São Paulo, 15/09/2003 - Boletim nº1273
meio ambiente
Pesquisa defende mais rigor nos
Estudos de Impacto Ambiental (EIA)

O EIA é um documento necessário para
aprovar construções de grande porte que
possam interferir no meio ambiente. Estudo
da Poli foi feito em usina termelétrica de SP
leia...
Professores da USP discutem
educação e jogos eletrônicos
Resultados do projeto Genoma
do Schistosoma mansoni

       
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Destaques


Pesquisa indica que Estudos de Impacto Ambiental (EIA) em usina termelétrica precisam de mais rigor


Maurício Kanno

Pesquisa realizada na Escola Politécnica (Poli) da USP mostra a necessidade de que os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) sejam mais rigorosos. Com métodos "mais realistas" em sua simulação, o engenheiro Antônio Gonçalves do Curral constatou que o nível do poluente dióxido de nitrogênio (NO2) emitido pela Usina Termelétrica de Piratininga, em São Paulo, é quase o dobro em relação ao apresentado pela consultora responsável pelo EIA. O Estudo de Impacto Ambiental é um documento necessário para a aprovação de construções de grande porte que possam interferir no meio ambiente.

A pesquisa Avaliação de Impacto Ambiental Produzido por Usinas Termelétricas com Enfoque na Poluição Atmosférica mostra que a concentração mais crítica do poluente emitido pelas quatro chaminés da usina, em plena carga, ficou praticamente no limite de 320 miligramas por metro cúbico (mg/m3). Esse índice está estabelecido nos Padrões Nacionais de Qualidade do Ar (PNQA), pel o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Enquanto na pesquisa o resultado foi de 319,80 mg/m3, a consultora responsável pela emissão do EIA mediu 170,02 mg/m3.

Segundo Gonçalves, o dióxido de nitrogênio é um gás tóxico, que irrita e reage com todas as partes expostas do corpo, principalmente os pulmões e vias respiratórias, que são mais sensíveis. Assim, dependendo da concentração, o poluente pode causar tosse, ardência no nariz, nos olhos e nas mucosas em geral, além de diminuir a resistência a infecções respiratórias.

As concentrações dos outros poluentes também aumentaram na pesquisa, mas seguem bem abaixo dos respectivos limites. "O objetivo foi mostrar que é preciso usar métodos mais realistas. Se os meus resultados e os da consultora fossem semelhantes, estaria tudo bem. Mas não foi bem assim", afirma o pesquisador.

Para fazer o Exame de Dispersão de Poluentes - parte do EIA sobre a qual se concentrou o mestrado - a empresa considerou o terreno plano e um "hipotético" dia mais crítico do ano. Gonçalves considerou o terreno complexo (relevo real), tomando áreas quadradas de 500 por 500 metros para obter o perfil da área de influência dos poluentes, de 20 por 20 km ao redor das chaminés. Para o clima, utilizou os arquivos meteorológicos por hora dos anos de 1997 e 1998, da Estação Meteorológica do Aeroporto de Congonhas - o relatório da consultora foi apresentado em outubro de 1997.

Outro problema citado pelo engenheiro foi que a consultora mediu somente três dos seis poluentes recomendados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico (Cetesb). Além do NO2, principal poluente do grupo dos óxidos de nitrogênio (NOx), do monóxido de carbono (CO) e dos compostos orgânicos totais (TOC-hidrocarbonetos), analisados pela empresa, também se recomenda medir o dióxido de enxofre (SO2), os materiais particulados (MP) e os compostos orgânicos voláteis (VOC).

Falta de dados
O autor da pesquisa recomenda cuidados com os dados de entrada das simulações, buscando-se, por exemplo, os arquivos topográficos e meteorológicos. Neste aspecto, considera que deve ser criada uma Rede Nacional de Dados Meteorológicos, que não há no Brasil. "No caso de São Paulo, não há tanto problema, pois há mais fontes de dados. Mas em geral não, e isso faz com que se tenha que obter os dados de empresas americanas," conta. "A gente fica dependente delas e tem que pagar por isso."

