Destaques
Mulheres negras são mais vulneráveis à reinfecção e ao adoecimento
por HIV/Aids
Valéria Dias
As mulheres negras que vivem com HIV/Aids são mais vulneráveis à reinfecção
e ao adoecimento do que as não-negras. A conclusão é de um estudo
da bióloga Fernanda Lopes realizado com 1.068 mulheres (542 negras
e 526 não-negras) maiores de 18 anos atendidas em serviços públicos
de referência para o tratamento de DST/Aids do Estado de São Paulo.
A bióloga recolheu dados referentes a essas mulheres entre setembro
de 1999 e fevereiro de 2000 e analisou separadamente as informações
coletadas em dois grupos: negras e não-negras. Com isso, detectou
a existência de fatores que contribuem para que mulheres negras com
HIV/Aids estejam mais vulneráveis à reinfecção ou ao adoecimento.
Entre esses fatores, a bióloga destaca dificuldades de acesso à educação
formal, condições de moradia e habitação menos favoráveis, baixo rendimento
individual e familiar per capita, responsabilidade pelo cuidado de
um maior número de pessoas.
O estudo também identificou que mulheres negras têm mais dificuldade
de acesso ao teste diagnóstico e que, após se saberem soropositivas,
deixam de receber informações importantes para melhoria de sua qualidade
de vida. Para elas é mais difícil a adoção de comportamentos protetores
- como o uso de preservativo -, e as possibilidades de acompanhamento
realizado por outro médico que não o infectologista ou ginecologista
são menores. As chances de atendimento nutricional também
são reduzidas e há menos facilidade em obter outros
remédios além do coquetel.
Segundo a pesquisadora, o perfil da Aids em mulheres mostra que mais
de 70% delas têm baixa escolaridade. "A população negra em geral apresenta
menor nível de instrução. Quando os números da Aids puderem ser analisados
segundo o critério raça/cor das pessoas, provavelmente encontraremos
mais mulheres negras entre aquelas que têm baixa escolaridade. No
caso das mulheres com alta escolaridade, provavelmente a maioria será
não-negra, como ficou demonstrado neste estudo realizado em São Paulo."
Fernanda também lembra que, em média, as mulheres negras têm mais
filhos com HIV do que as não-negras.
Discriminação racial
Fernanda Lopes explica que as 1.068 mulheres foram convidadas a responder
à pergunta "Você já viveu alguma dessas situações: ser atendida
sem ser olhada, ser tratada com humilhação, sentir dor ou desconforto
por erro durante o serviço de atendimento?". As mulheres não-negras
apresentaram-se mais atentas em avaliar as situações inadequadas ocorridas
no serviço de saúde.
"Já as negras, por terem um histórico de discriminação racial e por
estarem 'habituadas' com tratamento desrespeitoso, tiveram mais dificuldades
para identificar este tipo de falha no serviço", explica a bióloga.
Em uma outra pergunta - "Como você se sentiu ao receber o resultado
positivo do teste HIV?" - Fernanda afirma que as mulheres não-negras
sentiram-se tratadas com indiferença com mais freqüência que as negras.
Para a pesquisadora, é muito importante que os profissionais de saúde
sejam informados sobre o impacto do racismo e das desigualdades raciais
na saúde das pessoas e dos grupos, especialmente no campo da Aids.
Eles devem passar por programas de capacitação a fim de identificar
situações de opressão e marginalização com base no pertencimento racial.
"A partir daí, eles passariam a contemplar os conceitos de integralidade
e eqüidade do cuidado de forma ética e comprometida, identificando
as particularidades das histórias de vida. Dessa forma, os profissionais
seriam capazes de perceber que essas mulheres pertencem a um grupo
que acumula desvantagens históricas que contribuem de modo relevante
para o aumento de suas vulnerabilidades."
A tese de doutorado Mulheres negras e não-negras vivendo com HIV/AIDS
no Estado de São Paulo, foi defendida na Faculdade de Saúde Pública
da USP. Fernanda Lopes é, atualmente, consultora local em saúde da
população negra em um projeto da Organização Panamericana de Saúde
(OPAS) e do Departamento de Desenvolvimento Internacional do Governo
do Reino Unido.
Mais informações: (0XX11) 3687-1622, 9824-0474 ou
pelo e-mail lopesf@usp.br, com
a bióloga Fernanda Lopes
Provar registra queda da intenção
de compra para o próximo semestre
Da Redação, Agência USP
Pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar)
da Fundação Instituto de Administração
(FIA) - ligada à Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade (FEA) da USP - registra uma queda da expectativa de
consumo do próximo trimestre (julho-setembro) de 63% para 59,8%.
Apenas os segmentos de eletroeletrônicos e informática
registraram um aumento na intenção de consumo, indo
de 8,3% para 11,3% e 8,8% para 11%, respectivamente. Os segmentos
analisados foram automabilístico, autopeças e acessórios,
informática, eletroeletrônicos, materiais de construção,
móveis, foto e ótica, cama, mesa e banho.
