São Paulo, 08/01/2004 - Boletim nº 1345
USP 70 anos
USP é referência em cirurgia
de implante coclear no Brasil

No Centrinho sâo feitos implantes capazes de transformar sons em sinais elétricos que são codificados e enviados ao cérebro, dando ao paciente sensação auditiva
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Curso Intensivo de Idiomas
é realizado na ECA

Ciclo de exposições 2003
no Maria Antonia

       
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Destaques

Centrinho realiza via SUS 80% dos implantes cocleares do País

Valéria Dias

Imagine uma pessoa diagnosticada com uma deficiência auditiva grave ou severa a ponto de não poder usar os aparelhos de amplificação sonora comuns. É para esses pacientes que o Hospital de Reabilitação de Anomalias Cranio-Faciais (HRAC / Centrinho), da USP em Bauru, indica o implante coclear multicanal, prótese computadorizada também conhecida como "ouvido biônico".

O implante é formado por componentes internos e externos que substituem o órgão de Corti (órgão sensorial da audição). Os eletrodos do implante estimulam diferentes partes da cóclea (região do Corti), transformando energia sonora em sinais elétricos. Estes sinais são codificados e enviados ao córtex cerebral, o que possibilita ao paciente uma sensação auditiva.

"Uma das primeiras pacientes que recebeu o implante me disse certa vez que somente conseguiu entender o porquê de um certo passarinho se chamar bem-te-vi após ter feito a cirurgia", conta a fonoaudióloga Maria Cecília Bevilácqua, do Centro de Pesquisas Audiológicas (CPA) do Centrinho e professora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB).

Desde 1990 foram realizadas no HRAC aproximadamente 400 cirurgias, desde em crianças com idade de um ano até em idosos. É um procedimento caro que na rede particular pode chegar a até R$ 80 mil (R$ 60 mil da prótese e R$ 20 mil da cirurgia), sendo que, no Centrinho, são feitos 80% dos implantes cocleares do Brasil via Sistema Único de Saúde (SUS).

A operação é realizada com anestesia geral e dura de duas a três horas. Mas o paciente só passa a ter a sensação auditiva após o período de recuperação, de cerca de 45 dias, quando o implante será ativado. "Só então começamos a contar a idade auditiva dele", explica Maria Cecília Bevilácqua.

De acordo com fonoaudióloga, o aparelho é ligado por meio de um sistema de computação que passa dados e corrente elétrica para o implante. Esses dados precisam ser programados porque o sistema auditivo é individual e os ajustes devem ser feitos um a um. "A partir daí o paciente precisará ser acompanhado para aprender o significado dos sons", conta.

O acompanhamento, segundo a fonoaudióloga, inclui avaliações psicoacústicas e eletrofisiológicas. Em crianças a partir de um ano, é feito a cada dois meses; em adultos, quatro. Gradativamente, o acompanhamento será de duas vezes ao ano para crianças e uma vez ao ano para adultos.

Nesse aspecto, Maria Cecília destaca a importância de uma equipe multiprofissional que auxiliará o paciente na atribuição de significados ao mundo sonoro. Entre os profissionais envolvidos estão fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, assistentes sociais, psicólogos, etc. "O Centrinho é um modelo em resultados clínicos, pois realiza acompanhamento clínico em 100% dos casos." O Hospital conta atualmente com uma rede informal de cerca de 60 fonoaudiólogos que fazem o acompanhamento de implantados em diversas partes do Brasil.

O implante
"Mas infelizmente nem todo surdo pode usar esse implante", conta Orozimbo Alves da Costa Filho, médico do Centrinho e professor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. "Existem vários graus e tipos de deficiência auditiva e a cirurgia somente é feita segundo um protocolo com critérios que precisam ser observados."

Costa Filho também explica que uma das diferenças entre o implante e os aparelhos amplificadores comuns - usados pela maioria dos surdos - é que estes últimos não amplificam muito bem as freqüências agudas, onde estão mais de 70% das consoantes. Além disso, o "ouvido biônico" é implantado dentro do ouvido, por meio cirúrgico.

A parte interna do sistema é colocada por trás da orelha (pavilhão auricular), sob a pele. É composta por um magneto, um receptor-estimulador e um cabo com filamento de eletrodos de 22 canais que se estende desde o receptor-estimulador até a cóclea, e mais dois eletrodos de retorno.

A parte externa inclui um processador de fala (cuja tendência é a miniaturização), responsável por selecionar e codificar os sons mais importantes para a sensação auditiva. Há também um microfone, sustentado por uma pequena caixa, adaptada junto à parte posterior do pavilhão auricular que capta o som ambiental. Um pequeno cabo faz a ligação com o processador de fala. Outro componente é a bobina (antena) transmissora e cabos: mantém-se fixa, externamente, sobre o receptor-estimulador interno por meio de 2 magnetos.

