Destaques
Planos de manejo agrícola desconsideram áreas
vitais de microbacias hidrográficas
Flávia Souza
Um estudo apresentado à Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, da USP de Piracicaba, propõe uma mudança
nos planos convencionais de preservação ambiental e
manejo agrícola em microbacias hidrográficas, levando
em consideração as chamadas zonas ripárias.
"As zonas ripárias são áreas que se encontram
tanto ao longo do curso dos rios quanto em terrenos mais elevados
de uma microbacia e sofrem influência hídrica temporária
ou permanente, como ocorre em várzeas, campos úmidos
e florestas ribeirinhas", explica a engenheira agrônoma
Cláudia Mira Attanasio. Segundo ela, a influência hídrica
pode ser ocasionada pela elevação do lençol freático,
por enchentes e pela retenção de água pelo solo.
Segundo Cláudia, todos os elementos da microbacia estão
interligados e são interdependentes: o solo, as florestas,
a agricultura e as pessoas que moram e trabalham no local. "A
água o elo entre todos esses componentes", diz. Assim,
devido a sua dinâmica, as microbacias são "unidades
geográficas ideais para a gestão e o planejamento sócio-ambiental".
A pesquisa foi concentrada na microbacia do Ribeirão São
João, localizada no município de Mineiros do Tietê,
interior de São Paulo. No local está sendo implementado
um "plano de manejo integrado de microbacias". O objetivo
é estabelecer uma agricultura sustentável e assegurar
a integridade do ecossistema ripário e da microbacia, além
do envolvimento social e econômico do produtor rural nesse processo.
"O ecossistema ripário tem a função de preservar
os recursos hídricos, o que está intimamente ligado
à busca de uma agricultura sustentável", afirma
a pesquisadora.
Cenário alternativo
Os métodos convencionais para se determinar a adequação
do uso do solo não consideram a delimitação e
o manejo da zona ripária. "Os planos de manejo de microbacias
desenvolvidos, tanto por instituições públicas
quanto por outros setores, raramente incluem o manejo da zona ripária,
considerando a microbacia como unidade geográfica, mas não
como unidade hidrológica. Isso põe em risco uma das
áreas mais sensíveis e dinâmicas, com funções
vitais para a saúde da microbacia", explica Cláudia.
A pesquisadora propõe um cenário alternativo, que inclua
as peculiaridades da zona ripária na avaliação.
"Desconsiderando a zona ripária, algumas áreas
fundamentais para a saúde da microbacia estão sendo
consideradas locais sem restrição para cultivo intensivo
ou sem limitações ambientais".
Dados levantados por Cláudia a partir do cenário alternativo
indicam, por exemplo, que a microbacia do Ribeirão São
João apresenta 49,5% de sua área ocupada com uso adequado
e 60% com baixo risco de erosão. Já sob a ótica
do cenário convencional, 59% da área apresenta uso adequado
do solo e 70%, baixo risco de erosão. "Essa alteração
pode induzir o planejador a tomar medidas impróprias para a
proteção das áreas que representam maiores riscos
para a preservação da microbacia e, assim, desencadear
sua degradação ambiental", alerta a pesquisadora.
O plano de manejo integrado na microbacia do Ribeirão São
João está sendo desenvolvido pelo Programa Estadual
de Microbacias Hidrográficas da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI), em parceria com o Banco Mundial.
Mais informações: (0XX14) 3622-1633 / 3646-1201 / 97863802, com
Cláudia Mira Attanasio; e-mail: cmattana@esalq.usp.br
Reitoria aprova instalação
definitiva da Agência USP de Inovação
Flávia Souza
A Reitoria da USP aprovou a instalação defintitiva
da Agência USP de Inovação, órgão
que deverá intermediar o diálogo entre a Universidade
e a comunidade externa.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Oswaldo Massambani,
do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
(IAG) da USP, o objetivo da Agência é levar o conhecimento
produzido e cultivado na Universidade à sociedade, de modo
a estimular o desenvolvimento social e econômico. A aprovação
aconteceu no último dia 19 de fevereiro.
O trabalho para a formulação da Agência foi iniciado
no fim de 2003, quando foi instituído um grupo de trabalho
com o objetivo de "desenhar" as bases de um canal de comunicação
entre as comunidades interna e externa à USP. "Havia um
anseio por mostrar e levar a produção científica
da USP à sociedade", afirma o professor Vahan Agopyan,
diretor da Escola Politécnica, e um dos onze membros da equipe
que discutiu e formulou os princípios da entidade. "A
Agência deve ser um ponto de convergência de informações
a respeito do que é desenvolvido na Universidade", sintetiza.
A exemplo da Agência
de Inovação da Unicamp , a Agência USP de
Inovação terá por função estabelecer
parcerias com empresas, institutos e órgãos governamentais.
Segundo Agopyan, este será um "relacionamento de duas
vias". Ao mesmo tempo em que a produção da USP
será levada à sociedade, esta poderá inspirar
novas pesquisas e discussões no ambiente universitário.
