São Paulo, 27 de maio de 2002 n.971/02.

Os hábitos alimentares dos brasileiros Estudo da Faculdade de Saúde Pública relata a história da alimentação no Brasil, desde Portugal medieval até a colonização a América Portuguesa

Um estudo inédito realizado pela nutricionista Rosemeire Bertolini Lorimer analisou a história da alimentação no Brasil, desvendando alguns dos fatores que contribuíram para a formação das diversas culturas regionais alimentares encontradas no País. O estudo O impacto dos primeiros séculos de história na América portuguesa na formação da brasilidade alimentar, apresentado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em dezembro do ano passado, traçou o caminho percorrido pela nossa alimentação começando em Portugal, da época medieval, passando pelas grandes navegações e finalizando no término do período colonial, voltando as atenções a fatos que contribuíram para a formação das tradicionais cozinhas mineira e baiana.

Depois de pesquisar em bibliotecas documentos de 200 anos, Rosemeire conseguiu descobrir o que os navegadores do descobrimento comiam nas viagens e percebeu que, antes mesmo da chegada dos portugueses, a culinária sofreu sua primeira grande adaptação ainda em alto mar. A incerteza da duração das viagens criou uma necessidade de levar alimentos não perecíveis como biscoitos de farinha e peixes conservados em sal. Apesar de em algumas expedições haver um navio destinado a transportar mantimentos, a variedade era pouca e ainda haviam os ratos, vermes e baratas que devoravam boa parte das provisões, sem contar as várias doenças, como o escorbuto. A passagem por diversos portos da costa africana durante as primeiras grandes viagens propiciou um contato com diversas culturas, o que permitiu que muitos alimentos diferentes fossem incorporados pela tripulação dessas embarcações. "Toda essa atmosfera interferiu na cultura alimentar que chegou ao Brasil", aponta a pesquisadora.

Já em terra, ocorreu um primeiro grande passo rumo à evolução dos hábitos alimentares. Sem saída, os portugueses incorporaram hábitos indígenas, principalmente com relação aos procedimentos de obtenção dos alimentos. Apesar de serem caçadores e coletores, os índios também mantinham uma cultura para o plantio de mandioca, milho, abóbora e amendoim. Os exploradores se aproveitaram dessa técnica para incrementar sua dieta. A alimentação dos índios era nutricionalmente boa. "Durante a pesquisa não foram encontrados relatos sobre índios doentes", conta.

Mais tarde, segundo Rosemeire, ocorreu a substituição dos condimentos europeus por similares da colônia. "Onde a portuguesa usava maçãs, pêras e pêssegos para fazer suas conservas, passou a usar o mamão verde e o coco. As cerejas e ameixas podiam ter como similar a jabuticaba, enquanto as nozes e amêndoas, o amendoim", diz a nutricionista. "A estrutura culinária portuguesa foi mantida mas os ingredientes foram trocados." Nas grandes fazendas ou nas minas coloniais, a culinária ganhava cara própria, variando de região para região de acordo com os produtos disponíveis e as características dos povos presentes como escravos, portugueses e índios.

A pesquisa também funciona como uma importante ferramenta na compreensão da atual situação de subnutrição em certas regiões do País. "A política de ocupação e colonização do novo território português proporcionou, ora grandes quantidades de terras cultivadas com cana e rara população, como no recôncavo baiano, ora uma superpopulação, como na região das minas, em certas áreas causada pela procura por ouro", aponta. "Estes fatores aliados à falta de recursos disponíveis, dificuldades de transporte, rareamento e preço elevado dos produtos, foram identificados como responsáveis por causar esse quadro alimentar de pobreza visto durante o período colonial e que ainda persiste em muitas regiões do Brasil", completa.

O trabalho, segundo Rosemeire, apesar da tese traçar um panorama da evolução de uma triste situação de pobreza alimentar, apresenta também assuntos pitorescos como o surgimento da diversificada culinária nacional, representada nos estudos da nutricionista pelas cozinhas baiana e mineira, consideradas por ela como "verdadeiras jóias da nossa cultura".

Nesta terça-feira (28), às 8h30, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a União Européia (UE) promovem, com o apoio da Universidade de São Paulo (USP), o seminário internacional Políticas de Transporte e Qualidade do Ar em Áreas Urbanas. A idéia é discutir a viabilidade de aplicação nas grandes cidades brasileiras do Programa Napoli, da União Européia. Trata-se de um conjunto de ações que visam minimizar a poluição do ar gerada por veículos automotores. O encontro é preparatório para "Conferência Global na Construção do Mundo Sustentável", que acontecerá entre os dias 23 a 25 de outubro de 2002, em São Paulo, em seqüência à Eco-Rio+10.

