São Paulo, 12/08/2003 - Boletim nº 1249
biotecnologia
Esalq produz insetos para controle
de pragas agrícolas

Vespas da espécie Cotesia flavipes são criadas
para combater a broca da cana-de- açúcar.
Combate de pragas em hortaliças é feito
com insetos do gênero Trichogramma
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FMRP tem laboratório móvel
para estudar hantavirose
TV Digital é tema de debate
no USP Oficina

       
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Destaques


Insetos de laboratório são usados no controle de pragas


Júlio Bernardes

Duas espécies de insetos estão sendo utilizadas para fazer o controle biológico de pragas que atingem as lavouras de cana-de-açúcar, milho, algodão e hortaliças. As técnicas de criação dos insetos foram aperfeiçoadas por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba. A partir de um projeto de pesquisa e com apoio da Fapesp, os cientistas criaram uma empresa para permitir o acesso do método aos produtores rurais.

Uma pequena vespa da espécie Cotesia flavipes é utilizada no controle da broca da cana-de-açúcar. O professor José Roberto Postali Parra, diretor da Esalq, que orientou a pesquisa, explica que a broca causa "podridão vermelha" na cana, que provoca inversão da sacarose e diminui o rendimento industrial na produção de álcool.

A produção dos insetos se inicia com a criação da praga em laboratório. "A broca é oferecida para as vespas de modo a multiplicar sua população", relata o professor. "Para cada hectare de plantação são necessários 6 mil insetos, com custo aproximado de R$ 15,00 o hectare."

Os pesquisadores da Esalq aperfeiçoaram técnicas de controle de temperatura para controlar o desenvolvimento dos insetos, permitindo atender encomendas de outros estados. Parra relata que a vespa não é natural do Brasil, e foi importada de Trinidad Tobago (América Central) para controlar a broca nos anos 70. Na ocasião, o nível de infestação dos canaviais chegou a 10% (com 3% já é necessário realizar o controle da praga) e foi reduzido a 2% com o uso dos insetos, que eram produzidos nos laboratórios das usinas de cana-de-açúcar. "A infestação voltou a subir e, como as usinas fecharam seus laboratórios, as vespas são fornecidas por intermédio de pequenas empresas", diz o professor.

Mariposas
Vespinhas do gênero Trichogramma usadas são usadas para parasitar ovos de insetos pragas (mariposas), controlando a broca da cana em regiões mais secas, onde a Cotesia flavipes não se adaptou. O agente biológico também é utilizado no controle de pragas de hortaliças (repolho, tomate, batatinha), algodão e milho. O professor Parra relata que os pesquisadores utilizam ovos de traça como hospedeiros do inseto, que são remetidos em cartelas para as áreas que usarão o agente biológico. "Nas plantações de algodão, milho e hortaliças é necessário um número de insetos variável, entre 100 e 400 mil por ha", relata.

O uso de joaninhas como predadoras para controle biológico também está em estudos. A empresa Bug Agentes Biológicos foi formada pelos mestrandos Danilo Pedrazzolli e Diogo Carvalho, com a consultoria de Alexandre Sene Pinto, (que concluiu há 3 anos o Doutorado na ESALQ), por meio do programa da Fapesp para pequenas empresas. De acordo com o diretor da Esalq, o uso de insetos como agentes biológicos benéficos para o controle de pragas ainda é pequeno no Brasil. "Por uma questão cultural, os agricultores ainda estão mais acostumados a matar insetos com inseticidas e não com agentes biológicos", explica.

Mais informações: (0XX19) 3429-4110, com José Roberto Postali Parra



FMRP tem laboratório móvel para estudar a hantavirose

Da Redação Agência USP

A Unidade de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP adquiriu um laboratório móvel que facilitará o estudo sobre a hantavirose. Desde 1993, já foram registrados no Brasil quase 300 casos da doença, que é transmitida pelo contato com roedores.

O laboratório, composto por um trailer e uma caminhonete, possui uma série de equipamentos que facilitarão a manipulação, com segurança, do sangue e das vísceras dos roedores "supeitos" ainda no local da captura. A equipe é contatada por médicos da região quando há confirmação de novos casos de hantavirose e refaz os trajetos feitos pelas vítimas na busca de animais infectados para posterior investigação.

Segundo um dos pesquisadores do projeto, o pós-graduando Ricardo Luiz Moro Sousa, o laboratório móvel é um avanço importante porque assegura a total integridade do material coletado. "Material biológico, mesmo bem acondicionado, sempre é passível de perda. Com esta nova estrutura a integridade é plenamente preservada", afirma. Futuramente, a equipe pretende iniciar o processamento do material ainda durante as viagens.

