Destaques
Variedade com DNA modificado pode
resistir à principal doença dos pimentais
Simone Harnik
O Brasil é um dos maiores produtores de pimenta-do-reino, oscilando
entre a segunda e terceira posição no mercado mundial.
Das 50 mil toneladas por ano, o País exporta 45 mil, principalmente
para a Europa e para os Estados Unidos.
No entanto, a pimenta cultivada é vulnerável a uma doença
chamada fusariose, que destrói os pimentais com mais de seis
anos de vida. Para conseguir uma variedade mais resistente, uma pesquisa
apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da USP de Piracicaba buscou o melhoramento genético
da pimenteira.
O responsável pelo estudo foi o pesquisador Oriel Filgueira
de Lemos, que trabalhou com a variedade Cingapura da pimenteira-do-reino,
cuja espécie é a Piper nigrum. Ela foi introduzida
no País em 1933 por imigrantes japoneses e, desde então
vem sendo cultivada principalmente pelos estados do Pará (com
90% da produção nacional), Espírito Santo, Bahia
e Paraíba.
Segundo o pesquisador, há pouca variabilidade genética
na pimenta-do-reino. "Existem apenas sete cultivares, ou seja,
plantas com características morfológicas diferentes,
na espécie Piper nigrum", conta Lemos. "E todas elas
são suscetíveis ao fungo Fusarium solani, que
causa a doença", afirma.
Até o momento do estudo, não eram conhecidos genes resistentes
ao fungo em outras plantas ou animais. Isso significa que a técnica
da transgenia não podia ser empregada. Por isso, o pesquisador
buscou criar, por meio de mutações, uma nova variedade.
O agente mutagênico escolhido foi a radiação gama,
emitida pelo radioisótopo Cobalto 60 que, quando em contato
com a planta, provoca alterações no DNA.
Procedimentos
"O primeiro passo foi descobrir a dosagem adequada de radiação.
Era preciso encontrar a quantidade ideal, que causasse danos e alterações,
mas não matasse todas as células da planta", explica.
Depois de encontrar a dose de radiação necessária
e gerar a variabilidade de plantas, Lemos buscou a multiplicação
do material que sofreu mutação. Ela foi realizada in
vitro, pela técnica de micropropagação. O material
foi, então, submetido à análise da resistência
à fusariose.
Para separar as mutações, elas foram submetidas às
toxinas do fungo Fusarium solani. O fungo foi cultivado por
28 dias e o líquido que produziu foi colocado em contato com
as plantas, com o DNA modificado. "Algumas delas sobreviveram,
o que indica que elas têm um potencial de serem resistentes
à doença", aponta o pesquisador.
Toda a pesquisa foi realizada no laboratório de melhoramento
de plantas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), da
USP de Piracicaba. "Os próximos passos serão testar
o cultivo das variedades com o DNA modificado em casas de vegetação
(ambientes com condições controladas) e, posteriormente,
levá-las a campo."
Hoje, os pimentais resistem à fusariose até o sexto
ano de vida, em média. "Se as novas variedades da pimenta
conseguirem sobreviver ao fungo por mais dois anos, haverá
grande economia e aumento da produção", garante
Lemos.
Mais informações: (0XX91) 299-4619 ou pelo e-mail oriel@cpatu.embrapa.br
Cursos e Palestras
Curso de verão sobre insetos
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto (FFCLRP) da USP está com inscrições abertas,
até 20 de janeiro de 2004, para o 2º Curso de Verão
em Entomologia, que acontece de 26 de janeiro a 6 de fevereiro.
O objetivo é promover o conhecimento científico das
diversas linhas de pesquisas sobre insetos aos estudantes de graduação
em Ciências Biológicas e Ciências Agrárias.
As inscrições devem ser feitas pelo site. Evento gratuito.
