São Paulo, 22/12/2004 - Boletim nº1551

saúde
Médicos divergem a respeito
do uso de drogas

Estudo mostra que não há consenso
entre a classe médica sobre o que
pode ser considerado "droga" e quais
sintomas indicam uma patologia
leia...
USP é herdeira da maior
coleção de xilos brasileira
Incor treina juízes da Federação
Paulista de Futebol

       
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Destaques

Discussão sobre o uso de drogas é incompleta e controversa

Flávia Souza

O debate público a respeito do uso de drogas atualmente se prende à opinião médica e camufla controvérsias. Essa é a conclusão de uma pesquisa, realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais (FFLCH) da USP, que analisou as características dos discursos presentes nessa discussão. O antropólogo Maurício Fiore concluiu que a classe médica está longe de atingir um consenso, com relação a recomendações e conceitos, e que a mídia não é o espaço de opiniões e conhecimentos múltiplos que afirma ser.

De acordo com Fiore, um pressuposto essencial de seu trabalho é a visão de que o uso de drogas é um problema social historicamente recente - coincide com a consolidação, no século XIX, da medicina como um saber científico e legítimo. A partir desse ponto, o debate centrou-se, no Ocidente, sobre os eixos da medicalização (abordagem sob uma perspectiva médica) e do crime.

Para seu estudo, o antropólogo entrevistou dez médicos ligados a universidades - USP e Unifesp - e a instituições que oferecem tratamento a dependentes de drogas. O pesquisador detectou controvérsias da opinião médica a respeito da definição do termo "drogas". Trata-se de uma divergência semelhante à encontrada entre a população em geral: há uma tendência a dissociar as substâncias psicoativas legais (álcool e cigarro, por exemplo) das ilegais (maconha, cocaína, heroína). O termo "drogas" costuma ser empregado apenas para estas últimas.

Também há controvérsias quanto ao processo de identificação de uma doença. "Foi praticamente consensual a afirmação de que nem todo usuário de drogas pode ser considerado um doente", informa o antropólogo. Para os médicos, o principal indicador de que uma pessoa se encontra num estado patológico de abuso está no desrespeito às convenções sociais consideradas normais. Nesse caso, o julgamento da situação de dependência é transferido a familiares, amigos, colegas de trabalho e ao próprio Estado.

Quanto às motivações para o uso de drogas, três fatores foram apontados pelos médicos como determinantes: uma curiosidade típica da adolescência, a busca de uma fuga ou compensação para uma vida difícil, ou simplesmente o prazer.

Limitações da mídia
Fiore chama a atenção para a expressiva participação de médicos no debate público proposto pela mídia. "Quando o assunto é especificamente o uso de 'drogas', a presença da medicina é preponderante sobre qualquer outra classe de especialistas", diz. Assim, numa discussão que envolve também aspectos sociais e legais, é de se estranhar a escassez de opiniões de juízes, antropólogos e sociólogos, por exemplo.

Outra limitação da mídia está na apresentação de posicionamentos dicotômicos - como ser "a favor" ou "contra", "fazer bem" ou "fazer mal". Dessa forma, a fala da autoridade médica é utilizada apenas para reforçar, cientificamente, uma posição pré-existente, moldada pela moral da comunidade.

Redução de Danos
Fiore notou uma divisão de opiniões entre o grupo de médicos que defende uma visão mais "tradicional" do uso de drogas e aquele que adere à chamada Redução de Danos (RD), uma estratégia que, segundo ele, "se baseia em fatos, e não em crenças" e que observa tanto aspectos negativos quanto positivos do uso de drogas - como crises de abstinência e o prazer induzido pelas drogas.

O grupo acredita que não é possível eliminar por completo o uso de drogas - algo que a visão tradicional toma como ideal - e defende uma "desmedicalização" do debate. Para essa vertente, o centro da discussão deve ser transferido das questões fisiológicas para os aspectos sociais, culturais e psicológicos.

