São Paulo, 28 de novembro
de 2000 n.650/00.
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Desafios para
a Graduação e Pós-graduação na USP
Mais vagas para cursos de graduação e melhoria
da qualidade da pós-graduação são algumas das
questões levantadas pelos pró-reitores. Estes e outros temas
serão discutidos durante o 1º Fórum de Políticas
Universitárias da USP, que começa hoje.
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Seminário da FAU discute desapropriações,
questão fundiária e políticas sociais
Bióloga da USP lança livro sobre as plantas
do Museu do Café
Exposição conjunta na FAU mescla pintura
contemporânea, expressionismo e muito mais
Destaques
Políticas implementadas pela USP podem contribuir
para o aperfeiçoamento da universidade pública
No passado, as três universidades
estaduais paulistas — USP, Unicamp e Unesp —dedicaram toda sua atenção
à pesquisa e à pós-graduação, deixando
a graduação quase em segundo plano. Essa situação
mudou. Agora, a comunidade universitária está atenta à
importância da graduação, que é considerada
até mesmo como um pressuposto para a pesquisa e a pós-graduação
de qualidade. "Cada vez mais, temos de buscar estratégias para a
criação de vagas, a expansão dos cursos noturnos e
a adoção de novas tecnologias para o ensino", afirma a pró-reitora
de Graduação da USP, professora Ada Pellegrini Grinover,
que no 1º Fórum de Políticas Universitárias
da USP discutirá o tema "Política de Graduação"
(dia 29, às 9 horas), junto com o vice-reitor da USP, Adolpho José
Melfi, e representantes da Unicamp e da Unesp. "Na USP, há uma série
de ações voltadas para essa valorização que
podem servir como inspiração para a elaboração
de políticas para o setor".
Entre essas ações
está a realização de seminários sobre a qualidade
da graduação. Já foram promovidos três desses
eventos na USP, que resultaram em reflexões úteis para a
melhoria dos cursos. Outra medida imprescindível, segundo Ada, é
a execução de uma política de valorização
dos docentes. "Há um grande esforço para que o docente que
se dedica à graduação se sinta mais à vontade,
valorizado e estimulado", diz. "Dessa forma, é evidente que os alunos
se beneficiam da maior dedicação do docente aos cursos de
graduação".
Ampliar o número
de vagas é um dos maiores desafios das universidades públicas,
segundo Ada. Ela lembra que, desde 1998, a USP aumentou em 484 as vagas
oferecidas. Neste ano, com a aprovação pela Assembléia
Legislativa de emenda à lei orçamentária que permite
repasse de recursos extraordinários para as universidades, abre-se
a possibilidade de novos recursos para investir na graduação.
"A USP tem um programa de expansão de vagas", destaca. "Fizemos
um seminário para fixar parâmetros e essa expansão
observa exatamente esses critérios, privilegiando os cursos noturnos".
A maioria dos cursos noturnos
recentemente criados pela USP está instalada nos campi do interior.
É o caso do curso de Ciências dos Alimentos, que será
ministrado a partir deste ano na Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq), em Piracicaba. "Há muitos anos não se abriam
cursos noturnos nos campi do interior", analisa Ada. "Segundo as diretrizes
estabelecidas pela política de expansão de vagas, temos exatamente
que aproveitar as instalações que ficam ociosas durante grande
parte do tempo. Ao invés de investir em novos laboratórios,
muito melhor é aproveitar o que já existe, abrindo cursos
noturnos".
Para 2002, a Pró-Reitoria
de Graduação da USP já prevê a abertura de mais
cursos — entre eles o de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que será
ministrado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o que significa
uma oferta de mais 100 vagas. "Essa expansão de vagas é um
reclame da sociedade que a USP está atendendo e poderá atender
ainda mais". Ada explica que os debates sobre a criação de
novos cursos geralmente surgem nas unidades, a partir da percepção
de que a criação de novas carreiras é necessária.
"Faz-se uma pesquisa mercadológica e a implementação
é acompanhada pela Pró-Reitoria de Graduação
e pelo Conselho de Graduação."
Mas a atenção
que a Pró-Reitoria está dando para os novos cursos não
significa que ela deixou de lado os outros cursos, antigos e já
consagrados. Há uma política específica para a reposição
de claros — as vagas no corpo docente causadas por aposentadorias, por
exemplo. Segundo Ada, essas vagas têm sido repostas, visando à
manutenção do curso ou em atendimento a projetos pedagógicos
e de desenvolvimento apresentados pelas unidades. A modernização
das salas de aula e laboratórios é outra iniciativa da Pró-Reitoria
que reflete sensivelmente a melhoria desses cursos.
Para Ada, é preciso
que a Universidade se abra para novas técnicas de educação
— incluindo o ensino à distância. A USP está estudando
a implantação de disciplinas via Internet."Mas isso precisa
ser feito com cuidado", salienta. Ada destaca ainda que em todas essas
inovações a participação do aluno de graduação
é fundamental para a qualidade e o sucesso dos projetos da Pró-Reitoria.
