São Paulo, 30/07/2003 - Boletim nº 1240
educação
Atividades lúdicas auxiliam crianças
com paralisia cerebral

Estudo da FE mostra a contribuição de
brincadeiras coletivas para crianças
com paralisia cerebral. Elas melhoraram
seu desenvolvimento cognitivo e motor
leia...
Educação é principal arma
no combate à obesidade
No Ceuma, oficina gratuita:
Pluralidade cultural e educação

       
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Destaques


Capacidade motora e cognitiva de crianças com paralisia cerebral melhora com jogos coletivos


Beatriz Camargo

Jogos e brincadeiras desempenhadas em coletivo trazem grande contribuição ao desenvolvimento de crianças com paralisia cerebral. Após observar crianças em idade pré-escolar durante um semestre, a pedagoga e fisioterapeuta Regina Cristiane Nascimento Campos Peres constatou nelas uma melhoria significativa das capacidades motoras e cognitivas, ou seja, da capacidade de a criança desenvolver seu pensamento.

Para realizar o estudo, O lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral espástica, apresentado no início de julho junto à Faculdade de Educação (FE) da USP, a fisioterapeuta avaliou as capacidades motora e cognitiva de sete crianças de uma escola especial. Também fez entrevistas com a família e com as professoras, para identificar as principais dificuldades encontradas e as expectativas envolvendo o aprendizado das crianças. "As mães esperavam principalmente avanços com relação à identificação das cores, números e quantidades, melhora na atenção, equilíbrio, coordenação e capacidade de segurar objetos", relata.

Todas as crianças que participaram do estudo melhoraram sua competência em distinguir cores. Do total avaliado, 28% aprenderam a identificar texturas e 14% melhoraram o comportamento quanto à atenção. Entre as habilidades motoras, 71% melhoraram o equilíbrio e a coordenação e 14% tiveram avanços em segurar objetos. Foram realizadas duas sessões semanais de uma hora entre agosto e dezembro de 2001.

As atividades não foram propostas, mas escolhidas pelas crianças. "Cada uma escolhe o brinquedo conforme suas necessidades; ou seja, partindo do meio interno da criança para o externo". É isso que, segundo Cristiane Peres, diferencia a atividade lúdica de uma atividade educativa, proposta pelo professor. A partir da escolha livre dos jogos e brinquedos, a pesquisadora interveio incentivando o aprendizado coletivo. "Procurei, por exemplo, juntar na mesma brincadeira que envolvia cores uma criança que conhecia a cor amarela e outra que não conhecia."

A grande inovação do estudo foi considerar o desenvolvimento por meio de brincadeiras a partir de um trabalho coletivo com as crianças, tendo como embasamento a teoria sócio-histórica de Vygotsky. A teoria defende que a relação com o outro é essencial para o aprendizado. Apesar dos resultados extremamente positivos da pesquisa, Cristiane considera que eles poderiam ser ainda melhores se as professoras tivessem integrado a pesquisa, participando das brincadeiras.

Falta de oportunidade
A paralisia cerebral espástica é causada por uma lesão no cerébro ainda não desenvolvido completamente, que pode ocorrer antes, durante ou depois do parto. A doença provoca um aumento no tônus postural, o que interfere na movimentação voluntária. Segundo a fisoterapeuta, nem sempre a lesão significa um comprometimento cognitivo. "O que ocorre é que, pela falta de uma experiência motora, pode haver um atraso cognitivo." Além disso, ela afirma que o atraso também se explica pelo preconceito: a criança muitas vezes não é estimulada porque as pessoas acreditam que ela não é capaz de aprender.

"O maior problema não é limitação das crianças, mas a falta de oportunidade que a sociedade oferece." Cristiane prevê que, desde que o princípio lúdico seja respeitado, ou seja, a própria criança escolha o seu brinquedo, é possível expandir o modelo. "Podemos obter avanços no desenvolvimento de qualquer criança, inclusive com outras deficiências."

