São Paulo, 20 de dezembro de 2002 n.1117/02.


O ambiente urbano e a
formação da criança

Pesquisa realizada na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAU) revela a
importância do espaço público na formação
mental, física e cívica das crianças



Alunos da Poli desenvolvem protótipos de máquinas de controle numérico


A FFLCH oferece curso Antropologia Visual


No IP, aperfeiçoamento em diagnóstico e inclusão de crianças especiais




Destaques


A formação da cidadania e da infância no espaço público

Marcelo Gutierres

O estudo O Ambiente urbano e a formação da criança, da arquiteta Cláudia Maria Arnhold Simões de Oliveira, revela que o espaço público é fundamental para a formação mental e física da criança, contribuindo decisivamente na construção que ela faz do conceito de cidadania. A pesquisa, realizada em quatro anos, foi apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP em outubro de 2002.

Cláudia Maria frisa que as riquezas das informações contidas no espaço público — de uma rua a um grande parque — favorecem o desenvolvimento mental e físico da criança. "Esses locais são ideais para se desenvolver a capacidade criativa, porque para isso é necessário espaço e tempo".

Já sobre os "espaços temáticos", a arquiteta conta que eles são menos eficazes na formação infantil, em relação ao lugares públicos, porque direcionam o andar da criança pelas suas instalações, impossibilitando a sua livre movimentação.

Freqüentar áreas públicas também possibilita o aprendizado de direitos e deveres. Cláudia Maria comenta que num simples atravessar de rua a criança aprende a conhecer o modo de se comportar e atuar no espaço, dessa forma vivencia a cidade.

Sociabilidade

O espaço público favorece a integração de pessoas de diferentes classes sociais, credos, cores ou convicções políticas. Baseada nisso, a pesquisadora defende em seu estudo que a sociabilização da criança será melhor construída tendo à sua volta essa diversidade. Daí ela valorizar os locais públicos.

Durante a pesquisa, foram ouvidas 12 crianças de rua, 65 de escolas públicas, 76 de particulares e 42 adultos, de 24 a 80 anos, na cidade de São Paulo. A arquiteta pediu às crianças que desenhassem o "lugar de brincar" e a "rua de brincar". A idéia era perceber como elas relacionavam esses dois espaços.

Desenhos que sugeriam liberdade foram feitos por jovens de rua. As de escola pública trabalharam melhor o espaço em suas ilustrações. "Inclusive algumas colocaram 'placas' proibindo carros no local", conta Cláudia Maria. E as gravuras com grandes espaços "desertos" eram das que estudavam em escola particular. "Elas pediam por amigos. Havia indícios de perda de noção do espaço físico, do espaço público e da socialização."

Outra preocupação foi entender como as crianças percebem, sentem e conhecem o espaço. Cláudia Maria explica que é nessa fase que formamos os "mapas mentais". Seriam os caminhos feitos da escola para casa, por exemplo. A estudiosa notou que crianças que fazem seu itinerário de carro ou ônibus desenvolvem uma percepção diferente daquelas que circulam a pé, ou seja, aquelas enxergam o mundo com uma 'velocidade' diferente destas.

E completa: "observam o espaço público por meio do vidro dos automóveis e das janelas de suas casas, dos muros dos condomínios, das paredes do shopping; é um mundo ilusório, cheio de estigmatizações". A estudiosa afirma ainda que a noção de espaço físico da criança é bastante recortada. "Ela faz composições entre o imaginário e a realidade com soluções que a eximem de construir uma percepção do espaço e do movimento no espaço."

A pesquisadora também se preocupou com a segurança. Sobre esse fator, frisa que "muitos olhares tornam uma rua segura. Quando a população assume o espaço público a marginalidade se afasta. Somos ainda os melhores vigilantes."

Mais informações: pelo e-mail clau.oli@uol.com.br

 

Estudantes da Poli desenvolvem protótipos de máquinas de controle numérico

Antonio Carlos Quinto

Alunos do 4º ano da disciplina Projeto de Máquinas do curso de Mecatrônica da Escola Politécnica da USP apresentam nesta sexta-feira (20), às 11 horas, quatro protótipos de máquinas de controle numérico programáveis, que produzem peças de maneira totalmente automática. Os 60 estudantes que cursam a disciplina foram divididos em quatro equipes de 15 componentes.

"Durante os últimos dois meses, eles desenvolveram e integraram os sistemas mecânicos, eletrônicos e de softwares dos protótipos", explica o professor Julio Cezar Adamowski, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas da Poli, que juntamente com os professores Gilberto Francisco Martha de Souza, João Paulo Marcicano e Ricardo Cury Ibrahim acompanharam os trabalhos dos grupos de alunos.

