Um novo caminho para o diagnóstico de cisticercose Pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP demonstra como foi possível aplicar testes imunológicos para detecção de anticorpos anti-cisticerco em amostras de sangue

Marcelo Gutierres

Um novo caminho para fazer a triagem sorológica de cisticercose foi empregado pela farmacêutica-bioquímica Lúcia Maria Bragazza. Em sua tese apresentada à Faculdade de Ciências Farmacêutics (FCF) da USP, Cisticercose: testes imunológicos para detecção de anticorpos séricos, defendida no último mês de julho, ela demonstra como foi possível aplicar pioneiramente testes imunológicos (ELISA e imunoblot com antígeno de Taenia crassiceps), para detecção de anticorpos anti-cisticerco em amostras de sangue.

"Utilizamos antígenos de outro verme, a Taenia crassiceps", explica Lúcia. Desta forma, empregou-se uma maneira alternativa para se obter o diagnóstico. "O cisticerco dessa tênia é capaz de se reproduzir dentro de um camundongo. Com isso conseguimos vencer etapas mais difíceis que envolviam o processo". Segundo Lúcia, esta metodologia já existente foi empregada anteriormente por vários autores, em amostras de líquido cefalorraquiano (LCR) e soro provenientes de pacientes ambulatoriais, mas não em amostras da população em geral.

Etapas vencidas

Para se constatar a cisticercose são necessários dados clínicos que, segundo a pesquisadora, não são suficientes para fechar o diagnóstico. Exames como a tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética são exemplos. Mas o alto custo impede a maioria da população residente em áreas endêmicas de realizá-los.

Ademais, existe o diagnóstico laboratorial, feito por meio de análise do LCR para se detectar a presença de anticorpos contra o cisticerco produzidos pelo organismo parasitado. Na coleta do LCR, Lúcia diz que é necessário um médico especializado, "pois se trata de um exame delicado, e a coleta é um procedimento invasivo, e impraticavél para estudos epidemiológicos".

Ela aponta outra dificuldade, o diagnóstico imunológico. Ele é realizado com técnicas que utilizam antígenos, obtidos a partir do cisticerco da Taenia solium, presente em porcos criados soltos e em contato com fezes de humanos com teníase — verme produtor de ovos que dão origem à cisticircose. Com isso, é preciso ter um animal infectado para se obter o antígeno. "Ocorre que os porcos infectados geralmente são oriundos do abate clandestino, sem inspeção sanitária e geralmente comercializados clandestinamente", esclarece Lúcia.

A pesquisadora ressalta ainda que "há problemas com as técnicas imunológicas realizadas em amostras de sangue humano para detecção de anticorpos anti-cisticerco da Taenia solium, pois estas podem dar reação cruzada com anticorpos produzidos contra outros parasitas e assim fica difícil saber se o indivíduo investigado tem cisticercose ou outra doença". Lembra também que, apesar de haver limitações nas técnicas imunológicas empregadas na triagem sorológica de comunidades para a pesquisa da cisticercose, elas ainda representam a forma mais econômica e viável para avaliação de grupos populacionais.

Formas de transmissão

As teníases causadas por T. solium e por T. saginata são popularmente chamadas de solitária porque o intestino é capaz de albergar somente um exemplar de tênia adulta que pode atingir até cinco metros. Ao se ingerir os ovos da Taenia solium tem-se os agravos da cistercicose. O ovo passa pelo estômago e no intestino delgado, libera o embrião que vai atingir a circulação para se localizar no sistema nervoso central (SNC).

A forma mais grave de cisticercose é decorrente da localização do cisticerco no SNC e é conhecida com o nome de neurocisticercose (NC). A doença tem um aspecto clínico que é polimórfico, ou seja, podendo ir desde formas assintomáticas (sem manifestação clínica) até formas incapacitantes e fatais. Adquire-se a doença pela ingestão dos ovos de tênias que podem estar presentes na água destinada à irrigação de alimentos (verduras, frutas, etc) ou adubados com fezes humanas.

Portanto, com a ingestão de ovos, há a evolução até larva e o nome da doença produzida é cisticercose. Se houver a ingestão da larva (cisticerco) que está presente na carne de porco ou bovina, tem-se o parasitismo pelo verme adulto e a doença será a teníase.

