Mercúrio atinge mangue de Cubatão Exposição ao elemento pode atingir fauna, flora e moradores da região. Amostras de água e solo revelaram concentrações muito maiores que as permitidas pela Cetesb

A análise da água e do solo da região de mangue de Cubatão, no meio do pólo industrial da cidade e próxima a área urbana, registrou uma concentração de mercúrio muito acima dos níveis permitidos. A grande exposição ao elemento pode atingir plantas e animais da região, chegando até a população, em especial, as pessoas que vivem e tiram seu sustento do mangue. O estudo foi realizado por Luciana Maria Ferrer na dissertação de mestrado Fixação e mobilidade de espécies de mercúrio no sistema sedimento/água do mangue do município de Cubatão/SP, orientada pelo professor Raphael Hypolito do Instituto de Geociências (IGc) da USP.

Durante dois anos, entre 1998 e 2000, Luciana coletou amostras da água dos rios Cubatão e Mogi, que percorrem o mangue de Cubatão, e de poços perfurados especialmente para o estudo, além de lodo e sedimentos. O trabalho de análise foi efetuado no Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas, do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental do IGc. Nos solos da região, detectaram-se teores de mercúrio acima dos limites orientadores publicados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Na pesquisa encontraram-se concentrações de 0,01 e acima de 0,06 partes por milhão. Nas amostras de água, o nível de mercúrio está abaixo do limite máximo, mas Luciana aponta que as características do mangue favorecem sua disponibilidade, aumentando o risco de contaminação. "O solo é argiloso, aumentando a retenção de mercúrio", relata. "Como há muita matéria orgânica, o elemento sofre reações químicas e transforma-se em substâncias ainda mais nocivas, que são levadas pela água".

Segundo a pesquisadora, a água do manguezal é mais salobra, o que facilita a dispersão no ambiente. A principal fonte do mercúrio encontrado em Cubatão seriam as indústrias petroquímicas instaladas na cidade há cerca de 40 anos. O mercúrio chegaria ao manguezal através dos esgotos lançados nos rios ou pelo ar. "Apesar de se evaporar com muita facilidade, a Serra do Mar formaria uma barreira natural que condensa o elemento e faz com que ele permaneça no ambiente", afirma Luciana.

Apesar da importância científica, o trabalho não pode atestar com precisão a origem do mercúrio porque as empresas proibiram a entrada em suas instalações. "Indústrias utilizam a substância em suas atividades, mas foi negado saber o destino dos resíduos", diz Luciana. O mercúrio pode atingir a flora e a fauna, e mesmo afetar populações que vivem na região. "Existem muitas famílias que vivem em ocupações clandestinas, e tiram seu sustento dos caranguejos que retiram da lama". De acordo com a pesquisadora, o risco também está presente nos cultivos agrícolas em alguns terrenos do local.

Mais informações: lumaferr@usp.br, com Luciana Ferrer ou raphael.hypolito@br2001.com.br, com o professor Raphael Hypolito

Na tentativa de trazer sempre novas propostas e idéias em suas exposições, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP conta, até sexta-feira (30), com a exposição Moradores Amontadas- Imagens da rua Sólon, 934, da fotógrafa e arquiteta norte-americana Kristine Weimer.

"É a primeira vez que exponho no Brasil mas a temática social é uma constante em meu trabalho. Meu projeto anterior consistia em um documentário fotográfico de Gaslight District, bairro mais antigo de Winnipeg, Canadá", explica Kristine. "Desta vez, em Moradores Amontadas, tentei retratar a simplicidade em que vive grande parte da população brasileira".

Com fotos penduradas como se estivessem em um varal, Kristine trouxe ao Salão Caramelo imagens da rotina dos moradores de um cortiço do bairro paulista Bom Retiro.

Crianças, prédios e fiações irregulares são registrados de forma a levar o observador a um questionamento de seus valores sociais sem haver a necessidade de uma única palavra. "Quando cheguei ao Brasil não sabia o idioma e a fotografia era a única maneira que tinha para comunicar-me. Ao mostrar minhas fotos todos compreendiam o que sentia e compartilhavam de minhas idéias e frustrações", relembra Kristine.

Em sua volta a Nova Iorque, onde vive e cursa pós-graduação em arquitetura na Parsons School of Design, a fotógrafa leva consigo novas idéias para uma futura exposição: antes de sua partida Kristine visitou as penitenciárias femininas da Capital e do Tatuapé, São Paulo, retratando a vida dessas mulheres isoladas do mundo externo.

"Minha viagem e pesquisa no Brasil propiciaram um aumento de minha sensibilidade. Agora penso em enriquecer minha pós-graduação com o material colhido e pesquisar ainda mais sobre essa diversidade cultural e social que existe em todos os países."