Mais informações: http://www.ffclrp.usp.br/veraoentomologia
Agenda Cultural
História da telefonia na Estação Ciência
A partir deste sábado (13), na Estação Ciência
da USP, interessados em geral poderão visitar a exposição
Bellatrix e o Palácio do Tempo - Uma visita ao início
da telefonia. A mostra, em parceria com a Fundação
Telefônica, trará toda a história do desenvolvimento
tecnológico do telefone - da criação por Graham
Bell (1847-1922) à central telefônica automática
usada em São Paulo de 1928- a partir de games e cenários
interativos.
O evento fica em exposição até o dia 25 de abril
de 2004. A Estação Ciência fica na Rua Guaicurus,
1394, Lapa, e funciona de 3ª a 6ª feira, das 8 às
18 horas, sábados, domingos e feriados, das 13 às18
horas. Entrada franca.
Mais informações: (0XX11) 3673- 7022 ou pelo site
www.eciencia.usp.br
Fotografia de Lata
O Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP está
com inscrições abertas, até o dia 18 - ou até
o preenchimento total das vagas -, para a sua oficina de férias
Fotografia de Lata.
A oficina será coordenada pela fotógrafa e arte-educadora
Inaê Coutinho, que pretende ensinar aos participantes os princípios
óticos da fotografia por meio da construção de
câmeras fotográficas de sucata, as chamadas "pin
hole" ou "buraco de agulha". Após fotografarem
com essas câmeras, os próprios alunos farão o
processamento no laboratório do Ceuma, com a orientação
da coordenadora.
Os encontros acontecerão nos dias 29 de janeiro, 5, 12 e 19
de feveriro, das 14 às 17 horas. A taxa é de R$ 120,00,
alunos e professores têm desconto de 20%, e aposentados 40%.
O Ceuma localiza-se na Rua Maria Antonia, 294, 3º andar - sala
312, Vila Buarque, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3237-1815 ou 3255-7182,
ramal 32
Publicações
Revista Psicologia
Nesta segunda-feira, às 12 horas, na Biblioteca Central do
Instituto de Psicologia (IP) da USP, acontece o lançamento
do segundo número da Revista Psicologia, volume 14.
A revista é voltada para profissionais da área de saúde
mental e interessados na especialidade. O exemplar, publicado semestralmente,
poderá ser adquirido na ocasião por R$ 10,00 e, após
a data, por R$ 15,00, na Biblioteca do IP. O IP fica na Av. Prof.
Mello Moraes, 1721, Cidade Universitária - SP.
Mais informações: (0XX11) 3091- 4190
Teses e Dissertações
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Mestrado
Comparação de diferentes indicadores com método
de coleta total para determinação da digestibilidade
aparente de diferentes dietas para eqüinos. Silvio Couto
Ramos. Dia 18, às 9 horas.
Mais informações: (0XX19) 3565-4300/4041
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Mestrado
As múltiplas faces de A hora e a vez de Augusto Matraga e suas
duas traduções italianas. Nildo Máximo Benedetti.
Dia 18, às 14 horas.
Levantamento arqueológico da área de interflúvio
na área de confluência dos Rios Negro e Solimões,
AM. Luiz Fernando Erig Lima. Dia 19, às 9h30.
Doutorado
A modalidade em redações escritas por aprendizes
brasileiros de alemão. Maria Cristina Reckziegel Guedes
Evangelista. Dia 18, às 13h30.
Marcel Proust escreve "Em busca do tempo perdido" - ou
da arte de erguer catedrais de sorvete. Guilherme Ignácio
da Silva. Dia 18, às 14 horas.
Quilombo, favela e periferia: a longa busca da cidadania. Lourdes
de Fátima Bezerra Carril. Dia 19, às 14 horas.
Monteverdi: humana metodia. Ibaney Chasin. Dia 19, às
14 horas.
A captura do Alto Rio Guaratuba: uma proposta metodológica
para o estudo da evolução do relevo na Serra do Mar,
Boracéia -SP. Déborah de Oliveira. Dia 19, às
14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-4626
Instituto de Psicologia
Mestrado
Percepção de professores do ensino municipal de Ribeirão
Preto - SP sobre a implementação dos Temas Transversais
dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Elke Tiegui Baldo.
Dia 19, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-4302
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