São Paulo, 06 de setembro de 2000 n.598/00.
Mercado interno é solução 
para a citricultura
Pesquisadores do Pensa, da FEA de São Paulo e de Ribeirão Preto, concluíram estudo que traça um mapa sobre o tama-nho da cadeia produtiva da laranja no Brasil. Eles apontam o mercado interno como solução para incrementar a 
citricultura brasileira.

Na FAU, lançamento do livro A Cidade do Pensamento Único: Desmanchando Consensos
 

Curso na FFLCH discute o racismo
 

Música no Centro Universitário Maria Antonia
 


Destaques

Estudo determina o tamanho da cadeia produtiva de laranja do país

        Pesquisadores do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (Pensa) acabam de concluir um estudo que traça um mapa sobre o tamanho da cadeia produtiva de laranja do Brasil e o montante de recursos que movimenta. O Pensa é formado por professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP de São Paulo e Ribeirão Preto, e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). O estudo foi encomendado pela Fundação para o Desenvolvimento da Citricultura (Fundecitrus) e aponta o mercado interno como solução para incrementar a citricultura brasileira.
        A citricultura movimenta quase 3,5 bilhões de dólares no chamado "Eixo Central" (empresas diretamente envolvidas na produção, distribuição e venda) e outros 438 milhões no "Eixo de Suporte" (empresas que prestam serviços às empresas do eixo central, como transportadoras, mão-de-obra para colheita e serviços portuários), totalizando 3,891 bilhões de dólares em toda a cadeia produtiva. O "pós-fazenda", ou seja, a distribuição das frutas para os mercados interno e externo e indústria de sucos é o setor que mais movimenta recursos: US$ 2,142 bilhões. As empresas "antes da fazenda" — que fornecem defensivos, fertilizantes, tratores, implementos, mudas, corretivos, irrigação — faturam US$ 411 milhões por ano, e a produção gera US$ 900 milhões com a venda das frutas.
        Para chegar a este resultado, a equipe do Pensa levantou o quanto cada empresa envolvida na cadeia movimenta, desde insumos e máquinas até quanto vendem os produtores de laranja, passando pela indústria de embalagens, transporte, pedágios e outros. Também foram consideradas as empresas de suporte, que não fazem parte da cadeia central mas que prestam serviços e faturam com a citricultura. "Isso foi importante para mostrar o quanto é importante investirem nesse setor, pois se duplicarem de tamanho, o faturamento dos demais também duplica", afirma o professor Marcos Fava, da FEA-RP.
        O levantamento inspirou um evento com os envolvidos e a partir de então foi criado um comitê permanente de discussão (privado e empresarial) para definir ações que possam ser tomadas em conjunto e que beneficiem toda a cadeia produtiva. O setor de citros é o oitavo na pauta das exportações brasileiras, e o Estado de São Paulo é responsável por 83% da produção do país e 95% das exportações.
        Fava destaca que a laranja possui uma das maiores cadeias estudadas até hoje pelo programa, e que a experiência permitiu que os estudantes da FEA de Ribeirão participassem, por meio de bolsas de iniciação científica, e conhecessem a prática — até então, esses dados só tinham sido vistos na teoria. O estudo completo está a disposição dos interessados, basta entrar em contato pelo e-mail pensa@fearp.usp.br
        Mais informações: ( (0XX16) 602-3892, com o prof. Marcos Fava

Lançamento na FAU aborda urbanismo de marketing

        A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP será palco, no próximo dia 12, do lançamento do livro A Cidade do Pensamento Único: Desmanchando Consensos, que traz discussões polêmicas acerca do atual pensamento único que rege os planejamentos urbanos. O livro escrito pelos autores Otília Arantes, professora no Departamento de Filosofia da USP, Carlos Vainer, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Ermínia Maricato, professora da FAU-USP, discute os temas envoltos da transformação radical da cidade em capital-dinheiro, num contexto em que, segundo os professores, a linha política e de pensamento esquerdista foi engolida pela economia de mercado e pelo capitalismo financeiro.
        Segundo Francisco de Oliveira, professor da FAU, se o projeto urbanístico do modernismo norteamericano levou a funcionalidade das cidades às suas formas mais deformadas, verticalizando-as em busca da maximização da taxa de lucro espacial, o programa de urbanismo pós-moderno vai mais longe, "É o urbanismo da desfaçatez. Monumentalista e de fachada, carrefour do totalitarismo e do capitalismo financeiro, entre o almirante Potemkin, Mussolini e Hitler, e o McDonalds, seu programa é a exclusão".
        Para Carlos Vainer, um dos autores, essa mão única, também chamada Planejamento Estratégico Urbano, vem sendo difundida no Brasil e na América Latina pela ação combinada das agências de cooperação e instituições multilaterais (Banco Mundial, BID, etc.) e de consultores internacionais. Para o escritor, trata-se da transposição para o espaço urbano dos conceitos e metodologias do planejamento estratégico empresarial, passando ela a ser concebida como uma empresa e como tal resume-se a uma unidade de gestão e de negócios.
        Assuntos como a cidade do planejamento estratégico, a crítica da estética e da cultura, do planejamento e da sociologia urbana embutidos na literatura e na prática das cidades-marca, temas abordados no livro, serão debatidos em mesa-redonda que antecederá o lançamento. No dia 14 acontece o lançamento no Rio de Janeiro.
        A FAU fica na Rua Maranhão, 88, Higienópolis.
        Mais informações: ( (0XX11) 257-7688/7837, ramais 29 e 30

