|
Entre os dias 6 e 8 de novembro, na USP, professores e especialistas do Brasil e do exterior participam do Seminário Internacional Violência e Criança. O objetivo é avaliar e apontar caminhos para combater as diversas formas de violência contra crianças. |
|
Estudo analisa as mortes de crianças e jovens
por acidentes e violência
Comércio eletrônico é tema de curso
no Cecae
FEA realiza o XXI Simpósio de Gestão
da Inovação Tecnológica
Encontro na USP debate a violência contra a criança
De 6 a 8 de novembro, na
Universidade de São Paulo, acontece o Seminário Internacional
Violência e Criança, promovido pela USP e pela Universidade
de Tel Aviv, Israel. Durante o evento, pesquisadores brasileiros, israelesenses
e da Universidade do Texas (EUA), além de especialistas de diversas
instituições, estarão expondo suas idéias e
pesquisas sobre o tema em uma série de palestras e mesas-redondas.
O objetivo é avaliar e apontar caminhos para combater as diversas
formas de violência a que são submetidas muitas crianças
no Brasil e em outros países.
De acordo com a professora
Márcia Faria Westphal, do Departamento de Prática de Saúde
Pública, da Faculdade de Saúde Pública da USP, que
é uma das coordenadoras do Seminário, o encontro servirá
principalmente para uma troca de experiências. "A violência
contra a criança não é um problema exclusivamente
nosso, do Brasil", diz. "Em Israel, além da violência doméstica
contra a criança, constatada, existe o problema dos conflitos decorrentes
da questão palestina. Não sei o que é pior: se é
a guerra que envolve crianças no Oriente Médio, ou nossa
guerra diária urbana, que também submete a criança
a situações violentas", lamenta.
A professora considera que
a violência contra a criança no Brasil já pode ser
considerada um problema de Saúde Pública, daí o interesse
dela e de outros pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública
da USP em participarem de um encontro deste porte. "A morbidade de crianças
vítimas de violência aumenta a cada dia", diz. "Além
disso, participamos de um movimento de cultura pela paz e achamos interessante
liderar este evento chamando também atenção para este
tema", justifica. A participação da Universidade de Tel Aviv,
Israel, na organização do encontro segundo Márcia,
atende a compromissos firmados entre as duas instituições
e à força da comunidade judaica na cidade de São Paulo.
"Um intercâmbio entre a Faculdade de Saúde Pública
e a Universidade do Texas possibilitou a participação de
professores e pesquisadores norte-americanos no Seminário", conta.
Há muito que a professora
Márcia vem tratando a questão, principalmente do ponto de
vista do trabalho infantil. Ano passado foi lançado um livro que
reuniu pesquisas sobre o trabalho infantil na indústria calçadista
de Franca, no interior de São Paulo. "Depois de cerca de um ano
realizando pesquisas com escolares daquela região, com idade entre
7 e 12 anos, observamos que 20 % das crianças matriculadas nas escolas
trabalham na indústria de calçados, nas chamadas bancas,
instaladas em algumas residências, o que dificulta a fiscalização
de autoridades", conta. Ela relata ainda que os pais destas crianças
alegam ser importante o trabalho nas bancas, já que elas permanecem
afastadas da rua. "Os professores locais também defendem este tipo
de atividade por acharem que trata-se de importante auxílio ao orçamento
doméstico", diz. "Porém, eles não imaginam o mal a
que estas crianças estão expostas, pelo contato diário
com a cola".
Mas o evento, segundo a
professora Márcia, não servirá apenas para que sejam
apresentadas ou denunciadas situações que enfatizem o aspecto
negativo do tema. "Entre os vários objetivos do encontro está
o de mostrar que existem iniciativas positivas. Pretendemos chamar a atenção
das autoridades para o problema", revela. Durante os debates que acontecerão
no Seminário, todas as atividades serão devidamente documentadas.
