São Paulo, 11/07/2003 - Boletim nº 1127
saúde mental
Problemas de saúde mental não
são diagnosticados por pediatras

Estudo da FSP verificou que atendimento
às crianças, por muitas vezes, desconsidera
possíveis sintomas de transtornos de saúde
mental
leia...
USP vai traçar o perfil
de seus freqüentadores
NEV realiza aula aberta sobre
direitos humanos e violência

       
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Destaques

Atendimento "rápido" dificulta identificação dos problemas de saúde mental em crianças

Beatriz Camargo

A maioria dos problemas de saúde mental de crianças em idade escolar, entre 5 e 11 anos, não são identificados pelos pediatras. A médica Edith Lauridsen Ribeiro chegou a essa conclusão após ter acompanhado três meses de atendimento oferecido por pediatras a 411 crianças, em um posto de saúde público. "A percepção do profissional está muito restrita aos distúrbios que apresentam sintomas claros, como dor de barriga, ou àqueles ligados a agressividade e delinqüência", afirma a pesquisadora.

Problemas de saúde mental são alterações de comportamento, emoção ou relacionamento que "atrapalham" a vida da criança. "Se a criança deixa de brincar porque está com medo de um eventual cachorro que pode aparecer ou se não se separa dos pais, são situações que merecem uma atenção especial."

O estudo Problemas de saúde mental da criança em idade escolar: oportunidades e possibilidades de abordagem na atenção básica foi apresentado por Edith à Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em abril desse ano. Para realizá-lo, ela observou o atendimento pediátrico, realizou entrevistas com os médicos e aplicou questionários aos familiares.

Uma análise das respostas de um primeiro questionário apontou que 11,5% das crianças atendidas tinham prováveis problemas de saúde mental. "As perguntas não eram fechadas. Por isso, os casos prováveis, para se tornarem definitivos, precisariam de uma verificação", aponta.

A partir da "primeira abordagem", a pesquisadora selecionou intencionalmente 206 crianças e as visitou em casa, para que as famílias respondessem a um segundo questionário. Os novos resultados apontaram 130 crianças com prováveis problemas. Apenas 33 casos, dos 130, haviam sido identificados pelos pediatras.

Ouvir mais
De acordo com Edith, muitos fatores explicam a não-percepção do médico pediatra para problemas mentais. "Os próprios pediatras me ajudaram a identificar as razões. Uma delas é a formação muito organicista que eles recebem, que busca os sintomas de forma fria." Outra é a falta de comunicação das famílias, que muitas vezes não relatam ao pediatra o comportamento dos filhos, por esquecimento ou por julgarem que o assunto não é de responsabilidade do médico generalista.

Entretanto, a pesquisadora aponta a forma de atendimento como grande responsável. "As consultas são cada vez mais rápidas e desumanizadas. É preciso ouvir mais o paciente, dar importância para as suas queixas e estar preparado para identificar os distúrbios", ressalta.

Ela acredita que a pediatria é o ambiente mais fácil de detectar o problema devido à proximidade do profissional da saúde com a família. "Ele deve ser capacitado e dispor de um suporte especializado, para tirar dúvidas e auxiliar sua intervenção." Segundo Edith, o tratamento no início é mais eficiente, podendo ser resolvido, em muitos casos, por simples conversas, sem passar por medicamentos e tratamentos especiais.

Mais informações: (0XX11) 4702-2032, ou pelo e-mail lauridsen@sti.com.br



Centro de Visitantes da USP realiza estudo sobre seus freqüentadores

Juliana Kiyomura Moreno

Estudantes, curiosos, professores, amantes da cidade, turistas. Todos os dias uma média de 80 pessoas passam pelo Centro de Visitantes da USP e mais de 50 telefonam em busca de conhecimento e diversão. Isto se tornou uma das razões que motivou a equipe do Centro a elaborar um estudo para traçar o perfil de seus freqüentadores para melhor conhecê-los. "Nosso serviço acaba servindo de porta de entrada para os visitantes conhecerem a Universidade e sua riqueza, tanto em relação à produção científica quanto cultural", afirma Alzira Pedrazzani, supervisora técnica de Serviços do setor Argus Documentação.