Curso discute racismo e situação do negro no Brasil

        Um curso sobre a população negra do País e os problemas do racismo não deve interessar somente aos negros, mas à toda sociedade brasileira, segundo o professor Kabengele Munanga, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. "O racismo é um problema social de todos os brasileiros, que devem ser esclarecidos para lutar contra isso", afirma. Munanga está coordenando o curso Racismo e População Negra no Brasil Hoje, que põe em discussão temas como as relações entre o negro e a mídia, mercado de trabalho, política, legislação e racismo no Brasil e no mundo, incluindo depoimentos dos próprios participantes sobre discriminação. O curso é organizado pela Comissão Permanente de Políticas Públicas para a População Negra, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.
        Segundo, o professor Munanga afirma que o Brasil possui hoje a segunda maior população de negros no mundo (cerca de 45% da população), ficando atrás apenas da Nigéria. No entanto, o racismo ainda se faz muito presente na sociedade brasileira. "O fato de as reclamações sobre xingamentos e recusa de acesso a alguns lugares continuarem é prova de que a discriminação não recuou", atesta. "Desde que o Brasil existe, o racismo nunca foi institucionalizado por lei. É um racismo de fato: ele existe e as pessoas têm experiências de discriminação no mercado de trabalho, escola, sistema de saúde".
        O que dificulta a solução do problema do racismo é, segundo Munanga, o preconceito de ter preconceito. "Durante séculos o Brasil oficial negou que aqui existisse preconceito quando sempre existiu racismo. Desde que se aboliu a escravidão e o negro se tornou cidadão pela lei, igual, o único jeito de excluí-lo da sociedade que queria manter seus privilégios foi a discriminação, ou seja, dizer que é um ser inferior, que não tem inteligência, que só serve para ser músico, por exemplo".
        O fato de o País não aceitar que haja discriminação dificulta a implantação de políticas públicas para os negros, segundo Munanga. Ele afirma que só a partir da última década o governo tem assumido o problema do racismo, o que, somado às reivindicações de movimentos da população negra, tem trazido resultados para resolver o problema, como a caracterização do racismo como crime inafiançável e a inclusão de temas como a diversidade étnica nos livros didáticos. Mesmo assim, ele considera que ainda hoje é difícil haver punição por crimes de racismo. "Para mudar não é suficiente criar leis. É preciso mudar a estrutura mental das pessoas, sua educação, e isso leva tempo".
        O curso é aberto a interessados em geral e, segundo Munanga, discute todas essas questões para "esclarecer as pessoas de dentro e de fora do meio acadêmico e que não têm acesso às informações mais atualizadas". As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de setembro no Serviço de Cultura e Extensão Universitária, que fica no Prédio da Administração da FFLCH, na Rua do Lago, 717, sala 126, na Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-3720/3818-3744, com o professor Kabengele Munanga; E-mail kabe@usp.br


Cursos, Seminários e Palestras

Animais Peçonhentos
        Estão abertas até o dia 11 as inscrições para o curso Animais Peçonhentos, do Instituto Butantan. O programa aborda a biologia e reconhecimento de artrópodes e serpentes, primeiros socorros e prevenção. Haverá também uma visita ao Museu Biológico. O curso acontece no dia 11 de outubro e a taxa é de R$ 10,00.
        Mais informações : ( (0XX11) 813-7222, ramal 2117