"No final, teremos material suficiente para sugerirmos uma edição
especial da Revista da USP ou para a edição de um livro",
garante, lembrando que, "este evento é apenas o começo para
que muitos outros possam surgir".
A abertura do Seminário
Internacional Violência e Criança acontece no dia 6 de novembro,
às 9 horas, com o reitor da USP, professor Jacques Marcovitch. Em
seguida, às 9h30, a primeira-dama e professora da USP Ruth Cardoso,
que preside o Conselho da Comunidade Solidária, realiza a conferência
"Violência, Educação, Trabalho Infantil e a Criança".
No mesmo dia, às 11 horas, a palestra "Growing up in violent environments:
vulnerability and resilience" (Crescendo em ambientes violentos: vulnerabilidade
e resiliência), com a professora Zahva Solomon, da Universidade de
Tel Aviv, Israel. A apresentação será de Mario Arthur
Adler, presidente da Sociedade Amigos em São Paulo-Tel Aviv University.
Participarão ainda
do encontro, no dia 6, as professoras Maria Cecilia de Souza Minayo e Simone
Gonçalves de Assis, da Escola Nacional de Saúde Pública
do Rio de Janeiro, Maria Helena Prado de Mello Jorge e João Yunes,
professores da Faculdade de Saúde Pública da USP, Maria Amélia
Azevedo, professora do Instituto de Psicologia da USP e o professor Hélio
de Oliveira, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de
Campinas.
No dia 7, participam o professor
Dan Shnit, da Universidade de Tel Aviv, Robert Roberts, professor da Universida
de do Texas (EUA), Mario Arthur Adler, da Sociedade Amigos em São
Paulo-Tel Aviv University, Antonio Carlos Malheiros, juiz e professor da
Faculdade de Direito da PUC de São Paulo, Sérgio Adorno e
Maria Luiza Marcilio, professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP, Jair Licio Ferreira Santos, Márcia Faria Westphal,
Rubens de Camargo Ferreira Adorno e Frida Marina Fischer, da Faculdade
de Saúde Pública, Maria Celeste Cordeiro Leite dos Santos,
da Faculdade de Direito e Marilia Pontes Sposito, da Faculdade de Educação
da USP.
No dia 8 de novembro, às
9 horas, o professor Rubens de Camargo Ferreira Adorno, coordenará
o encontro "Vozes das Crianças", em que jovens que participam de
projetos sociais e culturais, e que foram vítimas de algum tipo
de violência, irão relatar suas experiências. O Seminário
Internacional Violência e Criança terá lugar no Anfiteatro
de Convenções e Congressos Camargo Guarnieri, que fica na
Rua do Anfiteatro, 109, na Cidade Universitária. A participação
é aberta ao público e gratuita.
Mais informações:
(
(0XX11) 3066-7739, com a professora Márcia Faria Westphal; E-mail:
marciafw@usp.br,
ou ( (0XX11) 5095-2344/ 2347/ 2371, com Beth
Alves ou Mônica Lourenci.
Pesquisa traça perfil das mortes de crianças e jovens por acidentes e violência
Quando se trata de mortalidade
infanto-juvenil, a importância das causas externas — ou seja, não
naturais, como acidentes ou violência — tem crescido cada vez mais
nos últimos vinte anos. Segundo Maria Helena Prado de Mello Jorge,
professora associada do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde
Pública da USP, essa é a principal causa de mortes a partir
dos cinco anos de idade — no caso de crianças de 10 a 14 anos, por
exemplo, elas representam 50% das mortes e, conforme aumenta a idade, cresce
sua participação na mortalidade. "Todas as causas externas
são previsíveis e preveníveis", afirma Maria Helena.
"Conhecendo as reais causas dos acidentes e violências podemos ter
um panorama o mais real possível para que sejam elaborados programas
específicos para a prevenção dessas causas".
