São Paulo, 14 de dezembro
de 2000 n.662/00.
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Pesquisa aborda o uso de drogas na USP
Estudo revela o perfil do estudante da Universidade propenso
ao uso de drogas. Realizada nos 21 cursos de graduação
da Capital, a análise indica que a maior incidência do uso
de substâncias tóxicas está entre os alunos da área
de biológicas.
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Pesquisa busca caminhos para tratar fobias, pânico,
medo e ansiedade
Reunião na Saúde Pública aborda
programas de Farmacovigilância
Claudio Cretti e Maria Tereza Louro expõem no
Ceuma
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Destaques
Pesquisa analisa drogas dentro da USP
Pesquisa inédita realizada
no campus da USP de São Paulo revela o perfil do estudante de graduação
propenso ao uso de drogas. O estudo faz parte do trabalho de doutorado
da psicóloga Sueli Queiroz, defendido recentemente na Faculdade
de Saúde Pública (FSP) da USP. Com a pesquisa, Sueli aponta
os fatores familiares, sociais, acadêmicos e individuais de risco
que podem propiciar o consumo de drogas. "O Centro Acadêmico (CA),
por exemplo, que na época do Regime Militar era o espaço
para discussões de idéias e debates sobre os rumos do País,
hoje mostra-se como um local propício ao uso de drogas", conta a
psicóloga.
Os dados da pesquisa, obtidos
por meio de questionários respondidos por 2.564 alunos dos 21 cursos
de graduação mantidos pela USP na capital paulista, nas áreas
de humanas, exatas e biológicas, revelam que a droga mais usada
pelos estudantes é a maconha. Em seguida estão os inalantes,
como a cola de sapateiro, esmalte e a benzina. "Em cada quatro pesquisados,
um já fez uso da maconha, substância que altera a concentração,
prejudica a memória e a performance escolar". As drogas
consideradas na pesquisa foram a maconha, os alucinógenos, a cocaína,
o crack, a anfetamina, os anticolinérgicos, os inalantes, os tranqüilizantes,
os opiáceos, os sedativos e os anabolizantes, sendo descartado,
pela pesquisadora, o uso do tabaco e do álcool.
Sueli pôde, por meio
das suas análises, traçar um perfil do aluno da USP usuário
de drogas. É predominantemente do sexo masculino, solteiro, tem
entre 20 e 24 anos, trabalha, mora sozinho ou com amigos, não possui
ou não pratica uma religião e não mantém um
bom diálogo com seus pais. Fumar e consumir bebidas alcoólicas
mostraram-se como importantes fatores influenciadores para o consumo de
drogas. "Em cada cinco alunos abordados, quatro afirmaram fazer uso de
álcool e em cada quatro, três utilizam o tabaco". Os alunos
propensos ao uso de drogas costumam, ainda, possuir todo o tempo livre
durante o fim de semana, são pessoas influenciáveis e seus
amigos geralmente usam drogas. Além disso, possuem baixo rendimento
escolar, já sofreram acidente de carro após o uso de drogas
e possuem atitude aprovadora quanto a qualquer pessoa experimentar ou usar
regularmente drogas. Os estudantes dos cursos da área de biológicas
foram os que apresentaram maior uso de substâncias tóxicas.
Em contrapartida os alunos das exatas tiveram menor indicativo de uso.
A desarmonia familiar é,
segundo Sueli, outro grave fator de risco para o consumo de drogas. As
características da família do jovem que apresenta maior risco
para usar drogas são pais com maior escolaridade, mãe e irmão
com uso freqüente de álcool (no mínimo uma vez por semana),
familiares com uso freqüente de drogas (pelo menos uma vez por semana)
e pais separados. Além disso, as mães são as últimas
a saberem que seus filhos usam drogas e os terapeutas são seus principais
confidentes. "Ambientes familiares em que não há diálogo
entre pais e filhos constitui-se um fator desencadeador do uso".
Um dado que surpreendeu
a psicóloga é o fato de os CAs e o Centro de Práticas
Esportivas da USP (Cepeusp) serem os locais mais freqüentados pelos
usuários, quando faltam às aulas. "Os alunos que freqüentam
os CAs e o Cepeusp são os alunos que estão dentro do perfil
de risco para o uso de drogas. Parece que a freqüência aos dois
espaços precisa ser melhor analisada pela Universidade".
Mais informações:
(
(0XX11) 9166-5980
Pesquisa busca maneiras de tratar o medo e a ansiedade
A pesquisa Neurobiologia
do medo e da ansiedade, que está sendo coordenada pelo professor
Marcus Lira Brandão, do setor de Psicobiologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, busca saber, em
modelos animais, que grupo ou grupos de células estão sendo
acionados nas situações de medo e ansiedade, além
de investigar também quais substâncias químicas estão
sendo liberadas nessa situação para contribuir na escolha
de medicamentos para tratamento de pessoas com fobias, pânico e outras.
A pesquisa, financiada pela
Fapesp, conta ainda com a participação dos professores Sílvio
Morato e Rodolfo Silveira Malvásio, além de 20 alunos de
pós-graduação e dois de iniciação científica.
O grupo está analisando
os circuitos neurais e algumas estruturas, até então pouco
conhecidas, foram identificadas, como o "núcleo mediano da rafe"
e os "colículos inferiores". O "núcleo mediano da rafe",
por exemplo, separa o que é audição normal do que
é aversivo. Ou seja, o laboratório levantou a tese de que
os sons desagradáveis são enviados para outro local do cérebro,
e não para o mesmo local onde é processado o som normal.
