São Paulo, 10/11/2005 - Boletim nº1745
mídia
Revistas brasileiras cobrem
conflitos superficialmente

Durante a Guerra do Iraque, algumas revistas semanais deram mais ênfase à opinião que à apuração de fatos nas matérias sobre o terrorismo e o "Eixo do Mal"
leia...
Centro orienta visitantes
da Cidade Universitária
Encontro discute articulação
entre MST e Hip Hop

       
veja também: Cursos e Palestras  |  Agenda Cultural  |  Publicações  |  Quadro de Avisos
visite nosso site: www.usp.br/agenciausp


A reprodução do conteúdo informativo desse boletim em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou
impresso, é permitida mediante a citação nominal da Agência USP de Notícias como sua fonte
de origem.


Destaques

Revistas semanais brasileiras não ajudam a entender conflitos internacionais

Renata Moraes

Em tempos de guerra, o jornalismo pode tanto gerar compreensão como acirrar diferenças, com base, por exemplo no etnocentrismo - tendência a considerar a cultura de seu próprio povo como medida para as demais. De acordo com o professor Dimas Antonio Kunsch, da Faculdade Casper Líbero, nestes momentos torna-se mais fácil observar como o jornalismo se articula para entender o mundo.

De 2002 a 2004, Kunsch analisou tudo o que as três maiores semanais brasileiras (Veja, Época e Isto É) publicaram sobre o que se convencionou chamar de terrorismo, o Iraque, o chamado Eixo do Mal. "Ao invés do jornalismo que se aprofunda, que se esforça em compreender e que humaniza suas histórias, encontramos um 'carnaval opinático'", conta. A análise do professor foi a base de seu estudo de doutorado realizado na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP e concluído em 2004.

Para Kunsch, a cobertura feita por essas revistas, com algumas poucas variações, foi dogmática, além de superficial. "A revista Veja, por exemplo, trata igualmente os milhões de muçulmanos: fanáticos e agressivos", descreve. O termo de comparação é a cultura ocidental, segundo uma visão que estabelece uma hierarquia de culturas, "incentivando preconceitos". Segundo o pesquisador, a publicação foi mais americana que os próprios norte-americanos. Para ele, a mídia em geral caiu na "lorota da tecnologia dos EUA", das "bombas milimetricamente precisas", dos "armamentos secretos de Saddam".

Reportagens X Carnaval opiniático
Kunsch observou na cobertura jornalística uma compulsão pela opinião. "Além de toda a crise da indústria de informação, o jornalismo tem abdicado muito da própria tarefa de produzir reportagens", observa. "Optou-se por usar as agências de notícias internacionais ou escolher alguém pretensamente competente para falar sobre a situação, sobre tudo e sobre todos." Kunsch lembra que, desde que nasceram, na primeira metade do século XX, as revistas cultivavam a idéia de que é preciso aprofundar as questões, costurar os múltiplos sentidos, tentar entender os nexos entre os acontecimentos. "Hoje contentam-se em traçar um conjunto de opiniões sobre os fatos."

Na opinião do pesquisador, numa guerra, cabe ao repórter "ver, escutar, observar, investigar, estudar", sem ter nunca a pretensão de tudo explicar. "Ele não tem a tarefa de expressar o que pensa ou, pior, o que acha sobre as coisas. Mas sim a de facilitar a compreensão dos leitores, com apuração séria e o distanciamento possível", acredita Kunsch.

Mesmo assim, o professor não vê o cenário jornalístico tão desolador e cita os exemplos de Sérgio D'Ávila e Juca Varela, que cuidaram da cobertura no Iraque para a Folha de S. Paulo . Ele lembra ainda de John Hersey, um repórter norte-americano nascido na China que, um ano após as bombas de Hiroshima e Nagasaki, foi ao Japão e ouviu a história de seis sobreviventes. "A reportagem baseou-se numa única pergunta: me conte como foi, e foi eleita como a melhor do século XX, tranformando-se num livro básico para quem quer entender o assunto.

Kunsch não reivindica exatamente uma volta ao jornalismo tradicional. Critica, sim, o que chama de jornalismo "rapidinho", todo cheio de opiniões, consultando no máximo uma ou duas fontes já consagradas, preocupado apenas em colocar boas aspas. Ele acredita na possibilidade do exercício de um jornalismo que promova o respeito ao diferente e a compreensão. Que leve, de fato, informação de qualidade às pessoas.

