São Paulo, 05/11/2003 - Boletim nº 1309
teatro
Arquivo da censura conta a história
do teatro paulista

Equipe da ECA está fazendo um banco
de dados com as informações presentes
nos processos de censura sobre peças
de teatro, de 1939 a 1970
leia...
Poli estende seus vínculos
com o exterior
IEA discute genocídio
armênio

       
veja também: Cursos e Palestras  |  Agenda Cultural  |  Publicações  |  Quadro de Avisos
visite nosso site: www.usp.br/agenciausp


A reprodução do conteúdo informativo desse boletim em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou
impresso, é permitida mediante a citação nominal da Agência USP de Notícias como sua fonte
de origem.


Destaques

Arquivo original da censura sobre peças teatrais está sendo catalogado na ECA

Lucas Oliveira Telles

Desde o início de 2002, uma equipe da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP está montando um banco de dados com informações extraídas do arquivo da censura paulista sobre peças de teatro, que entraram no processo de liberação entre os anos de 1939 e 1970.

O material produzido terá os títulos e resumos de todas as peças, informações sobre o gênero a que cada uma pertence, nomes de autores, diretores, atores, músicos e outras pessoas envolvidas na produção. Além disso, os locais e datas de exibição, datas presentes nos processos, nomes dos censores, dos órgãos oficiais, comentários e resultados da censura e outras considerações acerca de cada caso.

Os 6.137 processos do arquivo são compostos pelas peças - algumas delas inéditas de artistas como o Palhaço Piolin e Manuel da Nóbrega -, informações sobre as montagens, as autorizações dadas pela Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) e documentos adicionados por dezenas de denominações de órgãos de censura, estaduais e federais, que atuaram no Estado durante os governos do período.

"O controle era amplo e irrestrito. Desde as escolas e clubes que quisessem encenar uma peça de final de ano até as grandes companhias internacionais tinham de se submeter. Então temos todo o teatro desse tempo documentado aqui", comenta a professora Maria Cristina Castilho Costa, coordenadora do projeto.

Não existem registros sobre a ida dos processos para a ECA. "Ex-alunos do professor Miroel Silveira contam que ele guardava o arquivo como um segredo. Quando acabou a censura, por volta de 1985, ele soube que o material seria queimado, foi ao DDP e trouxe tudo para a ECA. No entanto, ninguém tem certeza de como isso aconteceu", conta Cristina.

O escritor e crítico teatral Miroel Silveira foi professor do Departamento de Artes Cênicas da ECA e morreu em 1988. Depois de catalogados e digitalizados, os processos deverão ser entregues ao Arquivo do Estado.

"Bois de piranha"
A pesquisa de Cristina Costa sobre o arquivo diz respeito ao processo da censura. "O que acontecia era uma longa negociação, que começava quando o empresário pedia a liberação da peça, que ia para um censor e voltava. Depois o censor assistia a um ensaio, para avaliar gestos e roupas. Apresentado o espetáculo, o público também podia pedir a censura, que às vezes passava a instâncias superiores."

Na opinião da pesquisadora, o processo era possivelmente um ritual invariável. "Às vezes uma peça de duzentas páginas tinha duas palavras riscadas, que o autor já sabia que eram proibidas. É possível que essas palavras fossem colocadas para serem cortadas no lugar das outras, como bois de piranha", comenta Cristina.

Além da censura e teatro, Cristina Costa aponta outros temas que podem ser abordados pelo arquivo, como expressões de época, o papel das mulheres, a relação do teatro com o cinema, televisão e rádio e todos os grupos estrangeiros, de alemães, lituanos, italianos, espanhóis, que faziam teatro amador para preservar suas línguas e culturas.

Mais informações: (0XX11) 9976-8213, com Cristina Costa ou pelo e-mail criscast@ajato.com.br

Imagem da capa: Francisco Emolo




Poli é única faculdade de Engenharia fora da Europa em associação

Maurício Kanno

As possibilidades de relações internacionais para os alunos e docentes da Escola Politécnica (Poli) da USP aumentaram desde o mês passado. A faculdade foi a primeira não-européia a integrar a associação Top Industrial Managers Europe (T.I.M.E.), que reúne as mais destacadas escolas de Engenharia européias.