Sensação auditiva
O som entra no sistema pelo pequeno microfone retroauricular e é enviado ao processador de fala através do fino cabo que os liga. O processador seleciona e codifica os elementos dos sons. Estes códigos eletrônicos são reenviados pelos finos cabos para o transmissor. A antena transmissora, um anel recoberto de plástico, com cerca de 33 milímetros (mm) de diâmetro, envia os códigos através da pele para o receptor-estimulador através de rádio-freqüência.

O receptor-estimulador contém um circuito integrado que converte os códigos em sinais eletrônicos especiais e os envia pelo filamento de eletrodos, conectados por meio de um fino cabo ao receptor-estimulador. Os sinais eletrônicos codificados são enviados a eletrodos específicos, programados separadamente para transmitir sons que variam em intensidade e freqüência. Estes eletrodos estimulam fibras nervosas específicas que enviam as mensagens ao cérebro. O cérebro recebe os sinais e os intepreta, experimentando-se, então, uma "sensação de audição."

O implante coclear multicanal usado pelo Centrinho é importado dos Estados Unidos, Áustria ou Austrália. É biocompatível (não causa rejeição), além de ser aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) - órgão norte-americano que regulamenta o uso de alimentos e medicamentos - para ser usado também em crianças.

Mais informações: (0XX14) 3234-2280 no CPA ou 3235-8156, na assessoria de imprensa do Centrinho. E-mail cpa@centrinho.usp.br



Cursos e Palestras

Intensivo de idiomas na ECA
Para as férias, a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP está com inscrições abertas até o dia 12 de janeiro para os Cursos Intensivo de Inglês, Espanhol e Francês, realizados no período de 14 de janeiro a 19 de fevereiro de 2004. São oferecidas vagas limitadas para os níveis básico e intermediário, em turmas de cinco a doze alunos por sala. O valor de cada módulo é de R$ 320,00 para alunos e funcionários da ECA ou do Instituto de Física, R$ 340,00 para demais unidades da USP, R$ 360,00 para comunidade externa e interessados da 3ª idade e professores da rede pública pagam R$ 280,00. Todos os valores podem ser parcelados em até duas vezes.

A ECA fica na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4022, e-mail idiomas@edu.usp.br, ou pelo site http://www.eca.usp.br/idiomas


Natação para crianças e adultos na EEFE
A Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP está com inscrições abertas, até dia 9, para as vagas remanescentes dos cursos de natação direcionados a crianças e adultos. São eles Aprendendo a Nadar (para crianças de 06 a 09 anos), Natação para Crianças de 08 a 10 anos e Natação para Adultos de 30 a 59 anos. O número de vagas varia de acordo com o nível e com o horário do curso, e o preço é de R$ 180,00 à vista (parceláveis em 2x R$ 94,00 ou 4x R$ 49,00) para qualquer um deles.

As inscrições devem ser feitas na própria EEFE, à Av. Prof. Mello de Moraes, 65, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-3182 das 9 às 16 horas



Agenda Cultural

Exposição no Ceuma
O Centro Universitário Maria Antonia da USP (Ceuma) encerra o Ciclo de Exposições 2003 no dia 25 de janeiro de 2004 com a reunião de obras de quatro artistas contemporâneos: Célia Euvaldo, Nydia Negromonte, Paulo Jares, Genilson Soares & Francisco Iñarra. Ao trabalharem com imagens, instalações e pinturas, os artistas exploram com delicadeza o espaço do Ceuma, levando o visitante a uma reflexão interna e da realidade de sua cidade. A entrada é franca e a exposição pode ser visitada de segunda a sexta, das 12 às 21 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas.

O Ceuma fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3257-2760



Quadro de Avisos

Aluno da Esalq é o melhor do Provão
Éverton Yoshiaki Hiraoka, formando do curso de engenharia agronômica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, obteve o primeiro lugar na classificação do Provão. O aluno, de 22 anos, foi presidente do Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (Gelq), o qual busca aperfeiçoar a formação profissional e pessoal do estudante.

A Esalq é uma das mais importantes escolas agrícolas do País e em 15 de dezembro de 2003 conquistou pela quarta vez nota A no Exame Nacional de Cursos (Provão), realizado em junho pelo Ministério da Educação (MEC).

Mais informações: (0XX19) 3429-4485/4477




Teses e Dissertações

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Mestrado

Características reprodutivas de emas machos (Rhea americana) criadas em cativeiro no Estado de São Paulo. Paola Almeida de Araújo Góes. Dia 14, às 14 horas.

Isolamento e identificação de Ehrlichia canis (Donatien e Lestoquard, 1935) em cultura de monócitos de sangue periférico canino. Mere Erika Saito. Dia 20, às 9 horas.

Doutorado

Anemia na insuficiência renal crônica em cães Cocker Spaniel Inglês. Márcia Kikuyo Notomi. Dia 19, às 13 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-7672/7667




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