A exposição de Kristine Weimer se encontra no Salão Caramelo da FAU, rua do Lago, 876- Cidade Universitária- São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091- 4801

A Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP realizará, entre os dias 17 e19 de setembro, o Simpósio Internacional A Encruzilhada da América Latina. O evento, em parceria com o Prolam, terá a coordenação do professor Oswaldo Coggiola e reunirá palestrantes de vários países da América do Sul para discutir questões pertinentes como a crise econômica, lutas sociais e perspectivas para o futuro.

O encontro acontecerá no Anfiteatro de História da USP, com inscrições abertas até a data de início do Simpósio, com entrada franca. Haverá ainda, paralelamente, mostra de vídeos sobre lutas sociais na América Latina e no mundo. A FFLCH fica na Rua do Lago, 717, sala 126, Cidade Universitária, São Paulo.

Dia 30 acontece a palestra Segurança de Alimentos - a crescente
importância do sistema HACCP - Análise de Perigo e Pontos Críticos de
Controle para a cadeia produtiva, promovida pelo Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (Pensa) e pela Associação Brasileira de Agribusiness. O encontro será na sala de teleconferências da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, das 11h30 às 13h30, com entrada franca.

Mais informações: (0XX11) 3032-5966 e 3091-5905 ou e-mail
pensa@fia.fea.usp.br

Dia 7 de outubro, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) estará oferecendo o Curso de Sistema Caipira de Criação de Galinhas. Destinado à produtores rurais, o curso visa levar conhecimentos práticos com embasamento técnico-científico aos produtores rurais. O evento acontecerá no setor de não Ruminantes do Departamento de Produção Animal da Esalq que fica na Av. Pádua Dias 11, Piracicaba, São Paulo. As inscrições custam R$ 60,00 e podem ser feitas até o dia do curso.

O Núcleo de Informações em Saúde Ambiental (NISAM) da Faculdade de Saúde Pública (FSP), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a Faculdade de Direito (FD) da USP e a Revista Saneamento Ambiental realizarão o V Simpósio de Gerenciamento Ambiental na Indústria (NISAM 2002) e o Ciclo de Conferências sobre Política e Gestão Ambiental, de 2 a 5 de setembro de 2002, no Auditório Ariosto Mila da FAU.

O evento discute o desenvolvimento ambiental sustentável, voltado para integrantes da indústria, das universidades e organizações civis ligadas ao assunto. As inscrições custam R$300,00 e podem ser feitas até o dia 31 de agosto pelo telefone 3824-6899 ou pelo e-mail signus@signuseditora.com.br. Estudantes pagam meia inscrição e professores da USP têm desconto de 20%.

O Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática (CAEM) do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP continua em setembro com sua programação de oficinas destinadas a professores interessados em extensão universitária na área. Dia 4, o tema é A poluição do ar e as relações com a matemática. O curso é destinado a professores de 5ª a 8ª série, e os objetivos são levantar informações sobre o tema, analisar e representar os dados coletados.

Dia 10, o tema tratado será Ângulos: Histórias e Atividades

Dia 12, é a vez de Poliedros de Canudos.

Dia 17, Secções cônicas: parábolas, elipses e hipérboles.

Dias 19 e 26, O software Designer's WorkbenchÓ : ferramenta computacional para o desenvolvimento de conteúdos matemáticos.

Dia 24, Uma Rampa Curiosa.

Dia 26, a Matemática das sete peças do Tangram.

Dia 30, Os bilhares de Alice.

As inscrições devem ser feitas duas semanas antes do início das oficinas. As taxas vão de R$ 25,00 (3 horas) até R$ 75,00 (9 horas), professores da rede pública tem 50% de desconto. O IME fica na Rua do Matão, 1010, bloco "B", sala 167.

Mais informações: (0XX11) 3091-6160

Mais informações: (0XX11)3237-1815 ou e-mail mariantonia@edu.usp.br

- Estudo de máquinas elétricas especiais: motor monofásico de pólos inscritos. Cesar Augusto Moreira Amêndola. Dia 29, às 10 horas.

- Análise da concepção do projeto de estruturas metálicas espaciais: ênfase em coberturas. Arnaldo Nascimento de Souza. Dia 3, às 10 horas.

-Desenvolvimento e avaliação da estabilidade de formulações cosméticas ácido ascórbico. Adriana Moura Maia. Dia 4 de setembro, às 14 horas.

- Manifestações espirituais nas igrejas pentecostais: um estudo psicossocial do êxtase e do transe através da música como mobilizadora de emoções. Valdevino Rodrigues dos Santos, Dia 3, às 15h30.

- Comportamento estrutural de pontes estaiadas comparação de alternativas. Paola Torneri. Dia 2, às 9 horas.

- Análise da cadeia de distribuição física internacional dos produtos pesqueiros do Chile e Peru. Dewar Taylor Carnero Chávez. Dia 4, às 14 horas.

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