São Paulo, 19/01/2006 - Boletim nº1778
mídia
Candidatos influenciam a mídia
na cobertura das eleições

Análise das eleições de 2002 mostrou
que a cobertura de dois telejornais
brasileiros foi pautada pela propaganda
política dos candidatos
leia...
Novo sistema economiza
gás em restaurante da USP
Biocatálise é tema de encontro e
workshop no Instituto de Química

       
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Destaques

Cobertura dos telejornais tende a se aproximar muito das prioridades dos candidatos

Renata Moraes

Ao contrário do que se pensa, a mídia não é tão independente na decisão do que pretende divulgar nas campanhas eleitorais. Por meio de uma análise da cobertura dos dois principais telejornais brasileiros na campanha presidencial de 2002, foi possível concluir que as informações divulgadas eram um reflexo da propaganda dos candidatos.

Em seu doutorado, defendido do final de 2005 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o cientista social Paulo Sérgio da Silva estudou a relação entre a cobertura do Jornal Nacional (TV Globo) e do Jornal da Record (Rede Record) sobre os candidatos Luís Inácio Lula da Silva e José Serra e a propaganda desses dois políticos no horário eleitoral e nos spots (inserções ao longo do dia).

Segundo o pesquisador, as coberturas jornalísticas tendem a dar destaque à disputa em si, devido ao caráter mais dinâmico e atraente, do que o das propostas: "Fala-se muito na agenda de campanha, nas estratégias, em pesquisas de intenção de voto". No entanto, quando tratavam de assuntos fundamentais, como economia e projetos sociais, Silva afirma que verificou nos dois noticiários uma grande aproximação com as prioridades dos políticos e a imagem que queriam passar em suas peças publicitárias.

Prioridades
Lula, por exemplo, priorizou a questão da fome, a necessidade de uma reforma agrária "justa", a melhora do ensino público e a geração de empregos, afirma o pesquisador. Ele cita que outro ponto marcante da campanha foi a criação da imagem de "Lulinha paz e amor", por meio da Carta ao Povo Brasileiro, abandonando a defesa da "ruptura efetiva com a política econômica" para adotar o slogan da mudança "responsável" e "segura" para o País.

Para Silva, a cobertura dos telejornais destacou bastante o programa petista de combate à fome, apostou na nova imagem do candidato enfatizando sua promessa de honrar contratos e ajudou a neutralizar as resistências daqueles que o viam como despreparado.

Outra forma de comparação entre a propaganda dos candidatos e a cobertura da mídia foi a hierarquia de assuntos. Silva conta que a lista de prioridades de Serra (assuntos mais mencionados) era economia (1º), saúde (2º) e segurança (3º). Na cobertura que a mídia fez do candidato esses assuntos tiveram prioridade bastante semelhante: economia (1º), saúde (5º) e segurança (2º). De acordo com o pesquisador, essa proximidade levanta uma questão: os candidatos estavam determinando os assuntos de que tratava a mídia ou a mídia estava sendo pautada pela publicidade dos políticos?

Agenda-setting
O conceito de agenda-setting afirma que a agenda dos meios de comunicação (notícias) influencia a agenda pública (pauta de discussões da sociedade). Existem diversos estudos sobre o tema no mundo, e o que Silva fez foi transpor essa teoria para a relação entre políticos e veículos de comunicação, em um estudo inédito no Brasil. Por intermédio do modelo de Chapel Hill, que foi criado para fazer análise semelhante nas eleições de 1968 nos EUA, o pesquisador conclui que, de fato, houve forte influência dos candidatos na "agenda" dos dois noticiários.

Isso pôde ser comprovado por meio de uma metodologia estatística reconhecida internacionalmente, o "time-lag". Consiste numa comparação entre os noticiários e as propagandas dentro de um espaço de tempo. Segundo o cientista social "foi possível notar que o que era dito nas peças publicitárias em poucos dias entrava para a pauta das coberturas".