Segundo o diretor da Poli, professor Vahan Agopyan, o principal benefício será a extensão dos convênios para o Diploma Duplo. "É uma forma de obter diploma de engenheiro tanto na Poli como em uma faculdade européia, cursando dois anos extras lá", informa Agopyan. A primeira turma com duplo diploma da Poli deve se formar em 2004, enquanto um aluno francês já se formou ano passado aqui. Além disso, há hoje na Escola Politécnica alunos de oito escolas francesas com o mesmo objetivo.

"De cerca de dez escolas com as quais já temos esse convênio, passamos para cerca de 46", conta o diretor. O normal é que, a cada vez que se tenta mais um convênio, se passe por todo um processo de reconhecimento da Poli. Mas agora ela se tornou automaticamente reconhecida pelas 40 faculdades do T.I.M.E - depois do último dia 10, são 43 escolas, com a USP.

E os benefícios são para todos da Poli, de acordo com o diretor: "mais possibilidades de estágio ou intercâmbio para os alunos de graduação, além de parcerias de pesquisa ou trabalhos para os alunos de pós-graduação e para os docentes." Segundo ele, a maior parte dos convênios, que antes eram estabelecidos de modo pontual, entre determinado professor daqui e outro de uma faculdade européia, agora pode ser mais facilmente estabelecido entre departamentos ou instituições inteiras.

Distinção na Europa
"Nossas oportunidades estão abertas não somente com as escolas pertencentes ao T.I.M.E., mas também com as outras que, vendo a nossa distinção alcançada com a entrada nessa associação, muito seletiva, também querem firmar acordos conosco", completa Agopyan.

Agopyan e o diretor da Comissão de Relações Internacionais da Poli, Adnei de Andrade, foram defender a candidatura da escola em Atenas, Grécia, no último dia 10 de outubro, quando houve a inclusão. A associação teve que mudar sua legislação para abrigar uma faculdade não-européia, enquanto candidatas daquele continente foram recusadas.

"Com a entrada da Poli na associação, a faculdade e a USP ficam reconhecidas como escola de ponta; é como se tivessem um selo de qualidade internacional", resume o diretor.

A T.I.M.E. abrange escolas de Engenharia de países de praticamente toda a Europa, desde Portugal, França, Alemanha até Turquia, Grécia e Rússia. A sua estrutura é descentralizada, mas conta com uma secretaria na França, e a presidência atual, rotativa, é italiana.

No próximo dia 3 de dezembro, às 15 horas, acontece um evento de comemoração da entrada da Poli no T.I.M.E., no Anfiteatro do Prédio Eng. Mário Covas Jr. da Faculdade.

Mais informações: (0XX11) 3091-5221 / 5405, na diretoria da Poli, ou (0XX11) 3091-5295, em sua assessoria de imprensa




Cursos e Palestras

Jornada de Psicanálise
As inscrições com desconto para a Jornada de Psicanálise Pura e Aplicada vão até a próxima sexta-feira (7). Ela ocorrerá no Anfiteatro de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, em 14 e 15 de novembro, iniciando-se às 20 horas no primeiro dia e às 10 horas no segundo.

A Jornada é realizada pela Escola Brasileira de Psicanálise, e contará com a participação de vários professores da USP, além de Serge Cottet, psicanalista em Paris e professor na Universidade de Paris VIII.

As inscrições custam R$ 150,00 até o dia 7, exceto para alunos de graduação e dos institutos de psicanálise e psiquiatria, para os quais é de R$ 80,00; De 8 a 13 de novembro, o valor é R$ 180,00 para todos; e R$ 200,00 na abertura do evento. O HC fica na Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, Cerqueira César, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3081-1088 / 3891-1384, ou ebpsp@uol.com.br, na Escola Brasileira de Psicanálise



A Universidade e a transformação social
A Coordenadoria de extensão do Centro Acadêmico Rocha Lima (CARL) realizará, entre os dias 14 e 15, no Conjunto de Anfiteatros da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o seu 1º Fórum de Extensão Universitária, com o tema "A Universidade e a Transformação Social". No encontro serão discutidos o papel e a responsabilidade social da extensão universitária na Universidade e as questões que devem ser consideradas em projetos de extensão.

