São Paulo, 29/08/2005 - Boletim nº 1697
justiça
Pressões políticas impedem
julgamento de ações na Bahia

Estudo mostra como a elite política
interfere no julgamento das ações.
Mesmo assim, o Ministério Público não
sofreu intervenções no combate à corrupção
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Debate na FEA terá Delfim Neto,
João Sayad e Pérsio Arida
Palestra aborda física nuclear
e origem do Universo

       
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Destaques

Ações do MP da Bahia contra prefeitos não são julgadas pois sofrem interferências políticas

Marina Almeida

Na Bahia, apesar de mais de 85% das prefeituras apoiarem o governador - que é quem escolhe o Procurador Geral a partir de uma lista tríplice - a atuação do Ministério Público (MP) no combate à corrupção dos prefeitos não sofre pressões políticas. "Não identifiquei qualquer tipo de interferência no MP, já que ele não é um órgão de decisão. Contudo, constatei que a elite política local exerce influência no Judiciário, onde muitas ações sequer são julgadas" explica o sociólogo Alvino de Sanches Filho. Em sua tese de doutorado, defendida recentemente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o pesquisador estudou a relação entre o MP da Bahia e o combate à corrupção política entre 1995 e 2004.

No período estudado, o sociólogo não identificou pressões sobre a instituição que tenham resultado em paralisação do trabalho no MP. "Quando o Procurador Geral escolhido pelo governador é o mais votado pelos procuradores, cria-se uma espécie de 'pára-choque' contra as pressões políticas. Assim, a atuação independente é estimulada", explica Sanches. Segundo ele, também não há informações que comprovem a interferência dos órgãos de direção do MP na atuação de seus promotores, "se a elite política controla o Judiciário, para onde vão as ações, porque deveria se preocupar com o MP?". Ele cita o exemplo da prefeita Márcia Carneiro Dias (PTB), aliada do governador, que sofreu 12 ações por improbidade no Ministério Público. Márcia não foi julgada pela justiça em nenhum dos processos e ainda conseguiu se reeleger.

Apesar de não serem julgadas, as ações do Ministério Público implicam em custos para os infratores, como o estrago feito à imagem de políticos acusados de delitos. "Os prefeitos não são condenados, mas podem ter problemas nas eleições porque seus nomes apareceram na imprensa como sendo alvo de ações do MP", explica Sanches. Por outro lado, esse custo à reputação também pode prejudicar políticos que não tenham cometido irregularidades. "Não se deve deixar toda a discussão nas decisões judiciais, relegando-se a importância do processo nas ações do Ministério Público", defende.

Dificuldades
A relação com o Judiciário traz, muitas vezes, dificuldades para a atuação do MP, sobretudo porque alguns juízes não aceitam certos procedimentos, como a quebra de sigilos, por receio de contrariar interesses políticos. Problemas estruturais, falta de domínio sobre técnicas contábeis, orçamento e perícias por exemplo, também atrapalham a ação dos promotores, segundo a pesquisa. Assim como a própria Lei de Improbidade Administrativa, que é confusa em muitos aspectos e favorece o adiamento indefinido de procedimentos judiciais. Outra reclamação dos promotores, especialmente os que trabalham no interior do estado, é a falta de recursos materiais. "Eles queixam-se constantemente do excesso de trabalho e da falta de condição para avaliar ações na área de improbidade administrativa", explica Sanches.

O trabalho, orientado pela professora Maria Tereza Sadek, analisou as ações do Ministério Público da Bahia desenvolvidas nos últimos dez anos. No levantamento, quase 500 dos procedimentos realizados pelo órgão eram contra prefeitos que cometeram algum tipo de crime. Foram utilizados como instrumentos jurídicos, o Decreto Lei 201/67, que trata dos crimes praticados por prefeitos, e a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), ambos com potencial para o combate à corrupção realizado pelo Ministério Público.

Mais informações: sanchesfil@uol.com.br , com Alvino de Sanches Filho

Imagem: Marcos Santos




Cursos e Palestras
Seminário com Delfim, Sayad, Arida e Moura da Silva na FEA
Os ex-ministros Antonio Delfim Netto e João Sayad, o ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida e o ex-professor da FEA, Adroaldo Moura da Silva (que exerceu a presidência da Comissão de Valores Mobiliários) participarão nesta segunda (29), às 11h15, do seminário Desafios e Agendas para o Desenvolvimento Brasileiro, organizado pelo Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

O seminário é o primeiro de uma série de eventos mensais que marca a retomada de uma antiga tradição da FEA: a presença no debate nacional sobre as principais questões econômicas do país.

Durante o seminário do dia 29, o Departamento de Economia da FEA lançará sua nova página na internet, com textos apresentados em todos os seminários do Departamento de Economia, informações sobre os professores e suas atividades, cursos, etc.

