São Paulo, 26 de junho de 2001 n.764/01.

 
Museu de Arqueologia e Etnologia inaugura mostra Brasil 50 Mil Anos
O objetivo é divulgar para o grande público o acervo arqueológico da instituição. A exposição será montada no edifício do Superior Tribunal de Justiça em Brasília

 
 

Curso do Nupri discute interesses do Brasil na Alca
 
 

FEA realiza curso para gestores de empreendimentos de risco em novas tecnologias
 
 

USP Sinfonietta apresenta concerto no sábado
 
 


Destaques

Brasil 50 Mil Anos

André Chaves de Melo

        A partir de setembro, durante a Semana da Pátria, em data ainda a ser definida, o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP inaugura a mostra Brasil 50 Mil Anos. A exposição será montada no Salão dos Espelhos, que fica no edifício do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
        Trata-se de um projeto que tem sido gestado nos últimos dois anos com o objetivo de divulgar para um grande público o acervo arqueológico da instituição e, sobretudo, sua pesquisa científica que dá sentido a esse acervo. "É um evento de grande fôlego, que tenta associar a curadoria científica dos pesquisadores com um projeto de exposição moderno, atraente e agradável", diz Paula Montero, diretora do Museu. "Através de uma grande sinergia entre as áreas de museologia, educação, pesquisa científica, curadoria e conservação pretendemos mostrar cerca de 500 a 600 peças do nosso acervo, o qual é composto por mais de 120 mil peças, com uma abordagem totalmente inédita."
        A principal meta do projeto é propor uma nova forma de se discutir a história brasileira sob o prisma dos debates dos 500 Anos, pois pela primeira vez os pesquisadores estão falando em 50 mil anos. "Isso representa uma mudança de escala muito significativa porque se nossa história tem apenas 500 anos, nosso passado se limita aos períodos colonial e independente", afirma Paula. "Ao recuarmos mais, conseguimos estabelecer uma linha de continuidade mais profunda, construindo uma auto-representação histórica mais positiva, que busque nossas raízes nas antigas civilizações indígenas, as quais eram muito mais sofisticadas e sábias do que se imagina."
        De acordo com a diretora, a proposta de 50 mil anos é uma provocação, pois não há nenhuma comprovação científica de uma data tão recuada. Atualmente, os pesquisadores afirmam que há comprovação de 12 mil anos. "As marcas de 20 mil anos tem algumas possibilidades científicas de serem comprovadas", diz. "Os 40 mil anos da Niède Guidon ainda estão em grande debate porque os pesquisadores se dividem entre os que acham que ela não seguiu todos os procedimentos científicos exigidos e os que acham que sim."
        O projeto conta com o apoio dos Ministérios da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Cultura, da Secretaria da Educação do Distrito Federal (DF), Petrobras, Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), Epson, Instituto Takano, Real Cargas (responsável pelo transporte do acervo) e o Superior Tribunal de Justiça, que além de ceder o espaço, engajando-se na proposta desde o início, tem fornecido para o MAE um enorme apoio logístico, com serviços de marcenaria e segurança. A previsão dos organizadores é que a exposição fique em Brasília até dezembro e depois itinere por outras cidades brasileiras.
        No primeiro módulo o público entra num Túnel do Tempo para aprender que a Arqueologia é tempo e tudo aquilo o que ela pensa e formula é resultado da profundidade das camadas ou substratos arqueológicos do solo, nos quais os pesquisadores encontram os objetos. "Esse módulo é uma tentativa de falar do Homem do Piauí, mostrando seus abrigos, sistema de vida, enterramentos e pinturas rupestres", explica Paula. "Imediatamente, a exposição faz um corte e o público entra em um laboratório de pesquisa arqueológica, para que ele entenda que tudo aquilo que vai ser dito daí para a frente são interpretações dos arqueólogos, feitas a partir de restos."
        O segundo módulo é dedicado aos sambaquis e ao modo de vida das populações caçadoras e coletoras do litoral, construtoras desses enormes monumentos feitos a base de conchas e outros materiais orgânicos.
        O terceiro módulo é voltado para a ocupação do Brasil Central, tomando como exemplo os bororó e mostrando o modo como esse povo entende o universo e a vida enquanto o último módulo trará para o público a expansão tupi-guarani, que se estende do Norte ao Sul do País, fazendo uma pinça pelo litoral e pela Mata Atlântica.
        Além da itinerância, a equipe do MAE está treinando professores das redes pública e particular de Brasília e Goiás, que serão multiplicadores da exposição junto às escolas. "Também estamos treinando monitores, os quais são estudantes universitários de História, Sociologia, Geografia, Antropologia e outras áreas afins, que acompanharão os visitantes durante todo o seu trajeto pela mostra", explica Camilo de Mello Vasconcelos, um dos responsáveis pelas ações educativas da instituição. "Para que o trabalho nas escolas seja mais organizado, o professor vai poder contar com o apoio de um Guia Temático Brasil 50 Mil Anos, publicação que trará perguntas, exercícios, discussões temáticas, textos explicativos sobre os módulos e outras atividades para serem trabalhadas em sala de aula."
        Para Paula Montero, a mostra tem outro objetivo, que é o de contribuir para a formação de uma cultura de realização de exposições científicas e para o fortalecimento dos museus de ciência no País, na sua maioria de caráter público. "Precisamos mostrar que a coisa pública é de boa qualidade, invertendo esse desprezo que muitos tem pelas instituições públicas, pela capacidade do Estado de fazer coisas."
        Mais informações: (0XX11) 3091-5096 ou 3812-4001, com Camilo de Mello Vasconcelos.
 
