Destaques
Atendimento "rápido" dificulta identificação
dos problemas de saúde mental em crianças
Beatriz Camargo
A maioria dos problemas de saúde mental de crianças
em idade escolar, entre 5 e 11 anos, não são identificados
pelos pediatras. A médica Edith Lauridsen Ribeiro chegou a
essa conclusão após ter acompanhado três meses
de atendimento oferecido por pediatras a 411 crianças, em um
posto de saúde público. "A percepção
do profissional está muito restrita aos distúrbios que
apresentam sintomas claros, como dor de barriga, ou àqueles
ligados a agressividade e delinqüência", afirma a
pesquisadora.
Problemas de saúde mental são alterações
de comportamento, emoção ou relacionamento que "atrapalham"
a vida da criança. "Se a criança deixa de brincar
porque está com medo de um eventual cachorro que pode aparecer
ou se não se separa dos pais, são situações
que merecem uma atenção especial."
O estudo Problemas de saúde mental da criança em
idade escolar: oportunidades e possibilidades de abordagem na atenção
básica foi apresentado por Edith à Faculdade de
Saúde Pública (FSP) da USP em abril desse ano. Para
realizá-lo, ela observou o atendimento pediátrico, realizou
entrevistas com os médicos e aplicou questionários aos
familiares.
Uma análise das respostas de um primeiro questionário
apontou que 11,5% das crianças atendidas tinham prováveis
problemas de saúde mental. "As perguntas não eram
fechadas. Por isso, os casos prováveis, para se tornarem definitivos,
precisariam de uma verificação", aponta.
A partir da "primeira abordagem", a pesquisadora selecionou
intencionalmente 206 crianças e as visitou em casa, para que
as famílias respondessem a um segundo questionário.
Os novos resultados apontaram 130 crianças com prováveis
problemas. Apenas 33 casos, dos 130, haviam sido identificados pelos
pediatras.
Ouvir mais
De acordo com Edith, muitos fatores explicam a não-percepção
do médico pediatra para problemas mentais. "Os próprios
pediatras me ajudaram a identificar as razões. Uma delas é
a formação muito organicista que eles recebem, que busca
os sintomas de forma fria." Outra é a falta de comunicação
das famílias, que muitas vezes não relatam ao pediatra
o comportamento dos filhos, por esquecimento ou por julgarem que o
assunto não é de responsabilidade do médico generalista.
Entretanto, a pesquisadora aponta a forma de atendimento como grande
responsável. "As consultas são cada vez mais rápidas
e desumanizadas. É preciso ouvir mais o paciente, dar importância
para as suas queixas e estar preparado para identificar os distúrbios",
ressalta.
Ela acredita que a pediatria é o ambiente mais fácil
de detectar o problema devido à proximidade do profissional
da saúde com a família. "Ele deve ser capacitado
e dispor de um suporte especializado, para tirar dúvidas e
auxiliar sua intervenção." Segundo Edith, o tratamento
no início é mais eficiente, podendo ser resolvido, em
muitos casos, por simples conversas, sem passar por medicamentos e
tratamentos especiais.
Mais informações: (0XX11) 4702-2032, ou pelo e-mail
lauridsen@sti.com.br
Centro de Visitantes da USP realiza estudo sobre seus freqüentadores
Juliana Kiyomura Moreno
Estudantes, curiosos, professores, amantes da cidade, turistas. Todos
os dias uma média de 80 pessoas passam pelo Centro de Visitantes
da USP e mais de 50 telefonam em busca de conhecimento e diversão.
Isto se tornou uma das razões que motivou a equipe do Centro
a elaborar um estudo para traçar o perfil de seus freqüentadores
para melhor conhecê-los. "Nosso serviço acaba servindo
de porta de entrada para os visitantes conhecerem a Universidade e
sua riqueza, tanto em relação à produção
científica quanto cultural", afirma Alzira Pedrazzani,
supervisora técnica de Serviços do setor Argus Documentação.
Logo em seu surgimento, em 1971, o local recebera o nome de "Posto
de Informações" e fora construído em parceria
com a Prefeitura Municipal de São Paulo por considerar a "USP
como um ponto turístico da cidade", segundo documento
da época. Em 1997, o local até então ligado à
Prefeitura da Cidade Universitária, passou a fazer parte da
Coordenadoria de Comunicação Social (CCS)- unidade responsável
pelos orgãos midiáticos da USP - e, a partir daí
mudara seu nome para "Centro de Visitantes".
