São Paulo, 8 de agosto de 2001 n.793/01.

 
Razões que fazem casais optar pela vasectomia 
Pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública analisa motivos que fazem casais escolher a vasectomia como método contraceptivo. Os homens relataram existir preconceitos em relação ao método, que foi encarado como último recurso anticoncepcional.

 
 

Palestra no IEA debate a interação entre universidade, indústria e Fapesp
 
 

IP promove curso sobre psicologia e esporte
 
 

Professor fala sobre a obra de Debret no Ceuma
 
 
 
 


Destaques

Pesquisa busca entender razões que fazem casais optar pela vasectomia

Valéria Dias

        Os papéis desempenhados atualmente por homens e mulheres na sociedade continuam em desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que existe um modelo quase patriarcal quanto às decisões familiares, também pode ser encontrado um modelo ambíguo quanto às decisões reprodutivas. Esta foi uma das conclusões da pesquisa Vasectomia: razões da opção de casais pelo método, defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP pela enfermeira Nádia Maria Marchi. Segundo a pesquisadora, os homens continuam atuando na vida em sociedade conforme o modelo tradicional de relações de gênero, ao mesmo tempo em que se vêem chamados a assumir outro papel na área da reprodução.
        A pesquisadora decidiu realizar o estudo após detectar um aumento de casais na procura pela vasectomia no Ambulatório de Reprodução Humana do Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher, da Unicamp, onde trabalha. O estudo qualitativo foi feito entre janeiro e maio de 1999, quando 20 casais foram entrevistados. Inicialmente cada membro do casal foi entrevistado separadamente. Os homens foram entrevistados novamente após agendarem a cirurgia e, segundo ela, reconheceram a existência de preconceitos em relação à vasectomia. "Alguns relataram que o processo de decisão pela vasectomia incluiu a superação desses preconceitos", afirma Nádia.
        O estudo revelou que a vasectomia foi encarada como último recurso anticoncepcional. "Face ao número de filhos que já tinham, da impossibilidade de criar outros e da inevitável esterilização das mulheres, os homens perceberam que deviam colaborar", relata. De acordo com Nádia, os casais afirmaram que a idéia de se optar pela vasectomia vinha se formando há mais de um ano. Entretanto, somente se cristalizou após conversas do marido com amigos vasectomizados ou com outros que garantiram se tratar de um método seguro, eficaz, simples de ser feito e que, principalmente, não afetava a sexualidade masculina. "Os casais tenderam a reconhecer que essas opiniões foram significativas, mas a decisão foi tomada por ambos, após conversarem e debaterem sua situação".
        Nádia relata que 19 casais entrevistados estavam utilizando algum método anticoncepcional quando procuraram o serviço de saúde. O método mais utilizado era o anticoncepcional oral combinado, usado por sete casais, seguido do preservativo masculino, usado por cinco casais. O dispositivo intra-uterino (DIU) era usado por quatro casais; dois casais usavam anticoncepcional injetável e um casal afirmou praticar coito interrompido. O número médio de filhos por casal foi de 2,5 com variação de 1 a 6. As idades dos filhos variaram entre 45 dias e 18 anos. Dois casais tinham apenas um filho e estavam solicitando a vasectomia por problemas sérios de saúde da mulher, contra-indicando uma nova gravidez.
        Segundo a pesquisadora, todos os homens e cerca de 11 mulheres realizavam trabalho remunerado na época da pesquisa. Entre os homens, seis eram operários da construção civil, quatro operários da indústria, três motoristas, um trabalhador braçal, um frentista de posto de gasolina, um pintor, um gesseiro, um técnico de portões eletrônicos, um auxiliar de compras, um bancário, um gerente de farmácia e um proprietário de micro-empresa. As idades dos homens variou entre 30 e 41 anos. Já entre as mulheres, a idade apresentada era de 24 a 41 anos, sendo que cinco realizavam trabalho doméstico (mensalista e diarista), três eram vendedoras autônomas, uma operadora de caixa, uma agente de segurança, uma auxiliar administrativa e uma era aposentada por motivo de saúde. De acordo com a pesquisadora, os homens apresentaram uma média de 6,3 anos de escolaridade e as mulheres, 6,9. "Isso eqüivale a terem cursado até a sexta ou sétima série do ensino fundamental", finaliza.
        Mais informações: e-mail nmarchi@hawk.com.br, com Nádia
 