Mais informações: (0XX11) 3889-9429, com Maurício Fiore; e-mail mauriciofiore@yahoo.com.br




Museu Casa de Xilogravura tem a mais completa coleção de xilos de artistas brasileiros

André Benevides

Poucos sabem disso, mas a USP é herdeira de um dos acervos mais completos de xilogravuras existentes no Brasil. Trata-se do acervo do Museu Casa de Xilogravura, que se localiza em Campos de Jordão (SP) e conta atualmente com mais de 2 mil peças, compondo a mais representativa coleção nacional desta técnica artística. "Nós temos obras de praticamente todos os artistas brasileiros que produziram xilogravuras. Não existe nada equivalente no Brasil", afirma Antonio Fernando Costella, proprietário e mantenedor do museu, e que ainda fez diversas obras utilizando esta técnica.

Desde 2003 está redigida a disposição testamentária que lega o museu (o prédio onde ele está localizado e ainda outro imóvel, que serve atualmente de moradia) e todo seu acervo à USP. Além da extensa coleção de xilogravuras brasileiras, o rol de obras inclui ainda trabalhos de 300 artistas, como Lasar Segall, Hansen Bahia, Oswaldo Goeldi, Livio Abramo, entre outros. "Além disso, compramos recentemente uma tipografia, e estou em negociação para adquirir um linotipo", revela. A tipografia ainda está em processo de restauração, mas em breve já deverá ser exposta na Casa.

Ele afirma que a USP foi escolhida para gerir o museu principalmente pela experiência que a universidade acumulou com a manutenção de diversos outros, como o Museu de Arte Contemporânea (MAC), ou o Museu Paulista (mais conhecido como Museu do Ipiranga). "A USP tem tradição, sabe administrar isso. Lá as coisas são mais complicadas, e por isso é mais seguro. Ninguém faz nada sozinho, é necessária a aprovação em conselhos, etc."

Museu
A Casa Museu de Xilogravura foi fundada em 1987, após Costella ter tomado consciência da inutilidade de uma riqueza tão grande ser acessível a tão poucas pessoas, como acontece com coleções particulares. Hoje, já são cerca de vinte salas abertas ao público. "A Casa foi crescendo, adquirindo uma dinâmica própria", observa. Sem fins lucrativos, o museu cobra entrada de R$ 1,00 (com isenção para excursões de escolas públicas, menores de 12 anos e maiores de 65), e realiza cursos de arte e palestras culturais, sempre com uma grande proporção de bolsistas.

No entanto, para que a USP mantenha a tutela do espaço, será necessária a observância de duas condições. A primeira é que ele continue a ser um museu de xilogravura aberto ao público. A segunda é um tanto peculiar: que o túmulo de seu cachorro Chiquinho permaneça no jardim do imóvel. O estranho desejo é passível de explicação, e revela um pouco mais sobre a figura de Costella.

"Ele tem uma importância muito grande na minha vida, mudou muito a minha maneira de pensar as coisas", explica. Costella escreveu um livro sobre uma viagem que fez à Europa, mas sob a perspectiva de seu cão. "Para escrever como um cachorro, eu precisava pensar como um". Isso o aproximou de uma visão mais ecológica do mundo, além de abrir as portas para um amplo mercado editorial, o da ficção.

A literatura, aliás, é outro campo das artes em que Costella obteve sucesso. Já publicou mais de 25 livros, entre obras técnicas, de ficção e até destinadas ao público infanto-juvenil. Formado em direito no Largo São Francisco, já lecionou na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, na Escola Superior de Jornalismo de Porto (Portugal) e outras instituições.

O Museu Casa de Xilogravura está localizado na Av. Eduardo Moreira da Cruz, 295, Jaguaribe, Campos de Jordão. Ele fica aberta ao público de quinta a segunda-feira, das 9 às 12 e das 14 às 17 horas.

Mais informações: (0XX12) 3662-1832, no Museu Casa de Xilogravura




Quadro de Avisos

Incor treina juízes da FPF no atendimento de emergências cardiovasculares
Nesta quarta-feira (22), o Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares (LTSEC) do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP treinará uma equipe de juízes da Federação Paulista de Futebol (FPF). O treino acontece na sede do Rotary Club de São Paulo, entre 8h30 e 17h30.

