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São Paulo, 10 de julho
de 2000 n.556/00.
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Samba narra a história
de São Paulo
Aluno da FAU analisa a produção musical
de vários compositores e a relação com as mudanças
ocorridas na cidade entre 1946 e 1957. O estudante analisou músicas
de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e de outros compositores paulistanos.
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FIA promove debate sobre a Lei de Responsabilidade
Fiscal
Biblioteca eletrônica em Saúde Pública
Destaques
Samba conta a história da urbanização
de São Paulo
Analisando a produção
musical de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e outros compositores paulistanos,
Marcos Virgílio da Silva, aluno do último ano da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, mostra a transformação
da São Paulo regional numa metrópole, e como os paulistanos
reagiram às mudanças que ocorreram entre 1946 e 1957, em
plena "era do rádio". "Músicas como Saudosa Maloca
e Ronda têm muitas referências à cidade", afirma.
"A comemoração do quarto centenário de São
Paulo é considerada por muitos um divisor de águas na história
da cidade. Há entre os compositores uma posição contrária
aos efeitos do progresso, mas não ao progresso em si. Eles mostram
que já existiam os mesmos problemas de hoje, como trânsito,
violência, enchente, por exemplo".
Segundo Virgílio,
a cidade era um centro regional bem menor do que o Rio de Janeiro, mas
na década de 50 se torna a maior cidade do Brasil, maior pólo
industrial, com uma vida cultural intensa. "O quarto centenário
contribuiu bastante para criar o estereótipo do paulistano trabalhador
e de São Paulo como motor do Brasil". Mas, se por um lado há
o deslumbre com o progresso, por outro há o sentimento de perda
das raízes locais. "Adoniran tomava partido das coisas que estavam
acontecendo. Ele aceitava o progresso como uma coisa boa, mas criticava
seu caráter devastador, as construções que iam passando
por cima de tudo, demolindo edifícios que tinham história
e valor sentimental para a comunidade, como a Saudosa Maloca, uma
casa velha que deu lugar a um edifício".
Virgílio afirma que
os compositores da época tentam entender a transformação
da cidade mostrando — e não interpretando — o que está acontecendo.
Assim, aparece nas músicas o cenário inicial da cidade que
existe hoje. "O automóvel começa a ter uma imagem marcante
na paisagem e surge a preocupação em como organizar a cidade
em função dele", diz. Na música Iracema, Adoniran
adverte a mulher para ter cuidado ao atravessar as ruas, mas como ela "não
iscuitava não", acabou morrendo atropelada. "Mandamentos do chofé,
de uma dupla caipira, recomenda como o condutor deve se portar, aconselhando-o
, por exemplo, a não ficar olhando uma mulher passando para não
provocar um acidente".
As composições
também mostram as favelas que começam a aparecer. "É
um fato que causa muito estardalhaço, porque era motivo de orgulho
do paulistano a cidade não ter favelas como no Rio de Janeiro",
afirma Virgílio. Também se nota o avanço das periferias,
quando os loteamentos passam a ser ocupados irregularmente. "Existe uma
denúncia das más condições de vida na periferia.
Tem uma música que relata um atingido pela enchente, que "tá
que tá dando dó na gente, anda por aí com uma mão
atrás e outra na frente", conta Virgílio. Mas a música
também mostra que as pessoas valorizavam o espaço. "Adoniran
conta, em uma de suas músicas, que comprou uma casa em Ermelino
Matarazzo, e tem esse tom de satisfação em melhorar de vida,
não depender de aluguel nem morar em cortiço ou favela".
Há músicas
que falam dos caipiras que chegam à cidade e não conseguem
se adaptar, e mostram um dado curioso: "muita gente se suicidava do Viaduto
do Chá", afirma Virgílio, exemplificando com o Samba do
Suicídio, de Vanzolini. Outra música do autor mostra
que as ruas da cidade já não eram tão pacíficas.
"Conta a noite de um homem que janta, sai e leva um tiro no peito antes
da meia-noite. Tanto o Adoniran quanto o Vanzolini falam que muitas das
suas músicas foram tiradas de notícias de jornal", diz Virgílio,
explicando que Adoniran fala mais da periferia, com um sotaque que mistura
a fala do italiano, do caipira e do negro, que sintetiza a fala das pessoas
não cultas da cidade, enquanto Vanzolini fala muito da noite paulistana,
da boemia, dos bares, como em Ronda, que tem um cenário noturno.
"As músicas são crônicas do cotidiano", conclui.
Mais informações:
Marcos Virgílio da Silva - ( (0XX11)
5685-3072; e-mail mvirgilio@yahoo.com
Cursos, Seminários
e Palestras
Responsabilidade fiscal
A Fundação
Instituto de Administração (FIA), entidade ligada à
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA)
da USP, está com inscrições para o seminário
A
Lei de Responsabilidade Fiscal - impacto nas administrações
municipais, que acontece no dia 17 de julho.
Com a participação
do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o seminário
debate conceitos e particularidades da Lei, enfatizando o órgão
de fiscalização, fontes de financiamento do BNDES e ampliação
das receitas públicas.
As inscrições
podem ser feitas pelo telefone, e o seminário terá lugar
no auditório FEA-5, na FEA, Av. Luciano Gualberto, 90, Cidade Universitária.
Mais informações
: ( (0XX11) 3818-5839 ou 3818-5908; e-mail
msilvano@fia.fea.usp.br.
Livros, Revistas e Publicações
Saúde Pública na Internet
A Bireme (Biblioteca Regional
de Medicina) está lançando uma biblioteca eletrônica
em saúde pública, a SciELO (Scientific Electronic Library
Online), que reúne uma coleção de revistas em saúde
pública ibero-americana, incluindo a Revista de Saúde Pública,
editada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. As
coleções estão disponíveis desde 1997, somando
mais de 1700 artigos que podem ser consultados pela Internet. O endereço
é http://www.scielorp.org.
Mais informações:
( (0XX11) 576-9800 ou pelo e-mail aciolosp@bireme.br.
Teses e Dissertações
Escola Politécnica
Doutorado
Estudo comparativo entre
os processos contínuo e descontínuo alimentado na produção
de polissacarídeo de Neisseria meningitidis sorogrupo C. Júlia
Baruque Ramos. Dia 11/7, 14h.
Mestrado
Produção
de agregado como alternativa para produtores de corretivo de solo da Grande
Curitiba. Cristiano Camboim de Oliveira. Dia 12/7, 8h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-5443.
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Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374,
conj. 244, São Paulo - SP.
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