São Paulo, 05/08/2004 - Boletim nº1459
zoologia
Duas aves brasileiras podem
sair do risco de extinção

O mutum-de-Alagoas e o pato-mergulhão,
cujas populações somam 300 exemplares,
são alvos de projetos de preservação que
envolvem biólogos e instituições do setor
leia...
Câncer infantil cresce
na cidade de São Paulo

HU realiza o
I Fórum de Pesquisa

       
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Destaques

Projetos tentam recuperar duas aves ameaçadas de extinção

André Benevides

Duas aves da fauna brasileira poderão, dentro de alguns anos, deixar de figurar na lista de animais ameaçados de extinção. O professor Luís Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia (IB), e curador associado da Seção de Aves do Museu de Zoologia da USP, desenvolve, juntamente com diversas instituições, projetos de conservação com o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) e com o mutum-de-Alagoas (Mitu mitu). As espécies estão entre as aves mais ameaçadas da América do Sul.

Existem cerca de 200 patos-mergulhões livres na natureza, e nenhum cativo. Se outrora ele poderia ser encontrado no Brasil, Argentina e Paraguai, hoje, exceto raríssimas aparições em terras argentinas, sobrevive somente em áreas brasilerias isoladas, principalmente nas terras altas do Centro-Oeste.

Já do mutum restam cerca de 100 exemplares, todos em cativeiros. "Podemos dizer que temos o destino desta espécie em nossas mãos", afirma. A ave era originalmente encontrada apenas em matas de baixada nos estados de Alagoas e Pernambuco, que foram devastadas por iniciativas como o Proálcool, nas décadas de 1970 e 1980. Hoje restam alguns poucos fragmentos de mata que poderiam abrigar novas populações deste Cracidae (a família a qual pertence o mutum).

Os exemplares que deram origem à população em cativeiro foram capturados na década de 1980 por um criador de aves do Rio de Janeiro, Pedro Nardelli. Num esforço para preservar a espécie, ele cruzou exemplares do mutum-de-Alagoas com uma outra espécie de mutum, encontrada na Amazônia. O resultado é que entre 50% e 60% dos exemplares não são geneticamente puros, mas a espécie ainda sobrevive.

A destruição do habitat foi a principal responsável pelo rápido decréscimo de ambas populações. O pato-mergulhão se alimenta de peixes em rios cristalinos, onde consegue visualizar a presa. A construção de hidrelétricas como Itaipu e a crescente poluição de mananciais e rios restringiu seu habitat a algumas poucas áreas sem ligação entre si. "São populações muito isoladas e muito reduzidas", diz.

Futuro
Segundo Silveira, até o fim do ano deve ser publicado um plano de ação para a preservação do pato-mergulhão, que inclui desde a recuperação dos habitats a um possível manejo em cativeiro. Este projeto conta com o apoio de diversas instituições, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e algumas ONGs, como a Terra Brasilis e a Wildfowl and Wetlands Trust (WWT), do Reino Unido.

Com o mutum o processo será diferente, já que a espécie existe apenas em cativeiro e muitos exemplares são híbridos. "Estamos num trabalho de recuperação e manutenção que visa principalmente a multiplicação da espécie", explica Silveira. Além de aumentar o número de exemplares, os estudos também são orientados para um melhor pareamento das aves, no sentido de proporcionar pureza e diversidade genética à população e evitar assim que surjam doenças de consangüinidade. "Em cerca de 6 ou 7 anos devemos começar a soltar alguns animais na natureza", estima.

Os estudos genéticos estão sendo feitos pela equipe da professora Anita Wajntal, do IB, e o projeto conta ainda com parcerias de diversas outras instituições, como o Instituto para a Preservação da Mata Atlântica (IPMA), de Alagoas, a BirdLife International, o Criadouro Científico e Cultural Poços de Caldas e a Crax, em Belo Horizonte.

Imagem: Wolf Bartmann

Mais informações: (0XX11) 3091-7575 ou e-mail lfsilvei@usp.br, com o pesquisador




Aumenta incidência de câncer na infância na cidade de São Paulo

Da redação, Agência USP

Os casos de câncer em crianças com até 15 anos estão aumentando em São Paulo. Pelo menos é o que demonstra um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em 104 hospitais da cidade. Em 1969, a incidência foi de 128,5 casos em cada um milhão de meninos e 120,9 em cada um milhão de meninas. No período de 1997/1998, esses números subiram para, respectivamente, 222,5/1 milhão e 195/1 milhão. O crescimento foi mais significativo entre meninos de cinco a nove anos - com um aumento médio de 3,9 casos ao ano - e na faixa etária dos dez aos 14 anos, com um aumento médio anual de 3,7.

Um dos motivos para isso é o aumento da exposição das crianças aos chamados fatores de risco. "Especialmente problemas durante a gravidez", comenta o professor Antônio Pedro Mirra, coordenador do estudo. O consumo de algumas substâncias - como maconha, cigarro e certos medicamentos - durante a gestação, por exemplo, pode aumentar a predisposição da criança a desenvolver algum tipo de câncer.