Apresentado em dezembro de 1998, durante a Terceira Mostra Mediterrânea de Inovações Tecnológicas, ocorrida em Nápoles, Itália, o Programa propõe a aplicação de novas tecnologias para transporte, monitoramento e informações sobre o tráfego, e estudos permanentes de meteorologia e da química ambiental. Ele foi bem sucedido na Europa e está sendo implantado no Marrocos, Turquia e Egito.

A Terceira Mostra congregou pesquisadores, industriais, empresários do setor de transportes e outros interessados, para trocarem informações e experiências com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável dos países mediterrâneos. Segundo o coordenador do seminário, engenheiro Vicente Mazzarella, as experiências européias serão analisadas sob o ponto de vista brasileiro. "Consideraremos as soluções dadas no continente, mas tendo em mente a realidade brasileira, ou seja, pensando, por exemplo, no álcool tanto misturado em gasolina, quanto naquele que vai direto no motor dos veículos."

No Brasil, o seminário será aberto pelo secretário de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado de São Paulo, Ruy Altenfelder, e pelo superintendente do IPT, professor Ari Guilherme Plonski. O palestrante principal será o diretor do Programa Napoli, professor Aldo Di Lorenzo, que fará uma exposição do que se tem feito na Europa para controlar os poluentes de veículos automotores e as perspectivas para ações no Brasil.

Participarão dos debates órgãos oficiais e privados, Secretarias de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, dirigentes e técnicos da Petrobrás (combustíveis), da CETESB (controle e fiscalização da qualidade do ar nos centros urbanos) e dos demais setores que operam nos segmentos envolvidos (indústria automobilística, transportes em geral, equipamentos, trânsito e outros).

As inscrições - R$ 250,00 para cada duas pessoas - vão até o dia do evento. O valor deve ser depositado no Banco Itaú, conta corrente 17055-8, agência 0189, Praça Roosevelt, São Paulo, em favor da ABEPPOLAR. O comprovante deve ser transmitido por fax (0XX11) 3721-5544 ou pelos e-mails abepolar@abepolar.org / abepolar@ajato.com.br. A inscrição estará assegurada após a transmissão do comprovante. Cada empresa pública, privada ou institucional poderá inscrever até duas pessoas. O encontro será no Auditório Adriano Marchini, Prédio 1 do IPT, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3767-4076, por fax 3721-5544 ou pelos e-mails abepolar@abepolar.org / abepolar@ajato.com.br.

De 3 a 7 de junho será realizada a Semana do Meio Ambiente da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP de Piracicaba, com promoção do Programa USP Recicla e da Prefeitura do Campus. Estão programadas as seguintes palestras:

No dia 4 de Junho, "Educação Ambiental para a Sustentabilidade", com o professor Marcos Sorrentino;

Dia 5, "Adequação Ambiental da ESALQ", com o professor Ricardo Ribeiro Rodrigues;

Dia 6, "Ética, Saúde e Meio Ambiente", com o Ruy Laurenti, coordenador acadêmico do Programa USP Recicla e Ouvidor Geral da USP.

Mais informações: (0XX19) 3429-4459, no USP Recicla

Nesta segunda-feira (27), às 13 horas, realiza-se no Instituto de Físico (IF) da USP o Mini-Colóquio da Graduação Núcleos Exóticos: o que são?. A professora do IF Alinka Lépine falará sobre as propriedades dos núcleos atômicos com excesso de nêutrons ou de prótons, chamados núcleos exóticos, que são continuamente produzidos no Universo e tem um papel importante nos processos estelares. Entrada franca. 

Na terça-feira (28), às 15 horas, acontece o seminário Um procedimento de ajuste único para calibração de detectores e atualização de padrões com aplicação em espectroscopia gama. O evento, promovido pelo Laboratório do Acelerador Linear do Instituto de Física (IF) da USP, é gratuito, sem necessidade de inscrição prévia.

O IF fica na rua do Matão, travessa "R", 187, Cidade Universitária, São Paulo.

Até 3 de junho estão abertas as inscrições para o 1º Curso de Inverno do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP), que será realizado de 8 a 26 de julho.

As inscrições poderão ser feitas pelo correio ou fax, sendo necessário que o interessado encaminhe currículo, histórico escolar atualizado e o formulário de inscrição devidamente preenchido, que pode ser encontrado na Internet, endereço (www.rbi.fmrp.usp.br/cinverno).

