Destaques
Tratamento da depressão em idosos deve valorizar autonomia
e perspectivas de vida
Marina Almeida
O tratamento psicológico de idosos com depressão precisa
valorizar a autonomia e a individualidade dos pacientes. "Devemos
tratá-los como sujeitos ativos", afirma a psicóloga
Cláudia Aranha Gil, que concluiu recentemente sua dissertação
de mestrado sobre o tema no Instituto de Psicologia (IP) da USP. Ela
considera que, controlar o idoso, dizendo sempre o que é melhor
para ele, retira muitas vezes suas possibilidades de entrar em contato
com seus sentimentos e pensamentos e de agir em busca de soluções,
explica.
A tentativa das famílias de tornar o idoso "útil",
ocupando-o com diversas atividades, fruto de uma visão assistencialista,
não impede que ele sofra com a depressão. Segundo a
pesquisadora, esse tipo de postura só valoriza uma parte do
ser humano. "Cria-se um fazer dissociado do ser, em que para
ficar bem é preciso produzir. Muitos filhos, por exemplo, lotam
os pais de atividades, mas não mantém com eles um contato
mais próximo". Cláudia ressalta a importância
da conversa, da presença e do acolhimento em todas as relações,
terapêuticas ou não. "O idoso tem a necessidade
de falar e de ser ouvido, e os sintomas depressivos não devem
ser vistos como conseqüência natural do envelhecimento".
O estudo constatou que a depressão simbolizava uma situação
de conflito e impasse. Os pacientes atendidos não conseguiam
se sentir vivos e ativos num mundo que exigia deles uma conduta cada
vez mais submissa. Embora o envelhecimento traga perdas - para o corpo,
para a vida social - não existe um "envelhecimento psíquico".
Nessa fase da vida, as fragilidades individuais podem ficar mais aparentes,
mas há também grandes potencialidades a serem realizadas.
A depressão pode atingir a todos, em qualquer idade, por isso
"os idosos deprimidos não devem ser vistos como uma categoria
específica".
Diagnóstico
A depressão na terceira idade é mais dificilmente diagnosticada
porque alguns dos sintomas podem ser confundidos com outros problemas.
Os efeitos colaterais de medicamentos, questões próprias
da velhice, como a insônia, ou sintomas de doenças que
acometem mais essa faixa etária, como o esquecimento, cuja
causa pode ser Alzheimer, depressão ou simplesmente a idade,
são alguns dos quadros que podem provocar confusão.
Segundo Cláudia, uma pesquisa de 2002 revelou que no mundo,
22% dos idosos apresentavam sintomas depressivos. Em asilos e hospitais
esse número variava entre 35% e 45%. Apesar disso, a questão
é pouco estudada e o serviço público não
está preparado para atender bem a essa população.
Em sua pesquisa a psicóloga atendeu a pacientes que pararam
de tomar os remédios antidepressivos, devido aos efeitos colaterais
e à demora em acertar a dose dos medicamentos. Cláudia
defende, no entanto, que o atendimento seja feito em conjunto pelo
médico e pelo psicólogo.
Mais informações: (0XX11) 5561-0671, 9992-0644,
e-mail claudiaagil@uol.com.br
com Cláudia Aranha Gil
Imagem: Marcos Santos
Cursos e Palestras
Christian Tschumi fala sobre a obra de Mirei Shigemori
Na próxima terça-feira (31), a Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo (FAU) da USP realizará a palestra Mirei Shigemori
- Renewing the Japanese Garden, com o arquiteto suíço
Christian Tschumi.
O palestrante apresentará a obra do importante paisagista contemporâneo,
o japonês Mirei Shigemori, discutindo a renovação
dos conceitos de projeto no jardim japonês.
O encontro será às 16h30, na sala 812 da FAU (R. do
Lago, 876, Cidade Universitária, São Paulo). O evento
faz parte do ciclo Fórum da Paisagem, composto por seminários
que acontecem sempre às terças-feiras. A entrada é
gratuita, sem necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: (0XX11) 3091-4801 / 3091-4919,
na Secretaria de Eventos da FAU
Seminário no Instituto de Física
O Instituto de Física (IF) da USP oferecerá na próxima
segunda-feira (30), às 14 horas, o seminário Mapas
randômicos e espalhamento caótico não hiperbólico,
com a pesquisadora Sabrina Camargo, do IF.
Será abordado o caso do espalhamento caótico não-hiperbólico
com perturbações randômicas. O evento acontecerá
no Auditório Adma Jafet, no IF (R. do Matão, Trav. R,
187, Cidade Universitária, São Paulo). A entrada é
gratuita.
Mais informações: (0XX11) 3091-6907
Agenda Cultural
Dinossauros chegam ao Museu de Zoologia
O Museu de Zoologia da USP inaugura na próxima terça-feira
(31) a exposição permanente A evolução
do vôo, mostra inédita em São Paulo que traz
réplicas fiéis de dinossauros que antecederam as aves.
O público poderá observar de perto modelos e réplicas
de carnotauro, pterossauro, titanossauro, arqueopterix e o mais conhecido
e temido de todos, o velocirraptor. Muito numerosos na América
do Sul, os gigantes viveram na região durante o período
Cretáceo - entre 70 e 120 milhões de anos atrás
- cuja presença é confirmada por centenas de registros
oficiais.