A pesquisa também indicou que a probabilidade de a criança com tumor sobreviver por até cinco anos após o diagnóstico, para os períodos de 1993 e de 1997-1998, foi de 41%, com diferenças significativas de acordo com o tipo de câncer. As piores taxas de sobrevida foram as das leucemias mielóides (15%), dos tumores na tireóide e em outras glândulas endócrinas (22%), dos tumores em órgãos genitais femininos (30%), dos osteossarcomas (33%) e dos cânceres nos sistemas nervosos central e simpático (33%). As melhores ficaram para os retinoblastomas (69%), os tumores renais (68%), os linfomas (66%) e os tumores nos órgãos genitais masculinos (59%). "Essa taxa é menor do que em países desenvolvidos porque aqui o diagnóstico, em geral, é tardio", lembra o professor Mirra. Já a mortalidade no período de 1969 a 1998 foi de 54,7 em cada um milhão de meninos e 42,3 em cada um milhão de meninas.

Diagnóstico e tratamento
A prevenção e o tratamento dos tumores na infância devem ser efetuados em três níveis: na eliminação ou redução dos fatores de risco, na detecção precoce e no prolongamento da sobrevivência e da qualidade de vida.

Os fatores de risco podem estar relacionados ao meio ambiente - como agentes físicos, químicos ou biológicos - ou à predisposição genética. No caso dos tumores na infância, os principais fatores de risco estão relacionados ao período da gestação. "Vale lembrar que não é só a mãe que deve tomar cuidado. Se o pai está exposto a algumas substâncias químicas, pode haver alteração na espermatogênese", conta coordenador do estudo.

Já a detecção precoce é difícil, uma vez que a pobreza da sintomatologia costuma retardar a primeira consulta e complicar o diagnóstico pelo médico não-especialista. Apesar disso, quando corretamente identificadas e tratadas, cerca de dois terços das crianças sobrevivem pelo menos cinco anos, e muitas conseguem ficar totalmente curadas. "Por isso os pais devem estar sempre atentos. Qualquer alteração na criança, surgimento de gânglios, dores constantes, problemas na vista, um médico deve ser consultado", recomenda o professor Mirra.

Com informações da Assessoria de Imprensa da FSP.

Mais informações: (0XX11) 3066-7799 ou e-mail apmirra@usp.br, com o dr. Antônio Pedro Mirra




Cursos e Palestras

HU promove o I Fórum de Pesquisa
O Hospital Universitário (HU) da USP realizará nesta sexta e sábado (dias 6 e 7) o I Fórum de Pesquisa do HU, que terá como tema "Envelhecimento Populacional e Saúde". Os principais objetivos do encontro são a divulgação das atividades de pesquisa desenvolvidas na unidade, promover o debate científico e estimular a produção acadêmica do HU e de unidades afins.

Durante o Fórum serão divulgados os dados parciais sobre o Projeto Saúde do Idoso, do qual participam atualmente 1.200 idosos. A pesquisa de campo do Projeto deverá se encerrar no primeiro semestre de 2005.

O evento é voltado a estudantes e profissionais da área de saúde e as inscrições devem ser feitas pelo site www.hu.usp.br . A taxa de inscrição, nos dias do evento é de R$ 35,00 para estudantes, residentes e estagiários; R$ 45,00 para profissionais do HU; e R$ 55,00 para outros profissionais.

Mais informações: (0XX11) 3039-9240, com Michela


Palestra sobre Medicina Nuclear na FMUSP
Nesta terça-feira (10), às 12 horas, no Anfiteatro de Fisiologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP, acontece a palestra Medicina Nuclear e Molecular - na era da Tomografia por emissão de Pósitrons, com o professor Carlos Alberto Buchpiguel, livre docente do Departamento de Radiologia e diretor do Centro de Medicina Nuclear, ambos da FMUSP.

O encontro é promovido pela Comissão Científica e pela Diretoria dos Laboratórios de Investigação Médica (LIMs) da FMUSP. A participação é gratuita e aberta à comunidade médica, estudantes e outros interessados.

A FMUSP fica na Av. Doutor Arnaldo, 455, Cerqueira César, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3069-6718, na Assessoria de Imprensa do Instituto de Radiologia do HC; e-mail: imprensa.inrad@hcnet.usp.br


Susceptibilidade vascular
O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP promove na próxima quinta-feira (12), às 12h30, a palestra ECA: Gene Susceptibilidade Cardiovascular?, com o professor associado José Eduardo Krieger, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina (FM) da USP.

A palestra, que é um tópico da disciplina "Tópicos Avançados em Fisiologia e Biofísica", é gratuita e aberta ao público em geral. O objetivo do encontro é propiciar aos participantes a interação científica.

O ICB fica na Av. Prof. Lineu Prestes, 1524, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-7253, ou site http://www.fisio.icb.usp.br/posgraduacao/disciplinas/datas_palestras_bmb5798.html


Quadro de Avisos

Esalq e Suzano inauguram laboratório para melhoramento genético do eucalipto
Nesta sexta-feira (6), às 16 horas, a Suzano Papel e Celulose inaugura na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, o Laboratório Max Feffer de Genética de Plantas. A coordenação do laboratório vai ficar a cargo do professor Carlos Alberto Labate.