"Desde o ano passado estamos organizando um plano para melhor
atender aos usuários de nosso serviço", comenta
a Alzira. Com esta pesquisa, o órgão pretende não
só identificar quem é seu público mas melhor
direcionar o trabalho, tornando-o mais rápido e eficaz. Para
isso, desde dezembro do ano passado duas alunas da Escola de Comunicações
e Artes (ECA) da USP foram selecionadas- com o apoio da Pró-Reitoria
de Cultura e Extensão Universitária- para elaborarem
como plano de estágio uma análise do perfil do visitante
da USP, além de colaborarem com os profissionais do Centro
na ampliação dos serviços de atendimento, melhoria
da qualidade e agilidade no repasse de informações fornecidas
por esta unidade.
A partir de agosto será aplicado um questionário, intitulado
"Estudo dos Visitantes", com o objetivo de identificar o
usuário do Centro. "Com este questionário
o visitante poderá, se quiser, expressar suas opiniões
e dizer o que acha que poderia ser melhorado e acrescentado no Centro
de Visitantes", declara Lygia de Macedo Pontes, estagiária
de Relações Públicas da USP.
Além desta identificação, o Centro estará
organizando um roteiro dos pontos turísticos da USP da Capital
e do Interior. "Com o roteiro poderemos fornecer não só
a informação de pronto que o usuário do Centro
procura mas também alternativas de conhecimento e entretenimento
em áreas próximas que talvez ele nem saiba que estejam
vinculadas à USP", lembra Janaina Trentin, estagiária
e aluna de Turismo da ECA.
Mudança de conceitos
A mudança de "Posto de Informações"
para "Centro de Visitantes" passou a significar muito mais
do que uma alteração no nome do local. "Agora de
um simples repasse de informações passamos a funcionar
como uma ponte entre a comunidade externa e a Universidade",
enfatiza Leandra Rajczuk, diretora da Divisão de Informação,
Documentação e Serviços On Line (Dvidson), da
qual o Centro faz parte.
Segundo Leandra, ao ser concebido como um "visitante", o
usuário dos serviços desta unidade passa a exigir mais
informações não só imediatas como também
apuradas e planejadas.
A unidade, desde o começo do ano, passou a fornecer planilhas
baseadas na quantidade de procura (via telefone ou pessoalmente no
Centro de Visitantes) em cada Faculdade e órgão ligado
a USP. "Desenvolvemos um sistema diferenciado, buscando maior
interação entre o Centro e as atividades oferecidas
por cada entidade da Universidade. Temos registrados em nossos gráficos
mensais até mesmo os dias de pico em que cada unidade foi mais
procurada", ressalta Leandra.
Na última quinta-feira (3) funcionárias da Assessoria
de Informática e Pró-Reitoria da Unicamp estiveram na
USP para conhecer o trabalho prestado pelo Centro de Visitantes. "Por
ter uma similaridade acadêmica e de extensão semelhante
a oferecida pela Unicamp, estamos estudando a viabilidade de um centro
que recepcione visitantes e pesquisadores como o adotado pela USP",
explica Teresa Helena Carvalho.
O Centro de Visitantes da USP está localizado na Praça
Prof. Reinaldo Porchat, 110, próximo a entrada do Portão
1 da USP. Atualmente o horário de funcionamento é de
segunda à sexta-feira, das 8 às 20 horas, e sábados,
domingos e feriados das 10 às 16 horas. Nos finais de semana
é realizado um controle diferenciado do público que
visita os museus MAC e MAE para a inclusão nas planilhas da
Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.
Mais informações: (0XX11) 3091-3116 / 3121 / 4805
Cursos e Palestras
Textos Latinos
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da USP oferece o curso Textos Latinos: Tradução
e Explicação II, entre os dias 7 de agosto e 30
de outubro. O curso é voltado para estudantes de todas as áreas
e interessados em geral, com conhecimentos básicos de latim.
As inscrições custam R$ 50,00 e podem ser feitas entre
29 de julho e 5 de agosto.