O roteiro expositivo destaca, já no hall de entrada, um imponente
esqueleto de carnotauro, em tamanho natural, com 4 metros de altura
por 7 metros de comprimento. Ao lado do velocirraptor e do arqueopterix,
o carnotauro integra uma linhagem de dinossauros que deu origem às
aves. A réplica, construída a partir de fóssil
original, foi adquirida do Museu de História Natural Bernardino
Rivadavia, de Buenos Aires. Próximo ao carnotauro, um modelo
de titanossauro ganha cenário especial, com elementos que reconstituem
o seu habitat.
Tirando partido da arquitetura do prédio histórico e
de seu pé direito alto, as escadarias - antes inacessíveis
ao público - agora guiam os visitantes ao encontro de dois
esqueletos de pterossauros que, pendurados no teto, parecem voar.
As réplicas se baseiam em exemplares fósseis encontrados
na Bacia do Araripe (Ceará, Pernambuco e Piauí), maior
área do mundo em concentração de fósseis
de pterossauros.
O velocirraptor, retratado assustadoramente em Jurassic Park, apresenta-se
numa versão real e científica, com a metade do tamanho
em que aparece no filme e boa parte do corpo coberta de penas, como
o mais recente fóssil encontrado. Completando a série
está a reconstituição do arqueopterix, primeiro
dinossauro que apresentou penas e asas e que possui características
comuns aos répteis e às aves.
Segundo a diretoria do Museu, o módulo A evolução
do vôo ganhará em breve novos elementos, previstos
para completar a história do surgimento do vôo entre
os animais, sob o ponto de vista científico.
O Museu de Zoologia fica aberto de terça a domingo, das 10
às 17 horas, e fica na Av. Nazaré, 481, Ipiranga, São
Paulo. O ingresso custa R$ 2,00 (grátis para escolas públicas
mediante agendamento, visitantes menores de 6 anos e acima de 60;
estudantes pagam meia-entrada).
Mais informações: (0XX11) 6165-8100, e-mail mz@edu.usp.br
Publicações
FSP lança Revista Brasileira
de Vigilância Sanitária
O Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa)
da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em parceria
com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), promove na próxima terça-feira (31), às
17 horas, o lançamento da Revista Brasileira de Vigilância
Sanitária/Brazilian Journal of Health Surveillance (Revisa).
A publicação, de caráter técnico-científico,
será trimestral e tem por finalidade divulgar artigos originais
e inéditos que contribuam para o conhecimento e desenvolvimento
da vigilância sanitária e áreas afins, abrangendo
temáticas referentes a serviços, produtos e tecnologias
relacionados à saúde, programas e serviços de
vigilância sanitária, saúde ambiental e do trabalhador,
políticas públicas e planejamento em saúde.
A Revisa pretende ser um veículo de expressão das idéias
e discussões ligadas à temática da Vigilância
Sanitária, oferecendo um espaço de crítica, divulgação
e análise.
O lançamento acontecerá no Anfiteatro João Yunes,
na FSP (Av. Dr. Arnaldo, 715, São Paulo), com a presença
de Dalmo de Abreu Dallari, editor científico da Revisa, e Cláudio
Maierovitch P. Henriques, Diretor Presidente da Anvisa.
Mais informações: (0XX11) 3061-5757; assessoria
de imprensa (0XX11) 3081-5091
Quadro de Avisos
HC de Ribeirão Preto seleciona portadores de bronquite
crônica e enfisema para estudo
O Setor de Pneumologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP está selecionando
pessoas portadoras de bronquite crônica e enfisema para participarem
de estudo envolvendo a realização de atividades recreativas.
Os pacientes selecionados realizarão avaliação
clínica, radiografias e exames respiratórios, sem nenhum
custo. Os interessados devem se inscrever pelo telefone (0XX16) 602-2631,
com Cássia ou Rosa.
Mais informações: (0XX16) 602-2631
Teses e Dissertações
Escola de Engenharia de São Carlos
Mestrado
Influência da forma da seção transversal no
confinamento de pilares de concreto armado encamisados com PRFC (Polímero
Reforçado com Fibras de Carbono). Alexandre Luiz Sudano.
Dia 31, às 9 horas.
Mais informações: (0XX16) 3373-9235
Escola Politécnica
Mestrado
A interface entre vendas e manufatura: uma análise da relação
operacional. Alexandre Avelino Cardoso. Dia 3 de junho, às
9 horas.
Doutorado
Influência da adição de caseinato de sódio
sobre o escoamento e posterior recuperação estrutural
do iogurte batido. Lúcia Scott Franco de Camargo Azzi Collet.
Dia 1º de junho, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-5443
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto
Doutorado
Efeitos psicossociais do screening genético das mutações
predisponentes à trombose venosa familiar em portadores e não-portadores.
Luciana Marchetti Torrano Masetti. Dia 2 de junho, às 14 horas.
Mais informações: (0XX16) 602-3675 / 3681
Instituto de Matemática e Estatística
Doutorado
Limites tiltings e cotiltings. Clezio Aparecido Braga. Dia
3 de junho, às 14 horas.
Mais informações: (0XX11) 3091-6122
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