Destaques
Estudo analisa as estratégias do mercado de gás
natural em São Paulo
Antonio Carlos Quinto
As estratégias de desenvolvimento e implantação
de um mercado de gás natural no Brasil, até o momento,
ficaram apenas no papel. Segundo a jornalista Suzy Elaine Gasparini,
muitos planos não atingiram as metas previstas devido a obstáculos
que não foram superados, desde o funcionamento do gasoduto
Brasil-Bolívia, em 1999. Em seu estudo de mestrado apresentado
ao Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, Suzy
identifica os problemas e aponta soluções para a implantação
do mercado de gás no estado de São Paulo.
Em sua pesquisa, a jornalista aponta que as reservas "provadas"
bolivianas de gás são suficientes para cerca de 60 anos,
podendo chegar a 180 anos. "No Brasil nunca se procurou muito
por gás natural, sempre por petróleo", diz. Mesmo
assim, segundo ela, no final de 1981 as reservas provadas de gás
natural no Brasil eram de 0,05 trilhões de metros cúbicos
(m3). "Em 20 anos, essas reservas chegaram a 0,23 milhões
de metros cúbicos, mas o Brasil ainda vai depender da integração
energética na América do Sul, principalmente com a Bolívia
e a Argentina, países que possuem grandes reservas", observa.
Dentre os programas que não atingiram suas metas, Suzy destaca
o Plano Nacional de Gás Natural, de 1987, que previa a ampliação
do produto na matriz energética brasileira. Enquanto a média
mundial registra a participação do gás em mais
de 20%, no Brasil atinge somente 3%. Em 1988, o Plano de Ação
do Setor do Petróleo estimou para 1993 uma produção
de 44 milhões de m3 diários de gás natural. "No
final de 2002, atingimos apenas 40 milhões", conta.
Com a entrada em operação do gasoduto Brasil-Bolívia,
o Programa Prioritário de Termelétricas previu a construção
de 40 usinas termelétricas de gás natural. No entanto,
apenas quatro foram viabilizadas.
Crescimento
Apesar dos equívocos nos planejamentos, o gás natural
é o produto cuja participação mais cresceu na
matriz energética brasileira. "Segundo o último
balanço nacional, referente a 1999/2000, a participação
atingiu 24,9%. Mas ainda é pouco se comparado à média
mundial", adverte Suzy.
A pesquisadora explica que seu estudo está focado no estado
de São Paulo por este concentrar 30% do PIB brasileiro. "Quase
metade da energia brasileira é consumida em São Paulo.
Portanto, trata-se de um importante mercado consumidor", diz.
Mesmo com esse crescimento, a pesquisadora aponta algumas barreiras
que não foram superadas, o que impediu uma evolução
ainda maior. Dentre elas, a concorrência entre o óleo
combustível e o gás natural, já que existe grande
oferta do derivado do petróleo; os custos no transporte do
gás importado; a infraestrutura de redes de distribuição
no Brasil; a falta de equipamentos residenciais que utilizem o gás
natural como combustível; e a ausência de mais informação
sobre o produto.
"A indústria é a grande consumidora do óleo
derivado do petróleo como combustível. O gás,
apesar de mais caro, é menos poluente", afirma. De acordo
com a pesquisa, as refinarias poderiam aperfeiçoar seus métodos
para evitar grandes sobras de óleo combustível. Devem
também ser incentivadas a consumir combustíveis menos
poluentes, com isenção ou redução de impostos.
O caso do gás do Gás Natural Veicular (GNV) é
um bom exemplo de crescimento de mercado sem nenhuma ajuda externa.
"O consumo do gás natural nesse segmento praticamente
dobra a cada ano, com base na economia que o combustível proporciona
ao usuário, que pode chegar a 70%."
O estudo também sugere medidas como redução no
custo dos transportes, fornecimento de gás comprimido para
algumas localidades e ampliação de linhas de crédito
para novas redes de distribuição.
Na opinião da pesquisadora, é essencial que as informações
sobre as vantagens do uso do gás natural sejam melhor difundidas.
"É uma questão cultural. Somente no Brasil e em
alguns países da África é que se utilizam ainda
chuveiros elétricos. A falta de conhecimento ainda gera medo
e desconfiança", constata. "É necessário
que se aprenda com os erros e que exista mais vontade política
para se transpor obstáculos".