Mais informações: E-mails paulse@usp.br ou paulooseergio@yahoo.com.br

Imagem: Marcos Santos




Sistema utiliza energia solar para pré-aquecer a água utilizada no restaurante

Flávia Souza

Um sistema de aquecimento de água por energia solar, instalado em meados de 2005 no Restaurante Central da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) da USP de São Paulo, permite uma economia média de R$ 4.600,00 por mês, se comparado ao antigo sistema, que utilizava apenas gás GLP para aquecer a água. Segundo o professor da Escola Politécnica (Poli) José Roberto Simões Moreira, que coordenou a implantação do novo sistema, o valor supera as expectativas que havia na época da instalação, quando se estimava uma economia de cerca de R$ 9 mil anuais. O projeto faz parte do Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa).

O novo sistema, explica Simões, pré-aquece a água proveniente do sistema de distribuição da rua - utilizada para limpar e esterilizar talheres e utensílios do restaurante - por meio de coletores solares no telhado das instalações de produção de vapor. Antes, o aquecimento era inteiramente feito por duas caldeiras, que consomem gás GLP, também conhecido como gás de cozinha. "O problema era que, em horários de maior demanda, o sistema ficava deficitário e a água não atingia a temperatura ideal: entre 70 e 80 graus Celsius", afirma o professor.

Com o sistema, a água chega pré-aquecida (com uma temperatura de cerca de 50 graus) à aparelhagem de aquecimento. Isso, além de solucionar o antigo problema, permite uma grande economia no consumo de gás. Mas para atingir essa temperatura, é preciso que a água circule várias vezes pelos coletores solares. Por isso, explica Simões, foi instalado do lado de fora do restaurante um reservatório térmico, que armazena água quente durante todo o dia para ser utilizada nos horários de maior consumo (das 11 às 15 horas). "Fora desse horário, o sistema funciona da forma convencional anterior. Todo o sistema é controlado por meio de sensores, válvulas e temporizadores."

O professor informa que o projeto foi financiado em R$ 95 mil pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com a participação de um aluno de iniciação científica e um orientando de mestrado. O sistema também foi implantado no campus da USP em São Carlos, sob coordenação da professora Eliane Fadigas, também da Politécnica.

Energia solar: vantagens para o Brasil
De acordo com o professor Simões, o uso de energia solar é extremamente vantajoso no Brasil. "Além de o país ter uma grande insolação, há fabricantes nacionais que dominam toda a tecnologia necessária à captação de energia solar para fins de aquecimento de água", aponta.

Outro aspecto importante está no "desafogamento" do sistema de energia elétrica. "A energia solar eliminaria a necessidade de se aquecer a água de chuveiros e aquecedores apenas com eletricidade", diz o professor. "No Brasil, sem o uso de energia solar, há necessidade de se expandir constantemente o sistema de produção de energia elétrica, e isso é muito caro."

Purefa
O Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa) faz parte do Programa para o Uso Eficiente de Energia (Pure), instalado na Universidade em 1997 por iniciativa de professores e pesquisadores do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas (PEA), da Poli. O Purefa é coordenado pelos professores Marco Antônio Saidel e Luiz Cláudio Ribeiro Galvão, ambos do PEA.

Mais informações: (0XX11) 3735-7219 / 5641-0690 (assessoria de imprensa); ou (0XX11) 3091-5295, com Nicodemo (assessoria de imprensa da Poli)




Cursos e Palestras

Química realiza workshop e Encontro Regional de Biocatálise
O Instituto de Química (IQ) da USP vai realizar entre os dias 7 e 10 de fevereiro, na Cidade Universitária (São Paulo), o III Workshop de Biocatálise e o II Encuentro Regional de Biocatálisis y Biotransformaciones.

A união desses eventos tem como objetivo reunir os pesquisadores da América do Sul interessados em apresentar e discutir trabalhos dentro das seguintes áreas temáticas: Triagem de novos biocatalisadores; Catálise enzimática em química; Biotransformação; Biodegradação e Biorremediação.

Os trabalhos serão apresentados em conferências e apresentações orais e de pôster. Entre os palestrantes estarão os professores Ling Hua (Southern Methodist University - Texas / EUA), Vicente Gotor (Facultad de Química, Universidad de Oviedo - Espanha), Wolfgang Kroutil (Karl-Franzens University Graz - Áustria), Spartaco Astolfi Filho (Universidade Federal do Amazonas) e Dácio Roberto Matheus (Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio Ambiente), além do diretor industrial da Novozymes Latim America, Juan Carlos Mussini.

