São Paulo, 13 de dezembro de 2001 n.879/01.

O uso de agrotóxicos na agricultura Livro amplia a discussão sobre a utilização dos agrotóxicos e as questões que envolvem o trabalho rural com estes produtos. A obra é resultado de uma dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Saúde Pública

Resultado de uma dissertação de mestrado defendida em 1996 por Eduardo Garcia Garcia, na Faculdade de Saúde Pública da USP, o livro Segurança e Saúde no Trabalho Rural: a Questão dos Agrotóxicos aborda a necessidade de ampliar a discussão sobre as questões que envolvem as condições do trabalho rural com agrotóxicos.

Segundo Garcia, a visão predominante responsabiliza basicamente a pessoa que aplica o produto químico pelo contaminação ambiental e de alimentos, e por sua própria intoxicação discutindo as causas, conseqüências e soluções destes problemas apenas como uma questão de "educação" desses trabalhadores - entendendo "educação" como treinamento dos agricultores para o uso de agrotóxicos. "Sob este enfoque, a segurança no trabalho com agrotóxicos fica restrita somente à recomendação de equipamentos de proteção individual e de uma série de 'cuidados' a serem observados pelos trabalhadores", adverte o autor. "É evidente que o uso inadequado é a causa imediata dos problemas e que informar, preparar, treinar e capacitar o usuário é conseqüência de diversos outros fatores socioeconômicos, técnico-agronômicos e de aspectos relacionados ao trabalho, que interferem diretamente nas condições e no ambiente de trabalho".

De acordo com Garcia, "hoje, pode se afirmar que praticamente em todas as culturas são utilizados agrotóxicos em maior ou menor grau". Segundo ele, a exposição dos aplicadores varia em função de diversos fatores, como a duração da jornada de trabalho, o porte da cultura, as condições ambientais no momento da aplicação e do sistema adotado. "A população rural como um todo também se expõe, principalmente nas pequenas propriedades com mão-de-obra familiar, onde mulheres e crianças auxiliam nas aplicações", alerta lembrando que, "as residências e fontes de água para consumo também ficam próximas às áreas onde são utilizados agrotóxicos, o que facilita a contaminação da população local".

Garcia destaca ainda que o impacto no ambiente e nas pessoas se dá pela utilização imprópria e indiscriminada, mas também pela utilização normal dos agrotóxicos. "De modo geral, devido à imprecisão da tecnologia empregada, de 50% a 80% do que é aplicado vai para o ambiente, contaminando o ar, o solo e, consequentemente, a água e os organismos vivos, comprometendo os ecossistemas", descreve. Entre os impactos negativos causados pelo uso dos agrotóxicos, Garcia comenta em seu livro o problema da resistência das pragas aos próprios produtos empregados para seu controle. Hoje são conhecidas mais de 500 espécies de insetos e ácaros, 150 espécies de microorganismos e 270 de plantas invasoras resistentes aos agrotóxicos. "Para a saúde pública, os principais impactos são as intoxicações agudas e crônicas dos trabalhadores rurais e a contaminação dos alimentos", alerta o autor.

A segurança do trabalho nas atividades que utilizam o agrotóxico, segundo Garcia, tem sido considerada apenas como proposição de medidas individuais de proteção, que incluem as práticas de trabalho e o uso de equipamentos de proteção individual pelos trabalhadores. O pesquisador discute a baixa eficácia e as dificuldades de ordem prática para a implantação, nas condições predominantes do trabalho rural, das medidas de segurança centradas na pessoa, que se baseiam principalmente em mudanças de comportamento e hábitos, exigindo supervisão e acompanhamento das atividades de trabalho. "Os usuários não estão informados sobre os riscos e as conseqüências a que estão expostos. As medidas individuais devem ser complementares às medidas coletivas, estas sim, prioritárias", argumenta o pesquisador.

A segurança do trabalho na agricultura, segundo Garcia, em especial nas atividades que utilizam o agrotóxico, tem sido considerada basicamente apenas como proposição de medidas individuais de proteção. "Mesmo assim, os usuários não estão informados sobre os riscos e as conseqüências a que estão expostos", argumenta o pesquisador.

O livro faz uma abordagem das medidas coletivas cabíveis para o controle de riscos no trabalho rural com agrotóxicos examinando dois campos de ação: os sistemas de aplicação de agrotóxicos e o processo de produção agrícola. Neste campo, analisam-se as vantagens do Manejo Integrado de Pragas (MIP), sistema que minimiza a necessidade de agrotóxicos.