Cursos de Arquitetura
        A Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), ligada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, abre inscrições para os seguintes cursos, que acontecem em setembro:
        Paisagismo Urbano/ Metrô- SP - Tratamento paisagístico e urbanístico de áreas livres e remanescentes do Metrô, para profissionais e estudantes ligados ao projeto e paisagismo, de 12 de setembro a 5 de outubro;
        Gerenciamento e Marketing de Projetos, para estudantes e profissionais de engenharia e arquitetura, de 19 a 27 de setembro;
        Acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção, para profissionais ligados a áreas de projetos e alunos a partir do 4º ano, de 18 de setembro a 24 de outubro;
        O uso do Aço na Arquitetura - módulos I e II, para arquitetos e professores de arquitetura, de 13 de setembro a 5 de outubro;
        Planejamento e Projetos de Hotéis, para estudantes e profissionais de arquitetura, de 13 de setembro a 6 de novembro;
        Planejamento e Projeto de Interiores de Escritórios, para arquitetos, engenheiros, coordenadores e supervisores de projetos, de 12 de setembro a 17 de outubro;
        Análise da Paisagem e do Paisagismo Contemporâneo, para arquitetos, engenheiros, paisagistas, urbanistas e afins, de 23 e 24 de setembro;
        Rodovias e suas Interações Ambientais e Paisagísticas, para profissionais de arquitetura, engenharia civil, geologia, engenharia florestal e agronomia, de 12 de setembro a 5 de outubro.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-4566/ 814-0829 ou e-mail cursos@fupam.com.br

Concurso Fotográfico
        Vai até o dia 12 o prazo para entrega de trabalhos fotográficos para o II Concurso Fotográfico, com o tema "A Cultura Peruana", promovido pelo Núcleo Cultural Peruano da USP. Cada participante poderá apresentar somente uma foto preto e branco ou cor, tamanho 9x12. Os trabalhos selecionados ficarão em exposição na Faculdade de Arquitetura da USP de 18 a 22 de setembro. O resultado será divulgado no dia 29 e publicado no Jornal da USP. A taxa de inscrição é de R$ 5,00. Os interessados devem se inscrever na Associação da Pós-Graduação da USP, na Rua da Reitoria, 74, na Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 211-4773/3818-3311


Agenda Cultural

Música no Maria Antonia
        A pianista Odile Robert e a violinista Nicolle Billy apresentam-se na próxima terça-feira (12) no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP, às 20h30. A apresentação faz parte do projeto Música na Maria Antonia, que promove concertos quinzenalmente. O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque.
        Mais informações: ( (0XX11) 255-5538/ 255-7182 ou e-mail mariantonia@edu.usp.br


Quadro de Avisos

Comunicado da PCO

        A Prefeitura do Campus da Universidade de São Paulo (PCO) emitiu, no último dia 30 de agosto, um comunicado informando que o documento que originou a nota Mais segurança no Campus, veiculada no Boletim n. 592, de 29/08/00, na seção Quadro de Avisos, não foi emitido pela PCO, não sendo, portanto, documento oficial da Universidade.
        A nota em questão informa que em uma das cláusulas contratuais entre a USP e a Empresa Astros de Segurança, responsável pela segurança de todo o Campus, existe uma exigência de que a empresa possua um Seguro contra roubo e furto de automóveis.


Teses e Dissertações

Instituto de Geociências
Doutorado
        Transformação de uma cobertura laterítica por hidromorfia: estudo de uma tropossequência da Amazônia brasileira (Humaitá-AM). Vania Silvia Rosolen. Dia 11/9, 14h.

Mestrado
        Geologia, petrografia e metamorfismo dos grupos Serra do Itaberaba e São Roque a noroeste da cidade de São Paulo. Marco Aurélio Bonfá Martin. Dia 12/09, 14h.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-4195

Instituto de Química
Doutorado
        Expressão em levedura e purificação da Ca2+-ATPASE do retículo sarcoplasmático de coelho. Eduardo Moraes Rego Reis. Dia 12/9, 13h30.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-3844

Instituto de Psicologia
Doutorado
        Implicações do fator cultura regional nos desenhos da figura humana (DFH) produzidos por sujeitos adultos: análise da diferenciação sexual e de aspectos projetivos. Ana Maria Digna Rodrigues de Souza. Dia 12/9, 9h30.
        Mais informações: ( (011) 818-4178

Escola de Comunicações e Artes
Mestrado
        Entre o vazio e sedução – Processos de socialização e individualização – no espaço televisivo. Mario F. Gutierrez Olertégui. Dia 11/9.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-4019

Faculdade de Saúde Pública
Doutorado
        Chumbo secundário: a reciclagem das baterias chumbo-ácido. Eduardo Antonio Licco. Dia 11/9, 13h30.

Mestrado
        A situação da gestão ambiental municipal no Brasil. Cíntia Phillipi Salles. Dia 13/9, 9h.
        Mais informações: ( (0XX11) 3066-7739

Escola Politécnica
Doutorado
        Abordagem participativa na gestão de recursos minerais. Carlos Cesar Peiter. Dia 12/9, 13h.
        Tratamento de imagens fotoelásticas para análise de tensões. Eloisa Tamie Myake. Dia 13/9, 14h.

Mestrado
        Efeito do pH do ácido acético no crescimento aeróbio de Escherichia coli BL21 (DE3) plysS. Juliana Arbex Montenegro. Dia 12/9, 9h
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-5443
 
 
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