Mais informações: (0XX11) 3091-4645
Simpósio em saúde da família
Entre 1º e 22 de agosto, estarão abertas as
inscrições para o Simpósio Saúde da
família - avaliação da nova estratégia
assistencial no cenário das políticas públicas,
promovido pelo Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica
e pela Comissão de Cultura e Extensão Universitária
da Escola de Enfermagem (EE) da USP.
O simpósio acontecerá nos dias 3 e 4 de setembro e será
destinado a professores, estudantes e profissionais da saúde.
As inscrições custam R$ 30,00. O encontro terá
lugar no Auditório Maria Rosa de Sousa Pinheiro da EE, na Av.
Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3066-7531, pelo e-mail:
scex@edu.usp.br, ou pelo site
http://www.ee.usp.br/culturaeextensao/simp_saude_familia.htm
Raciocínio lógico no cotidiano
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP)
da USP oferece, entre 31 de julho e 2 de agosto, o curso A Matemática
no nosso cotidiano. É destinado a pessoas que tenham concluído
(ou estejam cursando) o ensino médio; profissionais da rede pública
ou privada de ensino, graduandos ou graduados com formação em qualquer
área do conhecimento, ou qualquer pessoa que tenha interesse pelo
assunto. O programa reflete e discute problemas do nosso cotidiano
que necessitem de raciocínio lógico e da utilização de técnicas matemáticas
para abordagem e solução dos mesmos. As inscrições podem ser feitas
até 30 de julho e custam R$ 30,00.
Mais informações: (0XX16) 602-3718 / 3693
Agenda Cultural
Joel Gisiger e Josely Machado Bark no Ceuma
O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP apresenta,
no dia 6 de agosto, às 20h30, um concerto com os músicos Joel Gisiger
e Josely Machado Bark. No concerto, eles apresentam um programa bem
diversificado, com peças solo e em dupla como "Aboio" de Osvaldo Lacerda,
"Prelúdio, Tema e Variações sobre Carnaval de Veneza" de Theodore
Lalliet, "Sonata em Lá Maior KV 331" de W. A. Mozart e "Sonata para
oboé e piano opus 166" de Camille Saint Saëns. A entrada é gratuita.
O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo, SP.
Mais informações: (0XX11) 3237-1815
Quadro de Avisos
Aula aberta sobre violência, direitos humanos e cidadania
O Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP
realizará uma aula aberta ao público com o tema Violência,
Direitos Humanos e Cidadania, nessa sexta-feira (11), às
14 horas.
A aula terá a participação de Paulo Sérgio
Pinheiro, relator especial de violência infantil das Nações
Unidas, Hélio Bicudo, vice-prefeito de São Paulo, e
Sérgio Adorno, coordenador do NEV. Além disso, também
haverá um debate sobre Delinqüência Juvenil
com Clioton Guimarães, promotor público, e Eduardo Brito,
do Projeto Escolas Justas e Seguras do NEV.
O evento é gratuito, mas é necessária confirmação
pelo e-mail eventos@futuro.usp.br
.
O local da aula será o Auditório da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo (FAU) da USP, localizado na Rua do Lago, 876, Cidade Universitária,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4965, com Ricardo
Teses e Dissertações
Escola de Engenharia de São Carlos
Mestrado
Aplicação de modelos de redes neurais na elaboração
e análise de cenários macroeconômicos. Maurilio
Benite. Dia 18 de julho, às 14 horas.
Mais informações: (0XX16) 273-9235 / 9250
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto
Mestrado
Desenvolvimento, teste e aplicação de protótipo
para dosimetria da solução Fricke Modificada. Daniel
Souza Felipe. Dia 21 de julho, às 14 horas.
Doutorado
Desnutrição e estimulação ambiental
por períodos curtos durante a formação do sistema
nervoso de ratos: medidas comportamentais e bioquímicas.
Maria Surama Pereira da Silva. Dia 18 de julho, às 8 horas.
Mais informações: (0XX16) 62-3675
Instituto de Ciências Biomédicas
Mestrado
Caracterização de enterovirus isolados de pacientes
com quadro de meningite no Estado de São Paulo. Bráulio
Caetano Machado. Dia 17 de julho, às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-7439
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