O estudo mostra ainda que houve pouca variação nas intenções
de compra após o anúncio da queda da taxa de juros (de
26,5% para 26%) feito no último dia 17 de junho pelo Comitê
de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Outro resultado apresentado diz respeito à queda nas intenções
de gastos, em relação ao trimestre passado (abril a
junho), nos setores de autopeças, materiais de construção,
cama, mesa, banho, foto e ótica, informática e móveis.
Os aumentos detectados foram nos setores de eletroeletrônicos,
de R$ 756,17 para R$ 801,08, e de automóveis, de R$ 12.182,92
para R$ 12.553,75.
Cerca de 808 consumidores de baixa, média e alta renda da cidade
de São Paulo foram entrevistados nesta décima sexta
edição de estudos nessa área do comportamento
do consumidor, sendo que a primeira ocorreu no trimestre outubro a
dezembro de 1999.
Mais informações: (0XX11) 3091-5993 ou 3731-2127/4477, com Fernando
Fulanetti, na Assessoria de Imprensa da FIA; e-mail: provar@fia.com.br
Cursos e Palestras
Como nascem os medicamentos
A palestra Como nascem os medicamentos acontece segunda-feira
(7), às 9 horas. Será ministrada por Sérgio Henrique
Ferreira, professor do Departamento de Farmacologia da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A palestra faz parte
da Programação do IX Curso de Inverno de Farmacologia,
que vai do dia 7 ao dia 26 de julho. O evento é gratuito e
tem lugar no Anfiteatro Maurício Oscar da Rocha e Silva do
Departamento de Farmacologia, na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão
Preto.
Mais informações: (0XX16) 602-3227 ou pelo site
www.rfa.fmrp.usp.br
Psicose e autismo na Infância
Entre os dias 10 de julho e 1º de agosto é possível
se inscrever no curso Psicose e autismo na Infância: diagnóstico,
tratamento e escolarização, oferecido pelo Instituto
de Psicologia (IP) da USP. O curso vai de 4 de agosto a 8 de dezembro
e discutirá o diagnóstico, tratamento e escolarização
no autismo e nas psicoses infantis. O programa contempla conceitos
teóricos psicanalíticos, intervenção com
pais, formas de tratamentos institucionais e o trabalho interdisciplinar
(entre profissionais das áreas da saúde e da educação).
Podem participar psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais, fisioterapeutas e profissionais da área de saúde
mental e educação especial.
A inscrição custa R$ 50,00 e é cobrada em 5 parcelas
de R$ 120,00. O IP fica na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues,
Travessa 4, bloco 17, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4386
O francês no contexto românico
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da USP oferece entre os dias 4 de agosto e 24 de novembro,
o curso O francês no contexto românico destinado
a alunos de graduação, pós graduação
e interessados em geral. A taxa cobrada é de R$ 100,00.
A Faculdade recebe inscrições entre 22 de julho e 1º
de agosto. O local é R. do Lago, 717, Cidade Universitária,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4645
Agenda Cultural
Estréias no TUSP
A realidade dos moradores das ruas e a solidão na
grande metrópole são as temáticas abordadas em
duas montagens que estréiam no Teatro da USP (Tusp) a partir
de terça-feira, dia 8 de julho.
Anônimos, de Cristiane Urbinatti e direção
de Tatiane Camargo, ficará em cartaz às terças,
às 21 horas. Trata-se do resultado de pesquisa de dois anos
da Cia Polivox. Mostra atitudes de três mulheres enclausuradas
em cabines imaginárias, convivendo com o medo de suas solidões.
O ingresso custa R$ 5,00.
Já Osvaldo Raspado no Asfalto, com elenco de 15 ex-alunos
da Escola Livre de Teatro de Santo André, é um documentário
poético que será apresentado às quartas e quintas.
A peça é uma síntese de narrativas de indigentes,
recolhidas pelos atores em contatos diretos com mendigos, catadores
de papelão e famílias sem-teto. É um espetáculo
cômico e musical a respeito da exclusão. O nome de "osvaldo"
remete a "osvaldos" (moradores de rua) raspados pelo asfalto
dos centros urbanos. O ingresso custa R$ 10,00.
As duas peças ficarão em cartaz até dia 21 de
agosto no Tusp, na Rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque, São
Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3255-5538, ramal 41, ou
pelo e-mail claytonf@usp.br,
com Clayton Freitas
Teses e Dissertações
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Doutorado
Um estudo etnográfico da vivência da mulher na pós-menopausa.
Terezinha de Freitas Ferreira. Dia 7 de julho, às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 602-3394
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Doutorado
Identificação de marcadores associados ao desenvolvimento
e progressão de tumores de cabeça e pescoço.
Elisabete Cristina Miracca. Dia 16 de julho, às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-3642
Instituto de Astronomia e Geofísica
Mestrado
Abundâncias em estrelas simbióticas do bojo da Galáxia.
Gerardo Juan Manuel Luna. Dia 18 de julho, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5046
Instituto de Ciências Biomédicas
Mestrado
Avaliação da neoformação óssea
em enxerto de polivinilpirrolidona na tíbia de coelhas osteopênicas
e não osteopênicas. Alexandre Colmanetti. Dia 10
de julho, às 9 horas.
Influência do metabolismo da glicose na resistência
à apoptose conferida por Bcr-Abl. Monica Alexandra Yon
Castro. Dia 10 de julho, às 10 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-7439
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