Estresse interfere no ciclo reprodutor feminino Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e da Universidade Federal do Rio Grande  do Sul, conseguiram dados inéditos sobre os mecanismos cerebrais que comandam a ovulação feminina e o papel do estresse como um redutor da fertilidade humana.

        Com o tema Sistema Reprodutor Feminino: Controle Neuroendócrino e Efeitos do Estresse, pesquisadores da Faculdade de Odontologia e da Faculdade de Medicina, ambas da USP de Ribeirão Preto, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul têm desenvolvido, com o apoio da Fapesp, uma pesquisa inédita sobre a ovulação feminina.
        O estudo é centralizado nos mecanismos cerebrais que comandam esse processo a partir da produção de neurotransmissores e hormônios, na famosa TPM (tensão pré-menstrual) e nos efeitos do estresse cotidiano sobre as funções reprodutivas da mulher. Segundo Janete Aparecida Anselmo Franci, coordenadora do grupo de pesquisa, os resultados do projeto, cujos experimentos são realizados em ratos, "serão muito importantes para o entendimento das causas da infertilidade feminina."
        Um das descobertas mais interessantes comprovou a importância do núcleo cerebral chamado locus coeruleos, produtor do neurotransmissor noradrenalina, cujos neurônios são ativados por outras substâncias, permitindo que o organismo feminino inicie a ovulação, um dado inédito na literatura científica.
        Ao analisar as relações entre a prolactina (encontrada em homens e mulheres) e o estresse, novas surpresas. Resultados iniciais indicam que os níveis de prolactina ficam muito altos quando os hormônios sexuais da mulher aumentam. Mas esse aumento tem um limite, pois quando os níveis de prolactina estão muito altos, o estresse, ao invés de aumentá-los ainda mais, provoca uma diminuição. "Isso explica porque, em geral, as mulheres que têm o parto muito estressante não produzem leite, pois a prolactina é a responsável pela sua produção", afirma Janete.
        Outro dado fundamental foi obtido por meio de experimentos realizados com fêmeas de ratos (filhotes), os quais comprovaram que, se submetidos logo após seu nascimento a um período de cerca de 10 dias de constantes estímulos estressantes, esses animais apresentam uma queda de cerca de 90 por cento da fertilidade, pois a maioria não apresenta ovulação. "Em mulheres submetidas a situações de estresse crônico devido, normalmente, ao cotidiano da profissão exercida, há uma incidência maior de alterações menstruais, diferente do que ocorre com restante da população feminina", informa a pesquisadora.
        Com relação ao período de TPM, a pesquisa de um dos integrantes do grupo chegou à conclusão de que os tratamentos são paliativos, pois utilizam substâncias que tentam diminuir os sintomas, mas não trabalham a causa, devido ao fato de os especialistas ainda não conhecerem o mecanismo cerebral que gera esse estresse no período pós-ovulatório.
        Mas, se o estresse constante causa problemas para o ciclo ovular e, consequentemente, para a reprodução da espécie, os pesquisadores descobriram que, em situações de estresse agudo, como por exemplo nas situações de estupro, surge uma indução da descarga de noradrenalina, que leva muitas fêmeas de ratos a uma ovulação antecipada. Isso acontece quando seus folículos estão mais ou menos desenvolvidos e aguardando somente um estímulo para liberar o óvulo, o que ocorre de maneira precipitada. "Essa pode ser uma das explicações para o que ocorria anteriormente, quando um grande percentual de mulheres estupradas ficavam grávidas", explica Janete. "Atualmente, está mais difícil fazer essa análise, pois as mulheres que sofrem essa violência procuram socorro médico e tomam hormônios para evitar uma gravidez indesejada."
        Para testar os dados apresentados nas pesquisas com ratas, o grupo da professora Janete estabeleceu uma parceria com a equipe do professor Marcos Moura, do setor de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que mantém um serviço de atendimento (psicológico e preventivo) para mulheres vitimadas sexualmente. Os especialistas estão comparando as informações obtidas para descobrir se as conclusões se repetem ou não no caso de seres humanos.
        Mais informações: ( (0XX16) 602-2817/2231 (prof. Marcos Moura) ou 602-4032/4030 (profa. Janete Franci)

Literatura infantil
        O Instituto de Psicologia (IP) da USP promove na próxima segunda (9) o seminário A Literatura Infantil e o Mundo, parte do evento Transformações da Linguagem na Infância, com Alfredo Jerusalinski. O evento ocorre a partir das 14h30 no Salão Nobre do IP, que fica na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 399, Travessa 4, bloco 23, na Cidade Universitária. A taxa é de R$ 10,00.
        Mais informações:( (0XX11) 3818-4386/9225-8718

Talento Nascente
        O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP abre na próxima terça (10) a exposição Visualidade Nascente, que faz parte do Projeto Nascente, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP e da Editora Abril para identificar e premiar vocações artísticas entre os estudantes da USP. Esse ano a exposição tem o título de "Realidades Sobrepostas" e reúne os melhores trabalhos em artes plásticas, vídeo e cinema — as obras são, na maioria, fotográficas, mas há também esculturas e desenhos. A exposição ocorre até 5 de novembro, de segunda a domingo das 9 às 21 horas no Ceuma, que fica na Rua Maria Antonia, 294.
        Mais informações: ( (0XX11) 3237-1815

Bach
        O Projeto Música no Museu apresenta na próxima segunda-feira (9) o concerto Cantata nº 135, de Bach. O evento acontece a partir das 20 horas no Salão Nobre do Museu Paulista da USP, com uma apresentação do Coral e Orquestra dos alunos do Instituto de Artes da Unesp, sob a regência de Samuel Kerr. A entrada é franca.
        Mais informações:( (0XX11) 273-4390

Exposição sobre as obras de Vaccarini
        A Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) estará realizando até a próxima terça-feira (10), com visitas das 8 às 18 horas, uma exposição formada por obras de Bassano Vaccarini, artista plástico italiano que adotou o Brasil, especificamente a região de Ribeirão Preto, como sua morada definitiva. Professor, escultor e pintor, o mestre é considerado um dos maiores artistas plásticos brasileiros. Suas obras estão espalhadas em vários pontos do campus, na cidade e em Altinópolis, cidade vizinha. "Vaccarini esculpe figuras humanas em contextos sociais e históricos, mostrando suas lutas, paixões e dores", afirma a professora Anette Hoffmann, da Comissão de Cultura e Extensão da FMRP.
        Mais informações:( (0XX16) 602-3026

Faculdade de Direito
Doutorado
        O interesse social das sociedades por ações perante à teoria jurídica da empresa. Frederico Augusto Monte Simionato. Dia 9/10, 8h30.
        Mais informações: ( (0XX11) 3111-4004.
 

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