Logo em seu surgimento, em 1971, o local recebera o nome de "Posto de Informações" e fora construído em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo por considerar a "USP como um ponto turístico da cidade", segundo documento da época. Em 1997, o local até então ligado à Prefeitura da Cidade Universitária, passou a fazer parte da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS)- unidade responsável pelos orgãos midiáticos da USP - e, a partir daí mudara seu nome para "Centro de Visitantes".

"Desde o ano passado estamos organizando um plano para melhor atender aos usuários de nosso serviço", comenta a Alzira. Com esta pesquisa, o órgão pretende não só identificar quem é seu público mas melhor direcionar o trabalho, tornando-o mais rápido e eficaz. Para isso, desde dezembro do ano passado duas alunas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP foram selecionadas- com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária- para elaborarem como plano de estágio uma análise do perfil do visitante da USP, além de colaborarem com os profissionais do Centro na ampliação dos serviços de atendimento, melhoria da qualidade e agilidade no repasse de informações fornecidas por esta unidade.

A partir de agosto será aplicado um questionário, intitulado "Estudo dos Visitantes", com o objetivo de identificar o usuário do Centro. "Com este questionário o visitante poderá, se quiser, expressar suas opiniões e dizer o que acha que poderia ser melhorado e acrescentado no Centro de Visitantes", declara Lygia de Macedo Pontes, estagiária de Relações Públicas da USP.

Além desta identificação, o Centro estará organizando um roteiro dos pontos turísticos da USP da Capital e do Interior. "Com o roteiro poderemos fornecer não só a informação de pronto que o usuário do Centro procura mas também alternativas de conhecimento e entretenimento em áreas próximas que talvez ele nem saiba que estejam vinculadas à USP", lembra Janaina Trentin, estagiária e aluna de Turismo da ECA.

Mudança de conceitos
A mudança de "Posto de Informações" para "Centro de Visitantes" passou a significar muito mais do que uma alteração no nome do local. "Agora de um simples repasse de informações passamos a funcionar como uma ponte entre a comunidade externa e a Universidade", enfatiza Leandra Rajczuk, diretora da Divisão de Informação, Documentação e Serviços On Line (Dvidson), da qual o Centro faz parte.

Segundo Leandra, ao ser concebido como um "visitante", o usuário dos serviços desta unidade passa a exigir mais informações não só imediatas como também apuradas e planejadas.

A unidade, desde o começo do ano, passou a fornecer planilhas baseadas na quantidade de procura (via telefone ou pessoalmente no Centro de Visitantes) em cada Faculdade e órgão ligado a USP. "Desenvolvemos um sistema diferenciado, buscando maior interação entre o Centro e as atividades oferecidas por cada entidade da Universidade. Temos registrados em nossos gráficos mensais até mesmo os dias de pico em que cada unidade foi mais procurada", ressalta Leandra.

Na última quinta-feira (3) funcionárias da Assessoria de Informática e Pró-Reitoria da Unicamp estiveram na USP para conhecer o trabalho prestado pelo Centro de Visitantes. "Por ter uma similaridade acadêmica e de extensão semelhante a oferecida pela Unicamp, estamos estudando a viabilidade de um centro que recepcione visitantes e pesquisadores como o adotado pela USP", explica Teresa Helena Carvalho.

O Centro de Visitantes da USP está localizado na Praça Prof. Reinaldo Porchat, 110, próximo a entrada do Portão 1 da USP. Atualmente o horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 8 às 20 horas, e sábados, domingos e feriados das 10 às 16 horas. Nos finais de semana é realizado um controle diferenciado do público que visita os museus MAC e MAE para a inclusão nas planilhas da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.

Mais informações: (0XX11) 3091-3116 / 3121 / 4805



Cursos e Palestras

Textos Latinos
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP oferece o curso Textos Latinos: Tradução e Explicação II, entre os dias 7 de agosto e 30 de outubro. O curso é voltado para estudantes de todas as áreas e interessados em geral, com conhecimentos básicos de latim. As inscrições custam R$ 50,00 e podem ser feitas entre 29 de julho e 5 de agosto.