Os próximos seminários do Departamento de Economia da FEA já têm datas marcadas: 26 de setembro (Déficit Zero para o orçamento da União), 18 de outubro (Restrições externas ao crescimento) e 18 de novembro (tema de economia regional). Já estão convidados, entre outros, os economistas Carlos Eduardo Soares Gonçalves, Edmar Bacha, Eduardo Haddad e Gilberto Tadeu Lima.

O encontro desta segunda, gratuito e aberto ao público, será realizado na Sala da Congregação do Prédio 1 da FEA, que fica na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-5802



Física Nuclear e a origem do Universo em debate
A Estação Ciência promove no dia 3 de setembro a palestra Fabricando Estrelas, ministrada pelo professor Alejandro Szanto Toledo, do Instituto de Física (IF) da USP. Será abordada a questão da origem do Universo e o papel da física nuclear em sua evolução. O enfoque serão pesquisas recentes que têm conseguido, em laboratório, reproduzir situações semelhantes às que presumivelmente ocorreram bilhões de anos atrás.

O evento, que se dirige ao público em geral, faz parte do projeto Física para Todos, em comemoração ao Ano Mundial da Física. Os interessados devem se inscrever (gratuitamente) até um dia antes pelo telefone (0XX11) 3675-8828 ou e-mail eventos@eciencia.usp.br.

O Estação Ciência fica na R. Guaicurus, 1394, Lapa, São Paulo

Mais informações: (0XX11) 3675-7022


Professor da Concordia University ministra palestra na Psicologia
Nesta quarta (31), às 15 horas, o Instituto de Psicologia (IP) da USP oferece a palestra Dando algo de volta a Mauss: nova perspectiva sobre o Dome o Sacrifício, que será ministrada pelo especialista em história do cristianismo, teoria da religião, religião e sociedade na França, o professor Michel Despland (Concordia University, Montreal, Canadá).

A palestra, organizada pelo Laboratório de Estudos do Imaginário (Labi), será ministrada em francês, com tradução simultânea para o português.

O evento, gratuito e aberto ao público, será realizado no Salão Nobre do IP, que fica na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 399, trav. 4, Bloco 23, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4386 ou http://www.usp.br/ip/cursoseventos/mauss




Agenda Cultural

Coral MPB na FAU Maranhão
Acontece nesse domingo (28), às 19 horas, o espetáculo Coral MPB, na FAU/Maranhão (Rua Maranhão, 88, Higienópolis, São Paulo). A apresentação será do Grupo Vocal TRATO no TOM.

O evento faz parte da programação FAU em concerto/AGOSTO-2005, que promove atrações ao menos uma vez ao mês. Não é necessário fazer reservas. Entrada e o estacionamento são gratuitos.

Mais informações: (0XX11) 3091-4801 ou e-mail




Quadro de Avisos
Centrinho leva experiências para África do Sul
De 4 a 8 de setembro, uma comitiva formada por 27 profissionais do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP (HRAC / Centrinho) estará em Durban, África do Sul, para debater e buscar soluções no campo das deformidades craniofaciais durante o 10º Congresso Internacional de Fissura Labiopalatal e Anomalias Craniofaciais.

O principal objetivo é ampliar o debate sobre síndromes (casos mais graves), com a convicção de que qualquer anomalia deve ser atendida de forma integral pelo sistema público. Além disso, conhecer o que se faz em outros países é um passo para adaptar à realidade brasileira experiências bem-sucedidas em outros contextos.

Os pesquisadores do Centrinho apresentarão na África 41 pôsteres científicos elaborados nos últimos meses. Há trabalhos das áreas de genética, cirurgia plástica, ortodontia, fonoaudiologia, nutrição, enfermagem, serviço social, psicologia e até mesmo da área do direito. É o caso da advogada Cláudia Berbert - consultora jurídica da Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Craniofaciais) - instituição parceira do Centrinho/USP desde 1985. O trabalho aborda os direitos individuais e sociais do paciente com fissura já previstos na Constituição, mas nem sempre cumpridos à risca.

Mais informações: (0XX14) 3235-8156 ou e-mail imprensa@centrinho.usp.br




Teses e Dissertações

Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Doutorado

A percepção coletiva, pelo setor regulado, da resolução brasileira que determina a fortificação de farinhas de trigo com ferro e ácido fólico. William Cesar Latorre. Dia 30 de setembro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3656


Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Mestrado

Comparação das concentrações de progesterona sérica e progestinas fecais em cadelas. Monique Rodrigues Cesario Silva. Dia 27 de setembro, às 14 horas.

Doutorado

Estudo comparativo da utilização de membranas amnióticas de coelha e humana como enxerto em caratoplastia lamelar em coelhos. Cíntia Aparecida Lopes Godoy Esteves. Dia 23 de setembro, às 9 horas.

Ocorrência de bactérias em trutas arco-íris (Oncorhynchus mykiss) criadas na região produtora situada na Serra da Mantiqueira e Serra do Mar nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Carlos Massatoshi Ishikawa. Dia 30 de setembro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-1351 / 7667 / 1350



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