Destaques
A absorção e transferência de tecnologia no setor
farmacêutico do Brasil e do Canadá
Marcelo Gutierres
Os setores farmacêuticos nacional e canadense possuem os mesmos
fatores que interferem no processo de absorção da
transferência de tecnologia. É o que revela a pesquisa
Capacidades tecnológicas e transferência de tecnologias.
Um estudo de múltiplos casos da indústria farmacêutica
no Brasil e no Canadá, da engenheira de produção
e professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
da USP de Ribeirão Preto, Vânia Passarini Takahashi.
Ela defendeu seu doutorado na Escola de Engenharia da USP de São
Carlos em dezembro de 2002. O objetivo foi analisar a habilidade
de empresas nacionais e canadenses do setor em desenvolverem capacidades
tecnológicas através de tecnologia importada.
Segundo o estudo, os problemas de absorção se dão
devido a aspectos gerenciais, aos elementos organizacionais (como
a cultura interna da empresa, sua estrutura e seus sistemas de organização),
ao modo de transferência (licenciamento e joint ventures)
e à natureza da tecnologia e sua complexidade.
Dentre os elementos que interferem na transferência de tecnologia
estão a capacidade gerencial (de coordenador, de negociador,
de liderança e de comunicador), a capacidade de absorção
em relação à porcentagem de investimento em
pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a porcentagem de mão-de-obra
qualificada dentro da empresa e a sua cultura de aprendizagem.
Traçar diferenças
Entre 2001 e 2002 quatro empresas no Canadá e sete no Brasil
foram analisadas. Outra preocupação da pesquisadora:
descobrir se essas organizações seriam capazes de
desenvolver e produzir novos medicamentos a partir da aquisição
de novas tecnologias. Ela constatou que tanto lá como aqui
as empresas com maior número de porcentagem em pesquisadores
e investimentos em P&D e com uma cultura voltada à aprendizagem
têm maior capacidade de absorver a tecnologia transferida
e, assim, gerar novos medicamentos.
O Canadá foi escolhido, segundo Vânia Passarini Takahashi,
por que "assim como no Brasil, há um déficit
na balança comercial de produtos farmacêuticos".
Porém, ela frisa algumas diferenças. "Aqui ocorrem
transferências de tecnologia voltadas principalmente ao melhoramento
de medicamentos e à sua produção; lá,
para o fomento de novos medicamentos."
A professora destaca ainda que "as empresas no Canadá
investem muito em P&D, empregam profissionais altamente capacitados
e buscam produzir uma cultura de aprendizado". Além
disso, "o Canadá procura reduzir sua dependência
na produção de matérias-primas (o princípio
ativo), enquanto que no Brasil a dependência continua alta,
gerando maiores custos sobre os medicamentos - razão do alto
custo dos medicamentos, incluindo os genéricos".
Ficou demonstrado também que no Brasil as empresas que se
valeram do trabalho de transferência de tecnologia com auxílio
das universidades conseguiram maior absorção do conhecimento
e consequentemente continuaram compartilhando e trocando novos conhecimentos.
Com relação ao faturamento, a engenheira conta que
no Brasil 70% das empresas do setor farmacêutico são
nacionais e o faturamento corresponde a 25% do mercado. Já
as multinacionais têm 30% do mercado e faturam 75%. "Por
haver o domínio estrangeiro do setor foi muito difícil
ter acesso às informações das empresas farmacêuticas
no Brasil."
Mais informações: (0XX16) 602-4235, com Vânia
Passarini Takahashi ou pelo e-mail vptakahs@usp.br
Cursos e Palestras
Workshop na Escola do Futuro
A Escola do Futuro da USP promove na próxima segunda-feira
(24) o workshop Árvores de Conhecimentos e Educação
a Distância: Instrumentos Pedagógicos da Sociedade de
Informação, ministrado por Michel Autier, um dos
inventores das Árvores de Conhecimento.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas
ão disponíveis até o encerramento das vagas.
