São Paulo, 25/01/2005 - Boletim nº 1559
psicologia
Tráfico de drogas pode
tornar jovens compulsivos

Pesquisa revelou que jovens traficantes
podem apresentar alterações de
comportamento por conta da pressão
e dos riscos envolvidos na atividade
leia...
Dias muito quentes ou muito
frios elevam risco de infarto
Museus da USP abrirão em
finais de semana e feriados

       
veja também: Cursos e Palestras  |  Agenda Cultural  |  Publicações  |  Quadro de Avisos
visite nosso site: www.usp.br/agenciausp


A reprodução do conteúdo informativo desse boletim em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou
impresso, é permitida mediante a citação nominal da Agência USP de Notícias como sua fonte
de origem.


Destaques

Envolvimento com tráfico pode alterar padrões de comportamento em jovens

André Benevides

Compulsividade, astúcia, crueldade. Estes são alguns dos padrões de comportamento mais explícitos em jovens envolvidos no tráfico de drogas, e é exatamente esta inserção que os faz agir assim. É o que afirma a psicóloga Marisa Feffermann em sua tese de doutoramento, defendida no último mês de novembro pelo Instituto de Psicologia (IP) da USP.

Durante três anos ela procurou conviver com jovens, entre 15 e 22 anos, de três regiões periféricas da cidade de São Paulo (ela não revela as localidades por razões de segurança), no intuito de ouvir experiências com o tráfico de drogas de quem sente na pele este cotidiano. "Ao longo da pesquisa foi possível fazer uma relação entre as características destes jovens e as condições que estão inseridos", explica Marisa.

Segundo ela, três fatores são determinantes para compreender a realidade destes jovens inscritos no tráfico de drogas. O primeiro deles é a existência de uma estrutura de organização do trabalho, que corre paralelamente ao sistema legal. "Eles passam por uma violência comum a todo trabalhador". No entanto, algumas das regras são diferentes, e enquanto o trabalhador do sistema formal teme a demissão, estes jovens pagam com a vida por determinados erros.

Em segundo lugar, a existência de um contrato social no mundo do tráfico. Nesta ilegalidade, o jovem adquire um lugar na sociedade, onde tem respeito e é ouvido, tem possibilidade de defesa. Marisa exemplifica com o debate, que é uma espécie de tribunal do tráfico. Quando acontece alguma falha o responsável é chamado para se explicar e, se não for convincente, receberá uma punição, que pode inclusive ser a pena de morte. "É um espaço onde quem está no mundo do crime tem direito a ter voz. Quem é punido sem um debate é considerado desrespeitado", revela a psicóloga.

O outro fator seria a crueldade, parte indissociável do cotidiano destes jovens. Eles sofrem com a polícia e com os traficantes maiores, além do preconceito social. "Estes jovens são constituídos por um mundo de violência, crueldade. E muitas vezes, de vítimas, tornam-se algozes".

Marisa diz que estes riscos constantes a que estão submetidos determinam o comportamento destes jovens. "Eles agem em função do modo de vida que levam. Esse tipo de risco deixa marcas nos sujeitos". Os jovens precisam encontrar maneiras de driblar essa realidade, e comportamentos como a compulsividade e a crueldade são formas de se fazer isso.

Denúncia
Na opinião da pesquisadora, "os jovens denunciam, sem consciência, o paradoxo do progresso". Se por um lado temos tecnologias fantásticas à disposição, por outro temos crianças morrendo de fome e epidemias. É o descompasso entre desenvolvimento científico e social que assola o mundo de hoje. "O tráfico de drogas, reproduz, na ilegalidade, mecanismos que servem de base para a nossa sociedade".

E com isto ela quer mostrar que não são apenas eles os responsáveis pela violência - como a mídia e os órgãos oficiais acusam - mas todos nós. "Ela (a violência) é bastante vinculada à violência social. É uma realidade tão triste, porque não é só deles. Nós também somos culpados."

Pesquisa
Para fazer esta pesquisa, Marisa realizou uma série de entrevistas com jovens traficantes, gerentes de bocas e autoridades da polícia e do governo, além de análises mais genéricas, como uma caracterização do tráfico paulista. "Tenho cerca de 900 páginas transcritas de entrevistas, com 16 depoimentos", diz ela. Seu estudo resultou em aproximadamente 450 páginas, onde ela aplica teorias de Marx, Freud e Adorno para explicar o emaranhado de relações entre estes adolescentes, o tráfico e a sociedade.

Mais informações: (0XX11) 3208-0378




Variação de temperatura aumenta risco de infarto

Tadeu Breda

Cerca de 12 mil pessoas morreram de infarto na cidade de São Paulo entre janeiro de 1996 e dezembro de 1998, a maior parte delas nos dias em que os termômetros marcavam 13ºC. Uma pesquisa realizada pelo cardiologista Luiz Antônio Machado César, do Instituto do Coração (InCor), e Rodolfo Sharovski, do Hospital Universitário (HU) da USP, relacionou o número diário de mortes ocasionadas por problemas cardiovasculares com dados de temperatura, umidade do ar, pressão e poluição atmosférica na região metropolitana. A conclusão foi que dias frios favorecem a ocorrência de infarto nos paulistanos, principalmente entre idosos.