Mais informações: (0XX14) 423-3937, ou pelo e-mail crisnperes@flash.tv.br




Livro aponta a educação como principal arma contra a obesidade


Lucas Oliveira Telles

No livro Riscos e prevenção da obesidade, a pesquisadora Rebeca C. de Angelis, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP organiza um panorama de fundamentos, causas, conseqüências e tratamentos para a obesidade. Segundo a professora, o problema foi classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde em 1997 e atualmente está se tornando uma epidemia em várias partes do mundo.

"Apesar de termos remédios, dietas e técnicas sofisticadas para o tratamento da obesidade, a verdadeira solução para este mal é a conscientização de que as pessoas precisam ter hábitos saudáveis desde pequenas e, se não são educadas para isso, precisam ter muita força de vontade para alterar seus costumes", resume a pesquisadora.

Escrito de forma acessível, o volume relaciona as causas aos mecanismos fisiológicos envolvidos na obesidade, como a alimentação, o metabolismo, a circulação sangüínea e a reserva de gordura. "O maior problema está na educação alimentar" diz Rebeca. "Além de comermos demais, principalmente alimentos altamente calóricos, não ingerimos outros alimentos importantes para a saúde".

Segundo a professora, muitas pessoas se alimentam mal porque geralmente é mais trabalhoso e até mais caro adquirir e preparar alimentos saudáveis. "As crianças são estimuladas a comer doces e alimentos gordurosos quando os recebem como um prêmio. Quem aprende a comer mal desde a infância tem muitas dificuldades para alterar seus hábitos e considera um sacrifício comer bem", considera.

Prevenção de doenças
A pesquisadora ensina que uma boa dieta deve ter menor quantidade de alimentos de alto valor calórico, como doces e gorduras, e ser rica em vegetais. "Estes contêm substâncias que protegem o organismo de muitos males. Como exemplo temos os antioxidantes, presentes nas folhas, frutas e temperos, que evitam doenças cardiovasculares, diabetes da idade madura e alguns tipos de câncer. Outro caso é o da soja, com componentes que agem como hormônios naturais, prevenindo o câncer de próstata e problemas da menopausa".

No volume, Rebeca de Angelis aborda as principais doenças e disfunções do organismo relacionadas à obesidade. "O excesso de peso predispõe as pessoas a uma série de problemas. Ter uma boa alimentação não significa que não haverá doenças, porque existem outros fatores relacionados à saúde, mas com certeza terão riscos muito menores de desenvolvê-las".

A pesquisadora ainda comenta a ação de dietas, medicamentos e cirurgias, recomendando que todos os tratamentos para a obesidade sejam acompanhados por especialistas. "Os regimes inadequados desequilibram o organismo e tornam o controle de peso mais difícil. Além disso, todos os tipos de tratamento têm riscos de incompatibilidade e seqüelas. Em alguns casos a cirurgia é usada, mas é sempre de alto risco e provoca alterações importantes no organismo, sem evitar a necessidade de uma dieta rigorosa".

Para a pesquisadora, as pessoas precisam tratar sua alimentação com cuidado e equilíbrio. "Se alguém resolve pular algumas refeições para comer menos, ela tem um aumento no aproveitamento dos nutrientes, o que talvez a leve a engordar. É preciso comer um pouco de tudo, com muita variedade e sem exageros, com quatro a cinco refeições por dia e atenção especial para o café da manhã. A prática regular e moderada de exercícios físicos também é muito importante". Riscos e prevenção da obesidade, foi lançado no dia 12 de junho, no Congresso Internacional de Nutrição Parenteral e Enteral, em São Paulo. A publicação é da Editora Atheneu.

Mais informações: (0XX11) 3064-1445



Cursos e Palestras


Pluralidade cultural e educação

As inscrições para a edição do segundo semestre de 2003 da Jornada Científica podem ser feitas a partir do dia 6 de agosto, até o dia de cada evento, enquanto houver vagas. A participação é gratuita e aberta a todos os interessados.

No dia 24 de agosto, o tema é Pluralidade cultural e educação, que aborda os Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC de forma teórica e em suas relações com a prática educativa. Entre os temas discutidos, estão direitos humanos e tolerância, importantes para formação da ética e da cidadania. Quem coordena a atividade é a professora Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação (FE) da USP.