Mais informações: e-mail dimas@editorasalesiana.com.br, com Dimas Kunsch

Imagem: Marcos Santos



Centro de Visitantes orienta o público e promove programação cultural do campus

Renata Moraes

Você acabou de chegar na portaria 1 do campus da USP na Capital e precisa ir até um determinado prédio, mas não sabe como chegar até lá. No Centro de Visitantes você descobrirá como fazer isso. O setor, que pertence à Divisão de Informação, Documentação e Serviços Online da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da USP, atua como porta de entrada do campus. A equipe orienta as pessoas que chegam à Universidade sem saber direito aonde vão e as direciona para os lugares certos.

A equipe também atende telefonemas com as mais diversas dúvidas e responde aos e-mails dos internautas enviados pelo link Fale com a USP, do portal da Universidade (http://www.usp.br). Segundo Eva Alves, encarregada do setor, são feitos, em média, 3 mil atendimentos por mês. A equipe é formada por três funcionários e dois bolsistas da Escola de Comunicação e Artes da USP.

A maioria das ligações são em busca de cursinhos gratuitos oferecidos no campus, cursos para a terceira idade e vestibular. Na orientação aos visitantes, o Centro fornece mapas da Cidade Universitária e também repassa ao público folders de eventos das unidades e programações de museus da USP.

Quem são os visitantes?
Recentemente, o Centro finalizou o terceiro Estudo de Visitantes. O objetivo é conhecer melhor o público e ter um retorno de como tem sido o atendimento, para poder agregar mais serviços e qualidade ao que já existe. A pesquisa analisou sexo, faixa etária, renda, nível de instrução e a visão que têm do Centro, entre outros.

Paulo Serson, bolsista que cursa Turismo na Escola de Comunicação e Artes da USP, conta que os questionários revelaram que 43% dos visitantes concluíram o ensino superior, algo surpreendente para a realidade brasileira. O predomínio, segundo ele, é de um público relativamente jovem: dois terços possuem entre 20 e 50 anos.

Em algumas épocas do ano, aumenta a procura de grupos específicos. É o que acontece no início de cada semestre, quando abrem as inscrições para os cursos de terceira idade, e do final de agosto até setembro, período de inscrições para o vestibular. Outro fato curioso é que, todas as semanas, de 10 a 12 pessoas passam lá apenas para retirar o Jornal da USP e folders de programação cultural. "Isso apenas confirma a fidelização dos freqüentadores que percebemos no dia-a-dia", diz Serson.

O Centro de Visitantes fica na Praça Reynaldo Porchat, 110, Cidade Universitária, São Paulo. O funcionamento é das 8 às 20 horas, de segunda a sexta-feira, e das 10 às 16 horas, aos sábados.

Mais informações: (0XX11) 3091-3116 / 3121, com Eva Alves




Cursos e Palestras

Encontro na USP discute articulação entre MST e Hip-Hop
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP vai sediar, na próxima quarta (16), às 19h30, um encontro sobre o Movimento dos Sem Terra (MST) e o Hip-Hop. O evento, com entrada aberta e gratuita, é organizado pelo núcleo de estudos do filósofo Paulo Arantes, professor aposentado do Departamento de Filosofia da USP.

O principal objetivo do encontro é discutir o papel do MST no campo e do Hip-Hop na cidade, e o desafio de constuir uma aliança entre esses dois grupos. Inicialmente, serão exibidas imagens em vídeo do primeiro encontro nacional de integrantes do movimento Hip-Hop militantes do MST, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes em 17 e 18 de agosto, e registrado por Graziela Kunsch, do Centro de Mídia Independente.

Logo depois, acontece uma conversa entre Gilmar Mauro (coordenação nacional do MST), DJ Cortecertu (compositor e colunista do site de Hip-Hop Bocada Forte - www.bocadaforte.com.br), Fernando Baldrai (ouvinte de rap e bacharel em História) e Igor Felippe Santos (do setor de Comunicação do MST e co-autor do livro Guitarras e Toca-Discos - Punk e Rap em São Paulo). A mesa-redonda será mediada pelo professor Arantes.

O encontro acontecerá no espaço dos Centros Acadêmicos de Filosofia e Ciências Sociais (Prédio de Filosofia e Ciências Sociais), na Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, São Paulo).

