Destaques
Pesquisa da FAU mostra as causas da degradação do rio Tietê
Pedro Biava
Uma pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP
investigou as causas da degradação ambiental e paisagística
do rio Tietê e suas margens, no município de São
Paulo. Na dissertação de mestrado O desenho da paisagem
à beira-rio: as metamorfoses da várzea do rio Tietê
na cidade de São Paulo, o arquiteto Iraúna Bonilha
aborda também aspectos gerais da estruturação
urbana das várzeas paulistanas.
Inicialmente, Bonilha fez um apanhado geral da história do
urbanismo e da arquitetura da paisagem, elencando alguns exemplos
significativos de projetos à beira-rio em grandes cidades européias
e americanas, principalmente aqueles que exerceram influência
sobre as propostas urbanísticas para a várzea do Tietê.
Após essa retrospectiva, o pesquisador passou a estudar o processo
de transformação da paisagem na grande várzea
paulistana. Analisou também os projetos e os fatos mais importantes
que condicionaram esse processo, desde a época em que o rio
tinha seu curso sinuoso e sua várzea inundável, até
os dias de hoje, retificado e canalizado e com sua várzea toda
ocupada por construções e avenidas marginais. "É
um ponto de vista do arquiteto urbanista, mais precisamente do arquiteto
paisagista, ou seja, focaliza-se o projeto dos espaços livres
da cidade", explica.
As obras de retificação e canalização
do Tietê começaram já no final do século
XIX, mas só foram realmente tocadas a partir do final da década
de 1930. As marginais surgiram em meados dos anos 60, quando o rio
já estava morto, obstruindo de vez o acesso público
às margens.
Segundo o arquiteto, vários projetos urbanísticos foram
feitos para a várzea do Tiête, mas a maior parte não
deixou marcas concretas na paisagem. "O resultado é um
acúmulo de obras e intervenções, não necessariamente
fiéis a um projeto, embora o Plano de Avenidas de Prestes Maia
(1930) tenha definido o papel das margens do Tietê, assim como
das margens do Pinheiros, como eixos de circulação rodoviária".
"As três maiores várzeas urbanizadas da cidade,
do Tietê, do Pinheiros e do Tamanduateí, formam uma espécie
de 'esqueleto', com seus corredores de circulação rodoviária
e ferroviária", descreve Iraúna. "O uso industrial,
hoje em processo de substituição por usos terciários,
foi por muito tempo predominante nas várzeas do Tietê
e do Tamanduateí. Na várzea do Pinheiros, o uso residencial
de alto padrão foi pioneiro", conta o arquiteto.
Limpeza
O rio Tietê vai ser limpo e as inundações nas
marginais vão acabar? Segundo Bonilha, o problema mais difícil
de ser combatido não é a poluição por
esgotos: "a ocupação irregular nas encostas da
Serra da Cantareira expõe o solo à ação
desagregadora das chuvas e faz com que o material seja carregado e
se deposite no leito do rio. Isso diminui a capacidade de escoamento
do canal", explica.
Segundo o arquiteto, as enchentes são processos naturais, mas
as inundações são conseqüências de
processos combinados de ocupação do solo, a começar
pelas planícies de várzea, locais que serviam como reservatórios
naturais das cheias. "Se o Estado investir na ampliação
da rede de coleta e tratamento de esgotos, é possível
eliminar até 50% da poluição que afeta o rio",
recomenda. Bonilha lembra ainda que a questão do assoreamento
é mais difícil de ser combatida. "Não depende
apenas de manutenção e dragagem periódica, mas
de um controle profundo e eficaz sobre o processo de produção
da cidade, medida que nunca foi tomada", avalia.
Para ele, o maior erro do urbanismo paulistano foi a definição
das avenidas marginais, que impossibilitou o uso das margens fluviais
como espaços livres públicos. "Uma solução,
já indicada pelo projeto vencedor do último concurso
público de reurbanização das Marginais (1998/99),
é a possibilidade de implantação de projetos
em áreas-piloto ao longo das Marginais, aproveitando vazios
remanescentes e áreas ferroviárias e industriais",
recomenda. "Alguns projetos podem conseguir articular essa possibilidade
de renovação urbana ao longo das ferrovias com a renovação
paisagística das áreas marginais".
Mais informações: (0XX11) 3812-7733
Cursos e Palestras
Antropólogo do College de France ministra palestra na USP
O antropólogo Philippe Descola, diretor do Laboratório
de Antropologia Social do Collège de France, estará
na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)
da USP no dia 24, às 9h30, para ministrar a palestra Invariantes
Ontológicos e Tipos Sociocósmicos.
