somatória de educação e infra-estrutura que vai conseguir melhorar a cidade".
        Mais informações: ( (0XX11) 3865-1036 ou 3872-7403.

Células do aparelho auditivo praticam autodefesa

        A equipe do Setor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) descobriu nas células do ouvido interno um sistema de autoproteção ainda não descrito pela literatura. As células foram capazes de desenvolver resistência contra uma droga, a amicacina, um potente antibiótico, porém com alta capacidade de lesar o aparelho auditivo. "A utilização terapêutica da amicacina é limitada pois pode provocar, como efeito colateral lesões permanentes nas células receptoras ciliadas auditivas, causando perdas irreversíveis", diz o coordenador das pesquisas, o professor José Antonio de Oliveira.
        O coordenador explica que os testes foram realizados em cobaias (guinea pig) que receberam durante um mês, pequenas doses, não tóxicas, de amicacina. Após esse período, a substância foi administrada em quantidade tóxica por 12 dias.
        Os resultados revelam que as doses menores promovem a autoproteção das células contra as lesões das doses tóxicas do mesmo antibiótico. A proteção ficou em torno de 56,67% e 51,85% nas duas espirais mais basais do ouvido interno. "Descobrimos que uma droga tóxica é capaz de promover proteção contra ela mesma", comenta o professor. Segundo ele, é a primeira vez que o fenômeno de otoproteção, usando a amicacina, é descrito pela literatura médica. Quanto aos mecanismos do fenômeno, apesar de serem ainda desconhecidos pela ciência, pode-se concluir que houve um aumento de resistência contra a lesão do aparelho auditivo.
        Mais informações: ( (0XX16) 602-2863.


Cursos, Seminários e Palestras
Cursos de Verão no Ceuma
        O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP está com inscrições abertas para seus cursos de verão. Confira:
        Desenho, com a artista Katia Salvanny. O curso acontece nos dias 23 e 30 de janeiro, e 6 e 13 de fevereiro, ou 1, 8, 15 e 22 de fevereiro, sempre das 16 às 18 horas ou das 19 às 21 horas.
        Gravura em relevo – xilogravura e linoleogravura, com Francisco Maringelli, e Linguagens Visuais, com Vinicio Frezza. Os cursos acontecem nos dias 22, 24, 29 e 31 de janeiro ou 5, 7, 12 e 14 de fevereiro, sempre das 16 às 18 horas ou das 19 às 21 horas.
        Pintura – Objeto, com Regina Carmona. O curso acontece nos dias 5, 7, 12 e 14 de fevereiro, das 14 às 16 horas ou das 16 às 18 horas.
        As inscrições devem ser feitas das 14 às 20 horas no setor de eventos – sala 6/térreo e a taxa é de R$ 60,00. Alunos e professores da rede oficial de ensino e alunos que freqüentarem mais de uma oficina terão desconto de 20%. Aposentados e alunos especiais recebem o desconto de 60%.
        O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294.
        Mais informações: ( (0XX11) 255-5538 ou e-mail mariantonia@edu.usp.br

Avaliação corporal no Cepeusp
        Entre os dias 29 de janeiro e 11 de fevereiro, o Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) estará realizando o curso Avaliação da Composição Corporal. As aulas serão ministradas por especialistas de diversas áreas da saúde. Além dos professores do Cepeusp, docentes da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE/USP), do Instituto de Química (IQ/USP) e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) também vão dar suas contribuições por meio de palestras.
        Os temas dos encontros são variados: tecido adiposo, obesos, crianças e adolescentes, deficientes físicos, atletas, idosos, pesagem hidrostática, bioimpedância, entre outros.
        Com duração de 60 horas, a iniciativa tem por objetivo promover uma formação mais sólida em Cineantropometria (medida do homem em movimento) para profissionais e estudantes de Educação Física, Esporte e Nutrição.
        As inscrições deverão ser feitas na sala 7 do Velódromo. O curso ocorrerá no Auditório A, que fica no Estádio do Cepeusp.
        A taxa é de R$ 315,00 (a vista). Ou R$ 450,00 em três ou duas vezes. Estudantes têm 20% de desconto. Palestras avulsas R$ 50,00. Alojamento: diária R$ 15,00 (60 vagas).
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3514.

Educação e internet na Escola do Futuro
        A Escola do Futuro está com inscrições abertas para os seguintes cursos:
        Construção de sites para a internet utilizando o MS FrontPage 2000 e linguagem HTML, que acontece nos dias 17 e 18. A taxa é de R$ 300,00.
        Ensino à distância via internet – Capacitação de professores, que acontece nos dias 17 e 24. A taxa é de R$ 130,00.
        Informática na educação: uma prática para o desenvolvimento de múltiplas inteligências, que acontece dia 18. A taxa é de R$ 130,00.
        Comunicação para a apendizagem: criando um jornal eletrônico para a internet, que acontece nos dias 19 e 23 . A taxa é de R$ 160,00.
        Mais informações: no site http://www.futuro.usp.br/ef/menu/menu.htm .


Teses e Dissertações
Instituto de Química de São Carlos
Doutorado
        Estudos químicos e físicos do Ti c.p. e da liga Ti - 6AI - 4V antes e após a fusão odontológica. Carlos Alberto Picon. Dia 19/1.
        Mais informações: (0XX16) 273-9909

Escola Politécnica
Mestrado
        Análise de fadigas de rodas para veículos de transporte de carga. Flávio Arcanjo Santana. Dia 24/1, 14h.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-5443.

Instituto de Geociências
Mestrado
        Gestão integrada de recursos hídricos subterrâneos e superficiais – exemplo das sub-bacias da Billings e Tamanduateí, bacia do Alto Tietê, São Paulo. Francis Priscilla Vargas Hager. Dia 18/1, 14h.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3973.
 
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