Mais informações: (0XX11) 3091-4645


Simpósio em saúde da família
Entre 1º e 22 de agosto, estarão abertas as inscrições para o Simpósio Saúde da família - avaliação da nova estratégia assistencial no cenário das políticas públicas, promovido pelo Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica e pela Comissão de Cultura e Extensão Universitária da Escola de Enfermagem (EE) da USP.

O simpósio acontecerá nos dias 3 e 4 de setembro e será destinado a professores, estudantes e profissionais da saúde. As inscrições custam R$ 30,00. O encontro terá lugar no Auditório Maria Rosa de Sousa Pinheiro da EE, na Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3066-7531, pelo e-mail: scex@edu.usp.br, ou pelo site http://www.ee.usp.br/culturaeextensao/simp_saude_familia.htm


Raciocínio lógico no cotidiano
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP oferece, entre 31 de julho e 2 de agosto, o curso A Matemática no nosso cotidiano. É destinado a pessoas que tenham concluído (ou estejam cursando) o ensino médio; profissionais da rede pública ou privada de ensino, graduandos ou graduados com formação em qualquer área do conhecimento, ou qualquer pessoa que tenha interesse pelo assunto. O programa reflete e discute problemas do nosso cotidiano que necessitem de raciocínio lógico e da utilização de técnicas matemáticas para abordagem e solução dos mesmos. As inscrições podem ser feitas até 30 de julho e custam R$ 30,00.

Mais informações: (0XX16) 602-3718 / 3693



Agenda Cultural

Joel Gisiger e Josely Machado Bark no Ceuma
O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP apresenta, no dia 6 de agosto, às 20h30, um concerto com os músicos Joel Gisiger e Josely Machado Bark. No concerto, eles apresentam um programa bem diversificado, com peças solo e em dupla como "Aboio" de Osvaldo Lacerda, "Prelúdio, Tema e Variações sobre Carnaval de Veneza" de Theodore Lalliet, "Sonata em Lá Maior KV 331" de W. A. Mozart e "Sonata para oboé e piano opus 166" de Camille Saint Saëns. A entrada é gratuita. O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo, SP.

Mais informações: (0XX11) 3237-1815



Quadro de Avisos


Aula aberta sobre violência, direitos humanos e cidadania
O Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP realizará uma aula aberta ao público com o tema Violência, Direitos Humanos e Cidadania, nessa sexta-feira (11), às 14 horas.

A aula terá a participação de Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial de violência infantil das Nações Unidas, Hélio Bicudo, vice-prefeito de São Paulo, e Sérgio Adorno, coordenador do NEV. Além disso, também haverá um debate sobre Delinqüência Juvenil com Clioton Guimarães, promotor público, e Eduardo Brito, do Projeto Escolas Justas e Seguras do NEV.

O evento é gratuito, mas é necessária confirmação pelo e-mail eventos@futuro.usp.br .

O local da aula será o Auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, localizado na Rua do Lago, 876, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4965, com Ricardo



Teses e Dissertações

Escola de Engenharia de São Carlos
Mestrado

Aplicação de modelos de redes neurais na elaboração e análise de cenários macroeconômicos. Maurilio Benite. Dia 18 de julho, às 14 horas.

Mais informações: (0XX16) 273-9235 / 9250


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Mestrado

Desenvolvimento, teste e aplicação de protótipo para dosimetria da solução Fricke Modificada. Daniel Souza Felipe.
Dia 21 de julho, às 14 horas.

Doutorado

Desnutrição e estimulação ambiental por períodos curtos durante a formação do sistema nervoso de ratos: medidas comportamentais e bioquímicas. Maria Surama Pereira da Silva. Dia 18 de julho, às 8 horas.

Mais informações: (0XX16) 62-3675


Instituto de Ciências Biomédicas
Mestrado

Caracterização de enterovirus isolados de pacientes com quadro de meningite no Estado de São Paulo.
Bráulio Caetano Machado. Dia 17 de julho, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-7439



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