Mais informações: (019) 3254-1520 / 3729-8486
 
 

A Coordenadoria de Administração Geral (Codage) e o Departamento de Recursos Humanos (DRH) da USP realizam nos dias 26, 27 e 28 no campus de Pirassununga, o I Gespe – Gestão de Pessoas. O encontro vai reunir assistentes administrativos e chefes de pessoal das unidades da USP para discutirem questões ligadas à humanização das relações entre os funcionários da Universidade. O evento é promovido pela Seção de Treinamento e Desenvolvimento do DRH, com a colaboração da Comissão de Assistentes Administrativos e Chefes de Seções de Pessoal dos campi da capital e do interior.

O Gespe foi elaborado a partir da constatação do professor Gilberto Tadeu Shinyashiki, diretor de Recursos Humanos da USP, de que havia a necessidade de aproximar, num mesmo local e período — e fora do ambiente de trabalho —, os assistentes administrativos, chefes das seções de pessoal e o DRH. Segundo Shinyashiki, a participação conjunta desses funcionários num encontro desse tipo tem enorme importância para levantar sugestões de reformulação da questão organizacional e para melhorar a prática de gestão de pessoas.

Com esse encontro, pretende-se levantar as principais dificuldades encontradas nas rotinas de recursos humanos, ampliar o entendimento da função de RH e o âmbito de atuação destes profissionais dentro da Instituição, dar visibilidade à nova filosofia, princípios e políticas de atuação/gestão do DRH, introduzir o conceito de "cliente interno" e "consultoria interna", e incrementar a comunicação entre o DRH e as unidades/órgãos da USP.

A programação do Gespe contará com a apresentação de trabalhos em equipe, onde serão expostos problemas e sugestões para as dificuldades vividas durante a rotina de trabalho dos funcionários, além de apresentação de painéis. Também foram programadas palestras, apresentações teatrais e ginástica laboral.

Dentre as palestras programadas estão Administração de Recursos Humanos na USP, ministrada pelo professor Shinyashiki e pelo coordenador do Codage, professor Hélio Nogueira da Cruz, e Gestão de Pessoas, com o professor Sigmar Malvezi. Também foram programadas palestras com Thaís Laranjo, do Programa de Prevenção e Tratamento do Uso de Drogas na USP (Produsp) e outra com o consultor Roberto Shinyashiki.

Mais informações: (0XX11) 3091-3534, com Rosana ou e-mail rosimone@usp.br

Pesquisa em Enfermagem

De 28 a 31 de outubro, às 18 horas, a Escola de Enfermagem (EE) da USP realiza o II Encontro Internacional de Pesquisa em Enfermagem, voltado à discussão do significado político, social e ético da pesquisa, a origem e o impacto da pesquisa em enfermagem e políticas de divulgação.

Mais informações: (0XX11) 3066-7000 pelo e-mail encontro@usp.br

Villa Kyrial: crônica da belle époque paulistana

Nesta sexta-feira (26), às 14 horas será realizado um seminário com tema Villa Kyrial: crônica da belle époque paulistana, que tem como palestrante a professora Márcia Mascarenhas Camargos da Companhia da Memória e Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. O evento terá lugar no Instituto de Física (IF) que fica na Rua do Matão, travessa R, 187 - Auditório Norte, entre Ala Central e Ala II, Cidade Universitária, São Paulo, SP.

Mais informações: (0XX11) 3091-6639 / 6919

Magnetic semiconductors

Sexta-feira (26), às 16 horas, no Instituto de Física (IF) acontece o seminário Magnetic semiconductors, com o professor Olle Eriksson, Universidade de Uppsala, Suécia. O IF fica na Rua do Matão, 187, Cidade Universitária, São Paulo. Entrada franca, sem necessidade de inscrição.