O engenheiro começou seu trabalho em 2000, tendo em vista a importância das usinas termelétricas na época, quando foi lançado pelo Governo Federal o Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT), e já havia críticas em relação ao potencial de impacto ambiental, principalmente atmosférico, desse tipo de usina.

Mais informações: (0XX13) 9145-3673, ou pelo e-mail a.goncalves.c@uol.com.br



Itaú Cultural discute com professores da USP linguagem e educação nos jogos eletrônicos

Maurício Kanno

Os jogos eletrônicos motivam o aprendizado sendo, portanto, educativos, como pensam os especialistas da USP Carlos Seabra, da Escola do Futuro, e Gílson Schwartz, do projeto Cidade do Conhecimento. Mas há os que podem ser nocivos, como explica a professora Maria Isabel da Silva Leme, do Instituto de Psicologia (IP). "Principalmente os que lidam com violência, pois passam a mensagem de que não é condenável brincar com este tipo de coisa".

Esses jogos são temas de debates na exposição Games o Quê, que acontece no Itaú Cultural em São Paulo. Além de mostrar uma discussão histórica sobre os jogos, desde Space Invaders, do sistema Atari, até Enter the Matrix, do avançado Playstation, o evento mostra como os jovens são realmente atraídos por eles, já que todos podem jogar de graça na exposição.

Para Seabra, que participou de um dos debates da exposição, "se a pessoa for saber mais sobre o assunto depois do jogo, então foi alcançado o objetivo. Educação não é só transmitir conteúdo, é motivação". Além disso, os jogos eletrônicos ainda podem ser trabalhados em pontos mais específicos, se houver um projeto que aproveite suas potencialidades. "O Sim City, jogo que simula a construção de uma cidade, é um bom exemplo. Seria genial com o apoio de um professor de Urbanismo", afirma.

Schwartz, que participará do debate sobre o tema no próximo dia 25, concorda: "para jogar é preciso conhecer determinado universo. Por exemplo, se a pessoa vai jogar num período histórico diferente, então terá de buscar saber sobre a Idade Média, o Egito etc."

"Na verdade, todo jogo é educativo. Basta ver em qual educação você está pensando", diz Seabra. "Até mesmo um jogo de matar marcianos dá destreza. Já se você está ambientado na Segunda Guerra Mundial, está aprendendo a manusear aparelhos de guerra e, ao mesmo tempo, uma realidade histórica."

Linguagem e Violência
A linguagem do jogo também ajuda muito, diz Seabra, pois o jovem desenvolve uma intuição tecnológica, se prepara para as novas tecnologias, com todos os seus aspectos audiovisuais, o conteúdo cognitivo e simbólico.

Para Schwartz, "os jovens acabam tendo o costume de operar várias telas e máquinas, fazer tudo ao mesmo tempo. Chega-se à complexidade de um piloto, de um operador de aeroporto, sendo necessário organizar a atenção, e melhorar certas competências." Comentando ainda sobre os jogos na Internet, diz que "criança que brinca nesses múltiplos canais se torna capaz de fazer algo como eu fiz hoje [o professor deu uma aula virtual na última sexta-feira]. Vai se qualificando para usar essas plataformas digitais, que podem ser usadas em conferências e cirurgias.

Também há estudos citados pela professora Maria Isabel da Silva Leme, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, que relatam ganhos na capacidade de memória, coordenação viso-motora, e criatividade. "Porém, para algumas crianças que têm dificuldade de interpretar corretamente a intenção alheia ou não têm valores claros sobre violência, é prejudicial, por não condenar brincar com esse tipo de coisa."