De acordo com a Comissão Organizadora, o objetivo do curso é difundir conceitos atualizados em Bioquímica e fomentar o interesse dos alunos para a carreira acadêmica. Será ministrado em duas etapas: uma teórico-prática com duração de duas semanas e outra de estágio no laboratório de preferência do aluno. A relação dos laboratórios disponíveis encontra-se no mesmo endereço do formulário de inscrição.

Nesta semana o Cinusp continua com a mostra Futebol, que durante um mês exibe filmes sobre o esporte mais popular do país. Confira a programação de 27 a 29 de maio:

Tostão: a fera de ouro (1970, vídeo, 75 min). Direção de Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite. Roteiro de Roberto Drummond. Música de Milton Nascimento. Documentário sobre o inesquecível craque da seleção de 70. Vida e carreira deste grande jogador, através de depoimentos de parentes, técnicos, jogadores e do próprio Tostão, intercalados a trechos de grandes jogadas. Dias 27, às 16 horas e dia 28, às 19 horas.

Pelé: o mestre e seu método (1990, vídeo, 82 min). Texto de Paul Gardner. Adaptação, produção e direção de Sal Lanza. Música de Sivuca. Edição de Laurence Salomon. Documentário que dá uma aula de futebol em seis lições com o maior mestre que o futebol conheceu. O controle de bola, o drible, o chute, a matada e a cabeçada, o passe, a cobrança de pênalti e de falta, a preparação física, a malícia e a intimidade com a bola, a visão de jogo e as gingas, exemplificadas com alguns jogos oficiais pelo Santos e pela Seleção. Dias 27, às 19 horas e dia 29, às 16 horas.

Garrincha: alegria do povo (1963/64, vídeo, 60min). Direção de Joaquim Pedro de Andrade. Produção de Luiz Carlos Barreto. Fotgrafia de Mário Carneiro. Música de Carlos Lyra. Narração de Heron Domingues. O inesquecível jogador é tema deste que é o primeiro documentário sobre um esportista feito no Brasil. As pernas tortas, os dribles enlouquecedores e os melhores lances das copas de que Garrincha participou, e onde deixou a marca do futebol brasileiro. Dia 28, às 16 horas e dia 29, às 19 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3540 / 3152 ou no site http://www.usp.br/cinusp

Estão abertas as inscrições para os interessados em expor na IV Feira da Sucata e da Barganha, evento que acontece em São Carlos no próximo dia 9 de junho. A feira é promovida pelo Projeto USP-Recicla de São Carlos, juntamente com a Associação para Proteção Ambiental da cidade (APASC), a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, o Colégio Cecília Meireles e o Sesc.

O objetivo é promover a integração da comunidade em busca de melhoria do nosso ambiente e qualidade de vida, por intermédio do resgate do valor de reaproveitamento de materiais e da aquisição de utensílios duráveis e não descartáveis. Os participantes são incentivados a trocar (ou se preferirem, comprar e vender) seus produtos, que são obrigatoriamente usados ou feitos a partir do reaproveitamento ou reciclagem de materiais. Durante a feira, que acontece na Praça XV de Novembro, em São Carlos, será realizada uma série de eventos culturais, como oficina de danças, shows de música e teatro. Os interessados em expor, devem se inscrever pelo fone (16) 274-2653 ou pelo e-mail apasc@apa.org.br. A inscrição é gratuita, exceto para os comerciantes (empresa).

Mais informações: (0XX16) 274-2653

- Avaliação da estabilidade de xaropes contendo aminas aromáticas. Beatriz Resende Freitas. Dia 5 de junho, às 15 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3667

- Preclusão Judicial e Preclusão pro iudicato no Processo Civil Brasileiro. Daniel Amorim Assumpção Neves. Dia 5 de junho, às 9 horas.

- Capacidade Contributiva: uma Condição da Cidadania. Fernando Aurélio Zilveti Arce Murillo. Dia 6 de junho, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3111-4004

- A formação discursiva Neo-Realista: interdiscurso e intradiscurso. Flávio Felício Botton. Dia 7 de junho, às 9h30.

Agência USP de Notícias - Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. Tel.(0xx11) 3091-4411/3091-4691 - Fax: (0xx11) 3091-4476/3091-4689 Home Page: http://www.usp.br/agenciausp E-mail: agenusp@edu.usp.br Diretora da Divisão: Leandra Rajczuk (Mtb 26.915) lerajmar@usp.br Diretor da Agência: Antonio Carlos Quinto (Mtb 15.949) acquinto@usp.br Repórteres: Ivanir Ferreira ivanir@usp.br, Júlio Bernardes jubern@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br Estagiários: Cauê Muraro caueagen@usp.br, Juliana Kiyomura Moreno, Marcelo Gutierres msg@usp.br, Olavo Soares e Pedro Biava