São Paulo, 3 de janeiro de 2002 n.887/02.



Melhor qualidade de vida a prematuros
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto desenvolve programas que auxiliam mães que têm filhos prematuros. A UTI da unidade oferece suporte para o desenvolvimento biológico e psicológico do bebê



Escola de Enfermagem promove curso
sobre Humanização no Processo de Cuidar


Lançamento do número 43 da Revista de Estudos Avançados




Destaques


Médicos e Psicólogos se unem pela qualidade de vida de prematuros

A atuação de psicólogos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para recém-nascidos (Neonatal) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) está ajudando mães de bebês nascidos com peso inferior a 1,5 kg, a se relacionarem melhor com essa situação. A experiência já é considerada um sucesso pelos médicos e psicólogos, pois agora a UTI oferece suporte para o desenvolvimento biológico e psicológico do bebê, além do seu crescimento físico. "Com a evolução da Medicina, bebês cada vez menores, muitas vezes com 500 ou 600 gramas de peso, têm sobrevivido. Na realidade brasileira, investimentos modestos têm sido feitos para o conhecimento da qualidade de vida dessa clientela", comenta a professora Maria Beatriz Martins Linhares, do setor de Psicologia do Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da FMRP.

Estudos anteriores mostram que essas crianças integram um grupo de risco que pode apresentar problemas biopsicosociais. São mais propensas a dificuldades comportamentais, deficiências cognitivas e de desempenho escolar, além de déficit de crescimento físico. "Por isso, não basta olharmos apenas as curvas de crescimento físico, mas também os indicadores de adaptação dessa criança na sociedade", salienta a professora.

Bebês prematuros de peso muito baixo ficam internados em média 3 meses e, em alguns casos, até 6 meses na UTI Neonatal. "Essas crianças nos primeiros anos de vida, têm o desenvolvimento marcado por problemas de saúde que podem causar hospitalizações freqüentes", explica Beatriz. Tanto mães quanto bebês são afetados por esta realidade que geralmente coloca em risco sua saúde física e psicológica. Como conseqüência, isso pode comprometer o desenvolvimento e adaptação social da criança.

Bebês prematuros de peso muito baixo ficam internados em média 3 meses e, em alguns casos, até 6 meses, na UTI Neonatal. Essas crianças, nos primeiros anos de vida, têm o desenvolvimento "marcado por problemas de saúde que podem causar hospitalizações freqüentes", explica Beatriz. Tanto mães quanto bebês são afetados por esta realidade que geralmente coloca em risco sua saúde física e psicológica. Como conseqüência, isso pode comprometer o desenvolvimento e adaptação social da criança.

Para minimizar estes problemas, a equipe interdisciplinar concentrou esforços no acompanhamento de mães e bebês nascidos nestas condições. O trabalho continua após a alta, com acompanhamento por intermédio dos ambulatórios do HC, até a idade escolar da criança. Essa iniciativa começou no HC em 1996, com a instalação de dois programas de pesquisa e assistência: o Programa de Apoio Psicológico às Mães de Bebês Prematuros e o Programa de Seguimento Longitudinal do Desenvolvimento Psicológico de Bebês Prematuros.

O programa de apoio às mães, além dos pediatras e psicólogos, vem contando, na realização da pesquisa, com a participação do professor Geraldo Duarte, especialista do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP. Os resultados com as mães mostram que cerca de metade delas apresentam sinais de ansiedade e depressão que exigem cuidados especiais. Esta instabilidade emocional, confirmam as pesquisas, está fortemente ligada ao nascimento e internação do bebê, com sérios riscos de morte. Beatriz conta que a "experiência emocional estressante da mãe pode resultar, muitas vezes, na diminuição da qualidade dos cuidados dispensados à criança". Como a mãe tem alta hospitalar e o bebê continua internado, esse distanciamento agrava a crise psicológica e prejudica a amamentação e o vinculo afetivo mãe-bebê.

Os estudos com estes pacientes demonstram relação direta entre um ambiente familiar positivo com a neutralização dos problemas vividos por estas crianças. Os resultados fazem os especialistas acreditarem no poder da intervenção psicológica precoce, desde a UTI até a fase escolar, para a melhoria da qualidade de vida dessas crianças. Como a mãe é a primeira a ser atingida, o trabalho é direcionado a ela logo após o parto. O apoio vai desde o esclarecimento quanto a real situação do bebê, como tratá-lo, amamentá-lo, até a intermediação de conversas com outros especialistas e encaminhamento para tratamentos psicológicos ou psiquiátricos, quando necessários.

