São Paulo, 07/07/2003 - Boletim 1224
saúde
Mulheres negras com HIV têm mais
riscos de reinfecção e adoecimento

Estudo com 1068 mulheres soropositivas
mostra que fatores sócio-econômicos
e raciais tornam a mulher negra com
HIV/Aids mais vulnerável à doença
leia...
Provar mostra queda nas
compras para 2º semestre
Estréiam no Tusp Anônimos e
Osvaldo Raspado no Asfalto

       
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Destaques

Mulheres negras são mais vulneráveis à reinfecção e ao adoecimento por HIV/Aids

Valéria Dias

As mulheres negras que vivem com HIV/Aids são mais vulneráveis à reinfecção e ao adoecimento do que as não-negras. A conclusão é de um estudo da bióloga Fernanda Lopes realizado com 1.068 mulheres (542 negras e 526 não-negras) maiores de 18 anos atendidas em serviços públicos de referência para o tratamento de DST/Aids do Estado de São Paulo.

A bióloga recolheu dados referentes a essas mulheres entre setembro de 1999 e fevereiro de 2000 e analisou separadamente as informações coletadas em dois grupos: negras e não-negras. Com isso, detectou a existência de fatores que contribuem para que mulheres negras com HIV/Aids estejam mais vulneráveis à reinfecção ou ao adoecimento.

Entre esses fatores, a bióloga destaca dificuldades de acesso à educação formal, condições de moradia e habitação menos favoráveis, baixo rendimento individual e familiar per capita, responsabilidade pelo cuidado de um maior número de pessoas.

O estudo também identificou que mulheres negras têm mais dificuldade de acesso ao teste diagnóstico e que, após se saberem soropositivas, deixam de receber informações importantes para melhoria de sua qualidade de vida. Para elas é mais difícil a adoção de comportamentos protetores - como o uso de preservativo -, e as possibilidades de acompanhamento realizado por outro médico que não o infectologista ou ginecologista são menores. As chances de atendimento nutricional também são reduzidas e há menos facilidade em obter outros remédios além do coquetel.

Segundo a pesquisadora, o perfil da Aids em mulheres mostra que mais de 70% delas têm baixa escolaridade. "A população negra em geral apresenta menor nível de instrução. Quando os números da Aids puderem ser analisados segundo o critério raça/cor das pessoas, provavelmente encontraremos mais mulheres negras entre aquelas que têm baixa escolaridade. No caso das mulheres com alta escolaridade, provavelmente a maioria será não-negra, como ficou demonstrado neste estudo realizado em São Paulo." Fernanda também lembra que, em média, as mulheres negras têm mais filhos com HIV do que as não-negras.

Discriminação racial
Fernanda Lopes explica que as 1.068 mulheres foram convidadas a responder à pergunta "Você já viveu alguma dessas situações: ser atendida sem ser olhada, ser tratada com humilhação, sentir dor ou desconforto por erro durante o serviço de atendimento?". As mulheres não-negras apresentaram-se mais atentas em avaliar as situações inadequadas ocorridas no serviço de saúde.

"Já as negras, por terem um histórico de discriminação racial e por estarem 'habituadas' com tratamento desrespeitoso, tiveram mais dificuldades para identificar este tipo de falha no serviço", explica a bióloga. Em uma outra pergunta - "Como você se sentiu ao receber o resultado positivo do teste HIV?" - Fernanda afirma que as mulheres não-negras sentiram-se tratadas com indiferença com mais freqüência que as negras.

Para a pesquisadora, é muito importante que os profissionais de saúde sejam informados sobre o impacto do racismo e das desigualdades raciais na saúde das pessoas e dos grupos, especialmente no campo da Aids. Eles devem passar por programas de capacitação a fim de identificar situações de opressão e marginalização com base no pertencimento racial.

"A partir daí, eles passariam a contemplar os conceitos de integralidade e eqüidade do cuidado de forma ética e comprometida, identificando as particularidades das histórias de vida. Dessa forma, os profissionais seriam capazes de perceber que essas mulheres pertencem a um grupo que acumula desvantagens históricas que contribuem de modo relevante para o aumento de suas vulnerabilidades."

A tese de doutorado Mulheres negras e não-negras vivendo com HIV/AIDS no Estado de São Paulo, foi defendida na Faculdade de Saúde Pública da USP. Fernanda Lopes é, atualmente, consultora local em saúde da população negra em um projeto da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e do Departamento de Desenvolvimento Internacional do Governo do Reino Unido.

Mais informações: (0XX11) 3687-1622, 9824-0474 ou pelo e-mail lopesf@usp.br, com a bióloga Fernanda Lopes



Provar registra queda da intenção de compra para o próximo semestre

Da Redação, Agência USP

Pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) - ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP - registra uma queda da expectativa de consumo do próximo trimestre (julho-setembro) de 63% para 59,8%. Apenas os segmentos de eletroeletrônicos e informática registraram um aumento na intenção de consumo, indo de 8,3% para 11,3% e 8,8% para 11%, respectivamente. Os segmentos analisados foram automabilístico, autopeças e acessórios, informática, eletroeletrônicos, materiais de construção, móveis, foto e ótica, cama, mesa e banho.