O evento será realizado em dois auditórios: dias 7, 8 e 10 de fevereiro no Auditório Prof. Francisco Romeu Landi, na Escola Politécnica da USP (Av. Prof. Luciano Gualberto Trav. 3, nº 380, Cidade Universitária, São Paulo); e no dia 9 de fevereiro, no IQ, bloco 6 superior (Av. Prof. Lineu Prestes, 748, Cidade Universitária, São Paulo).

O preço das inscrições varia de R$120,00 (para estudantes de graduação) a R$960,00 (não-pesquisadores). O site www2.iq.usp.br/biocatalise/wkbiocat2006 disponibiliza a ficha de inscrição e traz mais detalhes sobre a forma de pagamento.

Mais informações: wkbiocat@iq.usp.br




Agenda Cultural

Fnac Pinheiros projeta documentário feito por alunos da ECA
Um documentário sobre o quadrinista Lourenço Mutarelli produzido por alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP vai ser exibido na Fnac Pinheiros nesta quinta-feira (19), às 19 horas. Intitulado Tarja Preta, o curta foi apresentada como trabalho final na disciplina Documentários em Vídeo, do Departamento de Jornalismo e Editoração ECA. .

Participam no roteiro, direção e edição os alunos: Ceres Prado, Denise Galvani, Gabriel Bueno, Maria Alice Stock, Nelson Lin e Rafael Sampaio. O professor responsável é Renato Levi. Técnicos: Alexandre Vieira, Carlos Martins e Roberto Samarão.

No hall do 3º andar da Fnac, destinado aos eventos e lançamentos, ficarão expostos cerca de 30 originais da obra em quadrinhos de Mutarelli. O Fnac Pinheiros fica na Praça dos Omaguás, 34, São Paulo. A entrada é gratuita.

Do USP Online

Mais informações: (0XX11) 3347-5700




Publicações

Livro analisa a culinária do Brasil colonial
Acaba de ser lançado, pela Editora Senac, o livro Farinha, feijão e carne seca. um tripé culinário no Brasil colonial (149 págs., R$35,00), de Paula Pinto e Silva, mestre e doutoranda em antropologia social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

O livro mostra como o processo de negociação entre colonizadores, indígenas e escravos influenciaram as práticas alimentares, levando a uma mistura de ingredientes e tradições. A obra também mostra que o estudo da culinária da época indica como eram as relações hierárquicas daquela sociedade.

Mais informações: www.editorasenacsp.com.br ou no endereço http://noticias.usp.br/canalacontece/artigo.php?id=10650 (matéria publicada no Portal da USP sobre o livro)




Quadro de Avisos

HC vai promover Mutirão da Catarata no dia 28
O Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, promoverá no dia 28 de janeiro (sábado) a primeira edição de 2006 do Mutirão de Catarata e Degeneração Macular Relacionado à Idade.

As pessoas com mais de 50 anos de idade e com problemas de catarata deverão comparecer ao HC, entre 7 e 12 horas, munidas de CPF e RG. O Hospital fica na Av. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, Consolação (próximo à Estação Clínicas do Metrô), em São Paulo. O atendimento será gratuito.

Não haverá necessidade de as pessoas pernoitarem na fila, pois todos que chegarem ao hospital até às 12 horas serão atendidos.

Catarata é o embaçamento do cristalino do olho, parte transparente que funciona como uma lente e ajuda as imagens a se tornarem nítidas. Quando ele fica totalmente embaçado, provoca a cegueira. O processo de perda da visão pode demorar anos ou meses, atingindo um ou mesmo os dois olhos. A catarata costuma deixar a pessoa cega aos poucos.

É um tipo de cegueira curável. No entanto, existem quase vinte milhões de pessoas cegas por catarata em todo o mundo. A única maneira de a pessoa voltar a enxergar é por meio de cirurgia.

Mais informações: (0XX11) 3069-6567 / 7217 / 6289 ou 3069-7879, na Assessoria de Imprensa do HC


DAAD oferece bolsas de intercâmbio para a Alemanha
Para estudar na Alemanha, alunos de graduação e pós-graduação podem concorrer ao programa de Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). As opções de bolsas são variadas e incluem estudantes brasileiros. O portal Universia (www.universia.com.br) detalha cada uma delas.