O curso Ressuscitação Cardiopulmonar e Noções de Desfibrilação para a FPF orientará os juízes inscritos na Federação para atendimento de emergências cardiovasculares em campo. Os juízes treinados nesta etapa atuarão a partir de 4 de janeiro, quando tem início a Copa São Paulo de Juniores, que reunirá 88 clubes brasileiros na categoria. A intenção da FPF é que todos os 216 juízes federados estejam orientados sobre ressuscitação cardiopulmonar e em noções de desfibrilação até o início do Campeonato Paulista, em março de 2005.

Desde 2001, o LTSEC ministra cursos de suporte básico (BLS) e avançado (HLS) de vida e manuseio de desfibriladores externos automáticos (DEA), tanto a médicos e profissionais de saúde, como a leigos. Nesse período, o LTSEC treinou 8 mil pessoas, nas mais diferentes localidades do País.

No caso de leigos, como os juízes da FPF, o curso do Incor prepara o aluno para usar os DEA´s com familiaridade, incluindo cuidados com o aparelho e sua manutenção. Com isso, desmitifica a ação da desfibrilação como ato exclusivo do médico. O BLS tem duração de quatro horas e apresenta o uso do DEA integrado às técnicas de ressuscitação básicas.

O curso capacita o aluno para manobras de desobstrução de vias aéreas por corpo estranho (manobra de Heimlich) e ventilação com máscaras. Ensina também a correta posição das mãos para a massagem cardíaca. A técnica pedagógica do curso, com vídeos intercalados com cada manobra treinada em manequins, traz dinamismo ao aprendizado e sua correta transposição para situações reais.

Mais informações: (0XX11) 3069-5437/5616 e 9647-6008, com Rita Amorim, na Assessoria de Imprensa do Incor


Alunos da EESC são premiados em concurso
Dois alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP foram premiados no Concurso Nacional: Projeto de Trocador de Calor do Programa TMT-Motoco do Brasil de Incentivo à Criatividade Tecnológica (Exercício 2004).

Paola Sant'anna e Leandro Iezzi, ambos do curso de Engenharia Mecânica, ficaram em segundo e terceiro lugar na competição, respectivamente. Dos 58 inscritos, 14 foram selecionados para receber auxílio financeiro e desenvolverem protótipos de seus trabalhos. A competição consistiu na montagem de um trocador de calor do tipo carcaça e tubos.

Realizado pela empresa TMT-Motoco do Brasil, o concurso destaca-se por propiciar aos alunos um contato direto com a prática dos conhecimentos adquiridos na graduação.

Mais informações: (XX16) 3373-9531 ou site http://www.sc.usp.br


Escolhido novo diretor da FMRP
No último dia 15 foi confirmado oficialmente o nome do professor Marcos Felipe Silva de Sá para ocupar o cargo de diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. O reitor, Adolpho José Melfi, selecionou o novo ocupante do cargo a partir da lista tríplice votada pelos colegiados da Faculdade no dia 7.

Sá deve assumir no dia 7 de março de 2005, quando termina o mandato do atual diretor, Ayrton Custódio Moreira.

Mais informações: (0XX16) 602-3058


Fonoaudióloga da USP recebe prêmio
A fonoaudióloga Maria Cecília Bevilacqua ganhou o prêmio "Fonoaudióloga Destaque do Ano de 2004". Ela é coordenadora do Centro de Pesquisas Audiológicas (CPA) do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) da USP e professora do departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP.

Ela foi premiada devido à sua trajetória profissional no campo do ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade, desenvolvendo projetos relativos à saúde auditiva, entre outros. A profissional tem significativa participação no desenvolvimento e incremento da fonoaudiologia no Brasil, incluindo participações em eventos científicos internacionais

O prêmio foi outorgado pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFO) em evento realizado dia 9, Dia do Fonoaudiólogo, na Assembléia Legislativa de São Paulo. A cerimônia de premiação ocorrida em São Paulo contou com a presença de profissionais do HRAC, amigos e familiares.

