Destaques
Luta pela terra concentra movimentos diversificados
Leonardo Leomil, do USPOnline
O movimento camponês no Brasil ainda está em processo
de formação e os agricultores que pertencem a estes
grupos passam por uma "revolução diária".
"Essas pessoas estão aprendendo a reivindicar sem ficar
apenas esperando", diz Carlos Alberto Feliciano, que apresentou
seu estudo O Movimento Camponês Rebelde e a Geografia da
Reforma Agrária, no Departamento de Geografia da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O pesquisador defende que o governo não deve conversar apenas
com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "Há
diferenças entre as lideranças dentro dos movimentos
sociais rurais. Não é um único grupo que vai
fazer a reforma agrária", afirma Feliciano. Segundo ele,
as características do campo brasileiro e das famílias
camponesas são diversificadas.
Feliciano visitou áreas de acampamentos rurais do Estado de
São Paulo entre 1985 e 2002, onde manteve contato com todas
as lideranças. "Até dezembro de 2002, havia cerca
90 acampamentos no Estado", conta. Ele constatou a formação
de um movimento amplo, que ele denomina Movimento Camponês Moderno,
em que a base são as famílias de agricultores sem-terras
lutando diariamente por melhores condições de vida independentemente
de legendas.
Além do MST, existem outros movimentos de luta pela terra.
Alguns surgiram de dissidências entre os lideres e outros vieram
do sindicalismo rural. Mas em todos eles a base são as famílias.
"Em um acampamento, quem manda são as famílias.
Se elas não concordarem com a coordenação não
seguem as orientações do movimento", afirma. A
revolução diária que Feliciano descreve em seu
trabalho é a luta pelo acesso ao meio de produção
e por uma vida melhor. Segundo ele, não há grandes diferenças
entre os diversos movimentos em sua base. "Existem famílias
que eram do MST, foram para outro movimento e depois voltaram",
explica.
A diferença entre os movimentos está nos princípios
das lideranças. "Eles não atuam juntos. As bases
se unem quando há necessidade de 'brigar', quando há
divergências sobre em qual área atuar e como cada grupo
quer mostrar sua identidade", descreve o pesquisador. Essa, segundo
Feliciano, é uma das características do Movimento Camponês
Moderno. O pesquisador lembra que os outros movimentos não
têm a mesma repercussão. "O Movimento dos Agricultores
Sem Terra (MAST), que atua no Pontal do Paranapanema, no Paraná
e no Nordeste, não tem a mesma projeção do MST",
garante Feliciano.
Movimentos independentes
Feliciano também constatou a existência de movimentos
independentes, que não querem vínculos com nenhum partido
político ou com movimentos sociais organizados. "Eles
formam um grupo de famílias e resolvem ocupar uma área.
Querem apenas aquilo e mais nada", explica. O MST tem grupos
de formação política para orientar as famílias.
"Aquelas que não concordam saem e formam outros grupos,
ou ficam independentes", relata. "Contudo, são as
que mais sofrem, pois não têm força política."
O pesquisador conta que há casos de famílias já
assentadas ou acampadas que são contra a formação
de cooperativas proposta pelo MST e que preferem a produção
individual. Em seguida, algumas por mais afinidade e parentesco, constroem
processos coletivos de produção ao seu modo, "de
forma espontânea", por perceberem a melhora na produtividade.
"Essa é a característica do movimento camponês,
eles não querem ninguém mandando neles. Querem trabalhar
da melhor forma para eles e suas famílias".
Outra origem dos movimentos sociais rurais está no sindicalismo.
No começo, lutavam por melhores salários e condições
de trabalho aos bóias-frias. Com a mecanização
crescente das lavouras, o desemprego subiu e a luta passou a ser pelo
acesso à terra. O diferencial desses movimentos está
em suas condições de reivindicação. "Por
estarem em áreas onde é difícil questionar a
produtividade das propriedades locais, eles acabam ocupando áreas
públicas que não exercem sua função social",
explica Feliciano. A Federação dos Assalariados Rurais
do Estado de São Paulo (FEARESP) e a Federação
dos Agricultores Familiares (FAF) são dois movimentos oriundos
do sindicalismo rural. Ambos atuam na região de Ribeirão
Preto e Araraquara, onde há latifúndios produtivos.
