São Paulo, 04 de julho de 2001 n.770/01.

 
Piscinas solares podem produzir energia elétrica
Dissertação apresentada na Poli analisa a viabilidade da implantação de piscinas que transformam energia solar em térmica. Elas podem abastecer vilas, edifícios e indústrias, gerando energia limpa e mais barata que o sistema hidrelétrico.

 
 

Fupam promove curso para desenvolvimento de projetos em arquitetura e programação visual
 

FEA-RP abre inscrições para apresentação de trabalhos em congresso internacional
 
 


Destaques

Projeto propõe piscinas solares para produzir energia elétrica

Bruna Fontes

        Em meio à crise energética brasileira e às medidas de racionamento impostas pelo governo, um estudo apresentado na Escola Politécnica da USP propõe a construção de piscinas solares como alternativa para abastecer casas populares, fornecer energia para chuveiros e aparelhos de ar-condicionado. As piscinas podem abastecer até mesmo indústrias, dependendo do porte.
        Este projeto alternativo de geração de energia elétrica é o tema central da dissertação de mestrado que José Roberto Abbud Jorge defendeu recentemente na Poli, avaliando o aproveitamento destas piscinas que já existem em países como Israel e Estados Unidos, mas ainda são desconhecidas no Brasil. As vantagens? "A descentralização da distribuição da energia, sua produção de maneira limpa e a capacidade de captar e armazenar energia térmica em situações peculiares, como à noite, chovendo, com o tempo nublado e no inverno", resume o pesquisador.
        As piscinas térmicas são continentes de água salina de tamanhos variados — de uma caixa d'água a vários campos de futebol — que armazenam a radiação solar. Os diferentes níveis de concentração de água salgada da piscina e seu fundo negro armazenam o calor e inibem sua perda por convecção natural (quando as camadas superiores de água, mais quentes, "descem", fazendo com que as camadas inferiores, mais frias, "subam" para a superfície, devido à diferença de densidade). Uma piscina de um a dois metros de profundidade rende em potência térmica entre 15 e 25% da radiação solar que recebe — o que, segundo Abbud, no Brasil não falta: o país recebe 2150 kWh/ano por m2 e só perde em termos de incidência para o Saara. A eficiência pode ser maior se este calor for utilizado para gerar energia em ciclos combinados com outros processos. "Se o calor obtido for canalizado para um biodigestor cheio de lixo, a produção de gás metano será aceleradíssima", afirma Abbud.
        O pesquisador afirma que as piscinas podem ser construídas em qualquer lugar que receba bastante radiação solar e que esteja em latitudes menores do que 40 graus, em áreas planas, distantes de lençóis de água potável. Dependendo de seu tamanho, sua construção pode levar de 4 a 22 meses. O custo estimado de manutenção é de US$100 mil por ano, mas Abbud afirma que estes dados se referem a projetos implantados no exterior, "aquém de nossa realidade". Em seu estudo, ele compara os custos das diferentes fontes de energia: 1 kW térmico gerado por uma piscina solar custa aproximadamente US$ 1.300 enquanto custa de US$ 2.000 a 2.500 em sistemas hidroelétricos, US$ 800 em sistemas termoelétricos (sem considerar a canalização de gás natural), US$ 3.500 para sistemas nucleares com tecnologia de segurança, US$ 7.500 para sistemas fotovoltaicos e US$ 1.500 nos sistemas eólicos.
        As piscinas podem ter diferentes aplicações, como o aquecimento de água para banhos e refrigeração de alimentos, ou podem ser usadas em ciclos combinados para a produção de energia. "Na capital (São Paulo), o mais indicado seria a implantação das piscinas em edifícios, condomínios, usando o calor na produção de ciclos de refrigeração e de aquecimento de chuveiros, porque, para esta finalidade, é possível fazer um modelo compacto, que seja implantado no espaço livre de uma cobertura". Uma piscina de 1000 m2 pode abastecer cerca de 100 casas populares e, por serem auto-suficientes, as piscinas também podem gerar energia em pequenas vilas que até hoje não têm acesso à eletricidade, ou onde ela existe de modo precário. No caso das indústrias, Abbud afirma que as piscinas podem fornecer energia para alguns setores.
        Outro aspecto favorável ao uso destas piscinas é a obtenção de energia limpa. "Os motivos para a viabilização do uso de energia solar em larga escala são inúmeros, como a iminente escassez de petróleo", comenta. "A existência da fonte energética solar e o desenvolvimento de tecnologia apropriada são cruciais para o desenvolvimento sustentado e limpo, principalmente nos países de incidência solar privilegiada".
        Mais informações: ( (0XX13) 3561-5002/9112-6922 com José Roberto Abbud Jorge ou e-mail jrabbud@uol.com.br.
 
 


Cursos, Seminários e Palestras

Movimentos populares no Butantã
        Estão abertas as inscrições para os interessados em participar da reunião da Rede Butantã, que será realizada neste sábado (7), das 8h30 às 17 horas, com o tema Integração e Inclusão Social. A Rede reúne diversos organismos governamentais e não-governamentais da região para otimizar recursos, divulgar experiências e viabilizar projetos em parceria que atendam as demandas sociais do bairro. No sábado, os temas em debate são movimentos populares no Butantã e o mapa da inclusão e exclusão social em São Paulo. O evento acontece no Circo-Escola São Remo, na Rua Aquianés, 13. Os interessados em participar podem fazer sua inscrição pelo telefone.
        Mais informações: ( (0XX11) 3766-5166/3091-4435 ou e-mail vfacuri@uol.com.br

Arquitetura e informática
        A Fundação para Pesquisa Ambiental (Fupam), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, promove entre os dias 9 e 20 o curso Vector Works, que apresenta a ferramenta Minicad Vector Works para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e programação visual. Durante o curso serão apresentadas ferramentas para criação e alteração de desenhos em duas e três dimensões, oferecendo uma visão geral do funcionamento e aplicações do software Minicad Vector Works. Há 18 vagas por turma. As inscrições podem ser feitas pela Internet, no endereço http://www.usp.br/fau/fupam/fupam3.htm#.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4566/3814-0829 ou pelo e-mail cursos@fupam.com.br.

Trabalhos sobre agrobusiness
        Estão abertas até o final do mês as inscrições de trabalhos para apresentação no 3o Congresso Internacional de Economia e Gestão de Negócios Agroalimentares, que a Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto realiza em outubro. O evento vai discutir aplicações teóricas que podem aumentar a eficiência na coordenação dos sistemas de produção e distribuição de alimentos e enfoca áreas como modelagem de sistemas agroindustriais, coordenação contratual, redes de distribuição e de suprimento, tecnologias da informação, comunicação com o consumidor.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-5982 ou pelo e-mail pensa@fearp.usp.br. Site: http://www.usp.br/fearp/egna
 
 


Teses e Dissertações

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Mestrado
        - Gestão de Competências como prática de Recursos Humanos nas organizações: estudo de caso em uma empresa de tecnologia da informação. Lilian Pazos Conde. Dia 4, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-5811

Faculdade de Saúde Pública
Mestrado
        - Remoção de fluoreto de águas para abastecimento público pelo processo de osmose reversa. Ana Teixeira Berenhauser. Dia 5, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3081-5091

Escola de Enfermagem
Mestrado
        - Família: rede de suporte ou fator estressor. A ótica de idosos e cuidadores familiares. Yeda Aparecida de Oliveira Duarte. Dia 4, às 13 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3066-7533
 
 
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