César dividiu os dados da temperatura na cidade em dez categorias. As mais baixas variavam entre 12ºC e 13ºC. As mais altas iam de 25ºC a 26ºC. "A menor taxa de mortes por infarto foi registrada nos dias em que a temperatura estava na casa dos 21,6ºC e 22,6ºC, patamar usado como referência", explica César. Subindo ou descendo a temperatura, observou-se aumento progressivo nas ocorrências de infarto, sendo que "as taxas mais altas de morte aconteceram em baixas temperaturas."

Três motivos são citados por César para explicar a relação entre as condições do tempo e as variações no número de infartos na população. "No frio, os fatores de coagulação do sangue ficam mais ativos, o que favorece a oclusão de artérias coronárias", diz. Outro motivo é a vasoconstrição. Os vasos sangüíneos do corpo humano, para evitar a perda de calor em baixas temperaturas, se contraem. Em pessoas que já possuem algum tipo de placa de gordura atrapalhando a circulação arterial, a vasoconstrição pode provocar a obstrução completa do vaso e, conseqüentemente, infarto. Inflamações respiratórias, típicas de épocas frias, também colaboram com problemas cardiovasculares.

Mudanças bruscas
"Caso o indivíduo se submeta a mudanças bruscas de temperatura, principalmente do quente para o frio, esses efeitos são intensificados - sobretudo a vasoconstrição", diz César. Já o calor promove a desidratação do corpo. "Isso faz com que o sangue apresente uma concentração maior de células, facilitando a formação de coágulos." Menores quantidades de água na circulação também fazem com que a pressão arterial sofra uma queda. Idosos são as principais vítimas dos infartos relacionados às condições de temperatura.

Segundo César, esse tipo de estudo ainda não tinha sido realizado em regiões de clima subtropical, como São Paulo. Somente países de regiões temperadas fizeram levantamentos deste tipo. "Pesquisas como estas são importantes para termos o máximo de correlações possíveis entre as condições ambientais e os problemas do coração. Assim, podemos orientar melhor os cidadãos, principalmente aqueles que possuem predisposição às doenças", finaliza

Mais informações: (0XX11) 3069-5440




Cursos e Palestras

Programa USP Legal promove seminário no Fórum Social Mundial
O Programa USP Legal, que visa implementar políticas para a inclusão de estudantes e funcionários com deficiência em todos os aspectos da vida universitária, participará do Fórum Social Mundial, que será realizado de 26 a 31 de janeiro em Porto Alegre.

No dia 27, às 8h30, a gerente do Programa, Cláudia Regina Pires, a arquiteta Maria Elisabete Lopes e o jornalista Carlos Gimenes ministrarão o seminário Inclusão e integração das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida - a experiência nos campi da USP.

Serão discutidos o plano de atuação da USP, as adequações arquitetônicas e urbanísticas, adequações pedagógicas, sensibilização da comunidade, inserção da temática nos diversos espaços da Universidade e as abordagens dadas à deficiência e à inclusão.

O seminário é aberto aos incritos no Fórum. Veja mais detalhes a respeito de credenciamento e preços na página http://www.forumsocialmundial.org.br/main.php?id_menu=8_4&cd_language=1.

Mais informações: (0XX11) 3091-2939 / 3091-3904 / 9734-5257, com Carlos; em Porto Alegre, a partir do dia 26: (0XX51) 3339-1399 (Hotel Verdes Pássaros - recados para os quartos 13 e/ou 25); e-mail: cr-gimenes@uol.com.br




Agenda Cultural

TV Cultura exibe documentário sobre Rio Pinheiros
O documentário Rio Marginal, produzido pela TV USP, será exibido nesta terça-feira (25) na grade de programação especial da TV Cultura para o aniversário da cidade de São Paulo. O vídeo percorre a nostálgica fase de um rio que nascia na encosta da Serra do Mar e corria sinuoso pela cidade de São Paulo, até desaguar no rio Tietê.

Rio Marginal foi exibido na Mostra de Produção Universitária, que aconteceu durante o VII Fórum Brasleiro de Televisão Universitária da ABTU (Associação Brasileira de Televisão Universitária), na Mostra Paralela de Televisões Universitárias do Gramado Cine Vídeo 2003 e na 16ª. Mostra do Audiovisual Paulista.

O documentário vai ao ar na TV Cultura na madrugada do dia 25, às 01h45 (após o filme Sábado, de Ugo Giorgetti).

Mais informações: http://www.usp.br/tv/


História da FFLCH é exposta na Estação Sé
A exposição itinerante Memória FFCL-FFLCH estará na Estação Sé do metrô a partir do dia 31 de janeiro. A mostra permanecerá no local durante todo o mês de fevereiro, com uma série de imagens que contam a trajetória da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) desde as missões européias, responsáveis pela fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1934.

