Rappers revelam outro lado da sociedade Psicóloga do IP analisou a formação da identidade dos grupos de Rap e mostra como esses artistas descortinam os bastidores de nossa sociedade

Tido hoje como o movimento cultural mais representativo da periferia, o Hip-Hop, e mais precisamente o Rap, tem ganhado força e algum espaço na mídia com o surgimento de uma legião de novos grupos. O maior representante desse estilo no País, o grupo Racionais MCs, já vendeu mais de 400 mil cópias de seu último trabalho, um CD duplo que não dispôs de nenhuma publicidade para divulgação. Mas quem são os artistas responsáveis por compor esse cenário tão destoante que se opõe à indústria da cultura de massas criando algo diferente de tudo o que vinha sendo produzido até então?

Diante do que chamou de "pancada" sofrida ao ouvir as letras dos raps, a psicóloga Elisabete Freire Magalhães procurou conhecer a fundo esses artistas e suas histórias. Esse foi o tema da dissertação Rappers: artistas de um mundo que não existe- um estudo psicossocial de identidade a partir de depoimentos, defendida no Instituto de Psicologia (IP) da USP.

Apesar de consciente da dificuldade de interpretar um mundo que não faz parte de seu cotidiano, Elisabete viu-se tocada pela contundência dos raps que escutou e buscou conversar com alguns rappers no sentido de conhecer aqueles poetas que respondiam a sua condição de pobreza e exclusão de maneira tão inusitada e singular. "Diferentemente de qualquer artista comprometido com a indústria cultural, o rapper denuncia a nossa sociedade, descortina o que há de podre por trás dos bastidores", conta. Elisabete realizou suas entrevistas detendo-se principalmente no depoimento de uma rapper, que ela prefere não identificar.

A psicóloga estabeleceu algumas categorias de identidade que nos aproximam deste artista-ativista que expressa sua experiência de vida em forma de letras que narram seu cotidiano, chamando nossa atenção para um estado de coisas que nós ajudamos a manter. São seis as categorias que se fazem presentes na rapper: Pobre, Religiosa, Forte, Pensadora, Artista e Mulher. Dentre elas, a força da artista surpreendeu a psicóloga. "É muito angustiante perceber que ela vive uma realidade tão enlouquecedora. Em um dia ela tinha casa e comida e no outro não. A mãe dela foi assassinada durante o trabalho. Sustentar sua condição de rapper sem enlouquecer, sem matar ninguém, sem cair no crime é muito difícil", diz ela.

É consenso entre os rappers que o rap foi uma resposta à humilhação social, uma resposta à pobreza; foi também alternativa ao vício, ao crime, à prisão, à morte. "Quem na periferia não perdeu um ente querido para a cadeia ou para o cemitério? Todos, sem exceção viveram perdas dessa ordem", comenta a pesquisadora. A rapper entrevistada passou pela cadeia antes de descobrir a música. "Sua entrada no rap e no mundo como cidadã, se deu a partir da audição de um rap dos Racionais, quando sentiu-se, talvez pela primeira vez, ligada ao destino de seus irmãos de classe e chamada a responder de outra forma, não mais no crime, ao sofrimento cotidiano a que é exposta", conta Elisabete.

A psicóloga acrescenta que as mulheres têm muito a contribuir para que o hip hop se fortaleça no Brasil como um movimento artístico e político que nos permitirá pensar mais seriamente o mundo e, talvez, conceber um outro. "As mulheres trazem uma delicadeza, uma sutileza ao Hip Hop que ajuda a aprofundar questões e repensar posicionamentos", diz Elisabete.

A religiosidade da rapper entrevistada expressa-se na fé de que um dia "as coisas vão mudar". A experiência de fé é um dos pilares para que o rapper continue acreditando que o mundo um dia será mais hospitaleiro. Para a rapper em questão os ricos não vão entrar no reino de Deus. É importante lembrar que rico nessa visão não é o que tem mais dinheiro e sim aquele movido pela ganância, pela indiferença aos pobres. "Aí entra a denúncia do rapper feita à sociedade capitalista".

A rapper-pensadora procura refletir acerca de uma realidade de fio da navalha, uma realidade que não deixa muitas possibilidades de identificação com o que há de humano no mundo. "O pensamento opõe-se à compulsão das drogas, do crime. Muitas vezes, as únicas saídas vislumbradas pelo cidadão pobre. Nesse sentido, o pensamento é uma forma de ação. Buscando se situar no mundo, a rapper procura dar um sentido a sua biografia, sua história", completa Elisabete.

A partir desta segunda-feira (25), estudantes de música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP se apresentarão no Museu de Arte Contemporânea (MAC), na I Semana de Música no MAC. O evento pretende expandir a atuação artística do museu, aumentando a interação com expressões diferentes das artes plásticas, tendência da nova administração do MAC. A Semana terá programação diversificada, com ênfase na música dos séculos XX e XXI.