Justamente para incentivar os alunos, a Pró-Reitoria criou o Prêmio
Láurea Acadêmica, que será oferecido este ano aos melhores
estudantes entre todos os cursos de graduação da USP.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-3290; e-mail prg@edu.usp.br,
Pró-Reitoria de Graduação.
Pós-graduação: a ciência
a serviço do Brasil
Ampliar a presença no
cenário internacional e nacional da pesquisa científica feita
pela USP será um dos assuntos em destaque da sessão plenária
"Política de pesquisa e pós-graduação" (dia
30, às 9 horas), que acontece durante o 1º Fórum
de Políticas Universitárias da USP. A relação
entre a pesquisa e a estrutura da pós-graduação e
o papel da especialização e do ensino continuado na formação
de pós-graduandos no Brasil serão alguns dos pontos abordados
durante a sessão.
A USP é uma das universidades
que mais se dedicam à pesquisa, em boa parte, porque dispõe
de programas de pós-graduação fortes e consistentes,
segundo o pró-reitor de Pós-Graduação, professor
Héctor Francisco Terenzi.
Terenzi lembra que vários
grupos de pesquisa da USP estão engajados em tópicos de interesse
nacional e global. Ele cita como exemplos o Programa Nacional de Direitos
Humanos e reformas no ensino das escolas públicas do Estado de São
Paulo, que surgiram a partir do trabalho desses grupos.
Na área tecnológica,
a pesquisa uspiana ostenta conquistas igualmente importantes, como a produção
de pele artificial e o desenvolvimento de sistemas para o controle completo
de refinarias de petróleo. Parques industriais de alta tecnologia
e incubadoras de indústrias de ponta mostram a força dos
projetos de colaboração da instituição com
o setor produtivo.
A estrutura de apoio para
a realização de todo esse trabalho também deve ser
considerada como um dos pontos fortes da pesquisa na Universidade, diz
Terenzi. Em suas unidades, a USP concentra sofisticados equipamentos: aceleradores
de partículas pesadas, técnicas espectroscópicas,
laboratórios de alto vácuo e baixa temperatura, laboratórios
de biologia molecular e celular, laboratórios de difração
de raios X e centros de supercomputação; além do acervo
bibliográfico, que conta com 1,5 milhão de livros, 1,5 milhão
de revistas e 4 milhões de artigos e fontes de referências
catalogadas.
Nos últimos três
anos o número de matrículas para pós-graduação,
segundo Terenzi, aumentou em cerca de 70%. Graças a um aumento que
gira em torno de 5% ao ano, a pós vem superando a graduação,
que há mais de dez anos não passa dessa porcentagem. "Isso
se deve aos programas de incentivos à pesquisa, que trazem mais
recursos financeiros para as unidades". Caso a pós-graduação
continue crescendo, a tendência é que em cinco anos o número
de alunos pós-graduandos seja o mesmo de graduandos, calcula Terenzi.
"Em geral a demanda é muito maior que a oferta de vagas".
Ampliar o número
de vagas na pós-graduação não é uma
das propostas da Universidade para os próximos anos. Terenzi acredita
que a missão da USP deve ser a de aprimorar cada vez mais o ensino.
"Em termos de tamanho já estamos suficientemente grandes. O que
me preocupa, embora fique orgulhoso de sermos a universidade que mais forma
doutores e mestres no País, é fragilizar esse sistema de
formação", alerta o pró-reitor.
A USP titula 34% de doutores
e 22% de mestres do Brasil. Hoje são 24 mil estudantes distribuídos
pelos cursos de pós-graduação stricto sensu (doutorado
e mestrado) e cerca de mil alunos estrangeiros, provenientes da América
Latina, África, Europa e Estados Unidos.
Terenzi reconhece, porém,
que inovações devem sempre ser feitas. Com relação
ao mestrado, ele propõe um ensino mais profissionalizante, dirigido
a pessoas que não trabalhem na área acadêmica e sim
no setor produtivo. "A procura tem sido intensa e já estamos oferecendo
alguns mestrados desse tipo", informa.
Propostas de novos cursos
surgem sempre, revela Terenzi. "Falta de idéias não é
o problema". Para o pró-reitor, a habilidade da Pró-Reitoria
está em selecionar as idéias mais inovadoras e controlar
o crescimento do conjunto. Antes de qualquer aprovação ocorrer,
existe uma série de parâmetros a serem analisados para que
o curso seja aprovado. "Mesmo assim, com todo esse sistema de controle,
ainda aparecem falhas. Sem dúvida ainda temos que nos aperfeiçoar".
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-3190; e-mail prpg@edu.usp.br,
Pró-Reitoria de Pós-Graduação.