Mais informações: (0XX11) 3091-4879; e-mail revista@mst.org.br


Discussão sobre tranposição do rio São Francisco
No dia 17 de novembro, às 10 horas, será realizada no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP uma palestra sobre o desvio do rio São Francisco e a transferência de água entre bacias.

O encontro Transformação de água do São Francisco para o nordeste setentrional, será ministrado pelo professor Rubem La Laina Porto, do Departamento de Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica (Poli)da USP.

O evento, aberto e gratuito, acontece no anfiteatro do IQSC, que se localiza na Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, em São Carlos.

Mais informações: (0XX16) 3373-8036, com Sandra Zambon


Encontro dos alunos de pós-graduação em Lingüística da USP
Será realizado nos dias 23, 24 e 25 de novembro, na Faculdade de Educação (FE) da USP, o VIII Encontro dos Alunos de Pós-Graduação em Lingüística, com o tema Interface da Ciência Lingüística com as Demais Áreas do Conhecimento: Domínios e Fronteira.

Há atividades programadas para os períodos da manhã e da tarde, entre conferências e apresentações de trabalhos. As inscrições para assistir ao evento são gratuitas e poderão ser feitas no primeiro dia do Encontro, às 8 horas.

O evento acontecerá no auditório da FE, na Av. da Universidade, 308, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 3091-4298; site www.fflch.usp.br/dl/enapol/


Presidente da World Future Society ministra palestra na ECA
Timothy Mack, presidente da World Future Society, vai proferir nesta quinta-feira (10), às 16 horas, na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, a palestra O Estudo do Futuro - O Estado da Arte.

O evento é uma iniciativa da Escola do Futuro, núcleo de pesquisa da USP que tem como principal atividade a investigação das novas tecnologias de comunicação aplicadas à educação.

A palestra será proferida em inglês, com tradução simultânea, no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA (Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo). A entrada será aberta e gratuita. Os interessados podem se inscrever pelos telefones (0XX11) 3091-6325 / 3815-3083, com Alessandra ou Mary.

Mais informações: (0XX11) 3091-6325 / 3815-3083, com Alessandra ou Mary


Citrat promove Jornada de Tradução e Terminologia
O Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia (Citrat) da USP promove no dia 23 de novembro, das 9 às 17 horas, a III Jornada de Tradução e Terminologia, com participação gratuita.

O evento acontecerá na Casa de Cultura Japonesa (Av. Prof. Lineu Prestes 159, Cidade Universitária, São Paulo). Não é necessário efetuar inscrição prévia.

Mais informações: (0XX11) 3091-3764; e-mail citrat@usp.br




Agenda Cultural

Confira a programação da TV USP entre os dias 14 a 20 de novembro
Contraponto - A vida das ruas - O programa desta semana discute por que ainda faltam políticas públicas capazes de solucionar ou minimizar o problema. A discussão é sobre o mercado das ruas, enfatizando a diferença entre quem são os moradores que tem a rua como casa e quem vive nela apenas para obter sustento. Segunda-feira (14), às 20 horas.

Trajetória - Myriam Krasilchik - O assunto da vez é a professora Myrian Krasilchik, titular do Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da USP. Desenvolveu o Kit Os Cientistas, da Editora Abril, lançado em 1981, participou do Projeto de Educação Continuada (PEC), entre outros. Quarta-feira (16), às 00h30

4x4 - Trabalho informal - O debate será sobre o aumento do desemprego e a queda da renda que os brasileiros enfrentaram durante a década de 90. Quarta-feira (16), às 20 horas.

Olhar da USP - Infância e Mídia - O programa dessa semana gira em torno do aparato eletrônico que envolve as crianças e adolescentes neste início de século XXI. Um dos temas da discussão é o fato do Brasil aparecer em 1º lugar no levantamento de audiência diária para crianças entre 4 e 11 anos. Outro é o crescente número de adolescentes plugados na internet. Quinta-feira (17), às 20 horas.

pgm - O tema são os sete pecados capitais: ira e avareza. Sexta-feira (18), às 20 horas.

A TV USP é exibida pelo Canal Universitário (CNU), no canal 11 da NET ou no 71 da TVA. A programação completa pode ser encontrada no site www.usp.br/tv.

