São Paulo, 14 de setembro de 2001 n.819/01.

 
Pesquisa analisa imigração em São Paulo
Historiadora faz levantamento da história da imigração de dez grupos étnicos que chegaram ao País entre as décadas de 10 e 60. O estudo buscou desvendar como esses imigrantes recriaram suas tradições em solo estrangeiro

 

Professor da USP é nomeado secretário adjunto de Ciência e Tecnologia de SP
 

Neurotoxinas é tema de palestra na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
 

Instituto de Biociências oferece curso sobre Doenças Mendelianas
 
 


Destaques

Pesquisa conta a história da imigração em São Paulo

Antonio Carlos Quinto

        São Paulo é uma cidade plural. Por vezes, seus habitantes transitam por locais onde há prédios, casas e monumentos de arquiteturas diversas. Porém, poucas são as pessoas que conseguem identificar a origem de algumas construções que acabam passando desapercebidas. Depois de cinco anos pesquisando a história de grupos de imigrantes radicados em São Paulo, a historiadora Sônia Maria Freitas nos leva a ficar mais atentos sobre a influência estrangeira em nossa cidade. Em sua tese de doutorado intitulada Falam os Imigrantes...Memória e Diversidade Cultural em São Paulo, Sônia conta a história da imigração de dez grupos nacionais/étnicos: armênios, chineses, espanhóis, húngaros, italianos de monte San Giácomo e Sanza, lituanos, okinawanos, russos e ucranianos. A tese, que conta inclusive com registros fotográficos, foi apresentada em abril último, no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O trabalho foi orientado pelo historiador e professor da USP Carlos Guilherme Mota.
        O interesse de Sônia em pesquisar o processo imigratório em São Paulo surgiu quando ela percebeu que o tema havia sido mais estudado por economistas, geógrafos, psicólogos, antropólogos, sociólogos do que por historiadores. "Três questões foram básicas para a pesquisa: Quem seriam estes imigrantes? Haveria guetos na cidade de São Paulo? Estariam de alguma forma 'abrasileirados'?", descreve. A partir destas perguntas, Sônia procurou evidenciar uma memória comum aos grupos estudados e identificá-los na cidade hoje. Ao todo, 250 pessoas foram entrevistadas, todos imigrantes que chegaram ao país entre as décadas de 10 e 60. Contudo, a pesquisadora deu mais ênfase aos estrangeiros que chegaram no período pós-segunda guerra mundial.
        A pesquisa buscou desvendar de que maneira estes estrangeiros recriaram suas tradições em nosso país. "Eles criaram importantes laços de união em seus grupos, principalmente através de clubes, associações e igrejas. Em alguns casos, chegaram a fundar escolas para ensinar a seus descendentes a língua e a cultura natal", conta Sônia. Daí a grande número de construções na cidade que lembram arquiteturas de seus países de origem. No trabalho de Sônia podem ser vistas fotos de igrejas russas construídas no bairro de Vila Alpina, na zona Leste da cidade, que concentra um grupo destes imigrantes. Os lituanos também estão na zona Leste de São Paulo, na Vila Zelina. "Os ucranianos também se fixaram nos dois bairros e em São Caetano do Sul, onde existe uma igreja de arquitetura típica", descreve.
        Já os italianos de San Giácomo e Sanza, segundo a pesquisadora, habitaram inicialmente a região da Mooca, expandindo-se posteriormente para os bairros da Penha e São Miguel Paulista, na zona Leste. "Alguns chineses ainda podem ser encontrados na Liberdade, Aclimação, Cambuci, Brooklin e também em Santo Amaro. Mas boa parte deles se espalhou pela cidade". Os armênios habitavam os bairros da Luz, Santana e a região do Mercado Central, enquanto os japoneses de Okinawa fixaram-se na região do Mercado Central e do Mercado da Cantareira.
        Sônia explica ainda que a imigração destes grupos ocorreu por diversas causas. "Muitos vieram por razões econômicas, outros vieram por perseguição política, ou devido a guerras, revoluções e até mesmo por questões religiosas", revela. "E quanto maior foi o sofrimento ao deixar seu país, mais o imigrante lutou para preservar sua cultura e tradições". Além disso, ela destaca que os estrangeiros que chegaram ao Brasil no período anterior a Segunda Guerra ainda tiveram de enfrentar a intolerância da política getulista que atingiu boa parte dos imigrantes. "Sofreram perseguições sendo, inclusive, proibidos de falar sua língua de origem e suas associações foram alvo de intervenções", conta. Os imigrantes que chegaram após a Segunda Guerra, segundo Sônia, tinham maior grau de informação, eram técnicos ou mesmo engenheiros. "Eles conseguiram retomar a vida associativa e deram novo impulso às comunidades", diz. "Meu trabalho é basicamente um registro de memória destes grupos. Creio ser importante nestes tempos de globalização", avalia.
        Mais informações: (0XX11) 288-5665; e-mail: smfreitas2@uol.com.br
 
