Destaques
Arquivo original da censura sobre peças teatrais está
sendo catalogado na ECA
Lucas Oliveira Telles
Desde o início de 2002, uma equipe da Escola de Comunicações e Artes
(ECA) da USP está montando um banco de dados com informações extraídas
do arquivo da censura paulista sobre peças de teatro, que entraram
no processo de liberação entre os anos de 1939 e 1970.
O material produzido terá os títulos e resumos de todas as peças,
informações sobre o gênero a que cada uma pertence, nomes de autores,
diretores, atores, músicos e outras pessoas envolvidas na produção.
Além disso, os locais e datas de exibição, datas presentes
nos processos, nomes dos censores, dos órgãos oficiais, comentários
e resultados da censura e outras considerações acerca de cada caso.
Os 6.137 processos do arquivo são compostos pelas peças - algumas
delas inéditas de artistas como o Palhaço Piolin e Manuel da Nóbrega
-, informações sobre as montagens, as autorizações dadas pela Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) e documentos adicionados por
dezenas de denominações de órgãos de censura, estaduais e federais,
que atuaram no Estado durante os governos do período.
"O controle era amplo e irrestrito. Desde as escolas e clubes que
quisessem encenar uma peça de final de ano até as grandes companhias
internacionais tinham de se submeter. Então temos todo o teatro desse
tempo documentado aqui", comenta a professora Maria Cristina Castilho
Costa, coordenadora do projeto.
Não existem registros sobre a ida dos processos para a ECA. "Ex-alunos
do professor Miroel Silveira contam que ele guardava o arquivo como
um segredo. Quando acabou a censura, por volta de 1985, ele soube
que o material seria queimado, foi ao DDP e trouxe tudo para a ECA.
No entanto, ninguém tem certeza de como isso aconteceu", conta Cristina.
O escritor e crítico teatral Miroel Silveira foi professor
do Departamento de Artes Cênicas da ECA e morreu em 1988. Depois
de catalogados e digitalizados, os processos deverão ser entregues
ao Arquivo do Estado.
"Bois de piranha"
A pesquisa de Cristina Costa sobre o arquivo diz respeito ao processo
da censura. "O que acontecia era uma longa negociação, que começava
quando o empresário pedia a liberação da peça, que ia para um censor
e voltava. Depois o censor assistia a um ensaio, para avaliar gestos
e roupas. Apresentado o espetáculo, o público também podia pedir a
censura, que às vezes passava a instâncias superiores."
Na opinião da pesquisadora, o processo era possivelmente um
ritual invariável. "Às vezes uma peça de duzentas páginas
tinha duas palavras riscadas, que o autor já sabia que eram proibidas.
É possível que essas palavras fossem colocadas para
serem cortadas no lugar das outras, como bois de piranha", comenta
Cristina.
Além da censura e teatro, Cristina Costa aponta outros temas que podem
ser abordados pelo arquivo, como expressões de época, o papel das
mulheres, a relação do teatro com o cinema, televisão e rádio e todos
os grupos estrangeiros, de alemães, lituanos, italianos, espanhóis,
que faziam teatro amador para preservar suas línguas e culturas.
Mais informações: (0XX11) 9976-8213, com Cristina Costa ou pelo
e-mail criscast@ajato.com.br
Imagem da capa: Francisco Emolo
Poli é única faculdade de Engenharia fora da
Europa em associação
Maurício Kanno
As possibilidades de relações internacionais para os
alunos e docentes da Escola Politécnica (Poli) da USP aumentaram
desde o mês passado. A faculdade foi a primeira não-européia
a integrar a associação Top Industrial Managers Europe
(T.I.M.E.), que reúne as mais destacadas escolas de Engenharia
européias.
Segundo o diretor da Poli, professor Vahan Agopyan, o principal benefício
será a extensão dos convênios para o Diploma Duplo.
"É uma forma de obter diploma de engenheiro tanto na Poli
como em uma faculdade européia, cursando dois anos extras lá",
informa Agopyan. A primeira turma com duplo diploma da Poli deve se
formar em 2004, enquanto um aluno francês já se formou
ano passado aqui. Além disso, há hoje na Escola Politécnica
alunos de oito escolas francesas com o mesmo objetivo.