 


Cursos, Seminários e Palestras

Universidade e indústria
        O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP realiza na próxima terça-feira (14), o seminário Interação Universidade-Indústria-Fapesp em Farmacologia. A palestra será apresentada pelo professor Gilberto Nucci, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP na sede do IEA, que fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa J 374, térreo, na Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-3919/3091-4442 ou e-mail clauregi@usp.br.

Psicologia e esporte
        Estão abertas as inscrições para o curso Psicologia e Esporte: Práticas em Ação, que o Instituto de Psicologia (IP) da USP promove de 13 de setembro a 29 de novembro. O curso oferece elementos para a reflexão sobre a atuação do psicólogo na área esportiva, analisando as contribuições da psicologia para o aspecto educacional do esporte. Os interessados devem se inscrever até 8 de setembro no IP, que fica na Av. Prof. Mello Moraes, 1721, bloco D. A taxa é de R$ 30,00.
        Mais informações: ( (0XX11) 3091-4172/3091-4285 ou e-mail lefe@edu.usp.br.

Animais peçonhentos
        O Instituto Butantan abre até dia 14 as inscrições para o curso básico Animais Peçonhentos, que ocorre no dia 14 de setembro. O curso pretende instruir e aprimorar conhecimentos básicos para a utilização imediata no trabalho, prevenção e multiplicação de informações. Aborda temas como biologia e reconhecimento de insetos e serpentes, primeiros socorros e prevenção e inclui uma visita ao Museu Biológico. A taxa é de R$ 10,00.
        Mais informações: ( (0XX11) 3726-7222 ramal 2117 ou e-mail cultbut@bol.com.br.
 
 


Agenda Cultural

Debret
        O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP realiza nesta sexta-feira (10), às 20 horas, a palestra Debret: a Pena e o Pincel, que será apresentada pelo professor Luiz Felipe de Alencastro, da Unicamp. Ele discute o conteúdo de um ensaio seu que analisa o contexto histórico dos anos que Jean-Baptiste Debret — pintor consagrado da corte de Bonaparte que retratou a sociedade brasileira do século XIX — passou no Rio de Janeiro. A entrada é franca e o Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294.
        Mais informações: ( (0XX11) 3237-1815 ou e-mail mariantonia@edu.usp.br.
 
 


Teses e Dissertações

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
        - A questão do intelecto possível em Tomás de Aquino: o contra os averroísta. José Antonio Martins. Dia 10, às 9 horas.
        - Tratamento do tempo e implicações temático-estruturais em a moratória e rasto atrás de Jorge Andrade. Diva Cleide Calles. Dia 8, às 14 horas.
        - Tradução de Águas-Forte Portenhas, de Roberto Arlt. Maria Paula Gurgel Ribeiro. Dia 12, às 14 horas.
        - Interlíngua: das transferências lingüísticas ao code-switching. Cleber Luiz Carvalho Costa. Dia 10, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-4626

Instituto Oceanográfico
Doutorado
        - Estudo numérico da circulação e da estrutura termohalina na Canal de São Sebastião. Lourval dos Santos Silva. Dia 10, às 14 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-6528

Escola Politécnica
Doutorado
        - Modelo de programação robusta para sistemas de produção job shop. José Domingos Duarte. Dia 10, às 9:30 horas.
        Mais informações:((0XX11) 3091-5443

Correção
        Na matéria Reitor escreve diário sobre a USP, publicada no boletim da Agência USP de Notícias, número 792, de 7 de agosto de 2001, leia-se "Nesta quinta-feira (9)", ao invés de "Nesta quinta-feira (8)".
 
 
 
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