O estudo mostra ainda que houve pouca variação nas intenções de compra após o anúncio da queda da taxa de juros (de 26,5% para 26%) feito no último dia 17 de junho pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Outro resultado apresentado diz respeito à queda nas intenções de gastos, em relação ao trimestre passado (abril a junho), nos setores de autopeças, materiais de construção, cama, mesa, banho, foto e ótica, informática e móveis. Os aumentos detectados foram nos setores de eletroeletrônicos, de R$ 756,17 para R$ 801,08, e de automóveis, de R$ 12.182,92 para R$ 12.553,75.

Cerca de 808 consumidores de baixa, média e alta renda da cidade de São Paulo foram entrevistados nesta décima sexta edição de estudos nessa área do comportamento do consumidor, sendo que a primeira ocorreu no trimestre outubro a dezembro de 1999.

Mais informações: (0XX11) 3091-5993 ou 3731-2127/4477, com Fernando Fulanetti, na Assessoria de Imprensa da FIA; e-mail: provar@fia.com.br



Cursos e Palestras

Como nascem os medicamentos
A palestra Como nascem os medicamentos acontece segunda-feira (7), às 9 horas. Será ministrada por Sérgio Henrique Ferreira, professor do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A palestra faz parte da Programação do IX Curso de Inverno de Farmacologia, que vai do dia 7 ao dia 26 de julho. O evento é gratuito e tem lugar no Anfiteatro Maurício Oscar da Rocha e Silva do Departamento de Farmacologia, na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.

Mais informações: (0XX16) 602-3227 ou pelo site www.rfa.fmrp.usp.br


Psicose e autismo na Infância
Entre os dias 10 de julho e 1º de agosto é possível se inscrever no curso Psicose e autismo na Infância: diagnóstico, tratamento e escolarização, oferecido pelo Instituto de Psicologia (IP) da USP. O curso vai de 4 de agosto a 8 de dezembro e discutirá o diagnóstico, tratamento e escolarização no autismo e nas psicoses infantis. O programa contempla conceitos teóricos psicanalíticos, intervenção com pais, formas de tratamentos institucionais e o trabalho interdisciplinar (entre profissionais das áreas da saúde e da educação). Podem participar psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e profissionais da área de saúde mental e educação especial.

A inscrição custa R$ 50,00 e é cobrada em 5 parcelas de R$ 120,00. O IP fica na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, Travessa 4, bloco 17, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4386


O francês no contexto românico
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP oferece entre os dias 4 de agosto e 24 de novembro, o curso O francês no contexto românico destinado a alunos de graduação, pós graduação e interessados em geral. A taxa cobrada é de R$ 100,00.

A Faculdade recebe inscrições entre 22 de julho e 1º de agosto. O local é R. do Lago, 717, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4645



Agenda Cultural

Estréias no TUSP
A realidade dos moradores das ruas e a solidão na grande metrópole são as temáticas abordadas em duas montagens que estréiam no Teatro da USP (Tusp) a partir de terça-feira, dia 8 de julho.

Anônimos, de Cristiane Urbinatti e direção de Tatiane Camargo, ficará em cartaz às terças, às 21 horas. Trata-se do resultado de pesquisa de dois anos da Cia Polivox. Mostra atitudes de três mulheres enclausuradas em cabines imaginárias, convivendo com o medo de suas solidões. O ingresso custa R$ 5,00.

Osvaldo Raspado no Asfalto, com elenco de 15 ex-alunos da Escola Livre de Teatro de Santo André, é um documentário poético que será apresentado às quartas e quintas. A peça é uma síntese de narrativas de indigentes, recolhidas pelos atores em contatos diretos com mendigos, catadores de papelão e famílias sem-teto. É um espetáculo cômico e musical a respeito da exclusão. O nome de "osvaldo" remete a "osvaldos" (moradores de rua) raspados pelo asfalto dos centros urbanos. O ingresso custa R$ 10,00.

As duas peças ficarão em cartaz até dia 21 de agosto no Tusp, na Rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3255-5538, ramal 41, ou pelo e-mail claytonf@usp.br, com Clayton Freitas



Teses e Dissertações

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Doutorado

Um estudo etnográfico da vivência da mulher na pós-menopausa. Terezinha de Freitas Ferreira. Dia 7 de julho, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 602-3394


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Doutorado

Identificação de marcadores associados ao desenvolvimento e progressão de tumores de cabeça e pescoço. Elisabete Cristina Miracca. Dia 16 de julho, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3642


Instituto de Astronomia e Geofísica

Mestrado

Abundâncias em estrelas simbióticas do bojo da Galáxia. Gerardo Juan Manuel Luna. Dia 18 de julho, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-5046


Instituto de Ciências Biomédicas

Mestrado

Avaliação da neoformação óssea em enxerto de polivinilpirrolidona na tíbia de coelhas osteopênicas e não osteopênicas. Alexandre Colmanetti. Dia 10 de julho, às 9 horas.

Influência do metabolismo da glicose na resistência à apoptose conferida por Bcr-Abl. Monica Alexandra Yon Castro. Dia 10 de julho, às 10 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-7439




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