Analisando a mortalidade
por causas externas há mais de vinte anos — desde 1985 direciona
sua pesquisa especificamente para menores de 15 anos —, Maria Helena mostra,
por exemplo, que entre 1979 e 1981, os acidentes e a violência eram
responsáveis por 45,7% das mortes de crianças de 10 a 14
anos e 61% das mortes de adolescentes de 15 a 19, e que, no triênio
1993/95, esses números saltaram para 55% e 75%, respectivamente.
"Isso está retratando o aumento da violência no país,
inclusive contra a criança", analisa. "É a vontade de deter
esse aumento que nos leva a fazer esse seminário".
Maria Helena também
analisou as causas de homicídios de acordo com as faixas etárias,
e mostra que eles causam a morte de 15% dos meninos e 11% das meninas com
menos de um ano, especialmente dos filhos de mães adolescentes.
De um a quatro anos, as crianças sofrem mais maus tratos e violências
praticados principalmente pelas mães. Na faixa de cinco a nove anos,
as crianças começam a ser mais vítimas de violências
sexuais. Estes casos não levam diretamente à morte mas podem
ser responsáveis por seqüelas.
A partir dos dez anos começa
a crescer o número de crianças vítimas de homicídios,
porcentagem que se intensifica entre os 15 e 19 anos e que aumentou de
22% entre 79 e 81 para 53% hoje. "Por trás dessas mortes provavelmente
há problemas com drogas e com álcool", analisa Maria Helena.
Ela afirma que, conhecendo as raízes da violência na juventude
e analisando prováveis soluções, podem se reunir elementos
para formular políticas de prevenção a essas mortes.
"Mas não é fácil resolver o problema", avisa. Mesmo
os suicídios entre jovens podem ser prevenidos, segundo a professora.
Ela diz que a maioria dos pais desses jovens detectou que eles tinham algum
problema porque não se sentiam adaptados. "Os pais precisam estar
conscientes de que se a criança tem um problema como esse, precisam
procurar ajuda", afirma. "As escolas têm um papel muito importante
de perceber se a criança tem um comportamento que sai do padrão
e, em alguns casos, podem oferecer ajuda com mais propriedades que os pais,
que às vezes só estão com os filhos à noite".
Os principais acidentes que resultam
em morte ou internação das crianças, como atropelamentos
e outros acidentes de trânsito, quedas (de janela, cama, árvores
ou lajes), intoxicações são "totalmente preveníveis",
segundo Maria Helena. "Muitas mães acham que o acidente é
obra do acaso, mas você pode prever que, se houver uma janela aberta
e um sofá embaixo dela, é muito provável que a criança
suba ali e caia, até porque ela vê na televisão que
seus heróis voam". Para resolver esse e outros tipos de mortes acidentais,
ela afirma que é preciso haver políticas públicas
com atitudes principalmente educativas, como ensinar as crianças
nas escolas a atravessar a rua na faixa de pedestres apenas quando o sinal
estiver vermelho, ou as mães a não colocarem substâncias
tóxicas em garrafas de refrigerante. Essa atitude educativa também
se estende aos jovens, que são vítimas de muitos acidentes
de trânsito. "Seria necessário questionar a carta de habilitação
aos 16 anos, ou o emprego de pessoas muito jovens em serviços de
motoboy?", indaga. "Talvez deva haver um programa de conscientização
na hora de dar a carta para esses meninos".
Maria Helena participará
do Seminário Internacional Violência e Criança,
onde vai apresentar quatro pôsteres sobre a situação
da criança e do adolescente no Brasil, com dados como sua distribuição
espacial pelas regiões do país, nível de educação,
mortalidade, violência nas diferentes faixas etárias e gravidez
na adolescência. "Nosso principal objetivo é chamar a atenção
para essas questões. É um enorme problema de saúde
pública, com altas taxas de mortalidade e morbidade e é necessário
reverter esse quadro", diz. "É um alerta para que os pesquisadores
continuem envolvidos com esse tema e para que o poder público assuma
esses resultados em suas políticas nessa área".