Segundo Adamowski, esta é a primeira vez que os alunos do curso desenvolvem protótipos desse tipo. "É uma excelente oportunidade para os estudantes terem acesso ao conhecimento e entender todo o processo de desenvolvimento de máquinas, desde a elaboração do projeto, fabricação e implementação", destaca.

As "minimáquinas" que serão apresentadas são duas fresadoras e dois tornos que podem funcionar de forma manual ou automática. O professor lembra que a maioria dos equipamentos de controle numérico utilizados na indústria são fabricados no exterior. "A importância do desenvolvimento dos protótipos é justamente para que o aluno tenha acesso aos conceitos de desenvolvimento destas máquinas que é basicamente o mesmo", diz Adamowski.

A apresentação dos protótipos também visa mostrar que é possível implementar tecnologia nacional na fabricação destes equipamentos. "Recebemos aqui na Poli constantes solicitações de pequenas empresas que buscam soluções neste setor de máquinas industriais", conta. "Os protótipos desenvolvidos pelos alunos, além de serem simples podem ser usados em diversas aplicações", garante Adamowski. A demonstração acontecerá no Departamento de Engenharia Mecatrônica da Poli, que fica na Av. Professor Melo Moraes, 2231, na Cidade Universitária.

Mais informações: (0XX11) 3091-5120 / 5722, ou pelo e-mail: jcadamow@usp.br



Cursos, Seminários e Palestras


Antropologia visual

A Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas estará com inscrições abertas entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2003 para o curso de Antropologia Visual – Oficina de Produção que acontecerá de 20 de março a 3 de julho de 2003. O curso procura oferecer uma iniciação a produção de documentários com uma preocupação antropológica e é voltado a professores do ensino médio, professores e alunos da área de ciências humanas e público interessado no tema. A taxa é de R$ 450,00 e as aulas acontecerão no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (Lisa) na rua do Anfiteatro, 181, conj. Colméias, Favo 10, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4645

Inclusão de crianças especiais

De 20 a 31 de janeiro é possível se inscrever no curso Diagnóstico e Inclusão Escolar de Crianças com Distúrbios Globais de Desenvolvimento oferecido pelo Instituto de Psicologia (IP) da USP. Os objetivos são discutir eixos centrais da teoria psicanalítica, aprofundar noções referentes à psicanálise com crianças e discutir propostas de trabalho, escolarização e inclusão escolar. A taxa é de R$ 50,00. O curso será ministrado na Pré-Escola Terapêutica "Lugar de Vida", no IP, Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, travessa 4, bloco 17, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4386, no e-mail lugvida@edu.usp.br ou site http://www.usp.br/ip/cursoseventos/diagnostico.htm

IO oferece curso de Histologia

O Instituto Oceanográfico (IO) da USP está com inscrições abertas até dia 31 de janeiro de 2003 para o curso Histologia de gônadas de teleósteos: leitura e interpretação de preparações permanentes e avaliação da dinâmica ovariana. Podem se inscrever graduandos e graduados em Ciências Biológicas, Biomédicas e Medicina Veterinária que tenham cursado disciplinas relacionadas com o tema, que possuam familiaridade com o uso da técnica de microscopia de luz e que estejam iniciando trabalhos sobre Biologia reprodutiva de peixes teleósteos. O curso acontece entre os dias 17 e 27 de fevereiro de 2003.

A taxa é de R$ 50,00. IO fica na Pça Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-6530



Quadro de Avisos


Kabengele Munanga é admitido na Ordem do Mérito Cultural

O professor Kabengele Munanga foi admitido na Ordem do Mérito Cultural, na classe Comendador em cerimônia realizada no dia 17 de dezembro, em Brasília. Munanga é professor titular do departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e Vice-Diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade. A honraria foi dada pela contribuição prestada pelo professor à cultura do País.

Mais informações: (0XX11) 3091-3039

Aluna da FSP recebe prêmio

Mariana Almeida do Amaral, aluna da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP), recebeu menção honrosa pelo trabalho As representações de adolescentes trabalhadores e não trabalhadores sobre a relação estudo-trabalho. O estudo foi apresentado no Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP, no dia 6 dezembro. Mariana Almeida integra o Projeto "Condições de vida e trabalho de estudantes do ensino médio no município de São Paulo", coordenado pela professora da FSP, Frida Marina Fischer.

Mais informações: (0XX11) 3081-5091



Teses e Dissertações


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Mestrado

- O dinheiro em Aristófanes: moeda e noção de valor em Atenas durante a Guerra do Peloponeso. Ricardo Morais Scatena. Dia 7 de janeiro, às 9 horas.


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