Mais informações: (0XX11) 3091-4101 / 4487




Publicações

Fauna e flora no campus paulistano da USP são tema de livro
A Editora da USP (Edusp) lançou recentemente o livro Fauna e flora no campus: da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (312 págs, R$139,00), organizado por Jane Elizabeth Kraus, Elizabeth Höfling, Miguel Trefaut Rodrigues e Maria Ruth Amaral Sampaio.

A obra faz um passeio pela diversidade biológica encontrada no campus da Cidade Universitária, uma importante área verde da cidade de São Paulo. O livro reúne fotos e informações sobre os animais e as plantas neotropicais encontradas no campus, e em vários outros locais da cidade de São Paulo. Procura, assim, despertar o interesse dos freqüentadores do campus quanto a essa diversidade biológica, desenvolvendo neles o espírito de respeito e preservação pela natureza.

O livro é composto de um texto sucinto de apresentação e inúmeras fotografias de animais e plantas encontrados no campus. Para o leitor interessado em aprofundar seus conhecimentos, é indicada bibliografia complementar no final do livro.

Mais informações: www.edusp.com.br/detlivro.asp?id=788831




Quadro de Avisos

FSP recebe inscrições para Programa de Aprimoramento Profissional
A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP recebe, até o dia 25 de novembro, inscrições para seu Programa de Aprimoramento Profissional, que será oferecido em 2006.

Serão oferecidos os cursos Direito Sanitário e Advocacia em Saúde, Epidemiologia Ambiental, Entomologia Médica e Soroepidemiologia, Laboratório de Saúde Pública, Nutrição em Saúde Pública, Nutrição Clínica, e Psicologia em Unidade Básica de Saúde - este último com duração de dois anos e os demais, de um ano. A carga horária, para todos os cursos, será de 40 horas semanais.

As vagas são limitadas e os interessados devem passar por um processo seletivo, que incluirá análise de currículo, prova e entrevista. Os inscritos devem ter concluído ou estar cursando graduação. Os candidatos selecionados receberão bolsas de estudo autorizadas pelo Conselho Estadual de Formação Profissional na área de Saúde (Conforpas) e administradas pela Fundap.

As inscrições podem ser feitas no Serviço de Alunos da FSP (Av. Dr. Arnaldo, 715, Cerqueira César, São Paulo), das 9 às 15 horas. Detalhes sobre o processo de inscrição e os programas dos cursos estão disponíveis no edital do Programa.

Mais informações: (0XX11) 3066-7787


Cia das Letras com 30% de desconto na Edusp
A Editora da USP (Edusp) está vendendo os livros da Cia das Letras com 30% de desconto. As obras podem ser compradas pelos telefones (0XX11) 3091-4150 / 4008, de segunda a sexta, das 9 às 17 horas, ou nas livrarias da Edusp.

Mais informações: www.edusp.com




Teses e Dissertações

Instituto de Psicologia

Mestrado

Sensibilidade ao contraste espacial de luminância e cromático em pacientes intoxicados por vapor de mercúrio: evolução em dois anos. Marcos Lago Cortes de Campos Filho. Dia 23, às 14 horas.

Doutorado

Desvalorização pelo atraso em situações apetitivas e aversivas. Fábio Leyser Gonçalves. Dia 11, às 8h30.

Semânticas da amizade e suas implicações políticas. Familialismo e alteridade entre amigos nas classes populares. Lívia Godinho Nery Gomes. Dia 17, às 13 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-4302


Escola de Educação Física e Esporte

Doutorado

Indicadores técnicos e cineantropométricos para o treinamento de jovens tenistas do sexo masculino. Cláudia Perrella Teixeira. Dia 18, às 14 horas.

Análise do desenvolvimento motor e social de adolescentes com deficiência visual e das atitudes dos professores de educação física: um estudo sobre a inclusão. Marcia Greguol Gorgatti. Dia 7 de dezembro, às 9 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3137


Correção

A imagem publicada no boletim nº1744 (9/11/2005) não foi feita pelo fotógrafo Marcos Santos, mas cedida pela pesquisadora Márcia Kazumi Nagamine.


sobre a Agência USP de Notícias |  direitos autorais |  créditos |  mande um email

Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J,n.374 Sala 244 CEP05586-000 São Paulo Brasil
(00XX11) 3091-4411  agenusp@usp.br