Mais informações:
(
(0XX11) 3066-7724, com a professora Maria Helena Prado de Mello Jorge;
E-mail mhpjorge@usp.br.
Comércio eletrônico
O Projeto Atual-tec, da
Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária
e de Atividades Especiais (Cecae) da USP abre inscrições
para o curso Noções Básicas sobre Comércio
Eletrônico, que acontece entre os dias 6 e 9 de novembro. Seu
programa aborda economia digital e mudanças da cadeia de valor,
tecnologia da informação, consumidor on line no Brasil e
outros temas relacionados ao comércio eletrônico. A taxa é
de R$ 300,00 e as inscrições podem ser feitas no endereço
http://cecae.usp.br/atualtec.
As vagas são limitadas.
Mais informações:(
(0XX11) 3818-3903/3818-4164.
Agricultura biodinâmica
Estão abertas até
o dia 15 de novembro as inscrições para a IV Conferência
Brasileira de Agricultura Biodinâmica - A Dissociação
Homem-Natureza e o Desenvolvimento Humano, que ocorre entre os dias
16 e 19. O evento proporciona um debate sobre temas das áreas que
enfatizam o elo entre agricultura e ciências como gnosiologia, epistemologia,
ética, ciências sociais e humanas, geografia, nutrição
e outras. Os interessados devem se inscrever no Departamento de Geografia
da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, na Av.
Lineu Prestes, 338. Há 800 vagas e a taxa é de R$ 250,00.
Mais informações:(
(0XX11) 210-2217/3818-3769, ramal 231.
Pesquisa Antártica
O Instituto de Geociências
(IGc) da USP promove nos dias 9 e 10 de novembro o VIII Seminário
sobre Pesquisa Antártica. O evento promove atividades que englobam
as áreas científicas da pesquisa antártica nacional
e debates sobre as perspectivas, cooperação nacional e internacional,
entre outros temas. O seminário ocorre no Salão Nobre do
IGc, que fica na Rua do Lago, 562, Cidade Universitária.
Mais informações:(
(0XX11) 3818-4125/3818-4138.
Inovação Tecnológica
O Núcleo de Política
e Gestão Tecnológica (PGT) da USP realiza entre os dias 7
e 10 o XXI Simpósio de Gestão da Inovação
Tecnológica. As discussões estarão centradas na
inovação tecnológica como recurso estratégico
para a competitividade empresarial e para o desenvolvimento econômico
do país. Participam do evento Ronaldo Sardenberg, Ministro da Ciência
e Tecnologia, o professor Jacques Marcovitch, reitor da USP, e Horácio
Piva, presidente da Fiesp. O evento ocorre na Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade (FEA) da USP, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, prédio
5, Cidade Universitária.
Mais informações:
(
(0XX11) 3031-6946/3818-5969; E-mail npgtusp@edu.usp.br.
Animais Peçonhentos
Estão abertas até
o dia 14 as inscrições para o curso Animais Peçonhentos,
do Instituto Butantan da USP. Seu programa aborda a biologia e reconhecimento
de artrópodes e serpentes, primeiros socorros e prevenção.
Haverá também uma visita ao Museu Biológico. O curso
ocorre no dia 14 de dezembro e a taxa é de R$ 10,00.
Mais informações
: ( (0XX11) 813-7222, ramal 2117.
|
Agência USP de Notícias - Divisão
de Informação, Documentação e Serviços
Online
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. Tel.(0xx11) 3818-4411/3818-4691 - Fax: (0xx11) 3818-4476/3818-4689 Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.htmlE-mail: agenusp@edu.usp.br Diretora da Divisão: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11.552) mfrsouza@usp.br Diretor da Agência: Antonio Carlos Quinto (Mtb 15.949) acquinto@usp.br Repórteres: André Chaves de Melo andrecms@usp.br, Ivanir Ferreira ivanir@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br Estagiários: Bruna Fontes, Giovana Tiziani, Júlio Bernardes e Renata Bessi |