Mais informações: (0XX14) 3235-8203 ou (0XX14) 8117-9953


Projeto Acessa São Paulo recebe Prêmio Gestão SP
O projeto Acessa São Paulo, do Governo do Estado de São Paulo, recebeu o Prêmio Gestão SP, no último dia 22 de novembro, por suas contribuições à modernização administrativa do Estado.

A iniciativa, que capacita agentes comunitários de saúde por meio da internet e é executada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, tem assessoria da Escola do Futuro da USP.

Cerca de 67 infocentros compõe o projeto, que tem como objetivo combater a exclusão digital, estimulando o desenvolvimento humano e social das comunidades carentes da cidade de São Paulo.

Além disso, Acessa São Paulo foi premiado no Global Junior Challenge 2004, concurso internacional promovido pela prefeitura de Roma que destaca as iniciativas mais inovadoras no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação voltadas a jovens.

Mais informações: (0XX11) 3253-7052, http://www.acessasaopaulo.gov.br/ e http://www.futuro.usp.br/


Cepam comemora 37 anos
A Fundação Prefeito Faria Lima (Cepam), comemorou nesta terça-feira (21) os 37 anos da instituição. Na cerimônia, que teve a presença do governador Geraldo Alckmin, foram certificados 25 municípios que formam o Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH - PCJ). Além disso, aconteceram também a assinatura de atos e decretos, o descerramento de placas comemorativas, a inauguração das instalações do Centro de Difusão do Municipalismo Governador André Franco Montoro e a entrega do Prêmio Chopin Tavares de Lima aos finalistas do Programa Novas Práticas Municipais.

Estavam presentes no evento, além do governador, o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Sidney Beraldo, o presidente do Cepam Sílvio Torres e o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, entre outras autoridades.

Mais informações: (0XX11) 3811-0329 / 0323 ou site http://www.cepam.sp.gov.br


Fundação Vanzolini recebe prêmio de qualidade hospitalar
A revista Fornecedores Hospitalares concedeu à Fundação Vanzolini, gerida por professores de Engenharia de Produção da Escola Politécnica (Poli) da USP, o prêmio Top Hospitalar 2004 na categoria "Acreditação Hospitalar".

Já na sétima edição, o Top Hospitalar tem como objetivo destacar as marcas mais expressivas no mercado brasileiro de produtos, equipamentos e serviços médico-hospitalares. A escolha dos homenageados é feita por meio de uma pesquisa com mais de 100 mil profissionais, que respondem a questionários encartados em publicações voltadas ao segmento e distribuídos em hospitais, laboratórios, eventos e empresas de saúde.

A missão da Fundação Vanzolini é disseminar conhecimentos de engenharia de produção e administração industrial por meio da realização de cursos e projetos. O Prêmio Top Hospitalar foi entregue no dia 14 de dezembro, no Credicard Hall, em São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3814-7366




Teses e Dissertações

Escola de Engenharia de São Carlos

Mestrado

Comparação entre modelos empíricos e semi-empíricos de predição de cobertura móvel celular: estudo de caso em ambiente outdoor. Marcelo Eustáquio Pereira Elias. Dia 14 de janeiro, às 10 horas.

Relé digital de distância baseado na teoria de ondas viajantes e transformada Wavelet. Thiago Ferreira Valins. Dia 14 de janeiro, às 10 horas.

Mais informações: (0XX16) 3373-9235 / 9250


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Mestrado

Políticas agrárias: dinâmicas de transformações territorias e formas de reprodução social da família rural na região agrária do Chòkwè-Moçambique. Claudio Artur Mungoi. Dia 12 de janeiro, às 14 horas.

A prudência no episódio do cavaleiro do Verde Gabão. Maria Salete Toledo de Uzeda Moreira. Dia 14 de janeiro, às 14 horas.

Doutorado

Trincheiras da memória: brasileiros na campanha da Itália (1944-1945). Cesar Ciampiani Maximiano. Dia 14 de janeiro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-4626


Instituto de Matemática e Estatísitica

Mestrado

Desenvolvimento de algorítmos paralelos para aglomerados com a técnica de paralelização de laços. Ulisses Kendy Hayashida. Dia 7 de janeiro, às 17 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-6121





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