 


Cursos, Seminários e Palestras

O Brasil e a Alca
        O Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) tem inscrições abertas para o curso Alca e os Interesses do Brasil, que será realizado de 3 a 26 de julho. Durante o curso serão abordadas questões como processos de integração regional, histórico da negociação, mecanismo negociador e alternativas à Alca. A inscrição é de R$ 100,00, mais duas taxas de R$ 150,00.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3061/3091-3044.

Empreendimentos de risco
        A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) realiza entre 2 e 6 de julho o curso de capacitação Gestão de Empreendimentos de Risco. O programa do curso pretende apresentar o contexto em que o capital de risco é utilizado no exterior e seu potencial de aplicação aos novos negócios de base tecnológica no Brasil; algumas questões em debate são compra e venda de tecnologia, propriedade intelectual e industrial, habilidades gerenciais e aspectos jurídicos.
        Mais informações: (0XX11) 3031-4633/3032-4640; e-mail protap@fia.fea.usp.br.

Radiação cósmica
        O Instituto de Física (IF) da USP realiza nesta sexta-feira (29), às 16 horas, o seminário Raios Cósmicos com Energias Macroscópicas: a Perspectiva do Observatório Auger. O seminário será apresentado pelo professor Carlos Ourívio Escobar da Unicamp -que fala sobre a energia que há nas partículas primárias na radiação cósmica - no Auditório Adma Jafet, no IF, Rua do Matão, Travessa R, 187.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-6919/3091-6916.

Idiomas na ECA
        O Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos Norte Americanos (Napena), ligado à Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, abre inscrições para seus cursos intensivos de Inglês, Francês e Espanhol (níveis básico, intermediário e avançado), que serão realizados de 2 de julho a 2 de agosto. Os horários são de segunda a quinta das 8 às 10 horas, das 12 às 14 horas e das 19 às 21 horas. As taxas são de duas parcelas de R$ 130,00 (comunidade USP) e duas de R$ 140,00 (comunidade externa).
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4286 ou e-mail napena@edu.usp.br.
 
 


Agenda Cultural

Concerto
        A USP Sinfonietta apresenta neste sábado (30), às 16 horas, um concerto no Teatro Paulo Autran, da Faculdade Ítalo-Brasileira. No programa, Rossini, Mozart, Sibelius e Schumann, sob regência de Ronaldo Bologna e com a participação do solista de piano Victor Cayres. A faculdade fica na Av. João Dias, 2046.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3000.
 
 


Quadro de Avisos

Avisos do Produsp
        O Programa de Prevenção e Tratamento do Uso de Drogas na USP (Produsp) realiza nesta sexta-feira (29), das 8 às 9h30, uma atividade de prevenção de drogas e qualidade de vida, com as esposas dos funcionários da prefeitura da USP e convida para o IV Encontro das Comissões de Representação do Produsp, que ocorre amanhã (27) das 9 às 12h30 no Salão Nobre do Instituto de Geociências (IGc).
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-5357.
 
 


Teses e Dissertações

Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Mestrado
        - Estabilidade física e metodológica analítica para formulações farmacêuticas contendo cetoconazol. Andréia Cricco Peraro. Dia 27, às 12 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-3621

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Doutorado
        - Gênese do estado burocrático-burguês no Rio Grande do Sul (1889-1929). Gunter Axt. Dia 27, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-4612
 
 
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