As inscrições podem ser feitas no Ceuma, na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo. Interessados em receber um atestado de freqüência deverão pagar R$ 5,00.

Mais informações: (0XX11)3255-7182 ou pelo site www.usp.br/mariantonia


13º Workshop Integrativo
Nos dias 27 e 28 de agosto, a Poli Júnior - Escritório Piloto dos Alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP - realiza o 13º Workshop Integrativo. A tradicional feira conta com a participação de empresas de renome, interessadas em expor as estratégias que adotam para atrair futuros estagiários para compor seus quadros funcionais.

Dentre as empresas que já confirmaram participação, encontram-se Mercedes-Benz do Brasil, Unibanco, Editora Abril, Banco Itaú, Telefônica, Accenture, VCP e DuPont.

O encontro será no Espaço de eventos da Poli. Tem entrada franca e é aberto a todos os interessados.

Mais informações: (0XX11) 3091-5477/5797 ou pelo site www.polijr.poli.usp.br/workshop



Quadro de Avisos


Olimpíada Brasileira de Física

Dia 9 de agosto encerram-se as incrições para a 5º Olimpíada Brasileira de Física (OBF). A competição é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Física (SBF), que é sediada na USP e conta com a participação de docentes do Instituto de Física (IF) da Universidade. A finalidade da SBF é estimular o interesse entre jovens pela área científica.

As inscrições são gratuitas e a participação é aberta a qualquer alunos do Ensino Médio, de escola públicas ou particulares. A 1ª fase da prova acontece em 16 de agosto. Outras duas fases selecionarão cerca de cinco estudantes para representar o Brasil na Olimpíada Internacional e na Ibero-americana.

Participam do evento 24 unidades da federação e estima-se que, neste ano, as inscrições ultrapassem o número de 20 mil alunos. A realização é apoiada pelo Conselho Nacional para o Desenvolvimento Científico (CNPq).

Mais informações: (0XX11) 3814-5152, pelo e-mail obfisica@sbf.if.usp.br ou através do site http://www.sbf1.if.usp.br/olimpiadas


Biblioteca Virtual de Oncologia
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), por meio do seu Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) lançaram no dia 25 de julho uma biblioteca virtual sobre Oncologia. Ela reúne estudos científicos publicados na América Latina e Caribe, além de acesso às bases de dados internacionais.

Para os profissionais de saúde, há uma seção com congressos e eventos relacionados à oncologia na América Latina. Já para o público em geral, a biblioteca oferece informações sobre prevenção e diagnóstico das várias formas de câncer.

A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo faz parte do projeto Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) por meio da Biblioteca Virtual em Saúde Pública (BVS-SP). Na parte de oncologia, os artigos produzidos pelos profissionais da USP podem ser encontrados por meio da ferramenta de busca na base de dados Lilacs.

O acesso à biblioteca é feito pelo endereço: http://www.urucan.org.uy/bvs-o

Mais informações: (0XX11) 5576-982 ou pelo e-mail patricia@bireme.br




Teses e Dissertações

Escola Politécnica

Doutorado

Fitomonitoração e modelagem de fotossíntese em jatobá (hymenaea courbaril l.) com redes neurais artificiais. Madeleine Lita Barriga Puente de La Veja. Dia 30 de julho, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-5443


Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Mestrado

Uma Investigação sobre a aplicação do conceito de área monetária ótima no âmbito do Mercosul. Marcelo Araújo da Costa. Dia 1º de agosto, às 10 horas.

O mapa de valor da indústria de 'e-learning' no Brasil, segundo critérios de valor percebido. Renê Birochi. Dia 4 de agosto, ás 14 horas.

Negócios eletrônicos em empresas que praticam B-to-B: uma abordagem de modelos e valores. António Luiz Sanches Lopes dos Santos. Dia 4 de agosto, às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5862


Faculdade de Educação

Mestrado

Imagem de meninos de rua: da enunciação ao evanescimento. Maria Julia Azevedo Gouveia. Dia 1º de agosto, às 14 horas.

Mais informações : (0XX11) 3091-3519


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