O evento é promovido pela Cátedra Claude Lévi-Strauss,
convênio entre o College de France e a USP.
Mais informações: (0XX11) 3091-3919
Palestras no ICB
O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP programa
duas palestras para o mês de abril:
Plant Roots and Microbial Communities Under Heavy Metal Stress,
com o professor Klaus Nuesslein, da Universidade de Massachusetts
(EUA), no dia 16, às 14 horas, promovida pelo departamento
de Microbiologia.
Modulation of the BMP pathway in Vertebrate Neural Fate Specification,
com o professor Ignácio Muñoz San Juan, da The Rockfeller
University (EUA), no dia 22, às 15 horas, promovida pelo departamento
de Histologia e Embriologia.
Mais informações: (0XX11) 3091-7259, no departamento
de Microbiologia, ou 3091-7742, no departamento de Histologia e Embriologia
Agenda Cultural
Pedro Bial no Café Acadêmico
A Agência ECA Jr., empresa júnior dos alunos da Escola
de Comunicações e Artes (ECA) da USP, realiza no dia
29 a 32ª edição do Café Acadêmico.
O convidado será o jornalista Pedro Bial, que participará
de um bate-papo com o público presente.
O encontro será realizado às 18h30 no galpão
da Escola Politécnica, e os ingressos, no valor de R$ 10,00,
serão vendidos a partir do dia 24.
Mais informações: (0XX11) 3091-4405 ou pelo e-mail
cafeacademico@ecajr.com.br
João Bosco faz show na EESC
Dando continuidade às comemorações dos seus 50
anos, a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP recebe,
no dia 23, às 21 horas, o cantor e compositor João Bosco
e banda para uma apresentação.
A entrada é franca, mas os ingressos devem ser retirados antecipadamente.
Na hora do espetáculo, além do ingresso deve-se trazer
dois quilos de alimento não perecível que serão
doados a instituições de caridade.
A EESC fica na Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, São
Carlos.
Mais informações: (0XX16) 273-9204
Quadro de Avisos
FSP na Campanha contra Hanseníase
O Centro de Saúde Escola "Geraldo Horácio de Paula
Souza" (CSEGPS), da Faculdade de Saúde Pública
(FSP) da USP, participa da campanha contra a hanseníase que
está sendo organizada pela Secretaria de Saúde do Estado
de São Paulo, pelo Centro de Vigilância Epidemiológica
e pelo Ministério da Saúde.
Entre os dias 22 e 25 de abril, toda a rede de postos de saúde
do Estado de São Paulo intensificará o combate à
doença, informando o público, identificando os portadores
da hanseníase e orintando-os quanto ao tratamento. Nos quatro
dias, os postos terão maior presença de profissionais
de áreas afins, como dermatologistas e reumatologistas, para
se reciclarem e vivenciarem o tratamento "in loco".
O CSEGPS fica na Avenida Doutor Arnaldo, 925, Cerqueira César,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3066-7723, com Fátima,
Natalina ou dra. Sylvia
Teses e Dissertações
Escola de Engenharia de São Carlos
Mestrado
As estratégias de produção adotadas pelas
construtoras no ambiente contemporâneo. Luz Marina Andrade
Maruoka. Dia 23 de abril, às 9 horas.
Otimização de parâmetros de controladores
difusos para estruturas inteligentes. Édson Mulero. Dia
23 de abril, às 14h30.
Mais informações: (0XX16) 273-9235 / 9250
Escola Politécnica
Mestrado
Estudo de metodologia para vinculação e
homogeneização de redes geodésicas GPS - implementação
de um programa de ajustamente. José Carlos Penna de Vasconcelos.
Dia 25, às 9 horas.
Estudo e produção de filmes de oxinitreto de silício
(sioxny) pela técnica de PECVD. Denise Criado Pereira de
Souza. Dia 23 de abril, às 14 horas.
Análises físicas de textura e sensorial de pão
francês pré-assado congelado. Laura Gonçalves
Carr. Dia 23 de abril, às 9 horas.
Doutorado
Aplicação da lógica paraconsistente à
análise da estabilidade de estruturas em rocha. Luiz Carlos
Rusilo. Dia 22, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5443
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Doutorado
O Art Déco e a construção do imaginário
moderno. Vitor José Baptista Campos. Dia 16 de abril, às
14 horas.
A expansão física de São José do Rio
Preto - 1980 a 2000. José Carlos de Lima Bueno. Dia 22
de abril, às 14 horas.
Instituto de Psicologia
Mestrado
A loucura na ordem do discurso de familiares de pacientes de um
hospital-dia. Luiz Celso Castro de Toledo. Dia 23, às 14h30.
Mais informações: (0XX11) 3091-4302
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