Essa teoria foi publicada em revistas científicas e "vem sendo lembrada
em outros trabalhos como única citação na literatura
mundial", enfatiza o professor Brandão. Segundo ele, o professor
Morato estuda o comportamento dos animais justamente nessas situações.
O professor Malvásio,
por sua vez, realiza a parte neuroquímica no trabalho, através
de testes com drogas de potencial ansiolítico que possam tratar
o medo e a ansiedade. Derivados anfetamínicos sintéticos
- drogas estimulantes modificadas em laboratório – são testados
e produzidos em colaboração com grupos de pesquisadores do
Chile e do Uruguai. O objetivo, segundo Malvásio, é tentar
verificar se as modificações nas estruturas das moléculas
de anfetaminas tornam seu efeito mais rápido e eficaz. "As respostas
laboratoriais já conseguiram bons resultados, com mais de 30 drogas
sintetizadas", diz Malvásio.
Mais informações:
(
(0XX14) 602-3638, com professor Brandão, ou 602-3838, com professor
Malvásio.
Cursos, Seminários
e Palestras
Farmacovigilância
O Eixo de Vigilância
Sanitária, do Departamento de Prática de Saúde Pública
da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, realiza amanhã,
às 14 horas, na Sala Pedro Egídio, uma Reunião
Científica sobre Programas de Farmacovigilância no Brasil.
As ações de
farmacovigilância envolvem a pesquisa e o monitoramento de reações
adversas causadas por medicamentos, atuando, inclusive, como suporte técnico
às ações regulamentadoras. No Brasil, existem algumas
experiências de sucesso de Programas de Farmacovigilância.
Além disso, há o empenho por parte do governo federal em
tornar realidade um Sistema Nacional de Farmacovigilância, viabilizando
o diálogo entre os diferentes programas e o Programa Internacional
de Monitorização da Organização Mundial de
Saúde.
Estarão presentes
na mesa redonda os professores Elisaldo Carlini e Solange Nappo, da Unifesp,
que apresentarão o Programa de Vigilância de Psicofármacos
(PSIFAVI), Sonia Gil Costa, do Centro de Vigilância Sanitária
do Estado de São Paulo, que falará sobre o Programa Estadual,
e Murilo de Freitas Dias, da Unidade de Farmacovigilância da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, que apresentará as
iniciativas de criação do Sistema Nacional.
Mais informações:
(
(0XX11)3066-7768, com a professora Nicolina Silvana Romano-Lieber (nicolina@usp.br),
ou 3066-7769, com a professora Maria Helena Matté (mhmatte@usp.br).
Também pelo site www.fsp.usp.br/mesaredonda.htm
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Agenda Cultural
Exposição no Maria Antonia
Acontece hoje (14), às
20 horas, a abertura da exposição dos artistas Claudio Cretti
e Maria Tereza Louro no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma)
da USP. As obras podem ser conferidas até 4 de fevereiro, das 9
às 21 horas.
O Ceuma fica na rua Maria
Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo, SP.
Mais informações:
(
(0XX11) 255-5538/7182 ou e-mail mariantonia@edu.usp.br.
Livros, Revistas e Publicações
Educação Sexual
A Editora Ômega lança
o livro A educação sexual pede espaço – novos horizontes
para práxis pedagógica, de Claudiene Santos e Maria Alves
de Toledo Bruns. Essa publicação, fruto da pesquisa de mestrado
de Claudiene, orientada por Maria, partiu de depoimentos de educadoras
envolvidas com o tema e propõe uma linha humanista de abordagem
das questões sexuais nas escolas, transcendendo as explicações
biológicas. As autoras defendem uma formação mais
ética dos profissionais, para que possam lidar com questões
polêmicas como homossexualidade, aborto e prostituição.
Mais informações:(
(0XX11) 3361-9756 ou e-mail brunsmar@hotmail.com.
Teses e Dissertações
Faculdade de Saúde Pública
Doutorado
Ações coletivas
de saúde no Município de São Paulo. Ana Maria
Cavalcanti Lefevre. Dia 15/12, 14h
Mestrado
Trabalhadores expostos
simultaneamente a ruído e tolueno: estudo das emissões otoacústicas
evocadas transitórias e efeito de supressão. Alice Penna
de Azevedo Bernardi. Dia 18/12, 9h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3081-5091.
Escola de Enfermagem
Mestrado
Qualidade de vida de
idosos institucionalizados. Beatriz Helena Ramos de Almeida Savonitti.
Dia 18, 9h.
Transformar-se enquanto
mulher: um estudo de caso sobre a vivência do período pós-parto.
Roselane Gonçalves. Dia 18, 10h30.
A manifestação
do poder público segundo a percepção de enfermeiros
que atuam em uma instituição hospitalar pública.
Valéria Bertonha Machado. Dia 18, 14h.
Mais informações:
(
(0XX11) 3066-7533.
Faculdade de Direito
Doutorado
O controle dos atos de
concentração no direito da concorrência: uma análise
a partir do problema da Globalização Econômica.
Ana Maria de Oliveira Nusdeo. Dia 18, 8h30.
Mais informações:(
(0XX11) 3111-4004.
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de Informação, Documentação e Serviços
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