"De cerca de dez escolas com as quais já temos esse convênio,
passamos para cerca de 46", conta o diretor. O normal é
que, a cada vez que se tenta mais um convênio, se passe por
todo um processo de reconhecimento da Poli. Mas agora ela se tornou
automaticamente reconhecida pelas 40 faculdades do T.I.M.E - depois
do último dia 10, são 43 escolas, com a USP.
E os benefícios são para todos da Poli, de acordo com
o diretor: "mais possibilidades de estágio ou intercâmbio
para os alunos de graduação, além de parcerias
de pesquisa ou trabalhos para os alunos de pós-graduação
e para os docentes." Segundo ele, a maior parte dos convênios,
que antes eram estabelecidos de modo pontual, entre determinado professor
daqui e outro de uma faculdade européia, agora pode ser mais
facilmente estabelecido entre departamentos ou instituições
inteiras.
Distinção na Europa
"Nossas oportunidades estão abertas não somente
com as escolas pertencentes ao T.I.M.E., mas também com as
outras que, vendo a nossa distinção alcançada
com a entrada nessa associação, muito seletiva, também
querem firmar acordos conosco", completa Agopyan.
Agopyan e o diretor da Comissão de Relações Internacionais
da Poli, Adnei de Andrade, foram defender a candidatura da escola
em Atenas, Grécia, no último dia 10 de outubro, quando
houve a inclusão. A associação teve que mudar
sua legislação para abrigar uma faculdade não-européia,
enquanto candidatas daquele continente foram recusadas.
"Com a entrada da Poli na associação, a faculdade
e a USP ficam reconhecidas como escola de ponta; é como se
tivessem um selo de qualidade internacional", resume o diretor.
A T.I.M.E. abrange escolas de Engenharia de países de praticamente
toda a Europa, desde Portugal, França, Alemanha até
Turquia, Grécia e Rússia. A sua estrutura é descentralizada,
mas conta com uma secretaria na França, e a presidência
atual, rotativa, é italiana.
No próximo dia 3 de dezembro, às 15 horas, acontece
um evento de comemoração da entrada da Poli no T.I.M.E.,
no Anfiteatro do Prédio Eng. Mário Covas Jr. da Faculdade.
Mais informações: (0XX11) 3091-5221 / 5405, na diretoria da Poli,
ou (0XX11) 3091-5295, em sua assessoria de imprensa
Cursos e Palestras
Jornada de Psicanálise
As inscrições com desconto para a Jornada
de Psicanálise Pura e Aplicada vão até a
próxima sexta-feira (7). Ela ocorrerá no Anfiteatro
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de
Medicina (FM) da USP, em 14 e 15 de novembro, iniciando-se às
20 horas no primeiro dia e às 10 horas no segundo.
A Jornada é realizada pela Escola Brasileira de Psicanálise,
e contará com a participação de vários
professores da USP, além de Serge Cottet, psicanalista em Paris
e professor na Universidade de Paris VIII.
As inscrições custam R$ 150,00 até o dia 7, exceto
para alunos de graduação e dos institutos de psicanálise
e psiquiatria, para os quais é de R$ 80,00; De 8 a 13 de novembro,
o valor é R$ 180,00 para todos; e R$ 200,00 na abertura do
evento. O HC fica na Av. Dr. Enéas de
Carvalho Aguiar, 255, Cerqueira César, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3081-1088 / 3891-1384,
ou ebpsp@uol.com.br, na Escola
Brasileira de Psicanálise
A Universidade e a transformação social
A Coordenadoria de extensão do Centro Acadêmico
Rocha Lima (CARL) realizará, entre os dias 14 e 15, no Conjunto
de Anfiteatros da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP)
da USP, o seu 1º Fórum de Extensão Universitária,
com o tema "A Universidade e a Transformação Social".