A iniciativa faz parte da parceria da Suzano com o Departamento de Genética da Esalq no Projeto Inovação Tecnológica, cujo objetivo era desenvolver a tecnologia de regeneração e transformação genética das espécies de eucalipto.

Com os resultados positivos dessa parceria em meados de 2000, quando foram obtidas e registradas as patentes do processo de transformação, a Suzano decidiu intensificar a parceria com a Esalq. Para desenvolver projetos mais complexos era necessário ampliar as instalações do laboratório e contratar novos profissionais. Os recursos necessários para tanto foram doados em 2001 por Max Feffer, então presidente da Suzano.

O projeto do Laboratório faz parte do Programa de Integração Universidade Empresa, apoiado pela FAPESP. O investimento é de US$ 1,1 milhão, sendo US$ 960 mil da Fapesp e os outros US$ 140 mil apostados pela Suzano Papel e Celulose.

Mais Informações: (0XX19) 3429-4485/ 4477, na Assessoria de Comunicação da Esalq


Portal Universia Brasil aborda diferentes assuntos em O Tema Universia
O Tema Universia é um espaço dedicado à discussão dos mais variados assuntos e tem o objetivo de divulgar o trabalho desenvolvido nas universidades e a pesquisa nacional.

Para tanto, o portal Universia Brasil conta com a colaboração das instituições de ensino parceiras. As sugestões, envio de material e indicação de profissionais que podem falar sobre os Temas citados devem ser feitas pelos e-mails relacionados.

A partir desta sexta-feira (6), serão abordados os seguintes temas:

Robótica e Inteligência Artificial, nesta sexta-feira (6) será o tema em questão. Devido ao lançamento do filme "Eu, robô", o portal irá debater o assunto. As entrevistas com especialistas já foram feitas. Estamos recebendo artigos e teses relacionadas com o Tema. O repórter responsável é Carlos Brazil, email: cbrazil@universia.net ou noticias@universiabrasil.com.br

Sexta-Feira 13. Na sexta-feira, 13 de agosto, o portal irá desenvolver matéria para tratar dessas crendices, além de falar sobre curiosidades relacionadas à data. Sugestões, indicação de profissionais que falem sobre o assunto, artigos, pesquisas e teses podem ser enviadas para a responsável pela matéria: Crislaine Coscarelli (ccoscarelli@universia.net ou noticias@universiabrasil.net).

Fósseis e a Preservação, será o tema abordado no dia 20 de agosto. O portal pretende falar de novas descobertas e relatar como está a preservação das áreas que possuem esses registros da história e da natureza. Artigos, sugestões, pesquisas, indicação de pessoas para serem entrevistas podem ser enviadas para a repórter Renata Costa (rcosta@universia.net ou noticias@universiabrasil.com.br)

TVs Universitárias. No dia 27 de agosto, o Universia pretende falar sobre a programação, a utilização desse veículo pelas universidades, tendências, desafios e principais problemas. Repórter responsável: Carlos Brasil (cbrazil@universia.net ou
notícias@universiabrasil.net)
Mais informações: http://www.universiabrasil.net


IPq busca voluntários para estudo sobre depressão
O Serviço de Interconsultas do Instituto de Psiquiatria (IPq), do Hospital das Clínica (HC) da Faculdade de Medicina da USP, está captando pessoas com depressão, que não sejam portadoras de doenças como diabetes, hipertensão e distúrbios da tireóide, excluindo-se também mulheres na menopausa, para estudo que vai avaliar a relação entre depressão, irritabilidade e impulsividade e a influência desses transtornos em outras doenças associadas.

Segundo o coordenador da pesquisa, Teng Chei Tung, os voluntários devem ter entre 30 e 65 anos e receberão tratamento medicamentoso gratuito durante toda a fase do estudo (dois meses).

Será necessário ainda que o paciente tenha disponibilidade para comparecer ao IPq uma vez por semana.

Informações e agendamento de triagem pelo tel. 3069 6585, das 14:00 às 17:00hs.

Mais informações: (0XX11)3083-0473, na Assessoria de Imprensa IPq



Teses e Dissertações


Escola Politécnica

Mestrado

Corrosão intergranular e por pite do aço uns S43000 após tratamento 800ºC. Alexandra Sílvia Matheisen Paroni. Dia 12, às 9 horas.

Estudo de metodologia pra formatação de empreendimentos voltados para o segmento de parques de diversões. Anna Maria de Araújo Rodrigues. Dia 12, às 14 horas

Mais informações: (0XX11) 3091-5443



Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Mestrado

Trabalhadores da CSN: lembranças e relatos da primeira geração. Patrícia da Silva Muller Dinamarco. Dia 12, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-4626



Faculdade de Medicina

Doutorado

Avaliação do uso do ultra-som intra-operatório na cirurgia hepatobiliar e pancreática. Marcos Roberto de Menezes. Dia 12, às 8 horas.

Mais informações: (0XX11) 3066-7282



Instituto de Matemática e Estatística

Mestrado

Segmentação automática de tomadas em vídeo. Thiago Teixeira Santos. Dia 9, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-6121



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