O evento acontece às 16 horas na Escola do Futuro, localizada
na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, travessa 4, bloco 2,
Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4924/6325
Agenda Cultural
Programação da TV USP
Confira a programação da TV USP para a semana
de 24 de fevereiro a 2 de março:
Olhar da USP, reprise. Esta edição do Olhar
da USP traz um programa especial sobre José Alberto de Souza
Freitas, superintendente do Hospital de Reabilitação
de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Centrinho de Bauru. Terça-feira
(25), às 12 horas, 16h30 e 20h30, com reprise no sábado
(1), às 12 horas.
PGM, reprise, desta semana apresenta a reportagem completa
sobre os índios Gavião, de Rondônia - um povo
há cinqüenta anos em contato com os colonizadores brasileiros,
tendo vivido todos os dramas da inserção na economia
de mercado. Quarta-feira (26), às 7h30, 12, 16h30, 21, 1h30
e 4h30, com reprise no sábado (1), às 7h30, 1h30 e
4h30, e domingo (2), às 7h30, 16h30 e 4h30.
Pilotis, reprise. Esta edição do Pilotis aborda
o talento do pintor Cândido Portinari, com o programa "Portinari
Poeta - Pintando com as Palavras". O destaque é para
as poesias e os desenhos com lápis feitos pelo pintor quando
fora impedido de trabalhar com tinta, por motivos de saúde.
Quinta-feira (27), às 11h30, 16 e 20h30, com reprise no domingo
(2), a 1h30.
Olhar da USP - AIDS, reprise, traz os professores Ricardo
Tapajós e Jorge Beloqui traçando um panorama sobre
a situação atual da AIDS no Brasil. Quinta-feira (27),
às 12, 16h30 e 21 horas, com reprise no sábado (1),
ás 21 horas.
4x4, reprise. Esta edição do 4x4 também
debate a Aids, com um histórico da doença e discussão
sobre as perspectivas de cura. Sábado (1), às 16h30,
e domingo (2), às 21 horas.
A programação da TV USP pode ser acompanhada pelo
CNU, no canal 15 da TV a cabo ou ao vivo pela internet em http://www.cnu.org.br.
A TV USP fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa J, 374, 2º
andar, sala 232, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4101 / 4487 com
Adriano ou Carol. Pelo e-mail tvusp@edu.usp.br
Quadro de Avisos
Brazil Technology Day
A USP será uma das participantes do First Brazil Technology
Day, evento realizado no dia 25 em Washington (EUA), que debaterá
os caminhos da ciência e tecnologia do Brasil.
Na ocasião, serão expostos cases de tecnologias desenvolvidas
pelas instituições brasileiras aplicadas por empresas americanas,
além do lançamento da edição especial em inglês da Revista FAPESP
e de uma roda de cooperação e negócios, em que mesas redondas debaterão
os meios de integração entre Brasil e EUA nos campos de ciência e
tecnologia.
Mais informações: (0XX11) 3091-3220
Teses e Dissertações
Escola Politécnica
Mestrado
Proposta de metodologia para execução de projetos de
turismo fluvial. Aramis Marengo Coutinho de Mendonça. Dia 26,
às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5443
Instituto de Ciências Biomédicas
Mestrado
Ocorrência de Clostridium spp. e Clostridium difficile em crianças
hospitalizadas com diarréia aguda. Claudia Elisa Alves Ferreira.
Dia 27, às 9 horas.
Identificação, fatores de virulência e sensibilidade
a antifúngicos de amostras de leveduras isoladas de pacientes
com fungemia do Hospital das Clínicas de Botucatu, SP. Luciana
da Silva Ruiz. Dia 28, às 9 horas.
Caracterização molecular de amostras de Escherichia
coli eae positivas isoladas de coelho em São Paulo através
das técnicas de "Random Amplified Polymorphic DNA"
(RAPD) e "Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus"
(ERIC). Sarah da Silva Correa. Dia 28, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-7439
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