No encontro serão discutidos o papel e a responsabilidade social
da extensão universitária na Universidade e as questões
que devem ser consideradas em projetos de extensão.
O evento é voltado a alunos, docentes, funcionários
e comunidade universitária em geral, e visa à discussão
inicial e ao estabelecimento dos conhecimentos relativos à
extensão. As inscrições custam R$ 3,00, para
sócios do CARL, e R$ 5,00, para não-sócios, e
podem ser feitas até
o dia do evento no próprio Centro Acadêmico, ou através
de depósito bancário e envio da ficha de inscrição
preenchida via fax. O Centro Acadêmico Rocha Lima fica na Av.
Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.
Mais informações: (0XX16) 633-1121 / 602-3171
Introdução à Arqueologia Subaquática
As inscrições para o curso Introdução
à Arqueologia Subaquática vão de 17 a 27
de novembro. Ele é oferecido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia
(MAE) da USP, e será realizado de 1º a 5 de dezembro,
ministrado por Gilson Rambelli, doutorando do MAE, com a supervisão
de Maria Cristina Mineiro Scatamacchia, docente do museu.
Pretende-se apresentar aos interessados pela temática, arqueólogos
ou não, uma visão geral da arqueologia subaquática,
como seu histórico, métodos e técnicas, e principalmente,
as questões patrimoniais relativas à gestão e
à proteção dos bens culturais submersos em águas
brasileiras.
O curso custa R$ 40,00. Alunos de graduação e pós-graduação
da Universidade têm 50% de desconto. O MAE fica na Av. Prof.
Almeida Prado, 1466, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-4906 / 5070 ou pelo
e-mail sacadmae@edu.usp.br
Cátedra Unesco discute genocídio armênio
A Cátedra Unesco de Educação para a
Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, sediada no Instituto
de Estudos Avançados (IEA) da USP, promove o encontro O
Genocídio Armênio, no dia 19 de novembro, das 10
às 12 horas.
Haverá a participação de Hagop Kechichian, doutor
em História pela USP e autor de vários livros sobre
a questão armênia, e Guido Soares, professor de direito
internacional da Faculdade de Direito (FD) da USP. O evento terá
a direção do jurista Dalmo Dallari, da FD e coordenador
da Cátedra Unesco.
O encontro pretende difundir o conhecimento das circunstâncias
históricas do genocídio do povo armênio, ocorrido
em 1915, e ressaltar sua influência para o despertar da consciência
do mundo para a necessidade de respeito às diferenças
culturais. Também haverá um enfoque histórico,
com análises sobre os aspectos jurídicos e sociais e
suas decorrências, inclusive sua influência na elaboração
de documentos internacionais visando coibir a prática do genocídio.
O evento acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva do
IEA, que fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, 374, térreo,
Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3091-3919 / 4442
Teses e Dissertações
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Mestrado
Método de custeio ABC no setor público: um estudo de sua aplicabilidade
nas unidades de ensino fundamental. Adail José de Sousa. Dia 12,
às 14h30.
Procedimentos de auditoria governamental: uma contribuição aos
programas da auditoria orçamentária e financeira em entidades da administração
direta municipal. Severino Cesário de Lima.Dia 12, às 9h30.
O papel da oferta de trabalho no comportamento dos retornos à educação
no Brasil. Alexandre Augusto Seijas de Andrade. Dia 13, às 14h30.
Mais informações: (0XX11) 3091-5862
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Mestrado
Surto de infecção hospitalar causado por 'Klebsiella pneumoniae'
produtora de ESBL em uma UTI-neonatal: análise e impacto das medidas
de controle. Emerson Danguy Cavassin. Dia 12, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-3661
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Mestrado
Perfil de variação de imunoglobulinas no trato respiratório de
bezerros holandeses sadios durante o primeiro mês de vida. Heloisa
Godoi Bertagnon. Dia 11, às 14 horas.
Doutorado
Ação do N-acetilmuramil-L-alanil-D-isoglutamina (MDP) na regeneração
nervosa periférica. Estudo experimental em camundongos. Ana Paula
Inoe Tomazini. Dia 14, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-7667
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