Mais informações: (0XX11) 3091-6983
 
 

Estação Ciência tem temporada de vídeos científicos

A Estação Ciência, Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da Universidade de São Paulo, realiza entre os dias 7 e 23 de novembro a 7^a Mostra de Vídeo Ver Ciência. O evento, coordenado por Sérgio Brandão e José Renato Monteiro, reúne produções de divulgação científica do Brasil e de diferentes partes do mundo, tendo sido a maioria selecionada no mais importante certame da televisão e vídeos científicos mundial, o Rencontre Internationales de l’Audiovisuel Scientifique/ Image et Science, evento que acontece em Paris. A importância desta Mostra no Brasil está relacionada à necessidade de divulgação da ciência, em linguagem acessível, a todo cidadão, com ênfase na juventude.

A 7^a. Mostra Ver Ciência será aberta junto à 6^a. Mostra de Material de Divulgação e Ensino das Ciências e se prolongará até dia 23 de novembro. Na programação estão incluídas, também, apresentações do Programa Ver Ciência, veiculado pela TV Cultura. A Estação Ciência localiza-se à Rua Guaicurus, 1274/1394 – Lapa. A entrada é gratuita.

Maiores informações: (0XX11) 3673-7022 ou e-mail info@eciencia.usp.br e www.eciencia.usp.br.
 
 

Cidades capitais do século XIX

A Edusp acaba de lançar o livro Cidades Capitais do Século XIX: Racionalidade, Cosmopolitismo e Transferências de Modelos, organizado pela professora do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, Heliana Angotti Salgueiro. O prefácio é de Ulpiano T. Bezerra de Menezes.

Os quatro ensaios do livro discutem a problemática das cidades capitais no século XIX na Europa e a circulação, migração e apropriação dos modelos para outras situações urbanas. Permitem compreender que as apropriações do modelo francês não apresentam a mesma escala global sistemática, reescrevendo-se de forma fragmentária no contexto de cada uma das situações particulares. Um sistema urbano resulta de projetos, legislações e práticas de uma determinada sociedade ao longo de sua história e, nesse sentido, sua transferência só pode ser parcial. Enquanto Paris se transformou sem perder a fisionomia, nas demais cidades capitais que buscaram apropriar-se do modelo, restam apenas partes, recortes, ruínas.

Os autores expõem os limites da comparação e a relação complexa entre o espaço e o tempo das formas urbanas: Antoine Picon e Bernard Lepetit analisam as características do processo de urbanização de Paris, Donatella Calabi mostra a influência deste modelo nas cidades italianas, especialmente em Milão, e Heliana Angotti Salgueiro discute o tema remetendo-se ao exemplo de Belo Horizonte. O cosmopolitismo da haussmannização seria um equívoco, uma vez que o modelo não resiste fora de Paris. Mais uma razão para estudá-lo hoje, sob novas luzes, se pensarmos que nenhuma cidade escapa da própria história, lugar das diferenças.

Mais informações: (0XX11) 3091-4149 / 4160 / 4150 / 4008

Instituto de Ciências Biomédicas

Mestrado

- Pesquisa de anticorpos contra Plasmid Encoded Toxin (PET) em soros de crianças com diarréia aguda por Escherichia coli enteroagregativa. Estela Maia Bellini. Dia 30, às 15h30.

Mais informações: (0XX11) 3091-7439

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Doutorado

- Formas de produção do real na imprensa brasileira: greve dos petroleiros e gêneros do discurso nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado. Sheila Vieira de Camargo Grillo. Dia 29, às 14h.

Mais informações: (0XX11) 3091-4626

Faculdade de Saúde Pública

Mestrado

- A mortalidade infantil no município de Rio Branco-Acre. Milton dos Santos Freitas. Dia 29, às 8h30.

Mais informações: (0XX11) 3081-5091

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Mestrado

- Padrão de ocupação e seleção de conchas pelo ermitão Pajuristas tortugae Schmitt, 1933 (Crustacea, Anomura). Laura Cristina da Cruz Domiciano. Dia 29, às 8h.

Mais informações: (0XX16) 602-3654

Escola Politécnica

Doutorado

- Caracterização de líquidos por ultra-som. Ricardo Tokio Higuti. Dia 26, às 10h.

- Ligação laje-viga de estruturas pré-fabricadas de concreto. Narbal Ataliba Marcellino. Dia 29, às 9h.

Mais informações: (0XX11) 3091-5443
 
 

 

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