Mais informações: (0XX11) 3177-5101, com Suzy Elaine
Gasparini; e-mail: sgasparini@comgas.com.br
Cursos e Palestras
A política ambiental dos EUA
No dia 29, às 14h30,
o professor Daniel Bronstein, da Universidade de Michigan (EUA), ministrará
a palestra The National Environmental Policy Act and Current Environmental
Policy in US, que debaterá a política ambiental
do governo norte-americano.
A discussão será realizada em inglês, no Instituto
de Estudos Avançados (IEA) da USP. A participação
é gratuita, mas deve-se confirmar presença antecipadamente
por telefone.
Mais informações: (0XX11) 3091-4201
Palestra no IEA de São Carlos
O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP em São
Carlos sediará a palestra Enfrentando os Desafios da Pesquisa
Multidisciplinar na Área de Desenvolvimento de Produto por
Meio da Gestão de Conhecimento, com o engenheiro Daniel
Capaldo Amaral, professor da Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC) da USP.
O evento acontecerá no dia 29, às 14 horas. A participação
é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: (0XX16) 273-9177
Lendo Melhor
A escritora Mônica Éboli, doutoranda da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, ministrará
o curso Lendo Melhor, que pretende estimular pessoas com dificuldades
de leitura.
O início do curso é no dia 26, e as inscrições
custam R$ 25,00. As vagas são limitadas.
Mais informações: (0XX11) 3873-7111
Agenda Cultural
MAC 40 Anos na TV Cultura
A TV Cultura (Canal 2) exibe, neste domingo (27), às 17h30,
o especial As Faces do Mundo - 40 Anos MAC USP. No programa,
depoimentos de artistas, funcionários, pesquisadores e ex-diretores
do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP.
Além dos depoimentos, o programa trará imagens de bastidores
de exposições, a relação do MAC com a
USP e seu posicionamento como museu universitário.
Mais informações: (0XX11) 3274-3258
Especial com Nina Simone
Em homenagem à cantora de jazz Nina Simone, a Rádio
USP (93,7 FM) reprisa neste domingo (27), às 18 horas, o especial
Tambores. Neste programa, será contada a vida da cantora,
com canções de diversas fases da sua vida artística.
Mais informações: (0XX11) 3091-4492
Quadro de Avisos
Dia do DNA
No próximo dia 26, o Instituto de Biociências (IB) da
USP realizará o Dia do DNA, com uma série de
eventos que debaterão a "molécula da vida".
Às 10 horas, o professor José Mariano Amabis proferirá
a palestra Dupla hélice: descoberta ou invenção?
O professor Crodowaldo Pavan ministrará, às 11 horas,
a palestra Estudo do DNA na década de 50 no departamento
de Biologia Geral da FFCL da USP.
Às 14 horas serão realizadas oficinas, que serão
finalizadas às 17h30, quando haverá o encerramento do
evento. As inscrições, gratuitas, serão recebidas
às 9 horas na tenda que será montada no IB para o evento.
O endereço é Rua do Matão, 277, Cidade Universitária,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 9365-4433
Teses e Dissertações
Escola de Engenharia de São Carlos
Mestrado
Atividades profissionais do engenheiro de produção:
da formação universitária ao exercício
profissional. Michelle Mike Nose.Dia 29 de abril, às 9
horas.
Elaboração de banco de imagens mamográficas
digitalizadas. Rodrigo Henrique Benatti.Dia 30 de abril, às
10 horas.
Colonizando a periferia: zona leste da cidade de São Paulo.
Mônica Virginia de Souza. Dia 30 de abril, às 14 horas.
Mais informações: (0XX16) 273-9235 / 9250
Fculdade de Arquitetura e Urbanismo
Doutorado
Um olhar pedestre sobre o mobiliário urbano paulistano.
Itaim Bibi de 1995 a 2001. Ágata Tinoco. Dia 25 de abril, às
14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3257-7837, ramal 25
Faculdade de Medicina
Doutorado
Aspectos biológicos dos adenocarcinomas colônicos
localmente avançados. René Aloisio da Costa Vieira.
Dia 28, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3069-7064
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