O professor cita o exemplo do Núcleo
de desenvolvimento de relações institucionais e de inovação
(NUDI), da Escola Politécnica. "A maior contribuição
do núcleo foi trazer as informações externas
para a Escola", conta.
Agopyan também menciona o papel da Agência na obtenção
de patentes, aspecto tratado pela Lei de Inovação, sancionada
em dezembro do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. A Lei prevê incentivos à inovação
nos setores produtivos e parcerias entre universidades, institutos
tecnológicos e empresas.
Operação
Em entrevista concedida à Rádio USP, o professor Oswaldo
Massambani afirmou que a Agência irá operar em pólos.
"No campus da Capital, haverá um pólo dedicado
às ciências da vida, outro às ciências humanas
e sociais, e um terceiro, voltado às ciências exatas
e da terra. O pólo de ciências da vida de São
Paulo irá se comunicar com o pólo de ciências
da vida de Ribeirão Preto", explica o professor, para
quem a Agência USP de Inovação pode ser definida
como uma "rede de cooperação".
Com a instalação definitiva da Agência, a discussão
passa à sua forma de operação - contratação
de funcionários e eleição de um conselho consultivo,
instância permanente formada por pesquisadores da USP. De acordo
com Massambani, a Agência deverá levar em consideração
as "potencialidades" das regiões em que estão
instalados os campi da Universidade.
Mais informações: (0XX11) 3091-3220, na Assessoria de Imprensa da
USP
Cursos e Palestras
Encontro internacional avalia projetos em meio ambiente
A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realiza no
próximo dia 14, das 14 às 18 horas, um encontro acadêmico
internacional sobre Avaliação ambiental, estratégica
de planos, programas e projetos: importância e evolução
européia e internacional.
O evento acontece no Auditório Geraldo de Paula Souza, na Av.
Doutor Arnaldo, 715, em frente à estação do metrô
Clínicas. A palestra será ministrada pela professora
Maria do Rosário Sintra de Almeida, da Universidade Nova de
Lisboa.
As inscrições são gratuitas. Os interessados
devem confirmar presença com antecedência pelo e-mail
svalunos@fsp.usp.br ou pelo
telefone (0XX11) 3066-7787, das 9 às 15 horas. As vagas são
limitadas em 130 vagas.
Mais informações: (0XX11) 3066-7787
Centro Cultural em São Carlos oferece minicurso de Esperanto
O Centro Cultural da USP, em São Carlos, oferece 20 vagas para
um minicurso gratuito de Esperanto, a ser realizado no período
de 15 de março a 3 de maio.
Coordenado pelo professor José Carlos Cintra, do Departamento
de Geotécnica da Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC), o curso será composto por seis aulas, realizadas às
terças-feiras, das 18 às 20 horas.
Os interessados devem efetuar matrícula nos dias 9 e 10 de
março, das 8 às 12 horas ou das 14 às 18 horas,
no Centro Cultural (Av. Dr. Carlos Botelho, 1465, São Carlos).
Mais informações: (0XX16) 3373-9106; site: http://www.sc.usp.br
Agenda Cultural
Cinemateca exibe filmes produzidos
por alunos da ECA
Com o intuito de ampliar o circuito de exibição
dos curtas-metragens brasileiros, que cada vez mais se firmam como
expressão cultural, técnica e estética, a Cinemateca
Brasileira retoma seu projeto de incentivo ao curta-metragem e passa
a exibir filmes produzidos por estudantes de São Paulo e do
Rio de Janeiro.
Entre os curtas-metragens escolhidos para a mostra estão quatro
produções de alunos do curso de Audiovisual da Escola
de Comunicações e Artes (ECA) da USP, que serão
exibidos no dia 29 de março, a partir das 18 horas, com entrada
gratuita.
Os curtas são Cheque de terceiro (2003, 16mm, cor, 15'),
de Thiago Villas-Boas; Que fazer? (2003, 16mm, cor, 16'), de
André Luiz de Luiz, sobre o confronto de valores entre uma
ponte, um velho comunista e uma garota suicida; A lâmpada
e a flor (2003, 16mm, cor, 18'), de Pablo Ferreira, que fala de
João, homem que ganha à vida na beira da estrada, às
custas de Zulmira, prostituta dotada de poderes mágicos; O
lençol branco (2004, 35mm, cor, 15'), de Juliana Rojas
e Marco Dutra, que trata da presença da morte em uma pequena
casa de subúrbio.
A Cinemateca Brasileira fica no Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila
Clementino, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 5084-2177
CDCC promove sessões gratuitas de contação de
histórias
A Biblioteca do Centro de Divulgação Científica
e Cultural (CDCC), da USP de São Carlos, promove sessões
gratuitas e abertas de Contação de Histórias
aos sábados, às 9 e às 10h30.
São narrados contos de fadas, lendas, mitos, fábulas
e outras histórias infantis. O objetivo é ampliar o
contato das crianças com os livros e a leitura.
Neste sábado (5), será contada a história A
Bruxa Salomé, de Audrey Woody. No dia 12, será narrado
o conto O macaquinho travesso, em versão recontada por
Elza Fiúza. O gato de botas, de autoria dos irmãos
Grimm, será narrado no dia 19. Fechando o mês de março,
haverá a história O coelhinho que não era
de Páscoa, de Ruth Rocha, no dia 26.