O portal disponibiliza informações sobre quatro oportunidades: bolsa de doutorado integral, bolsa de doutorado sanduíche, especialização para médicos e auxílio de estadia de pesquisa na Alemanha para doutorandos brasileiros. Algumas delas possuem convênios firmados com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a maioria está com inscrições abertas até o dia 24 de fevereiro.

Mais informações: no espaço Pós-Universitário do portal Universia, em www.universia.com.br/posuniversitario




Teses e Dissertações

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Mestrado

Doenças pós-colheita em citros: potencial do Lentinula edodes, Agaricus blazei, ácido jasmônico, albedo (Citrus sinensis var. Valência) e flavedo (Citrus aurantifolia var. Tahiti) no controle e na indução de resistência. Leonardo Toffano. Dia 24 de janeiro, às 8 horas.

Desenvolvimento de um meio semi-seletivo para detecção de Acidovoraz avenae subsp. citrulli em sementes de melão (Cucumis melo L.). Vanessa Cristina Frare. Dia 24 de janeiro, às 8 horas.

Efeito de cianobactérias e algas eucarióticas na resistência de plantas de fumo contra o Tobacco mosaic virus (TMV). André Boldrin Beltrame. Dia 26 de janeiro, às 8 horas.

Contratos de opção: análise do potencial de sustentação de preços para o mercado de arroz. Andréia Cristina de Oliveira Adami. Dia 27 de janeiro, às 8 horas.

Sensoriamento remoto e sistema de informações geográficas na caracterização de solos e quantificação de seus atributos. José Geraldo de Abreu Sousa Junior. Dia 27 de janeiro, às 8 horas.

Macrofauna edáfica, regeneração natural de espécies arbóreas, lianas e epífitas em florestas em processo de restauração com diferentes idades no Pontal do Paranapanema. Andréia Caroline Furtado Damasceno. Dia 27 de janeiro, às 14 horas.

Estudo comparativo dos métodos de determinação e de estimativa dos teores de fibra e de açúcares redutores em cana-de-açúcar (Saccharum spp.). José Rubens Almeida Leme Filho. Dia 27 de janeiro, às 14 horas.

Doutorado

Ácaros Tenuipalpidae (Acari: Prostigmata) no Brasil, novos relatos para América do Sul e o Caribe e variabilidade morfológica e morfométrica de Brevipalpus phoenicis (Geijskes). Nora Cristina Mesa Cobo. Dia 26 de janeiro, às 8 horas.

Variabilidade dos compontes do balanço hídrico: um estudo de caso em uma cultura do cafeeiro (Coffea arabica L.) no Brasil. Adriana Lúcia da Silva. Dia 27 de janeiro, às 8 horas.

Mais informações: (0XX19) 3429-4156 / 3429-4282


Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Doutorado

Composição química, aspectos sensoriais e compostos bioativos em arroz (Oryza sativa L.) com repercussão na qualidade nutricional. Ursula Maria Lanfer Marquez. Dia 24 de janeiro, às 13 horas.

O farnesol inibe a proliferação celular e induz a apoptose em ratos wistar submetidos à hepatectomia parcial. Carlos Eduardo Andrade Chagas. Dia 27 de janeiro, às 14 horas.

Mais informações: (0XX11) 3091-3661


Faculdade de Medicina

Doutorado

Desenvolvimento e patogenia da glomerulonefrite na leishmaniose visceral em camundongos. Maria das Graças Prianti. Dia 23 de janeiro, às 8h30.

Estudo da atividade biológica da macroprolactina humana em células Nb2 e em células Ba/F-03 transfectadas com o receptor de prolactina humano forma longa. Andrea Glezer. Dia 23 de janeiro, às 14 horas.

Estudo da expressão de MYCN em neuroblastomas que não o amplifiquem: correlação com estádios e relevância como fator de prognóstico. Leila Neves Bastos Borim. Dia 23 de janeiro, às 9h30.

Mais informações: (0XX11) 3066-7282



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