O evento é voltado a alunos, docentes, funcionários e comunidade universitária em geral, e visa à discussão inicial e ao estabelecimento dos conhecimentos relativos à extensão. As inscrições custam R$ 3,00, para sócios do CARL, e R$ 5,00, para não-sócios, e podem ser feitas até o dia do evento no próprio Centro Acadêmico, ou através de depósito bancário e envio da ficha de inscrição preenchida via fax. O Centro Acadêmico Rocha Lima fica na Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto.

Mais informações: (0XX16) 633-1121 / 602-3171



Introdução à Arqueologia Subaquática
As inscrições para o curso Introdução à Arqueologia Subaquática vão de 17 a 27 de novembro. Ele é oferecido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, e será realizado de 1º a 5 de dezembro, ministrado por Gilson Rambelli, doutorando do MAE, com a supervisão de Maria Cristina Mineiro Scatamacchia, docente do museu.

Pretende-se apresentar aos interessados pela temática, arqueólogos ou não, uma visão geral da arqueologia subaquática, como seu histórico, métodos e técnicas, e principalmente, as questões patrimoniais relativas à gestão e à proteção dos bens culturais submersos em águas brasileiras.

O curso custa R$ 40,00. Alunos de graduação e pós-graduação da Universidade têm 50% de desconto. O MAE fica na Av. Prof. Almeida Prado, 1466, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4906 / 5070 ou pelo e-mail sacadmae@edu.usp.br



Cátedra Unesco discute genocídio armênio
A Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, sediada no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, promove o encontro O Genocídio Armênio, no dia 19 de novembro, das 10 às 12 horas.

Haverá a participação de Hagop Kechichian, doutor em História pela USP e autor de vários livros sobre a questão armênia, e Guido Soares, professor de direito internacional da Faculdade de Direito (FD) da USP. O evento terá a direção do jurista Dalmo Dallari, da FD e coordenador da Cátedra Unesco.

O encontro pretende difundir o conhecimento das circunstâncias históricas do genocídio do povo armênio, ocorrido em 1915, e ressaltar sua influência para o despertar da consciência do mundo para a necessidade de respeito às diferenças culturais. Também haverá um enfoque histórico, com análises sobre os aspectos jurídicos e sociais e suas decorrências, inclusive sua influência na elaboração de documentos internacionais visando coibir a prática do genocídio.

O evento acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva do IEA, que fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-3919 / 4442



Teses e Dissertações

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Mestrado

Método de custeio ABC no setor público: um estudo de sua aplicabilidade nas unidades de ensino fundamental. Adail José de Sousa. Dia 12, às 14h30.

Procedimentos de auditoria governamental: uma contribuição aos programas da auditoria orçamentária e financeira em entidades da administração direta municipal. Severino Cesário de Lima.Dia 12, às 9h30.

O papel da oferta de trabalho no comportamento dos retornos à educação no Brasil. Alexandre Augusto Seijas de Andrade. Dia 13, às 14h30.

Mais informações: (0XX11) 3091-5862


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Mestrado

Surto de infecção hospitalar causado por 'Klebsiella pneumoniae' produtora de ESBL em uma UTI-neonatal: análise e impacto das medidas de controle. Emerson Danguy Cavassin. Dia 12, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3661


Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Mestrado

Perfil de variação de imunoglobulinas no trato respiratório de bezerros holandeses sadios durante o primeiro mês de vida. Heloisa Godoi Bertagnon. Dia 11, às 14 horas.

Doutorado

Ação do N-acetilmuramil-L-alanil-D-isoglutamina (MDP) na regeneração nervosa periférica. Estudo experimental em camundongos. Ana Paula Inoe Tomazini. Dia 14, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-7667



sobre a Agência USP de Notícias |  direitos autorais |  créditos |  mande um email

Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J,n.374 Sala 244 CEP05586-000 São Paulo Brasil
(00XX11) 3091-4411  agenusp@usp.br