 

Professor da USP é nomeado secretário adjunto de Ciência e Tecnologia de SP

        O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nomeou o professor da Universidade de São Paulo Oswaldo Massambani para o cargo de Secretário Adjunto de Ciência e Tecnologia. Massambani é professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) e já foi diretor da unidade por quatro anos. No cargo, Massambani terá como missão a ligação de importantes órgãos de pesquisa e ensino com o governo do Estado.
        O novo secretário considera fundamental o papel que a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico têm no desenvolvimento de São Paulo. Assim, sua missão será estabelecer diretrizes para o desenvolvimento tecnológico e científico, obtendo, como conseqüência, o desenvolvimento econômico do Estado. Massambani irá trabalhar na articulação de entidades importantes, como as três universidades estaduais paulistas, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
        Massambani também terá responsabilidades sobre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp. O órgão é responsável por financiar pesquisas científicas no Estado. O secretário ressalta a importância da Fundação e acredita na continuidade dos investimentos em ciência. "Sem dúvida nenhuma, a Fapesp é um ícone do Estado e um ícone nacional, com uma reputação da melhor qualidade também no nível internacional".
 
 


Cursos, Seminários e Palestras

Gestão Básica para Escolas
        Já estão abertas as inscrições para o curso "Gestão Básica para Escola" da Escola do Futuro da USP. No curso serão apresentadas algumas ações básicas necessárias ao conhecimento da organização escolar como um sistema de estruturas interdependentes, direcionado para a construção de uma escola democrática e autônoma. O público alvo do curso, que tem 76 horas de duração, são professores, coordenadores, supervisores, diretores e donos de escola. As aulas serão sempre às terças e quintas-feiras e a primeira está programada para o dia 02 de outubro. Os interessados devem pagar um taxa de R$ 1.200,00, valor que pode ser dividida em até três vezes.
        Mais informações: (0XX11) 3091-4254/9107 ou e-mail: capacita@futuro.usp.br

Pesquisa em Arte e Crítica
        Entre os dias 19 e 21 de setembro será realizado o Seminário Nacional ABCA: Pesquisa em Arte e Crítica. O evento tem como objetivo realizar um diagnóstico sobre o estado atual da pesquisa em arte e crítica nos quadros da ABCA, confrontando-o com o trabalho de pesquisadores de outras instituições. A efetivação deve ser feita no dia 19 entre as 13 e 14 horas. As taxas são de R$ 20,00 para membros da ABCA, R$ 30,00 para não membros e R$ 15,00 para estudantes. O Seminário acontece no USP Oficina, que fica na Avenida Prof.º Lúcio Martins Rodrigues, 314, Cidade Universitária.
        Mais informações: fax (0XX11) 3746-6896 e-mail evernaschi@hotmail.com