Devido às carências estruturais de ordem técnica, social e econômica existentes no País, Garcia propõe, ainda como medida essencial, maior controle da disponibilidade dos agrotóxicos, especialmente dos mais tóxicos. São considerados o banimento, a restrição e o estabelecimento de políticas de taxação e de regulamentação de preços visando desviar a preferência dos agricultores de produtos mais perigosos para os de menor risco. Sugere, ainda, que se estudem, segundo as condições existentes no Brasil, estratégias adotadas em programas de redução geral no uso de agrotóxicos que estão sendo realizados em diversos países. "Os resultados que vêm sendo obtidos não comprometem a produção agrícola e têm trazido benefícios para o meio ambiente e para a saúde pública", argumenta Garcia

Segurança e Saúde no Trabalho Rural: A Questão dos Agrotóxicos foi editado pela Fundacentro.

Mais informações: (0XX11) 3066-6226, ou no site www.fundacentro.gov.br . Contatos com o autor pelo e-mail: edgarcia@usp.br

No próximo dia 20, a partir das 14 horas, na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, acontece o I Workshop de Ensino à Distância em Enfermagem. O evento tem o objetivo de divulgar o Projeto Enfermagem Virtual (GEPECOPEN), apresentar conceitos e práticas de ensino à distância (EAD) e demonstrar a tecnologia de EAD. Terá apresentações, palestras e debates. A promoção é do Grupo de Estudos e Pesquisas em Comunicação no Processo de Enfermagem (GEPECOPEn), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP/USP), Divisão de Enfermagem do HC-FMRP/USP, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP) e Departamento de Enfermagem Geral e Especializada (DEGE). O workshop será na Sala Castor da EERP, que fica na Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto.

Mais informações: (0XX16) 602-3469 / 3470 ou e-mail rofarias@eerp.usp.br

Confira a programação da TV USP na semana de 17 a 23 de dezembro:

O Delta, Pi - reprisa o debate em torno do tema "Moda". O programa aborda questões como a importância da moda para o cidadão comum, as especificidades da moda nacional, a ascensão dos estilistas brasileiros, a relação da alta costura com o moda cotidiana, a inserção social através do uso de determinadas roupas, entre outros. Segunda-feira (17), às 22h30. Outros horários: às 9, 13h30, 18 e 3 horas.

Especial - reprisa "The Big Issue: uma experiência social e jornalística". Ela é a terceira revista mais lida pelo público jovem inglês. Mas não adianta procurar nas bancas: os exemplares da Big Issue são vendidos pelos sem-teto nas ruas de Londres. Este projeto revolucionário está inspirando grupos de outros países ­ inclusive o Brasil. O especial "The Big Issue: uma experiência social e jornalística" foi realizado como um Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo por Bruna Gagliardi. Terça-feira (18), às 22h30. Outros horários: às 9, 13h30, 18 e 3 horas. Sábado e domingo: às 13h30.

Zinco Quente - inédito traz as matérias "ONG Ser Vivo"; "Show de Eric Clapton"; "3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul". Conheça o trabalho de uma organização não-governamental, que atua dentro da universidade UNISINOS, no Rio Grande do Sul. Chamada de "Ser Vivo", esta ONG conta com a participação voluntária de alunos para preservar a natureza. Eric Clapton está se despedindo dos palcos e a equipe do Zinco acompanhou o show realizado no estádio Olímpico, em Porto Alegre. Veja ainda algumas histórias deste grande roqueiro. O Zinco visitou um dos espaços da 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre. Lá, no Hospital Psiquiátrico São Pedro, a arte invadiu o manicômio permitindo que as emoções ficassem a flor da pele. Segundo a assessoria da mostra, o evento já bateu recorde de público de todas as bienais do mundo. Quarta-feira (19), às 22h30. Outros horários: às 9, 13h30, 18 e 3 horas.

Olhar da USP - reprisa "Comunicação e Democracia". A procuradora do estado de São Paulo, Dra. Vera Nusdeo, e o jornalista Eugênio Bucci, ambos integrantes da ONG TVer, discutem a necessidade de uma maior democratização da comunicação no Brasil, tocando em pontos como a função pública do jornalismo, a legislação brasileira que rege as comunicações e o controle social dos meios de comunicação. Quinta-feira (20), às 22h30. Outros horários: às 9, 13h30, 18 e 3 horas. Sábado e Domingo, às 22h30 e 3 horas.

2 Apês - reprisa Episódio 01 - "A Mudança". Um ano e 10 episódios depois, a TV USP encerrou as gravações da bem sucedida série 2 Apês. Agora é a chance de você rever toda a série, com um episódio diferente a cada semana. No episódio inicial você acompanha a chegada de Mauro à república dos meninos e a mudança das meninas para o apartamento vizinho. Quem não viu, pode ver agora e quem já viu, verá de novo os 10 episódios deste que é o primeiro seriado de TV sobre jovens produzido por jovens que apresenta, com muito humor, o cotidiano de estudantes vizinhos. Com Daniel Dottori, Otávio Filho, Roberta Estrela D'alva, Manoela Amaral, Erika Coracini, Henrique Pessoa, Leonardo Cortez e Hugo Napoli. Sexta-feira (21), às 22h30. Outros horários: às 9, 13h30, 18 e 3 horas.