De acordo com o professor da FMRP responsável pelas pesquisas com hantavirose, Luiz Tadeu Moraes Figueiredo "O laboratório móvel possui o nível de segurança necessário para manipular animais suspeitos de contaminação com o vírus letal." Ele acredita que a nova estrutura possibilita viagens mais longas para pesquisa no campo, tornando a equipe mais ágil.

No Laboratório de Virologia da FMRP a confirmação da presença do vírus nos animais capturados é feito por rastreamento baseado em seu RNA. Eles também analisam o desenvolvimento clínico da doença e investigam pessoas nas mesmas localidades com sintomas semelhantes da doença, com o intuito de rastrear casos da infecção produzindo doença com menor gravidade. Um estudo das vísceras dos animais capturados é feito para confirmar neles a presença do vírus.

A equipe também vislumbra outros usos para o laboratório. "Podemos nos deslocar e analisar in loco amostras de sangue para suspeitas de dengue hemorrágica ou febre amarela e obter o resultados rápidos. O laboratório pode ser muito útil em outras pesquisas", prevê o professor Figueiredo.

Hantavirose
A hantavirose atinge principalmente a zona rural. Na região de Ribeirão Preto, já foram confirmados 28 casos da doença, em que mais da metade das pessoas contaminadas morreram. "O aparecimento da doença tem relação com a mudança do meio ambiente pelo homem. O roedor perdeu seu habitat natural com os desmatamentos, a expansão das cidades para o campo, a monocultura da cana e suas queimadas. Ele, provavelmente, foi se aproximando mais do homem, trazendo a doença", relata Figueiredo O roedor mais comumente infectado com Hantavirus é o "rato do rabo peludo" (Bolomys laziurus), para quem o vírus parece ser inofensivo.

O hantavírus é contraído pelo contato com estes roedores silvestres. Para reduzir o risco de contaminação, que ocorre principalmente no meio rural, recomenda-se que paiol e o local de armazenamento de rações devem ser sempre bem vedados. "O que contamina é o pó da urina e das fezes do roedor. Assim, ao limpar locais fechados, deve-se usar máscara, além de um pano úmido, ao invés da vassoura", orienta.

Os sintomas se apresentam mais comumente três a sete dias após a contaminação. Nos primeiros dias, se confundem com sintomas de gripe: dor de cabeça, febre e dor no corpo. A partir do terceiro dia, o doente tem tosse seca e falta de ar. Aproximadamente 24 horas após esse quadro, a falta de ar se agrava e a pessoa pode morrer sufocada.

"A doença age rapidamente. É uma pneumonia que se espalha por todo o pulmão e impede o doente de respirar", relata o professor. Segundo ele, é preciso conscientizar os médicos da possibilidade da hantavirose, para que o encaminhamento a locais com recurso de terapia intensiva possa ser feito na fase inicial do quadro. Suspeita-se que, pela semelhança com outras doenças, haja subnotificação, o que dificulta o trabalho de pesquisa dos casos.

Fonte: Assessoria de Imprensa da FMRP

Mais informações: (0XX16) 602-3271, ou pelo e-mail ltmfigue@fmrp.usp.br




Cursos e Palestras

Puericultura e Saúde Reprodutiva
Nos dias 15, 16 e 17 de agosto acontecerá a I Jornada das Frentes de Puericultura e Saúde Reprodutiva no Anfiteatro de Bioquímica do Prédio Central da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A jornada tem como tema "Desafios na Infância e Adolescência: Uma Abordagem Multidisciplinar" e objetiva transmitir informação atualizada sobre o desenvolvimento da criança e adolescente, abordando alguns aspectos de sua sexualidade, em linguagem acessível a alunos de graduação, mesmo sem ser de Medicina.

As inscrições podem ser feitas até o início do evento, na secretaria do Centro Acadêmico Rocha Lima (CARL) da FMRP. A taxa é de R$ 15,00 para sócios do CARL, R$ 20,00 para outros alunos da unidade, R$ 25,00 para outros estudantes e R$ 30,00 para profissionais.

A Faculdade fica na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.

Mais informações: (0XX16) 633-1121 / 602-3171.


O Químico e os Desafios do Século XXI
O Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP realiza, até o dia 15 de agosto, a 28ª Semana de Química, intitulada O químico e os desafios do século XXI. Nesta edição serão discutidos temas como cosmésticos, indústrias químicas, educação, pesquisa, fotoquimioterapia do câncer, armas químicas e meio ambiente, além de fontes energéticas alternativas como o biodiesel.

Além de palestras, acontecem mini-cursos e eventos culturais. Atividades especiais para alunos de 1º grau também estão programadas durante toda a semana. Eles serão recepcionados em visita ao Departamento de Química, seus laboratórios de pesquisa e assistirão às palestras.