O acervo passa por vários períodos da história da instituição até chegar em 2004, apresentando os maiores responsáveis por toda sua produção científica e desenvolvimento acumulado em 70 anos de existência.

Memória FFCL-FFLCH foi inaugurada em março do ano passado e já foi exibida em várias unidades da USP. Também percorreu o Memorial da América Latina, o Museu Paulista e o Museu de Arte de São Paulo.

Mais informações: http://www.fflch.usp.br/sdi/memoria, no Serviço de Divulgação e Informação da FFLCH


Museus da USP estão abertos à visitação em fins de semana e feriados
O Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), o Acervo de Anatomia Humana do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e o Acervo de rochas, minerais, meteoritos e fósseis do Instituto de Geociências (IGc) da USP, estarão abertos para visitação gratuita em fins de semana e feriados até o dia 27 de março.

Um espaço aberto a todas as formas de diálogo e criação que expressem a densidade da Arte Contemporânea, o MAC traz obras que servem de ponte para todos os processos que envolvem a vida do homem atual, espaço para todas as linguagens, poéticas e ousadias. O MAC fica na R. da Reitoria, 160, Cidade Universitária, São Paulo.

O MAE tem em seu acervo aproximadamente 120 mil objetos e imagens referentes à cultura material da América, do Mediterrâneo, do Oriente Médio e da África, abarcando uma extensão temporal que vai da Pré-História até nossos dias. O museu está localizado na Av. Professor Almeida Prado, 1466, Cidade Universitária.

O Museu do ICB traz 1.100 peças anatômicas, 400 crânios e devidamente identificados e 300 outras peças como reserva técnica. O ICB fica na Av. Professor Lineu Prestes, 2415, Edifício Biomédicas III, Cidade Universitária.

O Museu de Geociências possui cerca de 45 mil amostras de minerais, rochas e gemas de várias regiões do mundo, minerais de caverna, meteoritos e uma grande coleção de fósseis. Réplicas de um Pterossauro e de um Allosaurus fragilis (maior dinossauro predador de sua época) atraem adultos e crianças. O endereço do museu é R. do Lago, 562, 1º andar, Cidade Universitária.

Todos os museus ficam abertos das 10 às 16 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3039, no MAC; (0XX11) 3091-4905, no MAE; (0XX11) 3091-7360, no Museu do ICB; (0XX11) 3091-3952, no Museu de Geociências




Quadro de Avisos

Mutirão de catarata no HC
A Clínica de Oftalmologia do Hospital das Clínicas realiza no dia 29 a Campanha de Catarata e Degeneração Macular Relacionado à Idade. 260 profissionais da saúde, sendo 120 médicos, todos voluntários, vão atender pessoas carentes com mais de 50 anos com problemas de embaçamento na visão. As pessoas que forem diagnosticadas com catarata realizarão, no mesmo dia, nove exames oftalmológicos e sairão do hospital com cirurgia marcada.

A campanha existe há seis anos. A última realizada foi em novembro e atendeu 8 mil pessoas, sendo que 1100 foram diagnosticadas com catarata e submetidas a cirurgia. Os interessados devem se apresentar entre 7 e 12 horas no Hospital das Clínicas munidos de CPF e RG. O atendimento é gratuito. O HC fica na Av. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, próximo à Estação Clínicas do Metrô.

Mais informações: (0XX11) 3069-6000 ou (0XX11) 3069-6246




Teses e Dissertações

Escola de Engenharia de São Carlos

Mestrado

Proposta de um sistema integrado de monitoramento para manutenção. Luiz Carlos Rodrigues Morenghi. Dia 4 de fevereiro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX16) 3373-9235 / 9250


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Doutorado

Análise de própolis da Serra do Japi, determinação de sua origem botânica e avaliação de sua contribuição em processos de cicatrização. Cristiano Soleo de Funari. Dia 31, às 14 horas.

Determinação de flunitrazepam e 7-aminoflunitrazepam em soro por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massa em ´tandem´ com a utilização de extração ´on line´: aspecto forense. Denize Duarte Pereira . Dia 2 de fevereiro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3668


Faculdade de Medicina

Mestrado

Perdas fetais tardias, condição sócio-econômica e poluição atmosférica: uma abordagem temporo-espacial. Aline Carla Geraldo Jorge. Dia 26, às 9 horas.

Identificação de suspeitos de demência em três distritos do município de São Paulo. Sérgio Ricardo Hototian. Dia 27, às 8h30.

Doutorado

Avaliação da histologia óssea e cardiovascular em ratos urêmicos paratireoidectomizados submetidos à dieta rica e pobre em fósforo associada à infusão de paratormônio. Kátia Rodrigues Neves. Dia 27, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3066-7000




sobre a Agência USP de Notícias |  direitos autorais |  créditos |  mande um email

Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J,n.374 Sala 244 CEP05586-000 São Paulo Brasil
(00XX11) 3091-4411  agenusp@usp.br