São Paulo, 12 de janeiro de 2000 n.500/00.
Medicamentos cronobiológicos
Pesquisador do ICB explica porque a tendência no desenvolvimento de novos medicamentos tem passado pela cronofarmacologia, que considera os ritmos biológicos dos seres vivos, as variações nas funções do organismo causadas por administração de drogas e o ritmo das doenças.

USP oferece curso de verão sobre Integração Regional -União Européia e Mercosul

Última semana para inscrição no Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia
 

Edusp lança o livro Quem tem medo da geopolítica?


Destaques

A importância da cronofarmacologia nos novos medicamentos

        Os ritmos biológicos nos seres vivos são resultado direto dos fenômenos ambientais periódicos e recorrentes — co-mo as estações do ano, os ciclos lunares, as marés e o ciclo dia/noite. Esses ritmos in-fluenciam todas as funções do organismo, sejam elas fisiológicas, bioquímicas ou psíquicas. O professor Roberto DeLucia, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, através da cronofarmacologia, vem estudando os efeitos provocados pela administração de drogas no organismo, responsáveis por mudanças na ritmicidade dessas funções, desde a absorção e distribuição (cronofarmacocinética), até a variação de resposta no local onde a droga vai exercer seu efeito (cronestesia).
        DeLucia ressalta, porém, que é im-portante conhecer não só a variação rítmica dos efeitos das drogas, mas também das doenças. "A doença é uma expressão de sinais e sintomas de funções do organismo e também tem ritmo biológico. Por isso, se estuda tanto a variação dos efeitos das drogas como das doenças. É a cronofarmacologia aplicada à cronoterapêutica, que incorpora a ritmicidade das doenças, ou seja, as alterações patológicas que ocorrem no organismo."
        O professor explica que esses estudos vêm se intensificando nos últimos 30 anos. "Já existem mais de 100 remédios nos Estados Unidos que têm orientações cronofarmacológicas na bula, ajustando as doses para que tenham efeito mais eficaz numa determinada hora e menos efeitos adversos em outra." Ele cita, como exemplo, o caso da asma. "Como geralmente as crises acontecem no período noturno, a dose utilizada durante o dia pode ser menor, com a mesma eficácia e menor efeito colateral. O médico pode, porém, prescrever uma dose noturna maior para prevenir o aparecimento da crise."
        Outro setor muito desenvolvido na cronofarmacologia é o de drogas cardiovasculares. "Sabe-se que a maior incidência de enfarto do miocárdio ocorre, principalmente, entre seis e sete horas da manhã. Justamente porque a pressão arterial das pessoas, que cai durante a noite, começa a aumentar nesse período. Nesse horário também acontecem outras alterações, como a diminuição da coagulação sangüínea, e uma série de fatores que podem predispor ao fato", conta DeLucia. "Nesse período de mudança, é importante que a pessoa que tenha predisposição ao enfarto esteja com o medicamento agindo. Isso não quer dizer que não possa acontecer em outro horário. Mas é a maior tendência," alerta.
        Para evitar essa tendência, os novos medicamentos, desenvolvidos com formulação farmacêutica especial, agem com liberação lenta. "O remédio é ingerido às 22 horas tem maior concentração plasmática no sangue em torno das seis horas, exercendo o efeito profilático." O pesquisador explica que tradicionalmente os médicos prescreviam um betabloqueador à noite, que às seis horas da manhã já havia sido eliminado do organismo.
        O desenvolvimento de drogas utilizadas no tratamento do câncer também é mais um exemplo do desenvolvimento da cronofarmacologia. Como esse tipo de droga tem uma dose terapêutica muito próxima da dose tóxica que pode ter efeito numa célula sadia, é importante que a administração ocorra em um horário que o medicamento tenha menos efeitos adver-sos. "Estuda-se a variação em torno das 24 horas e verifica-se onde a droga tem efeito tóxico maior e menor. A partir disso, o médico faz um ajuste da dose", explica DeLucia. "A divisão da célula cancerígena tem uma ritmicidade e essas drogas atuam justamente nessa questão do crescimento celular. Em determinadas horas os tumores são mais sensíveis ao efeito de uma droga ou da radioterapia. Ao mesmo tempo, existem horas que a pessoa fica mais protegida da radioatividade", complementa.
        DeLucia conta que a indústria está padronizando os medicamentos nessa visão cronobiológica. "Hoje já se tem dados de que 50% dos médicos norte-americanos tem conhecimento da cronobiologia. No Brasil está chegando agora. Mas os medicamentos com referências cronobioló-gicas terão muito mais competitividade no mercado", garante.
        Mais informações: ((0XX11) 818-7320; e-mail rdelucia@icb.usp.br
 



