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São Paulo, 3 de agosto
de 2000 n.574/00
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USP estuda hormônio da obesidade
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas
trabalham com o Hormônio Concentrador de Melanina (MCH) e a leptina,
substâncias que atuam no sistema nervoso central e vêm sendo
associadas ao comportamento alimentar e ao hábito da limpeza
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Cinusp apresenta a mostra Os Brasis Indígenas
Núcleo de Relações Internacionais
abre inscrições para curso de extensão
Destaques
Anatomia estuda hormônios relacionados ao comportamento
alimentar
Pesquisadores do Instituto de
Ciências Biomédicas (ICB) da USP estudam o Hormônio
Concentrador de Melanina (MCH) e a leptina, substâncias que atuam
no sistema nervoso central regulando o comportamento alimentar e os hábitos
de limpeza. O isolamento e sequenciamento do MCH em mamíferos foi
feito em 1989 por Jackson Cioni Bittencourt, professor titular do Departamento
de Anatomia do ICB, durante o seu Programa de Pós-doutorado no exterior.
A leptina foi descrita no final de 1994.
As pesquisas desenvolvidas
nessa área são "o começo de um processo que chegará,
no final, a armas mais eficientes para o combate à obesidade, problema
que tem se agravado no Brasil e já é epidêmico em países
como os EUA, onde 45% da população é obesa", relata
Carol Fuzeti Elias, também professora do departamento de Anatomia,
que trabalha com ambas as substâncias desde 1997. "Daí o fato
de as indústrias farmacêuticas investirem pesado no apoio
às pesquisas contra o problema."
A suspeita da existência
do MCH vem desde o início da década de 30, mas ele era relacionado
apenas à regulagem da distribuição de um pigmento
de alguns peixes. A melanina era um recurso utilizado por eles como defesa
para torná-los pálidos e parecidos com o meio em que se encontravam.
Em 1983, no Japão, o MCH do salmão foi isolado e seqüenciado.
Depois disso foi descrito em mamíferos e atualmente pesquisadores
já estabeleceram uma relação entre o MCH e o comportamento
alimentar (regulagem do balanço energético do corpo).
Em 1996, descobriu-se que
a produção de MCH no cérebro de animais obesos era
muito elevada, provavelmente devido à mutação do gene
responsável pela produção de leptina, induzindo, segundo
os autores do trabalho, a um aumento do consumo de alimentos. Essa informação
foi importante para se começar a entender em qual função
o MCH poderia estar envolvido, diz Carol. Quando o MCH era introduzido
no cérebro de ratos, isso fazia com que eles comessem mais. Alguns
pesquisadores afirmam que o MCH é orexígeno (estimulante
de apetite). Entretanto, Bittencourt e Carol interpretam esses dados com
cautela, preferindo entender o MCH como um hormônio relacionado à
procura do alimento. Outros grupos de pesquisa mostraram que há
uma correlação entre o MCH e o comportamento da auto-limpeza,
em animais.
Um grande avanço
foi feito nessa área de pesquisa em 1999, quando foi isolado e seqüenciado
o receptor — molécula na membrana celular responsável por
desencadear respostas intracelulares — para o MCH. A leptina é secretada
pelo tecido adiposo branco dos animais, incluindo primatas humanos e não
humanos. Em animais obesos, um gene "defeituoso" não produz leptina,
e como uma das conseqüências, ocorre elevação
do MCH. Segundo Carol, nesses animais não ocorre um "feedback" ideal
informando corretamente sobre o balanço energético, por isso
o animal continua a comer.
Para entender a relação
do MCH com a leptina é preciso saber que essa substância chega
ao sistema nervoso central na região do hipotálamo, estrutura
responsável pelo controle de vários comportamentos e secreção
de hormônios, através da corrente sanguínea. Os neurônios
hipotalâmicos, os quais possuem receptores da leptina, são
ativados e projetam-se para outras regiões do cérebro, onde
encontram células com MCH e outros peptídeos relacionados
ao comportamento alimentar.
O Laboratório de
Neuroanatomia Química também contribuiu para o conhecimento
do sistema do MCH em macacos, outro modelo experimental usado, além
de ratos e camundongos.
"Entretanto, todo esse conhecimento
acumulado através das nossas e de outras pesquisas poderá
ser utilizado pelos seres humanos somente quando tivermos entendido todos
os elementos envolvidos no controle do comportamento alimentar", afirma
Carol.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-7300, fax (0XX11) 3818-7366 ou e-mail jacibi@usp.br
Cursos, Seminários
e Palestras
Relações Internacionais
O Núcleo de Pesquisa
em Relações Internacionais da USP está com inscrições
abertas até o próximo dia 11 de agosto, para o curso de extensão
Relações
Internacionais Contemporâneas. No programa, temas como política
internacional, globalização, conflitos contemporâneos,
cooperação e interdependência. O curso acontece de
19 de agosto a 25 de novembro. A taxa de inscrição é
de R$ 50,00, mais três parcelas de R$ 150,00.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-3061/3818-3044 ou na home page www.usp.br/relint.
Agenda Cultural
A imagem do índio no Cinusp
O Cinusp apresenta, de 7
a 11 de agosto, das 12h30 às 19 horas, a mostra Os Brasis Indígenas.
A mostra pretende promover uma reflexão sobre a imagem do índio
em nosso País, feita por brasileiros, estrangeiros e pelos próprios
indígenas.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-3540.
Livros, Revistas e Publicações
Revista de Saúde Pública
A Revista de Saúde
Pública, editada pela Faculdade de Saúde Pública
(FSP) da USP traz em sua última edição (volume 34,
n° 3) um editorial sobre a saúde
pública no século XX e analisa as perspectivas para o próximo
século. A publicação também trata de temas
como o efeito do aquecimento global e das condições socioeconômicas
locais na transmissão de malária, mudanças na composição
e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas
metropolitanas do Brasil, reinternações de pacientes esquizofrênicos
e relação entre hábitos bucais e má oclusão
(fechamento da boca) em pré-escolares, entre outros temas.
Mais informações:
(
(0XX11) 3066-7778/280-9163 ou pelo e-mail
revsp@edu.usp.br.
Teses e Dissertações
Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade
Mestrado
Alocação
de capital - um enfoque de avaliação de desempenho ajustado
ao risco em bancos. Rogério Orsolini. Dia 07/8, 14h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-5811.
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
A indeterminação
do sujeito: um estudo do pronome de terceira pessoa do plural. Helena
Micheletti. Dia 07/8, 14h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-4626.
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