4X4 - inédito com o tema "Fé". A fé cura? Milagre existe? De acordo com a teologia cristã, a fé, antes de qualquer coisa, é um estado do ser, significando algo mais do que mero assentimento intelectual a certas definições ou confiança nelas. É um estado em que o homem se envolve irresistivelmente com aquilo que espera, convencendo-se da realidade invisível por meio de experiência existencial profunda. Afinal, qual a relação entre a Fé e a Ciência? Domingo (23), às 21 horas. Outros horários: segunda-feira (24), 12 horas e terça-feira (25), às 1h30.

A TV USP fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, nº 374, 2º andar, sala 232, Cidade Universitária. A programação é exibida todos os dias pelo CNU (Canal Universitário de São Paulo), no canal 15 da TV a cabo, ou ao vivo pela internet em: http://www.cnu.org.br

Mais informações: (0XX11) 3091-4101, 3091-4487 ou no endereço http://www.usp.br/tv

A Edusp acaba de lançar o livro Crianças e Adolescentes: Construindo uma Cultura da Tolerância, organizado por Zélia Maria Mendes Biasoli-Alves e Roseli Fischmann. É o primeiro volume da "Série Ciência, Cientistas e a Tolerância", que pretende mostrar um pouco da contribuição da Universidade à criação de uma "cultura da paz". A série é resultado das discussões ocorridas no seminário internacional "Ciência, Cientistas e a Tolerância", realizado na USP em 1997 reunindo cientistas do Brasil e de 14 países do continente americano. Os debates focalizaram o papel que a ciência e os cientistas têm na construção dessa "cultura da paz". A partir do seminário, foi estabelecida a Rede das Américas para a Tolerância e a Solidariedade, com o objetivo de permitir a continuidade das atividades científicas de cooperação, reflexão e definição de prioridades em torno da temática da tolerância. O livro, vendido por R$ 25,00, procura refletir sobre as contribuições da ciência para a construção de um sociedade em que os valores fundamentais da vida em grupo sejam respeitados. Parte, portanto, do pressuposto que é preciso pensar um processo de educação que ajude a desenvolver uma criança/adolescente competente para lidar com o social e apta tanto a exercer os seus direitos quanto a levar em conta os direitos dos que estão ao seu redor.

Mais informações: (0XX11) 3091-4149

Quinta-feira (13), às 18 horas, A Congregação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP outorga o título de "Professor Emérito" ao Dr. José Marques de Melo, em reconhecimento ao seu desempenho acadêmico e aos relevantes serviços prestados à Instituição, projetando-a nos cenários nacional e internacional. A solenidade, que será no Anfiteatro Camargo Guarneiri, rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, contará com a presença do atual reitor, Prof. Adolpho José Melfi. Na ocasião, será lançado o livro Grandes Nomes da Comunicação: José Marques de Melo.

O professor José Marques de Melo é docente fundador da ECA, tendo ali ingressado através de concurso público realizado em 1966. Foi o responsável pela criação do Departamento de Jornalismo e Editoração.

- Validação de método de extração supercrítica das sementes do guaraná (Paullinia cupana Kunth, Sapindaceae). Aldo Adolar Maul. Dia 17, às 14 horas.

- Traços do feminino em Fogo Morto de José Lins do Rego. Elenice Madureira de Souza. Dia 17, às 10 horas.

- Virtudes públicas e privadas: a linguagem do republicanismo no pensamento político de John Stuart Mill. Ari Ricardo Tank Brito. Dia 17, às 14 horas.

- Fatores da interferência na aprendizagem da língua francesa por estudantes universitários brasileiros: o léxico. Benice Naves Resende Siquierolli. Dia 18, às 14 horas.

- Igualdade: uma visão antropológica - com especial referência às sociedades indígenas. José Sálvio Leopoldi. Dia 17, às 14 horas.

Agência USP de Notícias - Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. Tel.(0xx11) 3091-4411/3091-4691 - Fax: (0xx11) 3091-4476/3091-4689 Home Page: http://www.usp.br/agenciausp E-mail: agenusp@edu.usp.br Diretora da Divisão: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11.552) mfrsouza@usp.br Diretor da Agência: Antonio Carlos Quinto (Mtb 15.949) acquinto@usp.br Repórteres: André Chaves de Melo andrecms@usp.br, Roger Pascoal rpascoal@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br Estagiários: Camila Lins Rossi, Cauê Muraro caueagen@usp.br, Júlio Bernardes, Marcelo Gutierres msg@usp.br e Tatiana Martins Peñuela tpenuela@usp.br