São Paulo, 30 de julho de 2001 n.786/01.


Estudo avalia mineração e impacto ambiental em SP
Pesquisa da Poli revela que no Estado de São Paulo muitas obras não cumprem satisfatoriamente as medidas estipuladas pelo Estudo de Impacto Ambiental, que condiciona a aprovação dos projetos. As medidas são imprecisas e a população afetada não pode opinar durante a obra. 

Frota de ônibus da USP ganha seis novos veículos

Curso na ECA reflete sobre a metodologia de ensino das artes visuais

MAC promove curso de apreciação musical para a terceira idade


Destaques

Projetos de mineração em São Paulo não aplicam medidas de impacto ambiental
Bruna Fontes
        Depois de realizar seis estudos de casos em projetos de mineração no Estado de São Paulo, a engenheira e professora Elvira Gabriela Ciacco da Silva Dias verificou que em todos eles não estavam sendo satisfatoriamente aplicadas medidas previstas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), condicionantes para a aprovação dos projetos. Gabriela, que trabalha na área de engenharia ambiental há dez anos, também afirma que muitos projetos passaram por um EIA simplificado, apenas para cumprir exigências da legislação. Estas são as conclusões de sua tese de doutorado, Avaliação de impacto ambiental de projetos de mineração no Estado de São Paulo: a etapa de acompanhamento, defendida recentemente na Escola Politécnica (Poli) da USP.
        Em São Paulo, os EIAs de mineração aprovados referem-se a projetos de pequeno e médio porte e se concentram na extração de minerais de uso na construção civil — areia, brita e areia industrial correspondem a 83,1% dos projetos. No início do processo de licenciamento dos projetos é feita uma triagem para saber quais projetos precisam elaborar o EIA para obter a licença ambiental. O estudo de impacto ambiental é feito por uma empresa de consultoria, onde engenheiros, geólogos, biólogos, economistas e sociólogos, entre outros especialistas, analisam os impactos que a obra teria sobre o meio físico, biótico e antrópico do local escolhido para a extração. "A equipe faz um balanço entre os impactos negativos e positivos para definir se o empreendimento é ou não ambientalmente viável", explica Gabriela. Quando o estudo está pronto, é analisado por uma equipe da Secretaria do Meio Ambiente, que emite um parecer técnico, e pelo Conselho do Estado do Meio Ambiente (Consema), formado por representantes do poder público e da sociedade civil. A palavra final sobre a liberação do projeto cabe ao Secretário do Meio Ambiente, que em geral concorda com a avaliação do Consema.
        Gabriela constatou que muitas das medidas previstas nos EIAs não eram aplicadas adequadamente no período de implantação dos projetos. "Os estudos comportam um certo grau de incerteza. Pode ser preciso fazer mudanças no projeto, mas não há um mecanismo definido para essas alterações", diz a professora. Quando as empresas querem fazer as mudanças, recorrem à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) ou ao Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais (DEPRN). "Estes órgãos não têm uma visão integrada do projeto e não participaram da definição dos condicionantes para sua aprovação", critica. Nos projetos que analisou, ela constatou irregularidades como a implantação de caixas de decantação (utilizadas para limpar a água utilizada na operação da mina) em desacordo com o projeto, barreiras vegetais que não cumpriam sua função de reduzir a passagem de poeiras e ruído, pilhas de areia e pedra muito próximas a córregos e águas de lavagem de brita escoando diretamente em corpos d'água, entre outros casos. "O acompanhamento das decisões é falho e compromete todo o processo", conclui.
        Outra questão levantada por Grabriela é que as medidas do EIA não são explicadas de uma maneira que facilite sua fiscalização, porque os documentos carecem de precisão e detalhamento. A triagem, segundo a pesquisadora, também não é satisfatória. Gabriela considera seus critérios imperfeitos e argumenta que isso faz com que haja muitos estudos em andamento — de 1987 a 1997, 256 projetos de mineração apresentaram EIA ao órgão ambiental. Destes, 77 foram aprovados, num processo que, em alguns casos, demorou até cinco anos. Mesmo assim, os estudos receberam "um tratamento simplificado, negligenciando principalmente os aspectos relacionados à participação pública", como afirma a professora, referindo-se às audiências realizadas para ouvir as pessoas que moram nas áreas onde seriam implantados os projetos. A conseqüência é que as comunidades não têm como exercer seu papel da etapa de acompanhamento da instalação e operação dos projetos.
        Gabriela propõe, em primeiro lugar, que haja um aperfeiçoamento dos procedimentos de triagem para que sejam submetidos ao EIA somente os projetos cujos impactos não possam ser gerenciados pelo licenciamento simples. Isto faria com que diminuísse o número de estudos realizados, melhorando sua qualidade. A partir daí, ela propõe que os órgãos de fiscalização das medidas propostas pelo EIA sejam melhor definidos e que participem do processo desde o começo, além de sugerir que os compromissos da EIA sejam melhor registrados para evitar indefinições das medidas. Na avaliação de Gabriela, "se os procedimentos não forem aperfeiçoados para garantir o cumprimento dos compromissos definidos, um poderoso instrumento de política ambiental poderá ficar desacreditado e converter-se em apenas mais um dos já numerosos entraves burocráticos que dificultam o acesso aos bens minerais no país".
        Mais informações: ( (0XX11) 9894-2424 ou pelo e-mail egdias@usp.br, com Elvira Gabriela Dias.

