São Paulo, 06 de maio de 2002 n.956/02.
A negação do direito ao
trabalho em São Paulo Pesquisa da FFLCH analisa o trabalho informal realizado na capital paulista e mostra a necessidade de um maior investimento em políticas públicas de emprego |
Esalq realiza curso sobre Teoria do Caos e Fractais aplicados
às Ciências Biológicas
Fórum de Educação Infantil em Ribeirão Preto
Na FEA, lançamento do livro As Pessoas na Organização
Destaques
Trabalho informal é a negação do direito ao trabalho regulamentado, diz estudo
Marcelo Gutierres
A paisagem de grandes centros urbanos vem ganhando cada vez mais um componente: o camelô, que vive do trabalho informal. "É uma forma de se negar o direito ao trabalho e por extensão à vida digna a essas pessoas", considera o sociólogo Francisco José Ramires que pesquisou o tema entre 1999 e 2001. Os resultados estão em seu trabalho de mestrado Severinos na metrópole: a negação do trabalho na cidade de São Paulo apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O pesquisador demonstra como essas pessoas passam da formalidade à informalidade. "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal gostariam de voltar à formalidade. Isso se explica pelas ‘tranqüilidades’ que o mercado formal possibilita, como previdência social, fundo garantia, entre outros", diz o pesquisador. Ele ressalta ainda que esses trabalhadores informais vieram, em sua maioria, da formalidade. "Por isso eles têm esta visão."
Ramires entrevistou camelôs de diversas áreas da capital paulista. "Eles estavam na região do Parque D. Pedro II, Praça da Sé, Hospital das Clínicas e da rua Teodoro Sampaio." Constatou que a formação escolar deles tem grande variação. "Havia desde analfabetos, passando por aqueles com o nível médio e até um que havia cursado o primeiro ano de faculdade, mas teve de desistir." Ramires lembra ainda que, em sua maioria, esses trabalhadores informais são nordestinos, que vivem em São Paulo há muito tempo.
"Terra de ninguém"
Durante a pesquisa, um dos fatos que mais chamou a atenção do sociólogo foi a preocupação excessiva dos camelôs com a violência nas ruas. "Achei que era por causa da fiscalização, que os preocupa também, mas é a violência — tanto entre eles, em busca de melhores pontos, como também daqueles que saem de casa com intuito de agredi-los — que os aflige." Ramires afirma que isso é muito freqüente, sobretudo, com aqueles que necessitam ficar à noite junto de sua barraca para protegê-la do vandalismo e até mesmo de saques. Para o camelô, a rua é uma "terra de ninguém", comenta.
No entender do pesquisador, a formalidade produz a informalidade, ou seja, ela muitas vezes necessita da informalidade para uma exploração. Ele cita o caso de um funcionário de uma empresa de laticínios que vendia os produtos dela na rua, como camelô. "Ele vendia as mercadorias em uma barraca e, posteriormente prestava contas à empresa."
Uma outra prática percebida foi o aluguel a alguns camelôs de áreas para que estes, durante à noite, guardassem suas barracas. "São pessoas que alugam garagens. Há aqueles que chegam a alugar seu próprio consultório odontológico para os ambulantes."
A questão da comercialização de mercadorias contrabandeadas também foi abordada no estudo. "Ele é muito forte." Ramires conta que essas mercadorias vêm de diversas regiões do mundo, sobretudo da Ásia. "Não é só do Paraguai, como acredita o senso comum."
Como saída a esse problema social, o estudioso aponta a necessidade de um maior investimento em políticas públicas de emprego. "O governante deveria investir mais na diversificação da qualificação do trabalhador." Ele cita o exemplo do metalúrgico que é demitido e não possui qualificação necessária para exercer uma outra atividade. "Os programas de qualificação profissional já existentes deveriam ser ampliados e estendidos a um número cada vez maior de pessoas que estão sendo excluídas do mercado de trabalho graças ao novo contexto econômico mundial."
Mais informações: (0XX12) 3941-8220 ou (0XX38) 3690-3012, com Francisco José Ramires ou pelo e-mail chicoram@usp.br
Cursos, seminários e palestras
Paradigmas científicos emergentes
Dia 18 de maio é o prazo final de inscrições para o curso Complexidade, Teoria do Caos, Fractais e Auto-Organização aplicados às Ciências Biológicas, promovido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP de Piracicaba. O objetivo do encontro é introduzir os conceitos básicos para a compreensão dos fenômenos biológicos no contexto dos paradigmas científicos emergentes. O curso terá dois períodos: de 18 a 25 de maio e 1o a 15 de junho. A taxa é de R$ 50,00 e as aulas acontecem no Departamento de Ciências Biológicas da Esalq, na Av. Pádua Dias 11, Piracicaba, São Paulo.