Para a diretora do museu, Elza Ajzemberg, "a arte contemporânea tem esta característica de abertura, de interagir com outras formas de arte e usar novos suportes. Esta experiência com o Departamento de Música dá oportunidade para o público acompanhar as emergências das duas expressões". A diretora pretende promover mais apresentações musicais e também de dança, além de estimular a interação com tecnologias digitais e a convivência humana no museu, por meio da criação de uma cafeteria no MAC. "A arte contemporânea tem criações memoráveis nos cafés. Queremos dinamizar o espaço e ter a presença de artistas, que é sempre desencadeadora de novas criações. Também esperamos que o museu seja um novo espaço de lançamento de artistas, especialmente jovens e universtários", afirma a diretora.

O estudante de canto lírico Maécio Gomes, que participou da organização e cantará na Semana do MAC, explica que alunos da ECA já foram convidados a se apresentar no museu, em visitas de celebridades ou aberturas de exposições. Segundo Gomes, o repertório da Semana de Música, escolhido pelos próprios estudantes, terá composições de diversos períodos, mas com ênfase nos séculos XX e XXI. "A música estará interligada à arte plástica pela época, sem uma referência direta a temas específicos. Vai interagir com o espaço e o acervo do museu, agora em primeiro plano, não como pano de fundo de outra exposição". O estudante explica ainda que, entre as composições contemporâneas, algumas foram compostas por músicos que atualmente estão em atividade, como Willy Correa e Maurício de Bonis, respectivamente professor e aluno recém-formado da ECA.

A programação da I Semana de Música no MAC terá, no primeiro dia, um recital de piano solo. Na terça-feira (26), será o único com apresentações exclusivamente contemporâneas, com vários instrumentos e canto. A quarta-feira terá uma apresentação de violão e a quinta, um recital de canto, clarinete e piano. No último dia, sexta-feira (29), haverá música de câmara, com apresentações de trios e quartetos com violões, violoncelo, clarinete, piano e trombone. Toda a programação da semana é gratuita e se iniciará sempre às 18h30, no saguão do MAC, que fica na rua da Reitoria, 160, Cidade Universitária, São Paulo.

O cursinho pré-vestibular Med Ensina, organizado pelos alunos da Faculdade de Medicina (FM) da USP, estará com inscrições abertas de 9 a 14 de dezembro. Totalmente gratuito, o programa é destinado a estudantes carentes que cursam ou cursaram escolas públicas e não têm condições financeiras de pagar um cursinho convencional. No dia 22 de dezembro, os inscritos enfrentarão uma prova de conhecimentos e os classificados passarão por uma avaliação sócio-econômica. As inscrições custam R$ 5,00 e é preciso apresentar de cópia do RG e cópia do certificado de conclusão do Ensino Médio (ou comprovante de que está cursando o 2º Grau). A FM fica na Av. Dr. Arnaldo, 455, próximo ao metrô Clínicas, São Paulo.

Curso de Ordenha do leite

De 3 a 5 de dezembro, o Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, promove o 10º Curso de ordenha e qualidade do leite. Sob a coordenação dos professores Moacyr Corsi e Wilson Roberto Mattos, ambos da Esalq, o objetivo é promover treinamento e atualização de técnicos relacionados com a bovinocultura leiteira na área de ordenha, e transferir conhecimentos relativos ao dimensionamento e manuseio de equipamentos e salas de ordenha. O número de vagas é limitado e a inscrição, que pode ser feita até dia 2 de dezembro, fica em R$ 200,00. A Esalq fica na Av. Pádua Dias, 11 / 151, Piracicaba, São Paulo.

Mais informações: (0XX19) 3422-9197 / 3417-6604 ou pelo e-mail agrohoje@esalq.usp.br

O Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP promove na próxima, na quinta-feira (28), às 17h30, o seminário Conferência de Durban contra o racismo e as ameaças aos direitos humanos. A atividade é obrigatória para os alunos bolsistas de pós-graduação e iniciação científica, e também aberta a todos. Entre os participantes, José Augusto Lindgren Alves, embaixador do Brasil na Bulgária. A participação é gratuita e não há necessidade de inscrições prévias. O evento terá lugar na sala 8 do prédio das Ciências Sociais da FFLCH, na Av. Professor Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-3754 / 3783 ou pelo e-mail fflchflp@usp.br

O Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, está com inscrições para o Curso de introdução ao bonsai, que acontece na no próximo dia 30 de novembro. Destinado ao público em geral, o programa tem como objetivo a divulgação de técnicas e conhecimentos sobre a produção e manutenção de árvores miniaturizadas. As inscrições podem ser feitas até o dia do evento, caso ainda hajam vagas, com o pagamento de R$ 30,00. A Esalq fica na Av. Pádua Dias, 11 / 151, Piracicaba, São Paulo.