Novos ônibus da USP são movidos a gás natural

        A Reitoria da Universidade de São Paulo entregou hoje (30) à Prefeitura do Campus da Capital (PCO) seis novos ônibus movidos a gás natural. Dois deles são equipados com aparelhos de GPS (Global Position Sistem) que permitirão aos usuários saber, via Internet, a localização exata dos veículos dentro do campus. Na mesma cerimônia, que aconteceu às 14 horas, na Reitoria, o reitor Jacques Marcovitch entregou certificados a 32 servidores da PCO (quatro mecânicos e 28 motoristas) que participaram de um período de seis dias de treinamento para utilização dos novos veículos.
        Todo o sistema foi desenvolvido na própria USP. Nos laboratórios da Escola Politécnica, foi produzido o software que coleta dados dos aparelhos de GPS. Estes dados são inseridos na internet por intermédio de um outro software desenvolvido no Instituto de Física. Este sistema deverá ser estendido a toda a frota de veículos da Universidade, inclusive nos campi do interior.
        Durante a entrega dos certificados, Marcovitch destacou: "mais importante do que o investimento em si, é entregar a estes profissionais os certificados de participação no treinamento". A Universidade investiu R$ 700 mil na aquisição, treinamento de pessoal e preparação dos veículos. Outros R$ 130 mil foram gastos na aquisição de equipamentos para operação do sistema GPS. Um dos objetivos é que a tecnologia possa ser utilizada por prefeituras para melhor administrarem seus sistemas de transportes. Atualmente, oito ônibus operam simultaneamente no campus da Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4607 ou 3091-4600, na PCO.


Cursos, Seminários e Palestras
Ensino de artes
        Estão abertas as inscrições para o curso Metodologias do Ensino das Artes, que o Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em Promoção da Arte na Educação (Nace/Nupae) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP realiza de 7 de agosto a 14 de novembro. O curso pretende refletir sobre a metodologia do ensino das artes visuais, fornecendo elementos para a definição de conceitos básicos para uma análise histórica e crítica das concepções de arte e seu ensino e para o estabelecimento de critérios que possibilitem a escolha dos métodos e abordagens do ensino. Há 25 vagas e a mensalidade é de R$ 130,00.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4430 ou pelo e-mail katiery@uol.com.br.

Jung e corpo
        Estão abertas de 1 a 9 de agosto as inscrições para o curso Jung e Corpo, que o Instituto de Psicologia (IP) da USP realiza entre 17 de agosto e 30 de novembro. O curso apresenta uma introdução às técnicas de trabalho corporal criadas pelo Dr. Sandor Pethö, enfatizando o aspecto vivencial e também apresenta e discute conceitos básicos de Jung. A taxa do curso é de R$ 50,00 - há isenção para alunos, professores e funcionários da USP.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4172.

Música e terceira idade
        O Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP abre até quarta-feira (1º) as inscrições para o curso Apreciação Musical para a Terceira Idade, curso prático de audição musical com discussões, análises e freqüências a concertos e shows ao vivo. O curso será realizado de 1º de agosto a 5 de dezembro para interessados que tenham mais de 60 anos, sem necessidade de conhecimento prévio de música. Há 25 vagas e a mensalidade é de R$ 25,00. Os interessados devem se inscrever das 14 às 17 horas no MAC, que fica na Rua da Reitoria, 109, Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3559/3091-3327 ou pelo e-mail acaomac@edu.usp.br.

Primeiros socorros
        Estão abertas as inscrições para o Programa Continuado de Treinamento em Suporte Básico da Vida, que a Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP realiza nos dias 6 e 7 ou 13 e 14 de agosto. O curso faz treinamento dos procedimentos de primeiros socorros e aborda noções de consciência corporal e relaxamento e desenvolvimento das capacidades físicas e motoras. A carga horária é de 2 horas de aula teórica e 4 horas de aula prática em manequim. A taxa é de R$ 50,00 (R$ 25,00 para alunos da EEFE).
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3182.


Teses e Dissertações
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
        - Personagens femininas queirosianas e pares da literatura européia. Rosana Afonso Sobral Dal Fabbro. Dia 2, às 14 horas.
        - Deméter: a repulsa medida. Maria Lúcia Gili Massi. Dia 2, às 14 horas.
Doutorado
        - Turismo e excursionismo: o qualificativa rural - um estudo das experiências e potencialidades no norte velho do Paraná. Maria De Carmen Huertas Calvente. Dia 2, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-4626

Instituto de Geociências
Doutorado
        - Evolução tectono-termal do complexo costeiro (faixa de dobramentos Ribeira) em São Paulo. Coriolano de Marins e Dias Neto. Dia 2, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-3973

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Doutorado
        - Interações de mediadores químicos (alomônios) produzidos por plantas de soja [Glycine max (l.) Merrill] injuriadas, com alguns herbívoros e inimigos naturais. Afonso Takao Murata. Dia 1o.
        Mais informações:((0XX16) 3202 3631

Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Mestrado
        - Avaliações físicas, químicas e sensoriais de óleo e gordura de soja no processo de fritura. Elaine Abrão Assef Sanibal. Dia 1o, às 14 horas.
        - Avaliação do estado nutricional de crianças e estrutura de funcionamento de creches no município de São Paulo. Elaine Menegon Zaccarelli. Dia 1o, às 9 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-3656
 
 
Agência USP de Notícias - Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. 
Tel.(0xx11) 3091-4411/3091-4691 - Fax: (0xx11) 3091-4476/3091-4689 
Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.htmlE-mail: agenusp@edu.usp.br
Diretora da Divisão: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11.552) mfrsouza@usp.br
Diretor da Agência: Antonio Carlos Quinto (Mtb 15.949) acquinto@usp.br
Repórteres: André Chaves de Melo andrecms@usp.br, Roger Pascoal rpascoal@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br
Estagiários: Bruna Fontes, Cauê Muraro caueagen@usp.br, Júlio Bernardes, Marcelo Gutierres msg@usp.br e Tatiana Martins Peñuela