Mais informações: cacafeliciano@hotmail.com
Cursos e Palestras
Atualização em Psicologia do Esporte
A Escola de Educação Física e Esporte
(EEFE) da USP está com inscrições abertas para
o Curso de atualização em Psicologia do Esporte que
acontece entre 6 de setembro e 8 de novembro. Entre os tópicos
abordados estão "Visão do macro e micro-sistema
social social e psicológico do esporte"; "mitos,
crenças e credos religiosos" e "o papel do psicólogo
no acompanhamento de atletas". Podem participar profissionais
do esporte e da educação física, jornalistas,
psicólogos, sociólogos do esporte, médicos estudantes
de pós-graduação O custo é de R$ 400,00.
A EEFE fica na Av. Professor Mello Moraes, 65, Cidade Universitária,
São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-3182
Expressão artística e improvisação
para a área de saúde
O Curso de expressão artística e improvisação
para a área de saúde, oferecido pela Fundação
Instituto de Enfermagem de Ribeirão Preto, recebe inscrições
até o dia 13 de agosto. Os objetivos são reequilíbriar
o trio corpo-mente-emoção, promover a renovação
orgânica e existencial e expressões artísticas
através da música, dança, poesia e teatro, além
de estimular a improvisação. O curso é aberto
a todos os interessados. A taxa é de R$ 200,00, parcelado em
3 vezes.
As aulas acontecem entre 13 de agosto e 29 de outubro na Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, que fica na Av.
Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.
Mais informações: (0XX16) 602-3444
8º Prêmio Provar de varejo destaca valores
do setor
Até 31 de julho, podem ser entregues trabalhos para
concorrer à premiação oferecida pelo Programa
de Administração do Varejo (Provar-FIA) e pela Fundação
Educar Dpaschoal. Em sua oitava edição, o Prêmio
Excelência em Varejo firma-se como um incentivo à
produção de trabalhos qualificados e úteis ao
setor varejista brasileiro. Pesquisadores, professores, estudantes
de graduação, de pós-graduação
e profissionais de diversos setores podem inscrever trabalhos nas
áreas de contabilidade, economia, finanças, marketing,
operações e recursos humanos. O regulamento do prêmio
está disponível no site (www.provar.org ).
A divulgação do vencedor e a cerimônia de entrega
de prêmios ocorrerão no mês de novembro, durante
a programação do XII Fórum PROVAR de Varejo que
será realizado na cidade de São Paulo. O evento reunirá
profissionais e pesquisadores do setor varejista para discussão
de temas atuais, práticas e tendências do Varejo.
Mais informações: (0XX11) 3091-6045 / 5993
Formação de atores
O Núcleo de Consciência Negra (NCN) na USP está com inscrições abertas,
até o dia 24 de julho, para o processo seletivo do curso de formação
de atores. A inscrição custa R$ 5,00 e pode ser feita na sede do NCN,
na Av.Prof.Lucio Martins Rodrigues, Trav.4, Bloco 3, Cidade Universitária,
São Paulo. Podem participar pessoas com mais de 16 anos e a
duração é de 4 semestres, com mensalidades de R$15,00.
Mais informações: (0XX11) 3091-4379
Teses e Dissertações
Escola Politécnica
Mestrado
Sistemas de reconhecimento biométrico aplicados à
segurança de sistemas de informação. Wilmar
de Souza Machado. Dia 28 de julho, às 10h30.
Doutorado
Um modelo de reorganização de sistemas multiagentes.
Jomi Fred Hübner. Dia 1º de agosto, às 10 horas.
Obtenção de revestimento dúplex por nitretação
a plasma e pvd-tin em aços ferramenta aisi d2 e aisi h13.
Adonias Ribeiro Franco Júnior. Dia 5 de agosto, às 13h30.
Mais informações: (0XX11) 3091-5443
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
Estratégias de aprendizagem para a compreensão auditiva
do alemão como língua estrangeira. Alessandra Paula
de Seixas. Dia 7 de agosto, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-4626
Faculdade de Medicina
Doutorado
Ultra-sonografia na diferenciação entre nódulos
mamários benignos e malignos: determinação de
nódulos provavelmente benignos e avaliação do
impacto na redução do número de biópsias.
Dr. Luciano Fernandes Chala. Dia 22 de julho, às 8h30.
Mais informações: (0XX11) 3069-7071
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