Neurotoxinas de Aranha e Neuroproteção
        No dia 21 de setembro, às 16 horas, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP promove palestra Neurotoxinas de aranha e neuroproteção, com professor de biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) Wagner Ferreira dos Santos. Não há necessidade de inscrição prévia. O evento é gratuito e aberto ao público em geral. A FMRP fica na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto, São Paulo.
        Mais informações: (0XX16) 602-3012

Curso sobre Doenças Mendelianas
        O curso oferecido pelo Instituto de Biociências (IB/USP) objetiva ensinar os principais métodos de mapeamento e de identificação de genes associados a doenças mendelianas e multifatorais. Tudo através de uma proposta que envolve experimentos práticos e considerando a disponibilidade da seqüência do genoma humano e apresentando perspectivas de estudos funcionais. Além disso serão discutidas as principais técnicas de detecção de mutações patogênicas e alguns mecanismos moleculares associados com doenças genéticas humanas. Haverá também seminários ministrados por diversos pesquisadores nacionais e internacionais, o que permitirá que os alunos tenham a oportunidade de discutir os avanços mais recentes de determinadas áreas de conhecimentos com seus respectivos especialistas.
        As inscrições já estão abertas e se encerram no dia 20 de outubro. A taxa de inscrição é de R$ 600,00 para o curso integral (12 vagas) e de R$ 300,00 para assistir somente aos seminários (60 vagas).
        Mais informações: (0XX11) 3091-7966 ramal 228 ou e-mail arashiro@usp.br
 
 


Teses e Dissertações

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Doutorado
        - Imagem-movimento, imagens de tempo e os afetos 'Alegres' no filme O triunfo da vontade, de Leni Riefenstahl: Um estudo de sociologia e cinema. Mauro Luiz Rovai. Dia 18 de setembro, às 14 horas.
        - Etnoaqueologia dos grafismos kaingang: um modelo para a compreensão das sociedades Pro-jê meridionais. Sérgio Baptista da Silva. Dia 18 de setembro, às 9 horas.

Mestrado
        - Construindo ou deixando um Sambaqui? Análise de sedimentos de um Sambaqui do litoral meridional brasileiro - processos formaticos - região de Laguna-SC. Daniela Magalhães Klökler. Dia 20 de setembro, às 14 horas.
        Mais informações: (0XX11) 3091-4626

Instituto de Biociências
Doutorado
        - Paullinia L. (Sapindaceae): Morfologia, Taxomania e Revisão de Paullinia sect. Phygoptilon. Genise Vieira Somner. Dia 19 de setembro, às 14 horas.
        - Revisão Taxonômica do Gênero Alseis Schott (Rubiaceae, Cinchonoideae). Maria Verônica Leite Pereira Moura. Dia 20 de setembro, às 13h30.
        - Envolvimento do Giro Denteado e Córtex Entorrinal Medial, mas Não do Córtex Entorrinal Lateral, com o Processamento de Informações de Natureza Espacial. Andrea Maria Garrido dos Santos. Dia 17 de setembro, às 13h30.
        - Filogenia da Tribo Puyeae Wittm. e Revisão Taxonômica do Gênero Encholirium Mart. Ex Schult. & Schult. F. (Pitcairnioideae - Bromeliceae). Rafaela Campostrini Forzza. Dia 18 de setembro, às 14 horas.

Mestrado
        - Estudo do Papel do Vacúolo Parasitóforo como uma Adaptação para a Sobrevivência do Plasmodium em um Ambiente Iônico Intracelular. Marcos Leoni Gazarini Dutra. Dia 20 de setembro, às 14 horas.
       - Efeitos da Fragmentação Florestal sobre a Comunidade de Pteridófilas da Mata Atlântica Sul Baiana. Mateus Luís Barradas Paciencia. Dia 19 de setembro, às 9 horas.
        Mais informações: (0XX11) 3091-7547
 
 
Agência USP de Notícias - Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online
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