Cursos, Seminários e Palestras

União Européia e Mercosul
        O Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) da USP oferece, de 27 de janeiro a 24 de fevereiro, às terças e quintas-feiras, das 19 horas às 22h15, o curso de verão Integração Regional - União Européia e Mercosul. Serão discutidos, entre outros assuntos, características específicas do Mercosul e da União Européia, além de aspectos econômicos e políticos da integração.
        As inscrições devem ser feitas até dia 27 de janeiro.
        O Nupri fica na Rua do Anfiteatro, 181, Colméia, Favo 7, Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-3061/3044, home page http://www.usp.br/relint, ou pelo e-mail nupri@edu.usp.br.

Pós-graduação em Energia
        Terminam, no próximo dia 14, as inscrições do Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia (mestrado e doutorado) do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, caracterizado por um esforço interdisciplinar do IEE, da Escola Politécnica, da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis e do Instituto de Física no sentido de formar profissionais voltados às questões vinculadas à disponibilidade de energia, seus usos e seus impactos sobre a sociedade e sobre o meio ambiente.
        As inscrições podem ser feitas na Secretaria do Programa, no próprio IEE, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289, Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-4912 r. 400/401; e-mail energia@iee.usp.br
 
 


Livros, Revistas e Publicações

Geopolítica
        A Editora da Universidade de São Paulo - Edusp, em co-edição com a Hucitec, acaba de lançar o livro Quem tem medo da geopolítica?, de Leonel Itaussu Almeida Mello, professor Associado do Departamento de Ciência da USP.
        Com o fim do sistema bipolar EUA-URSS e o início do pós-guerra fria, o que permanece atual e o que se tornou obsoleto no pensamento geopolítico de Harford Mackinder (1861-1947), o pai da teoria do poder terrestre? Será verdade, como afirmou Raymond Aron, que esse conselheiro do príncipe foi ouvido pelos estadistas, mas ignorado pelos acontecimentos? Afinal de contas, Mackinder é ou não "cachorro morto"? Este livro procura responder a essas indagações, a partir de três perspectivas: analisa os diversos escritos do geógrafo inglês, investiga sua influência sobre a geopolitik alemã e a geopolitics norte-americana, e realiza um balanço das grandes concepções geopolíticas deste século - as teorias do poder terrestre, do poder marítimo e do poder aéreo.
        O livro, no formato 14 x 21 cm, tem 228 páginas, e o preço é R$ 28,00.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-4149, com Mônica Santos e Silvia Basílio, na Divulgação da Edusp; e-mail divulga@edu.usp.br

Revista de Saúde Pública trata da saúde do idoso
        A Revista de Saúde Pública editada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que possui a finalidade de divulgar contribuições de pesquisa sobre temas relevantes para a saúde, traz em seu último número, vol. 33, número 5, o Editorial do conceito de "certeza" na ciência. Aborda também a saúde do idoso em vários artigos como: avaliação da qualidade do uso de medicamento em idoso, epidemiologia do envelhecimento, dinâmica da institucionalização do idoso.
        Mais informações: ( (0XX11)3066-7778 ou pelo e-mail revsp@edu.usp.br
 



Teses e Dissertações

Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Mestrado
        Efeito da relação dietética glicídeos/lipídeos, sobre o balanço nitrogenado e composição corpórea de atletas culturistas em treinamento. Raquel Simões Mendes Netto. Dia 19/1, 14h.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-3621.

Instituto Oceanográfico
Mestrado
        Biomassa e produção autotrófica planctônica no complexo estuarino-lagunar Iguape-Cananéia. Raquel Maurício Brichta. Dia 17/1, 9h.
        Zooplâncton da plataforma continental sudeste do Brasil, entre Mongaguá-SP (24º05'S) e o Cabo de Santa Marta Grande (28º40'S), com especial referência aos copeópodos Eucalanidae. Márcia Ramos de Oliveira. Dia 19/1, 14 horas.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-3621.
 
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP.
Tel. 818-4411/818-4691 - Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689 - E-mail: agenusp@edu.usp.br
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Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11552) mfrsouza@usp.br
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Estagiários: Caco Cardoso, Ciro Bonilha, Júlio Bernardes e Renata Bessi.