Seabra já entende que a violência é uma realidade mesmo, não se pode fugir dela, pois é algo natural. Sendo assim, o fato de o jogo permitir que se brinque com ela permite que o jovem não a pratique em seu dia-a-dia, como uma válvula de escape. "No jogo, se percebe o que não se quer ser. As crianças do narcotráfico não tiveram uma infância em que puderam brincar com isso."

A exposição Game o Quê? prossegue até 21 de setembro, de terça a sexta-feira, das 10 às 21 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 19 horas. O Itaú Cultural fica na Av. Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô.

Após o fim da exposição, ainda haverá o debate em que participa Schwartz, Inclusão Digital, no dia 25 deste mês, às 10 horas, na sala Itaú Cultural. A inscrição, gratuita, deve ser feita a partir do dia 23.

Mais informações: (0XX11) 3091-4254, com Carlos Seabra; (0XX11) 3091-4441, com Gilson Schwartz; (0XX11) 3091-4185 ramal 45, com Maria Isabel da Silva Leme




Cursos e Palestras

Eventos do IF
Para esta semana, o Instituto de Física (IF) da USP programa os seguintes eventos:

Na terça-feira (16):

Astrossismologia e o satélite COROT
, com Laerte Andrade, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, às 13 horas;

Razão e método na ciência, com o professor Caetano Ernesto Plastino, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, às 16 horas;

Atalhos gravitacionais num Bulk com singularidade, com a professora Bertha Quadros, do IF, às 17 horas.


Na quarta-feira (17):

Anderson-Stuart model in sodium silicate glasses, com o professor Márcio Nascimento, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), às 15 horas;

Tomografia por emissão: SPECT e PET, com a professora Cecil Chow Robilotta, do IF, às 16 horas;


Na quinta-feira (18):

Solução perturbativa para a equação de Hill quase-periódica: uma análise via técnicas de renormalização, resolução de problemas com Daniel Cortez, do IF, às 11 horas;

Fluidos complexos medidos através de fototérmica, seminário com a professora Suhaila Maluf Shibli, do IF, às 15 horas;

Apresentação da D. F. Vasconcellos S. A. - Óptica e Mecânica de Alta Precisão: Oportunidades de Pesquisa para Físicos,
colóquio com Gabriel Liebesny, às 16 horas.

Todos os eventos são gratuitos e abertos ao público. O IF fica na Rua do Matão, Travessa R, 187, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-6900


Palestra e mesa-redonda na FE
A Faculdade de Educação (FE) da USP realiza, na terça-feira (16), a palestra Lembrança estimulada: uma ferramenta de avaliação de aprendizagem em Museus de ciências, com o doutorando em educação Douglas Falcão.

O evento acontecerá às 9h30, é gratuito e aberto a todos os interessados. No mesmo dia, às 14 horas, Douglas Falcão participará da mesa-redonda Educação e Museus de Ciências, juntamente com a professora Martha Marandino, da FE, e a doutoranda Marília Xavier Cury, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

A FE fica na Av. da Universidade, 308, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-3574


Conversas literárias no Ceuma
Nos meses de setembro, outubro e novembro, o Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP promoverá o ciclo de encontros Conversas literárias na MariAntonia, espaço para debate da influência da literatura na cultura contemporânea.

Em setembro, serão realizados os encontros Onde está a literatura?, com os escritores Paulo Roberto Pires e Marçal Aquino, no dia 15, e A novíssima ficção brasileira, com os escritores Antonio Prata e Santiago Nazarian.

Ambos os encontros acontecerão às 20 horas, e a entrada é franca. O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo.

Mais informações:(0XX11) 3257-2760


Movimento, respiração e canto
Até essa terça-feira (16) estarão abertas as inscrições para o curso Movimento, respiração e canto, promovido pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Voltado para profissionais da arte e interessados em geral, o curso tem como objetivo verificar as relações entre movimento e respiração e como estes aspectos podem auxiliar na emissão da voz.