Mais informações: (0XX16) 625-0309/0490 ou pelo e-mail linhares@fmrp.usp.br



Cursos, Seminários e Palestras


Humanização do processo de cuidar

O Departamento Materno-Infantil Psiquiátrico da Escola de Enfermagem (EE) da USP promoverá o curso de atualização Humanização do Processo de Cuidar: uma abordagem corporal. O curso acontecerá nos dias 28 de janeiro e 4,15,18 e 22 de fevereiro, na própria EE e é destinado a profissionais e estudantes de pós-graduação da área de saúde. Dentre os objetivos estão: empregar os conhecimentos de automassagem para promover o próprio bem-estar, identificar alguns conteúdos somáticos e emocionais próprios que podem interferir na interação profissional/cliente, aplicar recursos de abordagem corporal e técnicas básicas de massagem no cuidado do cliente de saúde e reconhecer a importância da intencionalidade nas práticas de cuidado do cliente de saúde.

Serão oferecidas 20 vagas por turma e duas isenções — docentes da EE ou enfermeiros do Hospital Universitário (HU) da USP. As inscrições serão recebidas no período de 14 a 18 de janeiro de 2002, no horário das 8 às 16h30, no Serviço de Cultura e Extensão Universitária, que fica na Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.

Mais informações: (0XX11) 3066-7531 ou pelo e-mail scex@edu.usp.br




Livros, Revistas e Publicações


Desenvolvimento Rural

Já está à venda o número 43 (set.-dez./2001) da Revista Estudos Avançados, que desta vez destaca os desafios para o desenvolvimento rural brasileiro, tanto tecnológicos quanto do ponto de vista de planejamento e definição de políticas para o setor. O dossiê é constituído de um conjunto de 21 artigos, uma entrevista com Dom Tomás Balduíno, presidente da Comissão Pastoral da Terra Nacional (CPTNAC), e uma seção de mapas sobre a dinâmica espacial da evolução da população urbanas, ocupação de terras e assentamento realizados.

Os temas dos textos vão da pesquisa agrícola de ponta aos problemas da distribuição de terras, passando pelo questionamento dos indicadores rurais brasileiros e as concepções sobre os caminhos para o desenvolvimento. Na entrevista, Dom Tomás Balduíno ele destaca que a pastoral "move-se entre as lutas de apoio aos oprimidos e a reflexão sobre a Teologia da Terra, de onde nascem as instituições da legitimidade de muitas ações dos camponeses, como, por exemplo, as ocupações da terra". As prioridades da CPTNAC no momento são três: terra, água e direitos. Dom Tomás destaca que a questão da água tem se tornado uma preocupação central da Pastoral no momento, seja apoiando iniciativas nordestinas na convivência com o Semi-Árido, seja no envolvimento na discussão sobre projetos de barragens e hidrovias no Centro-Sul ou no apoio aos ribeirinhos da Amazônia.

A pluralidade de abordagens presente no dossiê é destacada por Alfredo Bosi, editor da publicação, ao lembrar "as diversas ciências e técnicas envolvidas no seu tratamento: agronomia, economia, sociologia, política, antropologia cultural, história social, geografia, ecologia, demografia...".

A Revista de Estudos Avançados é uma publicação quadrimestral do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e custa R$ 18,00.

Mais informações: (0XX11) 3818-3919 / 4442 ou pelo e-mail estavan@edu.usp.br Site: http://www.usp.br/iea/revista




Teses e Dissertações


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Doutorado

- Determinação da pureza óptica de fármacos em medicamentos por cromatografia líquida com fase quiral. Anil Kumar Singh. Dia 21, às 14 horas.

Mestrado

- Identificação e caracterização de enzimas amilolíticas de mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft). Tatiana da Costa Raposo Pires. Dia 23, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3818-3657


 

Agência USP de Notícias - Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online
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Repórteres: André Chaves de Melo andrecms@usp.br, Roger Pascoal rpascoal@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br
Estagiários: Camila Lins Rossi, Cauê Muraro caueagen@usp.br, Júlio Bernardes, Marcelo Gutierres msg@usp.br e Tatiana Martins Peñuela tpenuela@usp.br