Mais informações: (0XX19) 3429-4354 ou pelo e-mail jchaddad@esalq.usp.br

O seminário Centenário da Vila Penteado. Restauração, promovido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, sempre às 17 horas. A coordenação será dos professores Maria Ruth de Sampaio e Júlio Roberto Katinsky, ambos da FAU. O evento é gratuito, com participação livre. O local é a Sala dos Espelhos da FAU-Maranhão, na Rua Maranhão, 86, Higienópolis, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3257-7837, ramal 30, ou pelo e-mail rvposfau@edu.usp.br

O espetáculo Dorotéia e Senhora dos Afogados, encenado por um grupo de alunos do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, estará em cartaz de 28 de novembro a 22 de dezembro. Dirigido por Marco Antonio Braz, o grupo apresenta interpretação da peça de Nelson Rodrigues. A entrada é franca e os bilhetes podem ser retirados com uma hora de antecedência. As apresentações serão de quarta à sexta-feira às 20 horas e aos sábados e domingos às 19 horas. O Teatro Laboratório da ECA fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa "J", 215, Cidade Universitária, São Paulo.

O maestro suiço Johannes Schlaefli, regente convidado da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), realiza no próximo dia 3 de dezembro, às 20 horas, um concerto em que apresentará as peças "Noite Transfigurada" de Schoenberg, "Pastorale D´eté de Honegger", de Honegger e "Sinfonia 5", de Schubert. A participação é aberta ao público em geral e a entrada é franca. A apresentação será no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-3000 ou pelo e-mail sinfonica@usp.br

O livro ELA e EU - minha relação com a esclerose lateral amiatrófica, do cirurgião craniofacial Silvio Zanin do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Centrinho, da USP de Bauru, será lançado nesta quarta-feira (27), às 15 horas. O evento acontecerá no setor de Recreação do HRAC, que fica na Rua Silvio Marchione, 3-20, Bauru, São Paulo.

No próximo dia 2 de dezembro, às 18 horas, na Sala dos Espelhos da FAU Maranhão, acontece o lançamento dos livros, A promoção privada de habitação econômica 1930-1964, de Maria Ruth de Sampaio, e O complexo industrial da construção e a habitação econômica moderna 1930-1964, de autoria de Maria Lucia Gitahy e Paulo Cesar Xavier Pereira. A sala dos Espelhos da FAU Maranhão fica na Rua Maranhão, 86, Higienópolis, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3257-7837, ramal 30, ou pelo e-mail rvposfau@edu.usp.br

- Utilização de Coque Nacional Comum no Forro Cubilô: Influências das Adições de Carbonetos de Silício e de Cálcio na Carga. José Jodel Vallilna. Dia 3 de dezembro, às 14 horas.

- Contabilidade Ambiental: Ensaio de Aplicação a uma Empresa Extrativa de Carvão Mineral. Sergio Bruchchen. Dia 4 de dezembro, às 14 horas.

- A Influência de Sistemas Abertos na Tecnologia de Automação. Roni Bueno da Silva. Dia 5 de dezembro, às 14 horas.

- Reciclagem de Baterias de Níquel-Cádamo. Denise Crocce Romano Espinosa. Dia 29 de novembro, às 14 horas.

Mestrado
- Determinantes do acesso ao crédito empresarial no Brasil: teoria e evidências empíricas. Luiz Cláudio Barcelos. Dia 29 de novembro, às 9 horas.

- Análise dos aspectos conceituais e da carga tributária nas transações do comércio eletrônico: o caso do ICMS. Maria Ivany Gomes Araújo. Dia 4 de dezembro, às 14 horas.

- Consolidação das demonstrações contábeis quando ocorre aquisição do controle de empresas durante o exercício social. Itamar Miranda Machado. Dia 5 de dezembro, às 9 horas.

- A cultura do algodão e a questão da integração entre preços internos e externos. Dia 4 de dezembro, às 15 horas.

- Município de Barueri: segregação espacial e clientelismo político na metrópole paulistana. Adeilson Gomes da Silva. Dia 5 de dezembro, às 14 horas.

- O império das circunstâncias: o código comercial e a política econômica brasileira (1840-1860). Julio Cesar Bentivoglio. Dia 3 de dezembro, às 14 horas.

- Da visão reológico-antropocêntrica nas cantigas de Santa Maria: um estudo sobre a concepção medieval e cristã da história. Heloísa Guaracy Machado. Dia 4 de dezembro, às 14 horas.

- Estudo semântico-lexical com vistas ao atlas lingüístico da mesorregião do Marajó/Pará. Maria do Perpétuo Socorro Cardoso Silva. Dia 4 de dezembro, às 14h30.

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