A taxa é de R$ 180,00 para membros da comunidade USP e R$ 200,00 para o público em geral. A ECA fica na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4345 ou 3816-6239, com Wânia


50 anos do DNA na Estação Ciência
No dia 18, às 20 horas, será realizada na Estação Ciência a palestra Os 50 anos do DNA: passado, presente e futuro, com a professora Lucile Maria Floeter-Winter, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

A entrada na palestra é gratuita, mas pede-se confirmação de presença por telefone ou e-mail até o dia do evento. A Estação Ciência fica na Rua Guaicurus, 1394, Lapa, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3673-7022 ou pelo e-mail eventos@eciencia.usp.br



Agenda Cultural

Amor: urgência emocional
Até 21 de setembro, aos sábados e domingos, o teatro-laboratório da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP receberá a peça Amor: urgência emocional, com os atores Fernanda Gama e Gerson Rege.

A entrada é franca, e as apresentações acontecerão nos sábados, às 19 horas, e nos domingos, às 18 horas. A ECA fica na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4127



Quadro de Avisos


Coletiva sobre o Genoma do Schistosoma mansoni

Nesta segunda-feira (15), às 13 horas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciará os resultados do projeto Genoma do Schistosoma mansoni, que possibilitou o seqüenciamento dos genes do agente causador da esquistossomose. Os resultados terão impacto para a saúde pública, fornecendo informações para o desenvolvimento de vacinas ou tratamentos contra a doença.

Após a solenidade, será realizada entrevista coletiva com a participação do coordenador do projeto, professor Sérgio Verjovski Almeida, do Instituto de Química (IQ) da USP, e com a direção da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O projeto, iniciado em abril de 2001, contou com a participação de cinco unidades da Universidade, além do IQ: o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), a Faculdade de Medicina (FM) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Também participaram o Instituto Butantã e o Instituto Adolfo Lutz.

O evento será no Palácio dos Bandeirantes, na Av. Morumbi, 3500, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3838-4151 / 4176 ou pelo e-mail cunha@fapesp.br, na assessoria de comunicação da Fapesp


Teses e Dissertações

Instiuto de Física

Mestrado

Contribuições da disciplina de elementos e estratégias para o ensino de física no curso de licenciatura do IFUSP. Graziela das Neves. Dia 18, às 14 horas.

O computador, os professores de física e a sala de aula. Marcos Rogério Tofoli. Dia 19, às 9 horas.

Doutorado

Quantização segundo o formalismo BRST-BFV de uma teoria com simetria de gauge e simetria conforme em um espaço-tempo com (d+2) dimensões.
Wilson Pereira do Sacramento. Dia 18, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-6091


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Mestrado

Ácidos biliares como biomarcadores precoces da hepatotoxicidade em trabalhadores expostos a solventes em oficinas de repintura de veículos.
Maria José Nunes de Paiva. Dia 17, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3642


Instituto de Psicologia

Mestrado

O Porco-Espinho, O Menino Do Furacão E Outras Histórias: Quadros De Uma Exposição Psicanalítica. Marcelo Lábaki Agostinho. Dia 22, às 9 horas.

Doutorado

Especificidades da comunicação no trabalho clínico com crianças. Maria Tereza Pinheiro Castelo. Dia 19, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-4302


Escola de Engenharia de São Carlos

Mestrado

Avaliação de critérios de falhas de compósitos poliméricos reforçados aplicados a vigas sob carregamento de flexão. Gilberto Pereira de Souza. Dia 15, às 14 horas.

Mais informações: (0XX16) 273-9235/9250


Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Mestrado

A neutralidade monetária de longo prazo no Brasil: uma análise simulatória utilizando índices de agregados monetários. Guilherme de Oliveira Lima Cagliari Marques. Dia 22, às 16 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-5862


Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Doutorado

Estudo comparativo em crianças com e sem fissura labiopalatina através do protocolo de triagem do desenvolvimento de linguagem até 3 anos de idade. Vera Helena Valente Leirião. Dia 20, às 9 horas.

Mais informações: (0XX14) 235-8434


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