Cursos, Seminários
e Palestras
Questão Fundiária
A Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo (FAU) da USP realiza na sexta-feira (1º) às 9 horas
o seminário A Questão Fundiária e as Políticas
Sociais. O evento coloca em debate questões como a desapropriação
e reforma agrária e apresenta a pesquisa do Laboratório de
Habitação e Assentamentos Humanos da FAU, que analisa a causa
dos altos preços das terras desapropriadas pelo governo e seu efeito
sobre as políticas sociais na área de habitação.
O seminário acontece na FAU-Maranhão, que fica na Rua Maranhão,
88. As inscrições devem ser feitas por fax ou pelo e-mail
labhab@edu.usp.br.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-4647.
Cursos de informática e arquitetura
A Fundação
para Pesquisa Ambiental (Fupam), ligada a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
(FAU) da USP, abre inscrições para os seguintes cursos, que
começam em janeiro:
Autocad 2000 Básico,
de 15 de janeiro a 1º de fevereiro (é preciso ter conhecimento
de Windows e desenho geométrico;
Archicad, de 15 de
janeiro a 2 de fevereiro (conhecimento de Windows);
Confecção
de maquetes,de 16 de janeiro a 15 de fevereiro (conhecimento mínimo
de arquitetura);
Luminoteca Básico,de
15 a 18 de janeiro;
Projeto Urbano e Habitação,
de 15 a 19 de janeiro.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-4566/3814-0829 ou pelo e-mail
cursos@fupam.com.br.
Agenda Cultural
Artes Plásticas na FAU
A Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo (FAU) da USP sediará até 10 de dezembro exposições
conjuntas de artes plásticas, que trazem pintura contemporânea,
expressionismo, abstração pura, desenhos e muito mais. Estão
presentes trabalhos dos artistas Nilo Celi, Paisagens, Suzana Soares,
Origens
e
Cristina Campana, Construções.
A exposição
está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8 às
18 horas, e aos sábados, até às 14 horas, no Salão
Caramelo da FAU.
Mais informações:
(
(0XX11) 3021-3164 e 9627-9702 ou pelo e-mail
suzanasoares@uol.com.br.
Livros, Revistas e Publicações
Nutrição
A Editora Atheneu lança
hoje (28), às 18h30, na Livraria da Vila o livro Nutrição:
Fundamentos e Aspectos Atuais, da autoria do Professor Julio Tirapegui,
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. O livro
tem como proposta a integração dos conhecimentos básicos
de nutrição à prática clínica através
do estudo aplicado da fisiologia e da metabolização dos nutrientes
no organismo humano e suas repercussões para a saúde. O autor
apresenta os assuntos sob a forma de perguntas e respostas para tornar
mais fácil a compreensão do texto. Colaboraram na autoria
mais 14 professores de três universidades: USP, Unesp e Faculdade
de Medicina do Chile.
A Livraria da Vila fica
na Rua Fradique Coutinho, 915, na Vila Madalena.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-3309, Professor Julio Tirapegui e 0800-267753, Editora Atheneu.
Jardins de museus
A editora Holos lançou
o livro Uma flora ilustrada - guia para as plantas do Museu do Café,
da bióloga Mara Patrícia Pais, em parceria com Elenice Mouro
Varanda, professora do departamento de biologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto. A obra descreve
121 espécies, ilustradas, sua época de florada, frutificação
e algumas curiosidades, de modo popular, sem perder o caráter científico.
Mais
informações: ( (0XX16) 602-3651.
Quadro de Avisos
Vacinação contra rubéola e sarampo
em Ribeirão
O campus da USP de Ribeirão
Preto promove até o dia 30 a campanha de vacinação
contra sarampo e rubéola, para alunos de graduação
e pós-graduação.
Segundo a médica
Jorgete Maria Silva, uma das coordenadoras da campanha, os alunos fazem
parte do grupo de risco por não apresentarem imunidade, e isso se
deve ao fato de não terem sido vacinados quando crianças
ou adolescentes e tão pouco terem sido expostos ao vírus
anteriormente.
Mais informações:
(
(0XX16) 602-2335.
Teses e Dissertações
Escola Politécnica
Mestrado
Algoritmos de filtragem
e previsão em modelos de volatilidade. Fernando Lovisotto. Dia
01/12, 10h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-5443.
Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade
Mestrado
Regulação
por incentivos: a universalização dos serviços de
saneamento básico. Rodrigo Menon Simões Moita. Dia 01/12,
14h30.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-5811.
Faculdade de Saúde Pública
Mestrado
Promoção
da Saúde: possibilidades e aplicabilidade: município saudável
como "Locus" de execução. Marilena Gentile. Dia 01/12,
10h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3066-7739.
Instituto de Biociências
Mestrado
Mediação
química da hiperalergia induzida pelos venenos de serpente Bothrops
jararaca e Bothrops asper e por uma miotoxina com atividade de fosfolipase
A2 isolada do veneno de Bothrops asper. Marucia Chacur. Dia 01/12,
14h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3818-7439.
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Agência USP
de Notícias - Divisão de Informação, Documentação
e Serviços Online
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Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP.
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