Mais informações: (0XX16) 3373-9772
Conjuntos vocais se apresentam no FAU em Concerto
A série musical FAU em Concerto, promovida pela Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, iniciará neste mês
sua programação de 2005. Os eventos são gratuitos
e acontecem no Salão Principal da Vila Penteado, antigo casarão
situado em Higienópolis (São Paulo), na R. Maranhão,
88.
No dia 12 de março (sábado), às 20 horas, haverá
a apresentação do grupo Persepton, conjunto vocal
que traz como convidado o grupo Trato no Tom. No domingo (13),
o grupo Canto Ma Non Presto apresentará seu espetáculo
Lado B, baseado em peças do repertório coral.
Mais informações: http://www.usp.br/fau/
USP-São Carlos promove recital no Dia Internacional
da Mulher
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o projeto
Tom Maior, do Centro Cultural da USP, em São Carlos, vai
apresentar um recital de música erudita com Paula Manoel Crnkovic
(piano), Camila Manoel Crnkovic (violino) e Júlia Manoel Crnkovic
(violoncelo).
No repertório do grupo estão peças de Chiquinha
Gonzaga, Debussy, Mozart, Bach, Chopin e outros.
O Recital será apresentado em duas sessões, às
17 e às 18h30, no próximo dia 8, terça-feira,
no Auditório do Centro Cultural . Ingressos gratuitos poderão
ser retirados no Centro Cultural da USP (Avenida Dr. Carlos Botelho,
1465, São Carlos), a partir do dia 1º de março,
das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas.
Mais informações: (0XX16) 3373-9106
Quadro de Avisos
USP amplia pesquisa com Universidade da Flórida
O convênio cooperação acadêmica em pesquisas
com pacientes fissurados, mantido entre a Faculdade de Odontologia
de Bauru (FOB) da USP e a Universidade da Flórida há
uma década, entra agora numa nova fase.
A visita de três pesquisadores norte-americanos ao Hospital
de Reabilitação de Anomalias Cranifaciais (Centrinho)
da USP, em Bauru, nos dias 28 de fevereiro e 1º de março
marcou o início do Projeto Flórida 2, que vai estudar
aspectos de crescimento da face e dos arcos dentários e da
fala de pacientes de seis a 12 anos de idade - que já participavam
do Projeto Flórida, já em fase conclusiva, que comparou
técnicas cirúrgicas e reabilitação da
fala em crianças com fissuras labiopalatais.
Com uma verba de US$ 2,5 milhões, o Projeto Flórida
2 contará com a participação de profissionais
das áreas de Fonoaudiologia, Ortodontia e Serviço Social,
e reunirá uma amostra significativa, de cerca de 500 pacientes
de todo o Brasil. O prazo previsto para o desenvolvimento da pesquisa
é de cinco anos.
Mais informações: (0XX14) 3235-8156 ou imprensa@centrinho.usp.br
Teses e Dissertações
Escola Politécnica
Mestrado
Construção de Uma Rede Bayesiana Aplicada ao Diagnóstico
de Doenças Cardíacas. André Hideaki Saheki.
Dia 14, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5443
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Doutorado
Modulação da ativação de macrófagos
por neutrófilos e pelo hormônio melatonina e seu produto
de oxidação N1-acetil-N2-formil-5-metoxiquinuramina.
Maria Rita Rodrigues. Dia 11, às 14 horas.
Microencapsulação por liofilização
de d-limoneno em maltodextrina e quitosana modificada. Camila
Figueiredo Borgognoni. Dia 15, às 9 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-3621
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto
Mestrado
Dissociação farmacológica com midazolam e
fluoxetina do medo moderado e intenso avaliado pelo teste do sobressalto
potencializado pelo contexto aversivo. Julia Maria dos Santos.
Dia 11, às 14 horas.
Mais informações: (0XX16) 602-3675 / 3681
Faculdade de Saúde Pública
Mestrado
Estudo comparativo da influência da organização
dos serviços nos indicadores de saúde. Luiz Carlos
Reblim. Dia 9, às 9 horas.
O processo de implantação da norma operacional básica
01/96 no Estado do Espírito Santo. Paulo César Barros
Ferreira. Dia 9, às 14h30.
Evolução ponderal de gestantes clientes de serviço
público de pré-natal: influência de fatores socioeconômicos
reprodutivos e comportamentais. Silvia Cristina Konno. Dia 14,
às 14 horas.
Doutorado
A sustentabilidade ambiental no planejamento urbano do Município
de São Paulo: 1971-2004. Ivan Carlos Maglio. Dia 15, às
14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3081-5091
Correção
A palestra Atividades Farmacológicas de Plantas Medicinais,
com a professora Elfriede Marianne Bacchi, da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas (FCF) da USP, acontecerá no dia 15 de abril,
e não no dia 15 de março, conforme veiculado no Boletim
nº 1576, de 01/03/2005.
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