Mais informações: (0XX19) 3429-4458 ou pelo e-mail
gumaia@ig.com.br
Inteligência Emocional
Dias 14 e 21 de maio acontece o curso Liderança com inteligência Emocional das Organizações, sob responsabilidade do professor José Aparecido da Silva, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras ( FFCL) USP de Ribeirão Preto. O curso, destinado a profissionais que lidam com o comportamento de grupos e relações interpessoais nas diferentes organizações sociais, acontece no Anfiteatro "Lucien Lison", da FFCL, às terças-feiras, das 19 às 23 horas. As inscrições poderão ser feitas até o dia 10 de maio, na Assistência Técnica Acadêmica da Unidade, para as 40 vagas existentes. Se houver mais interessados haverá seleção. A taxa é de R$ 200,00 reais, mas alunos, funcionários e professores da Universidade estão isentos.
Mais informações: (0XX16) 602-3673
Fórum de Educação Infantil
No próximo dia 13 de maio, das 8 às 17 horas, na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, acontecerá a 13ª Sessão do Fórum de Educação Infantil da Micro-Região de Ribeirão Preto, que terá como tema: "Regulamentação já: Dignidade e Construção da Educação Infantil com Qualidade". Participam da organização do evento a Creche Carochinha da USP de Ribeirão Preto, o Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil (CINDEDI), ligado ao Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP de Ribeirão e a Secretaria Municipal de Educação. As inscrições custam R$ 5,00 e podem ser realizadas no início do evento.
Mais informações: ccarochinha@hotmail.com
ou secedu@ribeiraopreto.sp.gov.br
. Site: http://www.educacaoinfantil.org
Direitos Humanos e Violência
De 7 a 10 de maio, no Teatro das Faculdades COC, acontece o 1º Colóquio Regional sobre Direitos Humanos e Violência, promovido pelas Faculdades COC e pelo Departamento de Psicologia e Educação, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP de Ribeirão Preto, com apoio do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Núcleo de Estudo de Direito Alternativo e Ordem dos Advogados do Brasil – 12ª Subsecção – (OAB). O objetivo do evento, segundo os organizadores, é permitir a reflexão e o aprofundamento dos temas ligados à violência urbana e institucional e deverá reunir um amplo leque de profissionais, pesquisadores e ativistas com o objetivo de aperfeiçoar o entendimento mútuo e construir novas redes de cooperação entre ONGs, setor público, extensão universitária e outros atores da sociedade civil.
A inscrição deverá ser feita através de ficha de inscrição, e ser enviada juntamente com o comprovante de depósito de taxa, para a Rua Abraão Issa Hallac, 980, Ribeirão Preto (SP), aos cuidados de Ana Rosa. O preço é R$ 55,00 para profissionais e R$ 30,00 para estudantes, que deverão apresentar comprovante de matrícula.
Mais informações: (0XX16) 603-9801 ou pelo e-mail fabiana.serveri@coc.com.br
Livros, Revistas e Publicações
As pessoas na organização
Nesta segunda-feira (6), às 12 horas, na Sala de Congregação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, acontece o lançamento do livro As Pessoas na Organização (Editora Gente). São 15 pesquisadores e professores da FEA que falam sobre o passado, o presente e o futuro dos profissionais dentro das organizações, em textos que tratam de perspectivas, rumos, teorias, práticas e conhecimentos a respeito da gestão dentro das empresas. A organização ficou a cargo do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas (Propeg). A FEA fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo e evento está previsto para as 12 horas.
Mais informações: (0XX11) 3675-2505 ou pelo e-mail press@editoragente.com.br
Teses e Dissertações
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
- Sob o olhar da razão: as religiões não católicas e as ciências humanas no Brasil (1900-2000). Marcos Alexandre Capellari. Dia 9 de maio, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-4626
Faculdade de Saúde Pública
Mestrado
- As relações entre a satisfação com aspectos psicológicos no trabalho e a saúde do trabalhador. Maria Carmen Martinez. Dia 9 de maio, às 8 horas.
- Albergue: Espaço Possível para a Promoção da Saúde. Vera Helena Lessa Vilela. Dia 9 de maio, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3066-7734
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Mestrado
- Éteres de coroa e membrana polimérica: novas estratégias para a preparação de sistemas catalíticos seletivos envolvendo metaloporfirinas. Maria Carolina Alves de Freitas Gotardo. Dia 9 de maio, às 14 horas.
Mais informações: (0XX16) 602-3675
Agência USP de Notícias -
Divisão de Informação, Documentação
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