O Instituto fica na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.

Mais informações: (0XX16) 602-3856, ou pelo e-mail cenequi@hotmail.com


TV Digital no USP Oficina
Será discutido, no dia 14 de Agosto, às 9 horas, no USP Oficina, o tema "Modelo de Negócio em TV Digital - Experiências de Sucessos e Insucessos" pelo professor Paul Bacsich, Diretor de Projetos Especiais da United Kingdom eUniversities Worldwide (UkeU), Inglaterra. É o VI Focus Group de TV Digital, realizado pelo Laboratório Avançado de Produção Interativa em Multimeios: TV Digital e Internet (LabITV) da Escola do Futuro da USP. A apresentação será em inglês, sem tradução simultânea. As inscrições são gratuitas e limitadas.

O USP Oficina fica na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, 314, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3814-3690 / 3091-4928, com Melissa ou Denise



Agenda Cultural

Estação Ciência conta a história do DNA
Até o dia 28 de setembro, a Estação Ciência apresenta a exposição 50 anos de DNA, que conta a história de uma das descobertas mais importantes do século passado. Organizada pela British Council, a mostra conta com 100 metros quadrados de espaço, onde móveis especiais, 16 grandes painéis e um modelo ampliado da estrutura do DNA contam a história desse marco cinetífico. Foi em 1953 que o cientista britânico Francis Crick e seus companheiros de equipe, o americano James Watson e o neozelandês Maurice Wilkins descobriram a estrutura do DNA. Graças a descoberta, os cientistas puderam desenvolver técnicas de manipulação de genes, exames de DNA e o seqüenciamento genético.

O espaço da mostra, formado por dois semi-círculos, foi montado para ser visto pelos visitantes da maneira que preferirem: em seqüência ou não, de pé, ou sentado. Após uma introdução sob o título "Cinqüenta anos desde o descobrimento da vida", os visitantes começam a descobrir como os cientistas se conheceram, onde iniciaram as pesquisas e como chegaram às primeiras descobertas.

A Estação Ciência fica na R. Guaicurus, 1394, Lapa, e funciona de 3ª a 6ª feira, das 8h às 18h, sábado, domingo e feriado, das 13h às 18h. A entrada é franca.

Mais informações: (0XX11) 3675-8828, com Rodrigo Diullas, ou pelo e-mail info@eciencia.usp.br


Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo
O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura, apresenta-se no dia 14 de agosto, das 12h30 às 13h30, no Auditório Maestro Olivier Toni, na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O programa inclui Alban Berg - Opus 3. Entrada Franca.

Tocam os músicos Betina Stegmann e Nelson Rios, no violino, Marcelo Jaffé, na viola, Robert Suetholz, no violoncelo.

A ECA localiza-se na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4064 ou imprensa@eca.usp.br




Quadro de Avisos

Substituição dos copos descartáveis
No dia 13 de agosto, às 11h30, ocorre no auditório do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP, a cerimônia de início do programa de substituição de copos descartáveis por canecas de porcelana. Essa é uma iniciativa do CCE, que segue orientação do Programa USP Recicla - vinculado à Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária de Atividades Especiais (Cecae).

Estarão presentes os professores Edson dos Santos Moreira (coordenador do CCE) e Sérgio Muniz Oliva Filho (coordenador da CECAE), além de Regina Carvalho e Elisabeth Lima, diretora e educadora do USP Recicla, respectivamente. O CCE fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, 71, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-6431 ou pelo e-mail ligia@usp.br



Teses e Dissertações

Escola de Enfermagem
Doutorado
Sendo mediada pela força da motivação: o significado da comunicação para as profissionais de enfermagem na interação com o recém-nascido e a família. Eliana Moreira Pinheiro. Dia 19, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3066-7533


Escola Politécnica
Mestrado
Uso racional da água em escolas públicas: diretrizes para secretarias de educação. Flávio Augusto Scherer. Dia 19, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-5443


Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Mestrado
Contabilidade estratégica: estudo de caso de informações sobre competidores em uma empresa industrial. João Herivelto Balduino. Dia 19, às 10 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-5862


Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Mestrado
Ocorrência e caracterização de genotipos de rotavírus a partir de material fecal de leitões com diarréia, provenientes de diversas propriedades de criação de suínos, localizadas no Estado de São Paulo. Fábio Gregori. Dia 12, às 14 horas.

Mais informações: 3091-7667


Instituto de Eletrotécnica e Energia

Doutorado
O órgão ambiental e o processo de licenciamento de empreendimentos energéticos: uma avaliação da atuação do Estado segundo o referencial da autonomia inserida. Ricardo Luiz Camargo. Dia 19, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-2500


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