São Paulo, 6 de novembro de 2000 n.635/00.
Falta de diálogo é uma violência contra as crianças 
Segundo professora da FD, a substituição do diálogo familiar pela televisão, computadores, jogos e Internet prejudica o amadurecimento de muitos jovens e crianças, que recebem muitas informações mas não sabem o que fazer com elas. 

IAG promove curso de Astronomia para a Terceira Idade
 

USPOficina sedia o colóquio Toxicomania e Psicanálise - a direção da cura
 

Poli recebe delegação francesa para discutir novas possibilidades para os pesquisadores brasileiros


Destaques

Evento discute soluções para conter a violência contra as crianças

        Atualmente, em muitas casas o diálogo familiar foi substituído por aparelhos de televisão, microcomputadores, videogames e pela Internet, causando uma grave falta de amadurecimento dos jovens, que têm recebido uma quantidade enorme de informações mas não desenvolveram suas capacidades reflexivas de maneira plena. "Eles conhecem melhor do que os adultos as novidades mas não estão conseguindo fazer a seleção e a organização dos dados de maneira satisfatória", explica Maria Celeste C. L. dos Santos, professora da Faculdade de Direito (FD) da USP. "O futuro dos homens, cuja dificuldade em viver harmoniosamente com a natureza e com seus semelhantes ameaça todas as formas de vida, dependerá de sua capacidade de compreender e controlar o comportamento agressivo, necessário à sua sobrevivência mas prejudicial quando resulta em violência extremada, a qual transforma em vítimas membros de sua própria espécie."
        Essas e outras questões relacionadas à violência, infância e adolescência serão discutidas entre os dias 6 e 8 de novembro, durante a realização do Seminário Internacional Violência e Criança, promovido pela USP em parceria com a Universidade de Tel Aviv (Israel). Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo avaliar as diferentes formas de violência às quais estão submetidas muitas crianças no Brasil e em outros países. O evento conta com o patrocínio do Safra Projeto Cultural, o apoio da Federação Israelita do Estado de São Paulo e a participação da Universidade do Texas (Estados Unidos).
        O seminário será formado por palestras, conferência, mesas redondas e debates, organizados a partir de diferentes temas. No dia 7, às 10h30, ocorrerá a mesa redonda sobre Violência, Criança e Direitos Humanos, que terá a participação de Antônio Carlos Malheiros, juiz e professor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Sérgio Adorno, professor do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH), Maria Luiza Marcilio, também professora da FFLCH, e de Maria Celeste C. L. dos Santos. "A violência deve ser encarada como uma explosão primária de agressividade resultante da atual desagregação familiar, que gera uma série de transmutações de valores e inversões de papéis sociais", afirma Maria Celeste. "Essa transmutação cria, em muitas crianças e adolescentes, uma ausência total ou quase que total de limites, o que canaliza a agressividade para a destruição do próximo ou de si próprio, nesse caso, por meio da utilização das drogas ou de outras formas."
        Durante a realização da mesa redonda serão abordadas questões como o conceito de violência, saúde infanto-juvenil, prevenção da violência, legislação penal para menores infratores, aspectos da vulnerabilidade da criança e ambientes em que a violência geralmente ocorre. "A redução da maioridade penal no Brasil não é a solução para nossos problemas, pois estudos psicológicos têm comprovado que a grande maioria não possui autodeterminação antes dos 18 anos de idade, devido, principalmente, as características da formação educacional e cultural brasileira", defende Maria Celeste. "A solução está no estímulo aos atos lícitos, o que leva os jovens à cidadania."
        Para a pesquisadora, as medidas precisam envolver toda a sociedade num esforço coletivo de conscientização de muitas famílias que perderam a noção, devido a diferentes fatores, do conceito de responsabilidade paterna. "As mudanças somente ocorrerão se promovermos ações de base agregadoras e conscientizadoras, que erradiquem maus hábitos relacionados à violência doméstica em suas versões físicas e psicológicas, praticadas contra as crianças e os jovens, evitando ou diminuindo a violência social generalizada."
        O evento ocorrerá no Anfiteatro Camargo Guarnieri, que fica na rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, São Paulo, SP.
        Mais informações: (0XX11) 288-9284 ou e-mail mcclsant@usp.br.

Corpos celestes para a terceira idade

        Observar os corpos celestes utilizando os conhecimentos científicos não deve ser uma façanha apenas dos cientistas. Pensando nisso, um grupo de professores e de pesquisadores do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da USP elaborou especialmente para as pessoas da terceira idade o curso Astronomia para a Terceira Idade, contendo conceitos básicos de astronomia. Respeitando interesses e motivações específicas das pessoas com idade acima dos 50 anos, o curso faz parte da política da USP de promover atividades e a aproximação entre a universidade e a comunidade. "Objetivamos dar apoio e oferecer benefícios para a sociedade contemplando a terceira idade", diz um dos coordenadores do curso, o professor Amaury A de Almeida.
        Temas polêmicos, como a possibilidade de vida em outros planetas e em outros sistemas planetários, além da possibilidade de contato com outras civilizações, serão abordados nas aulas. Outros assuntos curiosos fazem parte do programa: Big-Bang, futuro e expansão do universo, corpos e formação do sistema solar, formas de produção de energia no sol, sondas espaciais, asteróides, planetas, satélites, estrelas, aglomeradas estelares, galáxias, aglomerados de galáxias. Além das aulas teóricas, explica o professor Almeida, haverá também uma aula de observação noturna de corpos celestes. "Serão observados astros visíveis nesta época do ano, geralmente são planetas", diz o professor.
        Com o objetivo de promover a aproximação entre o Instituto e a comunidade, além de popularizar os conhecimentos da Astronomia, o IAG também oferece para grupos escolares de ensinos médio e fundamental e ao público em geral visitas monitoradas gratuitas. Atualmente são oferecidas visitas à Estação Meteorológica, às terças e quintas-feiras para grupos escolares a partir da quinta série, das 9 às 11 horas ou das 14 às 16 horas, nos meses de março a junho e de agosto a novembro; Observação do Céu Noturno, às quartas e sextas-feiras para escolas do ensino médio e aos sábados, dependendo da procura, para o público em geral; ao Observatório Abrahão de Moraes, situado em Valinhos, todo último sábado de cada mês e para escolas a qualquer dia da semana; Investigando o Interior da Terra, para escolas, às quartas e sextas-feiras, das 9 às 12 horas ou das 14 às 17 horas, nos meses de março a junho e de agosto a dezembro.
        O curso Astronomia para a Terceira Idade, que já está em sua quinta edição, acontece aos sábados, nos dias 11, 18, 25 de novembro e 2 de dezembro, das 10 às 12 horas, e é grátis. As inscrições estão abertas. O IAG fica na Av. Miguel Stéfano, 4.200, na Água Funda, São Paulo.
        Mais informações: ( (0XX11) 577- 8599, ramais 222 ou 233, fax 577-0270.


Cursos, Seminários e Palestras
Brasil e França
        A Delegação Francesa do Ministério da Pesquisa e Tecnologia fará amanhã (07), às 17 horas, uma conferência na Escola Politécnica (Poli) da USP. O tema será a importância do Brasil como parceiro da França na área de pesquisa, enfatizando as oportunidades que ela oferece para os novos pesquisadores. A conferência acontece no prédio da Administração da Poli, que fica na Av. Professor Luciano Gualberto, travessa 3, 380, na Cidade Universitária.
        Mais informações:( (0XX11) 3818-5788.

Toxicomania e Psicanálise
        O USP Oficina sedia nos dias 10 e 11 o colóquio Toxicomania e Psicanálise - a direção da cura. O evento promove debates e conferências sobre a história da toxicomania, os pontos de vista psiquiátrico e religioso, grupos de ajuda mútua e uma nova abordagem teórica e clínica, entre outros temas, e conta com a participação de especialistas da USP. Os interessados devem se inscrever na Rua Cardoso de Almeida, 60, conjunto 111.
        Mais informações:( (0XX11) 3864-6290/3872-2460.


Agenda Cultural
Música no Ceuma
        No dia 8, às 20h30, o Centro Universitário Maria Antonia apresenta no Projeto Música na Maria Antonia os artistas Luiz Fernando Sieciechowicz, 1º flautista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e Josely Machado Bark, ex-pianista solista da Orquestra Sinfônica do Paraná. Os dois apresentam obras de Guerra-Peixe, Franz Schubert, André Jolivet e Jindrich Feld. O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294.
        Mais informações:( (0XX11)255-5538.

Exposição em São Carlos
        O Centro Cultural da Prefeitura do Campus Administrativo de São Carlos abre hoje a exposição do artista plástico Júlio Roberto Ósio, com trabalhos em bico de pena, caneta esferográfica, aquarela e lápis de cor sobre papel. A exposição ocorre até dia 30, na Biblioteca Central da Escola de Engenharia de São Carlos. A visitação é aberta de segunda a sexta, das 8 às 22 horas, e sábado, das 8 às 12 horas.
        Mais informações: ( (0XX16) 273-9106.

Minerais na tela
        O Museu de Geociências inaugura na quarta-feira (08), às 20 horas, a exposição A Magia dos Minerais - coletiva de obras internas, com obras de 10 pintores, que usam minerais em suas telas, ressaltando cores e texturas. O evento conta com a participação de dois artistas de Portugal e um da França, além da apresentação do Coralusp, sob a regência de Eduardo Fernandes. A exposição estará aberta até o dia 9 de dezembro, de segunda a sexta, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. O museu fica na Rua do Lago, 562, na Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-3973.


Teses e Dissertações
Faculdade de Saúde Pública
Doutorado
        Prática educativa transformadora: a trajetória da Unidade Educacional de Interação Comunitária. Roseli Ferreira da Silva. Dia 10/11, 14h30.
Mestrado
        O gerenciamento como estratégia de implementação da assistência nas Unidades Básicas de Saúde do Distrito Sanitário – Belo Horizonte. Carmen da Conceição Araújo Maia. Dia 10/11, 9h.
        Mais informações: (0XX11) 3066-7739.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
        A inexistência da terra firme: a imigração galega em São Paulo - 1946 a 1964. Elena Pajaro Pires. Dia 10/11, 14h30.
        Mais informações: ( (0XX11) 3818-4584/4626.
 
 
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